sábado, 2 de outubro de 2010

Custo da ignorância

bligo-Ignorancia.jpgSe você acha o custo da educação alto, tente o da ignorância


Diretor sênior associado da Harvard School of Business, Howard Stevenson, de 68 anos, tem um argumento demolidor para defender o investimento em educação: o custo de não fazê-lo.   Tempos de crise são tempos de investir em educação? Há uma expressão em inglês: "Se você acha que o custo da educação é alto, tente o custo da ignorância." O mundo não pode se dar ao luxo de ter 70% da população na ignorância. Se você está sem trabalho, o custo de oportunidade da educação é muito menor. E o mundo não voltará a ser o que era. Compreender o futuro exige um investimento em educação.  


Qual é o cenário do futuro? De mais globalização, porque países como o Brasil estão a caminho de virar grandes potências. E para ser isso você provavelmente tem de fazer mais do que falar português ou dominar Direito romano - precisa entender ao menos rudimentos da Common Law (Direito não escrito, na tradição inglesa, juriprudência).   Harvard tem cortado pessoal e investimentos por causa da crise.


Como o senhor vê essa situação? Uma freira que conheci e administrava um grande hospital dizia: "Sem margem, sem missão." Qualquer organização precisa ter uma margem de ganho, para poder reinvestir. A Business School é bem administrada, depende só em 20% de doações. Mas a Harvard Divinity School (centro de estudos de religião) depende delas em 72%.  


Mas você  concorda que parte da culpa da crise é das escolas de negócios, que formaram a elite do mercado? A culpa é mais dos economistas, que dizem que o objetivo de uma empresa é maximizar ganhos dos acionistas. Bons homens de negócios servem ao cliente e ao lucro, mas veem o lucro não como meta, e sim restrição. Um dos melhores, com quem trabalhei por 20 anos, dizia: "Se não ganharmos dinheiro suficiente, saímos do negócio; se ganharmos demais, saímos também, porque não estaremos investindo em produtos e pessoal."


Fonte: Estadão - 30 de junho de 2009


Comentário:


■"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)


■“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. “ Bertold Brecht


 

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