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sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Número de bares e restaurantes com prejuízo em agosto aumenta 5%

Em todo o país, o número de bares e restaurantes que encerraram o mês de agosto no prejuízo cresceu 5%, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgada na quinta-feira (12) para a Agência Brasil. Os dados mostram, ainda, que 24% das empresas ficaram no vermelho no mesmo mês, enquanto 34% tiveram equilíbrio financeiro e 41% dos estabelecimentos pesquisados acusaram lucro.

A principal razão apontada para o saldo negativo no caixa dos bares e restaurantes foi a queda das vendas no mês, sinalizada por 82% dos entrevistados. A redução do número de clientes (67%), dívidas (43%) e custo dos insumos (36%) foram as outras causas apontadas por empresários que tiveram prejuízo. Foram entrevistados 1.979 donos de bares e restaurantes em todo o Brasil entre os dias 28 de setembro e 6 e outubro.  

O levantamento indica, ainda, que as empresas mais novas são as que mais operam no prejuízo. Das que têm entre um e três anos, 33% tiveram prejuízo. Das com mais de 10 anos, o percentual cai para 18%. Outro fator que interfere é o tamanho da empresa.

Dos bares e restaurantes com faturamento de até R$ 1 milhão, 33% encerraram agosto no prejuízo, enquanto apenas 8% dos que têm faturamento acima de R$ 4,8 milhões fecharam agosto no vermelho. 

No vermelho

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destacou que, mesmo que a inflação esteja mais controlada, os meses no prejuízo dificultam recompor as perdas que o setor teve com a pandemia.

"Apesar do Dia dos Pais, as empresas do setor tiveram um agosto mais duro, apontando uma ligeira queda no movimento. Quem sofre mais são as empresas mais novas, que ainda estão investindo e aprendendo a controlar os custos, e os empreendimentos menores, que têm mais dificuldade com o fluxo de caixa", finalizou. Fonte: Agência Brasil – Brasília - Publicado em 12/10/2023 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Alemanha tem maior inflação anual desde a Reunificação

Taxa fecha 2022 em 7,9%, superando também o recorde da antiga Alemanha Ocidental. Guerra na Ucrânia e crise econômica impulsionaram sobretudo os preços da energia e dos alimentos.

A inflação na Alemanha fechou 2022 em 7,9%, a maior taxa anual registrada no país desde a Reunificação, em 1990, apontaram dados definitivos divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (17/01).

O recorde anterior para a antiga Alemanha Ocidental, de 7,6% em 1951, também foi superado.

"A taxa de inflação anual historicamente alta foi impulsionada principalmente pelo aumento extremo dos preços de produtos energéticos e alimentos desde o início da guerra na Ucrânia", afirmou a presidente do Destatis, Ruth Brand.

A inflação de 2022 foi significativamente mais alta do que a dos anos anteriores. Em 2021, a taxa havia sido de 3,1%.

As taxas mensais de inflação se mantiveram elevadas ao longo de todo o ano passado, tendo alcançado 10% em setembro e o índice mais alto, 10,4%, em outubro. Em novembro, voltou para 10%, e em dezembro recuou para 8,6%.

Segundo Brand, os efeitos da crise econômica e da guerra na Ucrânia, como os gargalos de abastecimento e aumentos significativos de preços, marcaram o ano como um todo.

"Mesmo que esses aumentos de preços não fossem totalmente repassados aos consumidores, a energia e os alimentos em particular se tornaram visivelmente mais caros para eles", afirmou.

A presidente do Destatis apontou que as altas taxas mensais de inflação foram temporariamente mitigadas por medidas de alívio. Entre elas, estiveram o bilhete mensal subvencionado de 9 euros para o transporte público, um desconto nos preços dos combustíveis e a redução do imposto sobre gás e aquecimento.

SEM ENERGIA E ALIMENTOS, INFLAÇÃO SERIA DE 4%

A energia encareceu 34,7% em 2022 em relação ao ano anterior, após uma alta de 10,4% em 2021.

A energia das residências saltou 39,1%, com aumentos particularmente acentuados nos preços do gás natural (64,8%) e óleo para calefação (87%). A energia elétrica subiu 20,1%, e os combustíveis, 26,8%.

Sem levar em conta os preços de energia, a taxa anual de inflação de 2022 teria ficado em 4,9%.

Os preços dos alimentos aumentaram 13,4% em 2022, com todos os grupos alimentícios afetados. Tiveram uma alta acima da medida gorduras e óleos (36,2%), como manteiga e óleo de girassol, assim como laticínios e ovos (19,7%).

Se excluídos tanto os alimentos quanto a energia, a inflação de 2022 teria ficado em 4%, cerca da metade da taxa registrada.

Para 2023, a maioria dos especialistas prevê uma desaceleração da inflação. O Instituto para a Economia Mundial (IfW), de Kiel, projeta uma taxa 5,4%, por exemplo.Fonte: Deutsche  Welle - 17/01/2023

sábado, 14 de janeiro de 2023

Brasil registra inflação de 5,79% em 2022

Inflação ultrapassa meta definida pelo governo para o ano passado. Segundo IBGE, índice foi puxado para cima principalmente pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acumulou 5,79% em 2022, fechando o ano acima da meta definida pelo governo, informou nesta terça-feira (10/01) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora tenha ultrapassado a meta de 3,5% com teto de 5%, a inflação ficou bem abaixo dos 10,06% registrados em 2021. A trégua foi influenciada pelos cortes de impostos que reduziram os preços dos combustíveis.

Segundo o IBGE, a inflação foi puxada para cima principalmente pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas, que registrou uma variação de 11,64% – o que representa um impacto de 2,41 pontos percentuais no acumulado do ano. A cebola e o leite longa vida tiveram o maior impacto nesse grupo, seguidos por batata-inglesa, frutas e pão francês.

SAÚDE E VESTUÁRIO TAMBÉM PUXARAM INFLAÇÃO

Depois dos alimentos, o grupo de saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação, ficaram em segundo lugar entre os nove grupos pesquisados. O maior aumento foi registrado em itens de higiene pessoal, com destaque também para planos de saúde e produtos farmacêuticos.

O grupo vestuário ficou em terceiro lugar, com um impacto de 0,78 ponto percentual. A inflação desse grupo foi puxada pela alta nos preços de roupas masculinas e femininas, que ficaram acima dos 20% ao ano.

Já o grupo habitação ficou próximo da estabilidade, e os grupos transporte e comunicação registram deflação. Fonte: Deutsche Welle – 09.01.2023

domingo, 21 de agosto de 2022

EUA têm mais de 9 milhões de desempregados apesar de alta em salários e vagas de sobra

Faz 35 graus em uma tarde de julho em Washington D.C. e a fila da sorveteria só aumenta, a ponto de sair pela porta do estabelecimento. No caixa, um funcionário anota o pedido e recebe o pagamento. Em seguida, ele mesmo prepara as casquinhas e as entrega aos consumidores, para correr de volta ao caixa e atender o próximo cliente. Sozinho atrás do balcão, o atendente se desdobra. Mas a fila, composta por famílias sem máscara e ansiosas para aproveitar o primeiro verão pós-pandemia, não cede.

Comprar uma casquinha de sorvete no horário de pico de uma tarde ensolarada no fim de semana, na capital dos Estados Unidos, pode levar entre 20 minutos e meia hora. Há quem desista. No país do capitalismo de manual, a sorveteria perde clientes porque não consegue vender seu produto em tempo hábil.

Há vagas ali abertas há semanas – para contratar atendentes de balcão e gerente de turno – com salários entre US$12,50 e US$19 por hora. Mas não há candidatos para ocupá-las.

Essa história é um exemplo de um curioso fenômeno experimentado pelos Estados Unidos. Em franca recuperação econômica, depois de um tombo histórico só comparável ao da Grande Depressão de 1929, o país vive uma contradição: há muitas vagas de trabalho abertas, e também muitos desempregados, mas eles não se completam.

De acordo com o último dado do governo americano, a taxa de desemprego em junho de 2021 era de 5,9% – ou algo em torno de 9,5 milhões de pessoas. Os empregadores, no entanto, não conseguem contratar. A pesquisa da Federação Nacional de Negócios Independentes mostrou que, no mês passado, 46% dos pequenos empresários do país disseram não ter conseguido funcionários para suas vagas no período, mais do que o dobro da média histórica medida nos últimos 48 anos.

"Na movimentada temporada de verão, muitas empresas não conseguiram contratar trabalhadores suficientes para administrar com eficiência seus negócios, o que restringiu as vendas e a produção", afirmou o economista-chefe da federação, Bill Dunkelberg.

Salários aumentando e bônus de US$ 1 mil só por assinar contrato

"Em junho, vimos um percentual recorde de proprietários aumentando a remuneração para ajudar a atrair os funcionários necessários", completou Dunkelberg. A pesquisa mostra que 39% dos empresários subiram suas ofertas salariais no período. É o terceiro mês consecutivo de alta nas estimativas de pagamento aos trabalhadores americanos. No ano, a remuneração por hora de trabalho já acumula reajuste de 3,6%.

E os donos de negócios não têm apelado só a aumento de salário pra atrair mão de obra. Empresas do setor de serviços têm oferecido bônus de até US$ 1mil ao funcionário recém‑contratado, apenas pelo fato de ele ter aceitado se vincular à empresa.

O bartender e gerente de cervejaria Eugene Barnett, de 42 anos, foi um dos profissionais que receberam uma proposta de emprego que lhe garantiria US$ 1 mil apenas pela assinatura do contrato. Barnett afirma que a proposta não o tentou porque a remuneração por hora não era tão significativa.

Antes da pandemia, ele conta que trabalhadores em bares na capital americana costumavam receber cerca de US$ 9 por hora. Agora, para atrair a mão de obra, é preciso oferecer algo em torno de US$ 15 por hora. Para ele, a resistência de parte dos chefes em aumentar os salários explica por que há o descasamento entre vagas e desempregados.

"Os empregadores querem oferecer ao trabalhador o mesmo salário de antes da pandemia, mas a realidade mudou. As pessoas não estão dispostas a se arriscar a contrair covid-19 em transporte público, e pagar por carro de aplicativo para ir ao trabalho é caro. Além disso, as escolas estão fechadas, bancar uma babá pra cuidar do seu filho não sai barato. Então, se fosse para receber o mesmo salário de antes, os trabalhadores acabariam tendo que pagar para trabalhar", afirma Barnett à BBC News Brasil.

'EFEITO PREGUIÇA' DO SEGURO-DESEMPREGO?

Ele rechaça a tese de que os benefícios de seguro-desemprego oferecidos pela administração do democrata Joe Biden à população americana como forma de mitigar os danos econômicos da pandemia tenham criado o "efeito preguiça" na força de trabalho americana.

De março a setembro de 2021, os Estados Unidos aumentaram e facilitaram o acesso à cobertura assistencial para quem perdeu o emprego durante a pandemia de Covid-19. Trabalhadores desempregados que se encaixam nos pré-requisitos do programa recebem 300 dólares por semana, ou US$ 1,2 mil por mês.

Alguns economistas afirmam que isso pode ter colocado um piso alto demais na remuneração para que os pequenos negócios de serviços, como restaurantes e bares, possam competir e retirar os trabalhadores de casa.

"Com o crescimento que estamos vendo na economia, era de se esperar que a geração de empregos mensais no país estivesse na casa do milhão. O número de junho, no entanto, veio apenas em 850 mil americanos recém-empregados. Parece óbvio que o programa de seguro-desemprego está retirando incentivo de certos trabalhadores saírem de casa", afirmou à BBC News Brasil Daniil Manaenkov, economista da Universidade de Michigan.

Os dados disponíveis, no entanto, não provam essa hipótese, ao menos por enquanto. Mais de 20 Estados americanos já cortaram, nas últimas semanas, o programa de seguro-desemprego federal de sua população, na expectativa de que isso aumentasse a busca por ocupação na região.

Os quatro primeiros a tomar essa iniciativa (Alasca, Iowa, Mississipi e Missouri) o fizeram há quase um mês. Ali, no entanto, as buscas por vagas desde então ficaram 4% abaixo da média nacional, de acordo com o site Indeed, um dos maiores agregadores de oportunidades de emprego no país.

CHOQUE ESTRUTURAL NA ECONOMIA

Ainda assim, Manaenkov acredita que o fim do auxílio federal e o retorno das aulas presenciais, programado para setembro, devem ajustar parcialmente a demanda e a oferta da força de trabalho. Manaenkov afirma, no entanto, que a normalização entre vagas e trabalhadores pode se alongar, já que a pandemia provocou o que ele chama de "choque estrutural na economia".

"De repente, setores inteiros - como hotelaria ou limpeza de prédios comerciais - foram drasticamente reduzidos pela Covid-19. Esses trabalhadores dispensados tiveram que ser reabsorvidos em outras áreas - delivery de comida, fabricação de máscaras, por exemplo. Voltar à normalidade vai ser um novo choque estrutural", diz Manaenkov.

O problema da economia americana pode soar ao leitor como bom demais para ser verdade, especialmente quando comparado a cenários como o do Brasil – onde a economia ensaia retomada, a despeito da taxa recorde de 14,7% de desempregados registrada pelo IBGE no primeiro trimestre de 2021. E, de acordo com os especialistas, a saída dos americanos da recessão pandêmica - com salários mais altos e vagas de sobra - é uma realidade "única" e "exclusiva" daquele país.

"A maior parte dos demais países do mundo, à exceção talvez da Alemanha, terão problemas fiscais e de desemprego muito mais graves para lidar", afirma Manaenkov. Fonte: G1 Mundo - Por BBC- 18/07/2021

sábado, 16 de julho de 2022

Inflação nos EUA tem a maior alta em 40 anos

Taxa anual registrada em junho é a maior desde 1981. Gasolina e alimentos são principais causas do aumento dos preços. Dados fortalecem expectativa de que Fed eleve os juros em 0,75 ponto neste mês.

A inflação nos EUA atingiu a maior alta em quatro décadas em junho, com os preços ao consumidor subindo 9,1% em relação ao ano anterior, informou o governo americano nesta quarta-feira (13/07).

Essa é a maior taxa anual desde 1981, superando os 8,6% registrados em maio.

De um mês a outro, os preços subiram 1,3% entre maio e junho, enquanto de abril a maio apresentaram alta de 1%.

Os números ainda não mostram os efeitos da política monetária agressiva do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que vem elevando as taxas desde março passado e pretende continuar fazendo isso até que a inflação seja contida.

GASOLINA E ALIMENTOS SÃO MAIORES VILÕES: A subida dos preços da energia, sobretudo da gasolina, assim como dos alimentos foram os fatores que, novamente, mais influenciaram a nova alta da inflação.

O aumento do preço da energia foi de 7,5% em um mês e contribuiu para quase metade do aumento mensal, e no caso específico da gasolina, subiu 11,2% no mês passado  – e 59,9% nos últimos 12 meses. A alta do custo dos alimentos em junho foi de 1%.

Nos últimos 12 meses, os preços da energia subiram 41,6%, o maior crescimento desde abril de 1980. Quanto aos alimentos, a alta foi de 10,4% em um ano, a maior desde fevereiro de 1981. Fonte: Deutsche Welle – 13.07.2022

domingo, 12 de junho de 2022

Inflação dispara nos EUA e atinge maior patamar em 40 anos

Preços ao consumidor aumentam 8,6% em maio, puxados pelos custos de energia e alimentação. Índice aprofunda crise no governo Biden e gera pressão por novos aumentos nas taxas de juros.

A taxa de inflação nos Estados Unidos aumentou em 8,6% no mês de maio, atingindo o maior patamar em quatro décadas, segundo os dados divulgados na sexta-feira (10/06) pelo Departamento do Trabalho dos EUA.

Os novos números aprofundam a crise no governo do presidente americano, Joe Biden, e frustram as esperanças de que o aumento dos preços ao consumidor pudessem ter atingido o ápice, enquanto a população sofre para cobrir os gastos essenciais, como alimentação, moradia e combustíveis.

SETOR DE ENERGIA

A alta da inflação em maio foi impulsionada pelos preços do setor de energia – petróleo bruto, gás e eletricidade – que aumentaram 34,6% nos últimos 12 meses, puxados pela alta de 106,7% do petróleo, sendo este o maior aumento desde o início dos registros dos dados de inflação.

Na comparação com abril, os preços da energia aumentaram 3,9%, após uma queda de 2,7% no mês anterior. Os alimentos registaram alta de 10,1% em um ano, com alta de 11,9% nos os produtos relacionados às compras em supermercado – a maior alta desde 1979 – e de 7,4% nos restaurantes.

A gasolina aumentou 4% em maio, sendo que em um ano a alta foi de quase 50%. As passagens aéreas subiram quase 38% no ano passado, o maior aumento desde 1980. Excluídos os preços dos alimentos e da energia, o aumento da inflação em maio foi de 6%.

NOVOS AUMENTOS NA TAXA DE JUROS

A alta da inflação, que resultou nos números mais altos registrados desde 1981, devem aumentar a pressão para que o Fed – Federal Reserve, instituição que atua como uma espécie de Banco Central americano – continue a aumentar agressivamente a taxa de juros.

Isso, porém, implicaria em custos mais altos nos empréstimos para os consumidores e empresas, exacerbando o risco de uma recessão.

Os dados revelados n sexta-feira reforçam os temores de que a inflação americana esteja se espalhando além dos setores de energia e alimentação, impulsionados pelos gargalos na cadeia global de abastecimento e pela invasão russa à Ucrânia.

Pesquisas de opinião revelam que os americanos veem a alta da inflação como o maior problema no país nos dias atuais. A maioria reprova o gerenciamento econômico do governo Biden. Fonte: Deutsche Welle – 10.06.2022

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Inflação da zona do euro bate recorde e chega a 8,1% em maio

Disparada de preços nos últimos 12 meses na região é atribuída ao impacto da guerra na Ucrânia nos custos de energia e alimentos, após altas provocadas por problemas nas cadeias de fornecimento devido à pandemia.

A inflação nos 19 países da zona do euro nos últimos 12 meses subiu para 8,1% em maio, ante 7,4% em abril, segundo números divulgados nesta terça-feira (31/05) pelo Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat).

Os preços vêm subindo acentuadamente desde o ano passado, inicialmente devido a problemas na cadeia de suprimentos após a pandemia de covid-19 e posteriormente devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os custos de energia saltaram 39,2% como resultado da crise global energética causada pela guerra. Já os alimentos ficaram 7,5% mais caros, enquanto os preços de outros bens – como roupas, eletrodomésticos, carros, computadores e livros – subiram 4,2%, e o custo dos serviços aumentou 3,5%.

A taxa de inflação da Alemanha atingiu 7,9% em maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Departamento Alemão de Estatísticas (Destatis).

Inflação na zona do euro – com população de cerca de 343 milhões de pessoas. – está agora em seu nível mais alto desde que os registros para a moeda começaram, em 1997.

Aumento dos juros

Para domar os aumentos de preços, o Banco Central Europeu já cogita um aumento de 0,25 ponto percentual em sua taxa de depósitos negativa de -0,5% em julho e setembro.

No início de maio, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) elevou as taxas de juros em 0,5 ponto percentual pela primeira vez desde 2000, em uma tentativa de combater a inflação crescente.

Os países da zona euro são a Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda,  Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha. Fonte: Deutsche Welle – 31.05.2022

 

sábado, 14 de maio de 2022

Inflação quase dobra no Brasil em um ano

A inflação acumulada em 12 meses no Brasil chegou a 12,13% em abril, informou na quarta‑feira (11/05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo mês do ano passado, a taxa praticamente dobrou: em abril de 2021, a inflação anual era de 6,76%.

O índice em abril ficou acima dos 12 meses imediatamente anteriores (11,3%) e é o maior desde outubro de 2003. A taxa acumulada no ano chegou a 4,29%, quase um ponto percentual acima da meta que o Banco Central estabeleceu para todo o ano (3,5%) e próxima do teto da margem (5,25%).

Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, foi de 1,06% em abril, mais de três vezes maior que a do mesmo período de 2021 (0,31%) e a maior taxa para o mês nos últimos 26 anos, desde abril de 1996. No entanto, a taxa ficou abaixo da registrada em março (1,62%).

A alta foi impulsionada, sobretudo, pelo aumento dos preços dos combustíveis, que pressionam a taxa desde o final de 2021 devido à política de paridade de preços da Petrobras.

Com o resultado mensal de abril, o Brasil acumula oito meses seguidos com a inflação acima dos dois dígitos, o que reforça as apostas de nova elevação da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano – isso poderá ter impacto no crescimento da maior economia da América Latina, já que juros altos encarecem o crédito.

PRINCIPAIS ALTAS: Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em abril. Os alimentos, com inflação de 2,06%, tiveram o maior impacto no índice no mês, seguido por transportes (1,91%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% da inflação em abril.

"Alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em abril. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%)", explica o analista do IBGE André Almeida.

No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que continuaram subindo (3,20%), assim como no mês anterior, com destaque para gasolina (2,48%).

"A gasolina é o subitem com maior peso na inflação (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular", detalha Almeida.

Também registraram alta de preços os grupos saúde e cuidados pessoais (1,77%), artigos de residência (1,53%), vestuário (1,26%), despesas pessoais (0,48%), comunicação (0,08%) e educação (0,06%).

O único grupo com deflação foi habitação (-1,14%), devido à queda de 6,27% no preço da energia elétrica.

ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS: Economistas preveem que o Brasil terminará o ano com inflação de 7,89%, inferior à de 2021 (10,06%), mas que, mesmo assim, dobrará a meta estabelecida pelo Banco Central pelo segundo ano consecutivo.

O aumento da inflação obrigou o Banco Central a elevar a taxa básica de juros na semana passada para 12,75% ao ano, seu maior nível em cinco anos, na tentativa de conter a escalada de preços. Fonte: Deutsche Welle – 12.05.2022  

domingo, 10 de abril de 2022

O mundo caminha para uma desglobalização?

 

Primeiro, a crise da pandemia expôs rupturas na economia. Agora, a guerra na Ucrânia afeta os mercados de commodities. Tais interrupções estão estimulando uma mudança na concepção das cadeias de abastecimento.

Certamente, você já ouviu falar em globalização. Mas e sobre desglobalização?

Interrupções nas cadeias de abastecimento, aumento de preços, escassez – todas essas realidades diárias poderiam ser conectadas a um processo conhecido como desglobalização.

Especialistas afirmam, inclusive, que a guerra na Ucrânia, junto com a pandemia, marca um ponto de virada rumo a uma era desglobalizada.

Mas que forma ou que rumo tomaria esse novo mundo?

 UMA BREVE INTRODUÇÃO À GLOBALIZAÇÃO: Segundo pesquisadores e estudiosos do tema, há, basicamente, três tipos de globalização: econômica, social e política.

A globalização econômica é a integração da economia mundial em termos de comércio, um processo que tem seus defensores e críticos.

De acordo com quem defende esse conceito, a globalização aumenta o padrão de vida das pessoas, retirando-as da pobreza.

Por outro lado, os louros dessa globalização não costumam ser divididos de forma igualitária.

"Tanto em termos internacionais quanto nas sociedades industrializadas, a desigualdade aumentou", afirma Andreas Wirsching, professor de história da Universidade Ludwig Maximilian de Munique. A globalização econômica resultou em "muitos vencedores, mas também muitos perdedores, isso é inegável", complementa.

As desvantagens da globalização também incluem consequências sociais e ecológicas, pondera Cora Jungbluth, economista e especialista sênior da fundação alemã Bertelsmann Stiftung, com sede na cidade de Gütersloh.

Trabalhadores de países de alta renda têm visto empregos migrarem para países onde o custo de produção é menor, enquanto "empresas multinacionais têm terceirizado etapas de produção mais poluentes para países em desenvolvimento e emergentes, contribuindo, assim, para as questões ambientais", diz Jungbluth.

GLOBALIZAÇÃO EM RECUO DESDE A CRISE DE 2008: Assim como a globalização reflete um processo crescente de interdependência econômica, a desglobalização marca justamente o recuo da integração econômica global. E há indícios de que isso está acontecendo há algum tempo.

Medida que é chave na globalização, a participação do comércio no Produto Interno Bruto (PIB) global atingiu seu auge em 2008, antes do início da crise.

"A proporção média das exportações em relação ao PIB em todo o mundo aumentou muito significativamente nos anos 1990 e 2000. Entretanto, desde a crise financeira de 2008 e 2009, essas medidas têm estagnado ou mesmo diminuído", explica Douglas Irwin, professor de Economia na Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos.

Irwin e outros especialistas observam que essa tendência tem ocorrido lado a lado com a ascensão do populismo e de medidas econômicas protecionistas. Há, no entanto, outros fatores importantes que têm freado a globalização.

ENTÃO VEIO A PANDEMIA: Em termos econômicos, a crise do coronavírus tem contribuído para interrupções nas cadeias de abastecimento. Não há como esquecer a consequente escassez, o aumento de preços e também o armazenamento de produtos – aquele momento em que você se deparou com o último rolo de papel higiênico.

Tais interrupções estimularam uma mudança fundamental na concepção dessas cadeias de abastecimento, explica Megan Greene, economista e membro sênior da Harvard Kennedy School, nos Estados Unidos.

"A pandemia mudou uma tendência de produção 'just-in-time' (em que a produção, o transporte e a compra são feitos de maneira regrada e pontual) para a manutenção de estoques", diz Greene. Ela descreve esse novo sistema de contingência como "cadeia de abastecimento global com planos de apoio", de modo que as empresas não são abandonadas quando há rupturas na cadeia global de abastecimento.

Dentro desse modelo com planos de apoio, Jungbluth acrescenta que países e empresas têm considerado reduzir as cadeias de abastecimento: "Talvez 'trazer de volta para casa', com insumos e tecnologias-chave mais próximos de seus locais de produção", algo que resulta em mais flexibilidade do lado de quem oferta. Essencialmente, isso caracteriza um afastamento da globalização, com foco na eficiência e no custo-benefício.

AGORA A GUERRA NA UCRÂNIA: Os impactos da invasão russa à Ucrânia têm sido perceptíveis aos consumidores muito devido às sanções impostas à Rússia, sobretudo nos setores de energia e de produtos agrícolas.

"Há ausência de importação de energia, que é necessária, uma vez que a Europa precisa de energia fóssil da Rússia. E o mundo inteiro precisa de produtos agrícolas da Rússia e da Ucrânia", afirma Thiess Petersen, economista e colega de Jungbluth na Bertelsmann Stiftung.

A Rússia e a Ucrânia são exportadores globais muito significativos de trigo e óleo de girassol, por exemplo.

Irwin corrobora a tese de que a interrupção das exportações devido à guerra e às sanções impostas à Rússia têm levado a aumentos de preços.

"Temos visto os preços das commodities subirem bastante como resultado da guerra, a exemplo de produtos como trigo e petróleo (pelo menos inicialmente)", diz Irwin.

A consequência disso é o aumento de preços para o consumidor final, o que, por sua vez, estimula a inflação.

Por outro lado, as sanções contra a Rússia estão isolando o país – que tem uma economia significativa – do resto do mundo.

Economistas enxergam esse cenário não apenas como a desintegração de mercados interconectados, mas sim o desenrolar de um progresso que a globalização trouxe consigo.

A escassez e os altos preços de alimentos básicos serão observados não apenas em países de alta renda, mas também em nações em desenvolvimento e emergentes. Para países altamente dependentes de importações de farinha e petróleo baratos, isso "pode até levar à fome", acrescenta Jungbluth.

O FIM DA ERA GLOBALIZADA? A crise de 2008, o protecionismo tarifário subsequente, a reestruturação da cadeia de abastecimento devido à pandemia, a desintegração de mercados interconectados por causa da guerra na Ucrânia, conclui Petersen, talvez estejam nos levando "ao início de uma espécie de desglobalização".

Neste contexto, Greene pondera que não há um índice para medir a globalização. E contesta a narrativa atual, promovida a partir do início da pandemia, com relação a fatores como onshoring (recolocação de negócios dentro das próprias fronteiras), nearshoring (recolocação de negócios em países próximos) e regionalização da cadeia de abastecimento. Essa narrativa, segundo Greene, não é sustentada por muitos indicadores de globalização, a exemplo de pesquisas de dados.

"Na mais recente pesquisa realizada pela Câmara de Comércio de Xangai, nenhuma empresa americana afirmou que voltaria para operações onshore, ou seja, sair da China e voltar para os Estados Unidos", aponta Greene.

Por outro lado, a economista destaca que apesar de investimentos de longo prazo terem continuado de maneira acelerada na China, investimentos de curto prazo ficaram mais evidentes a partir da invasão russa na Ucrânia, o que também indica um ponto de virada.

"O auge da globalização ficou para trás. Eu diria que estamos vendo a globalização progredir muito mais lentamente do que antes, mas ainda não estamos no território da desglobalização", afirma Greene.

ADMIRÁVEIS NOVOS BLOCOS: As sanções do Ocidente contra a Rússia e a fuga de capitais da China indicam uma tendência global, segundo Jungbluth: "Nos últimos anos, os países têm tentado reduzir as chamadas 'dependências críticas', o que também pode levar à desglobalização".

Já Irwin traça paralelos com a era da Guerra Fria, quando "certos países que estavam politicamente alinhados também se tornaram mais alinhados economicamente, e não tão integrados com outros".

Jungbluth, Petersen e outros economistas acreditam que o mundo caminha, atualmente, para dois blocos econômicos geopolíticos distintos: um deles seria formado por países democráticos, de economia de mercado (União Européia, Japão, Coréia do Sul, Oceania, Américas do Norte e do Sul), e outro por estados autocráticos (China, Rússia e seus parceiros comerciais mais importantes).

"O que temos visto é um retorno à geopolítica, e essas tendências também levam à desglobalização, por meio da tentativa de diminuir as dependências econômicas de países que têm conceitos distintos", diz Jungbluth.

ESTAMOS, PORTANTO, NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA? Conforme o historiador Andreas Wirsching, essa é uma discussão popular. "Você quase pode pensar nesses dois momentos juntos: a pandemia de 2020, e agora essa guerra em 2022. Tem-se a sensação, a impressão, como habitantes aqui e agora, que algo está fundamentalmente mudando. Mas como os vários fatores podem ser encarados juntos, isso só se tornará aparente no futuro".

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

PIB da Itália cresce 6,5% em 2021, mostra instituto

 A economia da Itália cresceu 6,5% em 2021, informou em relatório o Instituto Nacional de Estatística (Istat) na segunda-feira (31).

O dado do ano passado já está corrigido pelos dias úteis e ajustado sazonalmente em relação a 2020, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia caído quase 9% por conta do lockdown provocado pela pandemia de Covid-19.

O crescimento em 2021 foi o maior do país em cerca de 45 anos, informou o diretor-central da contabilidade nacional do Istat, Giovanni Savio.

“Para encontrar uma taxa de crescimento equivalente é preciso voltar para trás até 1976, cerca de 45 anos”, disse aos jornalistas. No entanto, considerando o atual cálculo da série história, que iniciou em 1995, esse é o maior valor mais alto já contabilizado.

UNIÃO EUROPEIA: A primeira estimativa para o PIB da zona do euro para 2021 é de alta de 4,6% e na UE é de 4,8%. Fonte: Ansa Brasil - 31 Jan 2022

Caged: Brasil gerou 2,7 milhões de empregos formais em 2021

O Brasil terminou o ano de 2021 com saldo positivo de 2.730.597 vagas de emprego com carteira de trabalho assinada. Ao longo do ano, foram registradas 20.699.802 admissões e 17.969.205 desligamentos. Os dados foram divulgados hoje (31) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

Já o mês de dezembro registrou retração de 265.811 postos de trabalho. O número decorre de um total de 1.703.721 de desligamentos e de 1.437.910 admissões.

O estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, em dezembro, ficou em 41.289.692 vínculos, o que, segundo o ministério, representa uma queda de 0,64% em relação ao mês anterior.

CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: De acordo com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, o resultado para o mês de dezembro era esperado, uma vez que “como ocorre rotineiramente no Brasil, temos as comunicações de demissão principalmente daqueles funcionários que trabalham no regime temporário”.

“O saldo negativo faz parte fundamentalmente dos trabalhadores temporários. Mas esse saldo aplicado sobre o acumulado do ano nos dão saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada no Brasil, da ordem de 2,7 milhões de postos de trabalho”, acrescentou ao destacar que desde o início do governo de Jair Bolsonar, o país acumula saldo positivo de 3.183.221 novos postos de trabalho.

DADOS POR SETOR: No acumulado do ano, o saldo de 2,7 milhões de postos de trabalho teve, no setor de serviços, sua maior contribuição, com 1.226.026 vagas criadas. Foram 9.284.923 admissões ante a 8.058.897 desligamentos.

O setor de comércio agregou outras 643.754 vagas (4.889.494 admissões e 4.245.740 desligamentos), enquanto a Indústria gerou 475.141 novas vagas (3.352.363 admissões e 2.877.222 desligamentos) em 2021.

As atividades de construção criaram 244.755 vagas (2.017.403 admissões e 1.772.648 desligamentos), enquanto agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve 140.927 novas vagas com carteiras assinadas (1.155.619 admissões e 1.014.692 desligamentos).

O estoque (quantidade total de vínculos formais ativos) no acumulado do ano apresentou variação de 7,08% (na comparação com 1º de janeiro de 2021).

Já em dezembro, o saldo de empregos foi negativo em quatro dos cinco grupamentos de atividade econômica analisados. O único a apresentar saldo positivo (9.013 vagas) foi o de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas.

O saldo da indústria ficou negativo em 92.047 vagas; o da construção perdeu 52.033 postos de trabalho; o de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou uma queda de 26.073 vagas; e o de serviços diminuiu em 104.670 o saldo de empregos celetistas.

REGIÕES: As cinco regiões apresentaram saldo positivo de contratações ao longo de 2021.

Região Sudeste foram criados 1.349.692 postos de trabalho (crescimento de 6,8%);

Sul, o saldo foi de 480.771 postos a mais (alta de 6,61%);

Nordeste foram criados mais 474.578 postos (7,58%);

Centro-Oeste, o acréscimo foi de 263.304 vagas (8,07%); e a

Região Norte teve incremento de 154.667 empregos formais (8,62%).

Em dezembro, no entanto, as cinco regiões do país registraram saldo negativo no número de empregos formais. A região que perdeu mais vagas foi a Sudeste, com uma queda de 136.120 postos de trabalho (-0,64%).

A queda na Região Sul ficou em 78.882 vagas (-1,01%), enquanto nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte apresentaram saldos negativos de 21.476 (-0,61%); 15.823 (-0,23%); e 13.375 vagas (-0,68%), respectivamente.

ESTADOS: No acumulado do ano, o estado de São Paulo foi o que abriu maior número de empregos formais, totalizando 814.035 novas vagas, o que representa alta de 6,80%. Em segundo lugar está Minas Gerais, com saldo positivo de 305.182 vagas (alta de 7,5); seguido do Rio de Janeiro, com 178.098 novos postos (5,77%).

Os menores saldos foram registrados em Roraima, com geração de 4.988 postos de trabalho com carteira assinada; Amapá (5.260); e Acre (8.117).

Apenas duas unidades federativas apresentaram saldos positivos em dezembro de 2021: Alagoas (615 postos de trabalho); e Paraíba (61 postos).

Já os estados com menor saldo foram São Paulo, que registrou uma redução de 103.954 no número de empregos formais, seguido de Santa Catarina (-36.644 postos de trabalho); e do Paraná (-24.346 postos).

SALÁRIO MÉDIO: O salário médio de admissão registrado em dezembro foi de R$ 1.793,34. Na comparação com o mês anterior (novembro), o aumento real ficou em R$ 1,51, o que corresponde a alta de 0,08%. Fonte: Agência Brasil – Publicado em 31/01/2022

Comentário: IBGE: Desemprego recua para 11,6% no trimestre encerrado em novembro DE 2021

A taxa de desocupação caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, recuo de 1,6 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior.

REDUÇÃO NÚMERO DE DESEMPREGADOS: : O número de desempregados diminuiu 10,6% nesse mesmo período, chegando a 12,4 milhões. É uma redução de 1,5 milhão de pessoas. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, houve queda de 14,5%, o que representa 2,1 milhões a menos em busca de trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (28) pelo IBGE.

Na comparação com o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas ocupadas aumentou 3,5%. São 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. “Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. Com isso, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,1%, um aumento de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Fonte: Editoria: Estatísticas Sociais - 28/01/2022 09h00 | Atualizado em 28/01/2022 14h55

sábado, 25 de dezembro de 2021

Economia chinesa deve crescer 8% em 2021 e 5,1% em 2022

 A economia chinesa vai crescer 8% em 2021 e 5,1% em 2022, segundo o Banco Mundial (BM), que reduziu as suas previsões para este ano em 0,5 ponto percentual, em comparação com as projeções anteriores.

De acordo com o último relatório publicado pela instituição, a atividade econômica do gigante asiático sofreu "forte recuperação" no primeiro semestre de 2021, mas "arrefeceu rapidamente" no segundo semestre do ano.

 O Produto Interno Bruto (PIB) abrandou no terceiro trimestre, de acordo com dados oficiais, crescendo 4,9% após avanços de 18,3% e 7,9% nos dois primeiros trimestres de 2021.

O Banco Mundial acredita que o arrefecimento se deve a fatores como os surtos recorrentes de covid-19, que "complicaram" a retomada do setor dos serviços, e a crescente regularização por parte das autoridades nos setores imobiliário e financeiro.

"Tudo isso levou a uma pressão descendente sobre o consumo e investimento privados, que foi compensada por exportações mais fortes do que o esperado dada a robusta procura externa". O relatório também cita as falhas de energia como um dos fatores que influenciaram o desempenho econômico em 2021.

O Banco Mundial espera que o PIB da China atinja 8% este ano, menos 0,5 ponto do que nas suas previsões anteriores, e 5,1% em 2022 devido a "um efeito de base menos favorável e a uma menor contribuição para as exportações", ao qual devem ser somados "os esforços de desalavancagem do governo".

A agência indica que o país continuará com a sua política de "casos zero", o que implica a imposição de restrições severas em áreas onde são detectados casos de covid-19 ou a manutenção de fronteiras praticamente fechadas.

"Essa estratégia requer medidas de contenção contínuas, mas esperamos que a procura interna continue a ser retomada gradualmente", afirma o relatório.

A instituição lembra, no entanto, que novas variantes do coronavírus, como a ômicron, poderiam levar a "mais restrições e maiores perturbações da atividade econômica".

"Além disso, a economia chinesa é vulnerável a perturbações da cadeia de abastecimento, que poderiam ser mais persistentes do que o esperado. Isso contribuiria para maiores pressões inflacionárias", acrescenta o relatório. Fonte: Agência Brasil - Publicado em 22/12/2021

domingo, 6 de junho de 2021

G7 fecha acordo sobre imposto mínimo global para empresas

Decisão das sete maiores economias daria fim a competição entre os governos para atrair multinacionais com tributação baixa. G7 também debateu melhor coordenação de exigências climáticas a grandes companhias.

Os ministros de Finanças dos países sete principais países industrializados anunciaram neste sábado (05/06) a intenção de adotar um imposto empresarial global mínimo de 15%. A medida visa forçar as multinacionais, sobretudo as gigantes de tecnologia, a contribuírem mais para os cofres estatais dos países mais atingidos pela pandemia.

"Estou feliz de anunciar que hoje, após anos de discussão, os ministros de Finanças do G7 chegaram a um acordo histórico para reformar o sistema fiscal global", declarou o chefe de pasta britânico, Rishi Sunak, que presidiu o encontro.

Seu colega alemão, Olaf Scholz, comentou, em comunicado: "A decisão do G7 sobre justiça tributária é histórica. É muito boa notícia para a justiça e a solidariedade, e má notícia para os paraísos fiscais por todo o mundo."

O ministro da França, Bruno Le Maire, classificou o comprometimento do grupo como um "ponto de partida", propondo que seja levado mais adiante: "Nos próximos meses, lutaremos para assegurar que esse imposto seja aplicado no nível mais alto possível." Fonte: Deutsche Welle – 05.06.2021

OBS: POR QUE MUDAR AS REGRAS?

Os governos enfrentam há muito tempo a dificuldade em tributar empresas globais que operam em vários países ao mesmo tempo.

Esse desafio ficou ainda maior com o crescimento vertiginoso de grandes corporações de tecnologia, como Amazon e Facebook.

De acordo com as regras atuais, as empresas podem abrir filiais e declarar seu lucro a partir de países que oferecem impostos mais baixos e vantajosos.

Na prática, isso significa que elas pagam apenas as taxas dos lugares onde estão as filiais, mesmo que parte importante desse lucro venha de vendas realizadas em outros países.

Essa estratégia não é ilegal e costuma ser algo comum entre as multinacionais.

O novo acordo visa impedir que isso continue a acontecer de duas maneiras diferentes.

Em primeiro lugar, o G7 quer que as empresas paguem mais impostos nos países onde elas oferecem produtos ou serviços, e não apenas onde declaram seus lucros.

Segundo, a ideia de uma alíquota global mínima de 15% evitaria que os países criem regras próprias, o que estimularia alguns locais a adotarem porcentagens mais baixas e prejudiciais aos demais. Fonte: BBC News – 06.06.2021

domingo, 7 de fevereiro de 2021

China exportou 220 bilhões de máscaras no ano passado

 A China exportou mais de 220 bilhões de máscaras faciais no ano passado,  equivalente a cerca de 40 máscaras por habitante do planeta fora da China, informou o Ministério do Comércio chinês na sexta‑feira (29/01).

A demanda pelo equipamento de proteção disparou durante a pandemia, e a venda de máscaras faciais tornou-se um fator importante para as exportações chinesas depois que a covid-19 impactou de forma negativa a atividade econômica do país no primeiro semestre de 2020.

O vice-ministro de Comércio da China, Qian Keming, afirmou que, além das máscaras, a China exportou 2,3 bilhões de itens de equipamentos de proteção e um bilhão de kits de teste para a covid-19 no ano passado, "fazendo uma contribuição importante para a luta global contra a pandemia".

Apenas as exportações de máscaras representaram 52,6 bilhões de dólares (R$ 286 bilhões), segundo uma autoridade chinesa informou no início do mês.

A China, país onde a covid-19 surgiu no final de 2019, foi também a primeira nação a se recuperar depois de impor lockdows e medidas de controles rigorosos. O país asiático deve ser a única das grandes economias do mundo a registrar crescimento positivo no ano passado, quando o PIB chinês cresceu 2,3%, a menor alta em mais de quatro décadas.

O representante do Ministério do Comércio chinês, Chu Shijia, porém, afirmou na sexta‑feira  que seu país ainda enfrenta um cenário "severo e complexo" em relação ao comércio exterior e aos investimentos neste ano. Fonte: Deutsche Welle -  29.01.2021

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

PIB brasileiro tem queda recorde de 9,7% no segundo trimestre

Sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus e do isolamento social, a economia brasileira registrou uma retração de 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação aos primeiros três meses do ano. Em relação ao segundo trimestre de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas representam as retrações mais intensas da série iniciada em 1996, divulgou o IBGE na terça‑feira (1º/09).
Com as duas quedas recordes, o PIB brasileiro voltou ao mesmo patamar do final de 2009, quando sofria os impactos da crise financeira global de 2008.

RECESSÃO TÉCNICA
No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, houve queda de 2,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O IBGE também revisou o resultado dos primeiros três meses de 2020: de uma queda de 1,5% para 2,5%. Com dois trimestres seguidos de recessão, o Brasil se encontra em recessão técnica. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 2016.

PRINCIPAIS ECONOMIAS DO MUNDO
O recorde de retração econômica espelha os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que não poupou nem mesmo as principais economias do mundo. No final de agosto, a Alemanha, a maior economia da Europa, divulgou o maior declínio de sua produção econômica da história – tendo, assim como o Brasil, registrado queda de 9,7% em relação ao trimestre anterior.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou que entre as 30 economias que apresentaram os resultados econômicos do segundo trimestre, a média da retração do PIB ficou em 9,5%. Considerados somente os países membros da OCDE, a média foi de 9,8%.   Fonte: Deutsche Welle – 01.09.2020

Comentário:
Austrália com queda de 7% no PIB, a maior da sua história
A Austrália registou  uma queda de 7% no produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre, o pior declínio da sua história, e entrou na primeira recessão em quase três décadas.
"A pandemia global e as políticas de contenção relacionadas levaram a uma queda de 7% do PIB no trimestre de junho", afirmou o chefe do Gabinete de Contas Nacionais da Austrália.

"Esta é, por uma larga margem, a maior queda trimestral do PIB desde o início dos registos em 1959", acrescentou. Fonte: RTP Noticias – Portugal – 02/09/2020

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

PIB do Reino Unido sofre tombo de 20,4% no segundo trimestre

RECESSÃO TÉCNICA
O Reino Unido entrou oficialmente em recessão pela primeira vez em 11 anos. Na terça‑feira (12/08), o governo anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país sofreu uma queda de 20,4% entre abril e junho em comparação aos três primeiros meses do ano. Foi o segundo trimestre consecutivo de contração. Em termos técnicos, a recessão é definida como dois trimestres consecutivos de contração.

PANDEMIA DE CORONAVÍRUS
O Escritório Nacional de Estatísticas apontou que todos os setores da economia do país sofreram com quedas devido à pandemia de coronavírus.
De acordo com as estatísticas, a contração no segundo trimestre é a maior já registada no Reino Unido desde 1955, quando começaram os registros trimestrais.

QUEDA DA ECONOMIA BRITÂNICA
A queda da economia britânica entre os meses de abril e junho também foi a maior entre as economias da Europa. Bem acima do tombo registrado na Alemanha (10,1%), na França (13,8%), na Itália (12,4%) e até na Espanha (18,5%).
No primeiro trimestre, entre janeiro e março, o PIB do Reino Unido já tinha sofrido uma queda de 2,2%, mas a recessão ficou mais evidente a partir de abril, quando o país sofreu uma estagnação devido à paralisia econômica na esteira das medidas impostas para conter a disseminação do novo coronavírus.

SINAIS DE MELHORA
No entanto, há sinais de melhora. O PIB aumentou 8,7% em junho, quando o país começou a flexibilizar as regras de isolamento e os efeitos da pandemia já haviam diminuído. Maio, por sua vez, registou um aumento de 2,4%. O mau resultado foi puxado por abril, que teve queda de 20%.

SETORES MAIS AFETADOS
Os setores mais afetados no segundo trimestre foram;
1.Hotelaria, restaurantes e bares, que sofreram uma queda de 86,7%.
2.Comércio varejista, por sua vez, caiu 20%.
3.Transportes, 30%.
4.Setor da educação sofreu uma contração de 34,4%.
5.Construção caiu 35%,
6.Indústria teve queda de 20,2% entre abril e junho.
Ao todo, foram perdidos 730 mil empregos por conta da pandemia de Covid-19.
Depois do Reino Unido, a Espanha foi o país que apresentou a maior queda no período, com 18,5%. Portugal (-14,1%), França (-13,8%) e Itália (-12,4%) vem na sequência. (ANSA).
Fonte: Deutsche Welle – 12.08.2020

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Coronavírus: Empresas alemãs já contam com ampliação das restrições impostas pela pandemia

Uma pesquisa realizada pelo instituto alemão de pesquisas econômicas Ifo divulgada na segunda-feira (10/08) revela as ansiedades dos empresários alemães, que se preparam para uma possível ampliação das restrições impostas pela pandemia de covid-19 por mais 8,5 meses, em média.

LIMITAÇÕES
As limitações, como as que ocorreram nos meses em que o país esteve em confinamento obrigatório e com a suspensão de várias atividades econômicas, geram enormes prejuízos e ameaças à sobrevivência das empresas, assim como um aumento na procura dos auxílios oferecidos pelo governo.
§As empresas do setor de entretenimento, que sofreram fortes abalos durante a crise gerada pelo coronavírus, são as mais pessimistas. A expectativa dos empresários é que as limitações sejam ampliadas por até 13 meses.
§O setor de artes, cultura e gastronomia, a previsão é de 11 meses.
§Os mais otimistas são os produtores de bebidas, que esperam apenas 6,4 meses de restrições em suas atividades.
§O setor de serviços se prepara para um período de 8,9 meses.
§Profissionais da educação e funcionários de creches contam com mais 10 meses de limitações em suas atividades.
§O setor hoteleiro antecipa 9,3 meses de restrições,
§Os serviços postais esperam, em média, 6,6 meses de atividades restringidas.
§No comércio, a expectativa é de 8,6 meses e,
§Na construção civil, 8,2 meses.
§O setor industrial, um dos maiores motores da economia alemã, se prepara para 7,8 meses de limitações.
§A indústria de manufatura e de produtos de couro, por sua vez, já conta com 11,2 meses de restrições no futuro próximo,
§Manufatura têxtil a expectativa é de mais 9 meses.
§Empresas de produtos químicos esperam 8,2 meses a mais de limitações e
§Engenharia mecânica, 7,9 meses.

AUXÍLIO DE EMERGÊNCIA
O Ifo pesquisou em torno de 8,5 mil empresas, das quais, dois terços entraram com pedidos de auxílio junto ao governo durante a pandemia. As três formas de ajuda mais recorrentes foram os benefícios ao trabalho em jornada reduzida, o auxílio de emergência oferecido pelo governo e as isenções tributárias. Segundo o levantamento, 40% das companhias relataram perdas de ao menos 30% nos rendimentos. Fonte: Deutsche Welle-10.08.2020

domingo, 2 de agosto de 2020

Economia da zona do euro tem retração histórica

A economia da zona do euro registrou no segundo trimestre deste ano uma queda histórica devido à crise provocada pela pandemia de covid-19, anunciou na sexta-feira (31/07) o Serviço Europeu de Estatística (Eurostat). De abril a junho, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona formada por 19 países caiu 12,1% em relação ao trimestre anterior.
De acordo com a entidade, esta é "de longe" a contração mais alta desde o início da série histórica, em 1995. A Eurostat destacou, porém, que se trata de uma "estimativa preliminar", que se baseia em dados ainda incompletos, e que "será revisada".
Pelo menos quatro países da zona do euro anunciaram quedas recordes em suas economias:
§Espanha (18,5%),
§França (13,8%),
§Portugal (14,1%) e
§Itália (12,4%).   
§ Alemanha já havia anunciado (30/7) um declínio de 10,1%.    
§Áustria teve um recuo de 10,7%, e a Bélgica, de 12,2%.

Alemanha
É a queda trimestral mais acentuada desde 1970, quando os registros começaram. O governo alemão prevê a pior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial. 
Economistas acreditam que a economia se recuperará na segunda metade do ano, desde que o número de infecções não volte a aumentar significativamente. O Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW) prevê um aumento de 3%. No entanto, provavelmente levará dois anos até que a queda histórica seja de fato compensada, disse o diretor de negócios do DIW, Claus Michelsen.
Segundo o Bundesbank, o banco central alemão, o ponto mais baixo da atividade econômica foi alcançado em abril. De acordo com suas previsões, o terceiro e o quarto trimestres deste ano devem subir significativamente. "O pacote de estímulo econômico mais recente também contribuirá para isso", escreveram os especialistas no último relatório mensal.
O governo federal alemão lançou um pacote de estímulo no valor de 130 bilhões de euros para 2020 e 2021.

ESPANHA
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, se reuniu na sexta-feira com os líderes das regiões espanholas para discutir como reconstruir a economia da zona do euro mais afetada pela pandemia e onde investir os bilhões de euros que serão recebidos de auxílio da União Europeia (UE).

ITÁLIA
A Itália, por sua vez, enfrenta neste ano a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (Istat), com esse declínio "sem precedentes", que segue uma contração de 5,4% no primeiro trimestre, o PIB italiano "registra o menor valor desde o primeiro trimestre de 1995".
Em comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda é ainda mais acentuada e chega a 17,3%. Para a recuperação econômica, o governo italiano injetará 25 bilhões de euros adicionais no orçamento de 2020, elevando o déficit público a 11,9% do PIB.

PORTUGAL
Já em Portugal, o PIB no segundo trimestre retraiu 16,5% quando comparado ao mesmo período de 2019, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.
Como a economia portuguesa é muito dependente do turismo, que corresponde a até 15% do PIB, ela foi fortemente afetada pelas medidas de isolamento. O Banco de Portugal prevê que o PIB do país vai contrair 9,5% em 2020, a maior recessão em um século. Já o governo estima que a queda será de 6,9%. No ano passado, o PIB português cresceu 2,2%.
A pandemia também está ameaçando a taxa de desemprego de Portugal, que subiu para 7% em junho, ante 5,9% em maio, quando dezenas de milhares de empregos foram perdidos em decorrência da pandemia.

FRANÇA
Na França, o Instituto Nacional de Estatística (Insee) disse que o recuo de 13,8% no PIB é o maior desde que a atividade trimestral começou a ser medida, em 1949. Se comparado com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 19%.
O instituto também revisou o PIB do primeiro trimestre, quando os bloqueios começaram a ser implementados, para uma contração de 5,9%, ante os 5,3% estimados anteriormente. Agora, a França acumula três trimestres consecutivos de queda e continua em recessão.
O forte declínio da atividade de abril a junho é, no entanto, menor do que o previsto pela maioria dos analistas e pelo próprio Insee, que projetava um decréscimo de 17%. "A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada à interrupção de atividades 'não essenciais' no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e início de maio", afirmou o instituto em comunicado.
Ao divulgar os números, o Insee explicou que o ponto mais baixo da economia foi em abril, quando apenas trabalhadores considerados essenciais puderam exercer suas atividades. De acordo com o instituto, a atividade começou a aumentar novamente a partir de maio, quando as autoridades começaram a diminuir as restrições.

MEDIDAS DE ESTÍMULO
O último impacto para a economia europeia foi o do fechamento das fronteiras, tanto as internas como as externas. A UE já voltou a reabrir a maior parte de suas fronteiras internas, mas mantém interrompido o acesso com a maior parte do exterior. Esse bloqueio inicialmente provocou, novamente, problemas nas cadeias de abastecimento e inclusive no envio de material sanitário de um país para outro.
Agora, as duas grandes vítimas são o turismo internacional, o que castiga sobretudo o Mediterrâneo, e as exportações. Por último, a reação dos países foi desigual, de modo que enquanto a Alemanha usou sua musculatura para amortecer o golpe, a Espanha deu uma das respostas mais tímidas da UE, segundo dados do think tank Bruegel.
A recessão, entretanto, será diferente de todas as demais. Por sua rapidez, sua intensidade e, se nada der errado, sua brevidade. Os analistas apontam que o dado da França sugere que os países da zona do euro podem já ter passado pela situação mais grave, o que abriria caminho para a recuperação. Mesmo assim, a persistência de surtos locais —que provocam confinamentos parciais— ofuscam esse processo e prejudicam a atividade, em particular a do turismo do sul da Europa.
Mesmo que a recessão venha a ficar para trás, a crise não terminou. Bruxelas, temendo um semestre complicado se os Governos começarem a retirar as redes de segurança oferecidas a empresas e trabalhadores, prevê que a UE não voltará aos níveis de crescimento anteriores à pandemia pelo menos até 2022. Em uma Europa onde também esta crise está sendo vivida em duas velocidades, a Comissão Europeia primeiro prevê a recuperação do centro do continente, liderada pela Alemanha, e mais tarde do sul. Fonte: Deutsche Welle-31 07.2020; El País - Bruxelas - 31 JUL 2020 - 09:50 BRT

sábado, 27 de junho de 2020

Comissão Europeia aprova pacote alemão de ajuda para a Lufthansa

A Comissão Europeia deu nesta quinta-feira (25/06) o sinal verde para a segunda parcela do plano alemão de recapitalizar a Lufthansa e evitar sua falência devido à crise gerada pela pandemia de covid-19, com um aporte de 6 bilhões de euros (cerca de R$ 36 bilhões), que se somam aos 3 bilhões de euros que Berlim concedeu à companhia aérea como garantia estatal em março.
No mesmo dia, acionistas da empresa reunidos em uma assembleia virtual aprovaram o programa de ajuda do governo alemão. Ao todo, acionistas que detêm 98% dos papeis concordaram com o plano.
Dezenas de trabalhadores da Lufthansa e da sua subsidiária SunExpress se reuniram em frente ao Centro de Aviação Lufthansa, no Aeroporto Internacional de Frankfurt, solicitando que a falência da companhia aérea seja evitada, mantendo assim o emprego de 1.200 pessoas.

ACORDO
Como parte do acordo, o governo alemão terá uma participação de 20% na companhia aérea e dois assentos no conselho de supervisão. O principal acionista do conselho, o bilionário alemão Heinz Hermann Thiele, chegou a se opor à entrada do governo no negócio, mas mudou de posição na quarta-feira.
A Comissão Europeia concluiu que as medidas de recapitalização "ajudarão a gerenciar o impacto econômico do novo coronavírus na Alemanha, mas manterão as salvaguardas necessárias para limitar distorções à concorrência".

"É necessário, apropriado e proporcional para aliviar um sério distúrbio na economia de um Estado-membro", comunicou a comissão, destacando que a medida "não excede o mínimo necessário para garantir a viabilidade da empresa e não vai além da restauração da posição pré‑capital" para a pandemia.
O sinal verde da comissão era necessário porque, de acordo com a legislação da UE, os Estados-membros são geralmente proibidos de fornecer ajuda financeira a empresas nacionais como forma de evitar distorções na concorrência no mercado único do bloco.
Como condições para a aprovação do resgate, a Alemanha prometeu elaborar uma estratégia para sua saída nos 12 meses seguintes à concessão do auxílio e fornecer um plano para a reestruturação da empresa caso o Estado alemão permaneça nela em seis anos.

Além disso, a DLH (controladora da Lufthansa) será proibida de distribuir dividendos, bônus salariais ou recompra de ações, de modo que os proprietários da empresa tenham incentivos para recomprar as ações que o Estado possui agora quando a situação econômica permitir.
A DLH também não poderá usar o dinheiro do resgate para apoiar as atividades de empresas integradas no grupo que estavam em dificuldades econômicas antes de 31 de dezembro de 2019, nem, em princípio, adquirir uma participação de mais de 10% em concorrentes ou outros operadores da mesma linha de negócios.
O acordo também envolve a transferência de 24 slots, isto é, direitos de decolagem e pouso em determinados fusos horários, nos aeroportos de Frankfurt e Munique.

A comissária de Concorrência da União Europeia, Margrethe Vestager, destacou que esses requisitos para a concessão do resgate "dão às companhias aéreas concorrentes a possibilidade de entrar em mercados" como os de Frankfurt e Munique, onde a presença da Lufthansa é significativa e, portanto, "garante preços justos e uma escolha mais ampla para os consumidores".
Após o anúncio, as ações da empresa subiram fortemente – 14,4% –, para 10,25 euros na Bolsa de Frankfurt. Fonte: Deutsche Welle-25.06.2020