segunda-feira, 18 de abril de 2022

Coronavírus: Situação do Estado de São Paulo até 17 de abril de 2022

 

Coronavírus: Situação do Brasil até 17 de abril de 2022

 

















































VACINAÇÃO: No último boletim de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde, 409.196.268 doses de vacinas foram aplicadas no país. Deste total, 174.246.402 são de primeira dose, 153.322.278 de segunda dose e 4.823.607 de dose única. A dose de reforça foi aplicada em 72.907.647 pessoas e a segunda dose de reforço em 784.641. A dose adicional totaliza 3.111.693. Fonte:Agência Brasil – Brasília- 17/04/2022

sábado, 16 de abril de 2022

Coronavírus: Lockdown total para 25 milhões gera frustração em Xangai

Enquanto governo defende política de tolerância zero contra mais grave surto de covid-19 desde 2020, moradores criticam dificuldade para obter comida, hospitais sobrecarregados e separação de pais e filhos em quarentena.

A mais recente onda de covid-19 em Xangai também levou dezenas de milhares de pessoas a serem colocadas em quarentena em locais de isolamento designados pelo governo. A cidade transformou vários hospitais, ginásios, prédios de apartamentos e outros locais em instalações para quarentena.

Para controlar as infecções, a cidade impôs um lockdown total a partir de 28 de março. Ele deveria ter terminado na última terça-feira (05/04), mas foi estendido por tempo indeterminado.

Na segunda-feira, as autoridades haviam reportado 8.581 casos assintomáticos e 425 sintomáticos de covid-19. Apesar das drásticas medidas, nesta sexta-feira foram contabilizadas 20.398 novas infecções, 824 delas sintomáticas.

CAMPANHA PARA TESTAGEM EM TODA A CIDADE: Outra medida implementada na cidade, a partir da última segunda-feira, é uma campanha para realizar testes de PCR em todos os residentes, após uma campanha de autotestes promovida no domingo, por meio de testes rápidos de antígenos.

O governo enviou o Exército e milhares de profissionais de saúde para Xangai para ajudar a realizar os testes. No domingo, o Exército de Libertação do Povo enviou mais de 2 mil médicos de todo o setor militar, marinha e forças conjuntas de apoio logístico para a cidade, noticiou um jornal das Forças Armadas.

É a maior reação da saúde pública da China desde que o país enfrentou o surto inicial de covid-19 em Wuhan, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez no final de 2019.

O surto em Xangai é um teste para a estratégia chinesa de tolerância zero contra a covid-19, que busca a eliminação do vírus com base em testes, rastreamento e quarentena de todos os casos positivos e seus contatos próximos.

Apesar das crescentes dificuldades em aplicar essa rígida política, alguns especialistas dizem que a China provavelmente se manterá fiel a ela no futuro.

"As autoridades sanitárias chinesas sabem que não estão preparadas para mudar a estratégia a curto prazo, devido a uma população idosa não totalmente vacinada, infraestrutura de saúde debilitada e falta de comunicação e preparativos psicológicos", afirma Xi Chen, professor adjunto de Política de Saúde e Economia na Escola de Saúde Pública de Yale, nos Estados Unidos.

FRUSTRAÇÃO NAS REDES SOCIAIS: Nas redes sociais, há intensas reclamações de parte da população devido à dificuldade em comprar comida, medicamentos e outros itens básicos.  

LOCKDOWN É DESAFIO PARA PACIENTES COM OUTRAS DOENÇAS: Com o sistema de saúde de Xangai sobrecarregado, pacientes com outras enfermidades, ao chegarem aos hospitais, têm sido mandados de volta para casa.Todos os médicos dos hospitais de Xangai estão sobrecarregados.

INDIGNAÇÃO PÚBLICA QUANTO À SEPARAÇÃO DE PAIS E FILHOS: As autoridades de Xangai também têm sido duramente criticadas nos últimos dias por separarem à força crianças contaminadas com covid-19 de seus pais, usando regras de prevenção à pandemia  como argumento.

GOVERNO DEFENDE A POLÍTICA: Outros residentes de Xangai disseram que os hospitais só concordaram em deixar os pais acompanharem seus filhos no local de quarentena depois que muitas crianças foram admitidas e não havia enfermeiras suficientes para cuidar delas.

Na segunda-feira, autoridades sanitárias de Xangai defenderam a política. "Crianças menores de sete anos receberão tratamento em um centro de saúde pública. Quanto a crianças mais velhas ou adolescentes, estamos principalmente isolando-as em centros [de quarentena]", disse Wu Qianyu, um funcionário da Comissão Municipal de Saúde de Xangai, segundo informou a agência de notícias AFP.

POR QUANTO TEMPO MAIS A CHINA PODE MANTER A TOLERÂNCIA ZERO?         Apesar dos desafios, a China continua comprometida com a sua política de tolerância zero contra a covid-19, ao menos até o momento. O presidente chinês, Xi Jinping, estimulou a população a conter o surto o mais rápido possível.

No último sábado, o vice-primeiro-ministro, Sun Chunlan, que foi enviado a Xangai pelo governo, também incentivou a cidade a "tomar medidas firmes e rápidas" para conter a pandemia.

No entanto, Mei-Shang Ho, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Academia Sinica em Taiwan, acredita que as chances de a China erradicar o vírus internamente são próximas de zero. "De uma perspectiva científica, é impossível apoiar a abordagem do governo chinês por meio de uma análise racional", disse ela à DW.

"Em vez de usar vacinas para ajudar a reduzir o índice de casos graves e mortes, a China está usando uma política de tolerância zero. É apenas uma medida temporária quando um governo espera por melhores soluções, mas ainda não está claro que melhor solução o governo chinês está esperando", acrescentou.

Xi Chen, da Escola de Saúde Pública de Yale, disse que os formuladores de políticas chinesas não parecem dispostos a suportar o enorme preço da reabertura: "Será muito problemático nos mantermos cegamente fiéis ao princípio de tolerância zero sem pensar em uma estratégia mais sustentável. Mas será igualmente problemático discutir 'conviver com o vírus' sem se preparar melhor para isso." Fonte; Deutsche Welle - 08/04/2022 8 de abril de 2022

Comentário:  COVID-19 na China

Casos confirmados: 178.764

Óbitos: 4.638  

Recuperados: 148.170

Casos ativos: 25.956

Fonte: Worldometer - Last updated: April 16, 2022, 22:56 GMT

População: Em 2021, 1,41 bilhão conforme dados de  National Bureau of Statistics of China in January 2022,  .

segunda-feira, 11 de abril de 2022

França terá segundo turno entre Macron e Le Pen

Líder francês termina 1º turno na liderança, mas pesquisas indicam que duelo com extremista Marine Le Pen em 24 de abril será mais difícil do que 2017, provocando apreensão sobre o futuro da segunda maior economia da UE. Fonte: Deustche Welle – 11.04.2022



domingo, 10 de abril de 2022

Coronavírus: Situação do Brasil até 9 de abril de 2022

 

Coronavírus: Situação do Estado de São Paulo até 9 de abril de 2022

 

O mundo caminha para uma desglobalização?

 

Primeiro, a crise da pandemia expôs rupturas na economia. Agora, a guerra na Ucrânia afeta os mercados de commodities. Tais interrupções estão estimulando uma mudança na concepção das cadeias de abastecimento.

Certamente, você já ouviu falar em globalização. Mas e sobre desglobalização?

Interrupções nas cadeias de abastecimento, aumento de preços, escassez – todas essas realidades diárias poderiam ser conectadas a um processo conhecido como desglobalização.

Especialistas afirmam, inclusive, que a guerra na Ucrânia, junto com a pandemia, marca um ponto de virada rumo a uma era desglobalizada.

Mas que forma ou que rumo tomaria esse novo mundo?

 UMA BREVE INTRODUÇÃO À GLOBALIZAÇÃO: Segundo pesquisadores e estudiosos do tema, há, basicamente, três tipos de globalização: econômica, social e política.

A globalização econômica é a integração da economia mundial em termos de comércio, um processo que tem seus defensores e críticos.

De acordo com quem defende esse conceito, a globalização aumenta o padrão de vida das pessoas, retirando-as da pobreza.

Por outro lado, os louros dessa globalização não costumam ser divididos de forma igualitária.

"Tanto em termos internacionais quanto nas sociedades industrializadas, a desigualdade aumentou", afirma Andreas Wirsching, professor de história da Universidade Ludwig Maximilian de Munique. A globalização econômica resultou em "muitos vencedores, mas também muitos perdedores, isso é inegável", complementa.

As desvantagens da globalização também incluem consequências sociais e ecológicas, pondera Cora Jungbluth, economista e especialista sênior da fundação alemã Bertelsmann Stiftung, com sede na cidade de Gütersloh.

Trabalhadores de países de alta renda têm visto empregos migrarem para países onde o custo de produção é menor, enquanto "empresas multinacionais têm terceirizado etapas de produção mais poluentes para países em desenvolvimento e emergentes, contribuindo, assim, para as questões ambientais", diz Jungbluth.

GLOBALIZAÇÃO EM RECUO DESDE A CRISE DE 2008: Assim como a globalização reflete um processo crescente de interdependência econômica, a desglobalização marca justamente o recuo da integração econômica global. E há indícios de que isso está acontecendo há algum tempo.

Medida que é chave na globalização, a participação do comércio no Produto Interno Bruto (PIB) global atingiu seu auge em 2008, antes do início da crise.

"A proporção média das exportações em relação ao PIB em todo o mundo aumentou muito significativamente nos anos 1990 e 2000. Entretanto, desde a crise financeira de 2008 e 2009, essas medidas têm estagnado ou mesmo diminuído", explica Douglas Irwin, professor de Economia na Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos.

Irwin e outros especialistas observam que essa tendência tem ocorrido lado a lado com a ascensão do populismo e de medidas econômicas protecionistas. Há, no entanto, outros fatores importantes que têm freado a globalização.

ENTÃO VEIO A PANDEMIA: Em termos econômicos, a crise do coronavírus tem contribuído para interrupções nas cadeias de abastecimento. Não há como esquecer a consequente escassez, o aumento de preços e também o armazenamento de produtos – aquele momento em que você se deparou com o último rolo de papel higiênico.

Tais interrupções estimularam uma mudança fundamental na concepção dessas cadeias de abastecimento, explica Megan Greene, economista e membro sênior da Harvard Kennedy School, nos Estados Unidos.

"A pandemia mudou uma tendência de produção 'just-in-time' (em que a produção, o transporte e a compra são feitos de maneira regrada e pontual) para a manutenção de estoques", diz Greene. Ela descreve esse novo sistema de contingência como "cadeia de abastecimento global com planos de apoio", de modo que as empresas não são abandonadas quando há rupturas na cadeia global de abastecimento.

Dentro desse modelo com planos de apoio, Jungbluth acrescenta que países e empresas têm considerado reduzir as cadeias de abastecimento: "Talvez 'trazer de volta para casa', com insumos e tecnologias-chave mais próximos de seus locais de produção", algo que resulta em mais flexibilidade do lado de quem oferta. Essencialmente, isso caracteriza um afastamento da globalização, com foco na eficiência e no custo-benefício.

AGORA A GUERRA NA UCRÂNIA: Os impactos da invasão russa à Ucrânia têm sido perceptíveis aos consumidores muito devido às sanções impostas à Rússia, sobretudo nos setores de energia e de produtos agrícolas.

"Há ausência de importação de energia, que é necessária, uma vez que a Europa precisa de energia fóssil da Rússia. E o mundo inteiro precisa de produtos agrícolas da Rússia e da Ucrânia", afirma Thiess Petersen, economista e colega de Jungbluth na Bertelsmann Stiftung.

A Rússia e a Ucrânia são exportadores globais muito significativos de trigo e óleo de girassol, por exemplo.

Irwin corrobora a tese de que a interrupção das exportações devido à guerra e às sanções impostas à Rússia têm levado a aumentos de preços.

"Temos visto os preços das commodities subirem bastante como resultado da guerra, a exemplo de produtos como trigo e petróleo (pelo menos inicialmente)", diz Irwin.

A consequência disso é o aumento de preços para o consumidor final, o que, por sua vez, estimula a inflação.

Por outro lado, as sanções contra a Rússia estão isolando o país – que tem uma economia significativa – do resto do mundo.

Economistas enxergam esse cenário não apenas como a desintegração de mercados interconectados, mas sim o desenrolar de um progresso que a globalização trouxe consigo.

A escassez e os altos preços de alimentos básicos serão observados não apenas em países de alta renda, mas também em nações em desenvolvimento e emergentes. Para países altamente dependentes de importações de farinha e petróleo baratos, isso "pode até levar à fome", acrescenta Jungbluth.

O FIM DA ERA GLOBALIZADA? A crise de 2008, o protecionismo tarifário subsequente, a reestruturação da cadeia de abastecimento devido à pandemia, a desintegração de mercados interconectados por causa da guerra na Ucrânia, conclui Petersen, talvez estejam nos levando "ao início de uma espécie de desglobalização".

Neste contexto, Greene pondera que não há um índice para medir a globalização. E contesta a narrativa atual, promovida a partir do início da pandemia, com relação a fatores como onshoring (recolocação de negócios dentro das próprias fronteiras), nearshoring (recolocação de negócios em países próximos) e regionalização da cadeia de abastecimento. Essa narrativa, segundo Greene, não é sustentada por muitos indicadores de globalização, a exemplo de pesquisas de dados.

"Na mais recente pesquisa realizada pela Câmara de Comércio de Xangai, nenhuma empresa americana afirmou que voltaria para operações onshore, ou seja, sair da China e voltar para os Estados Unidos", aponta Greene.

Por outro lado, a economista destaca que apesar de investimentos de longo prazo terem continuado de maneira acelerada na China, investimentos de curto prazo ficaram mais evidentes a partir da invasão russa na Ucrânia, o que também indica um ponto de virada.

"O auge da globalização ficou para trás. Eu diria que estamos vendo a globalização progredir muito mais lentamente do que antes, mas ainda não estamos no território da desglobalização", afirma Greene.

ADMIRÁVEIS NOVOS BLOCOS: As sanções do Ocidente contra a Rússia e a fuga de capitais da China indicam uma tendência global, segundo Jungbluth: "Nos últimos anos, os países têm tentado reduzir as chamadas 'dependências críticas', o que também pode levar à desglobalização".

Já Irwin traça paralelos com a era da Guerra Fria, quando "certos países que estavam politicamente alinhados também se tornaram mais alinhados economicamente, e não tão integrados com outros".

Jungbluth, Petersen e outros economistas acreditam que o mundo caminha, atualmente, para dois blocos econômicos geopolíticos distintos: um deles seria formado por países democráticos, de economia de mercado (União Européia, Japão, Coréia do Sul, Oceania, Américas do Norte e do Sul), e outro por estados autocráticos (China, Rússia e seus parceiros comerciais mais importantes).

"O que temos visto é um retorno à geopolítica, e essas tendências também levam à desglobalização, por meio da tentativa de diminuir as dependências econômicas de países que têm conceitos distintos", diz Jungbluth.

ESTAMOS, PORTANTO, NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA? Conforme o historiador Andreas Wirsching, essa é uma discussão popular. "Você quase pode pensar nesses dois momentos juntos: a pandemia de 2020, e agora essa guerra em 2022. Tem-se a sensação, a impressão, como habitantes aqui e agora, que algo está fundamentalmente mudando. Mas como os vários fatores podem ser encarados juntos, isso só se tornará aparente no futuro".