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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Alemanha tem maior inflação anual desde a Reunificação

Taxa fecha 2022 em 7,9%, superando também o recorde da antiga Alemanha Ocidental. Guerra na Ucrânia e crise econômica impulsionaram sobretudo os preços da energia e dos alimentos.

A inflação na Alemanha fechou 2022 em 7,9%, a maior taxa anual registrada no país desde a Reunificação, em 1990, apontaram dados definitivos divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (17/01).

O recorde anterior para a antiga Alemanha Ocidental, de 7,6% em 1951, também foi superado.

"A taxa de inflação anual historicamente alta foi impulsionada principalmente pelo aumento extremo dos preços de produtos energéticos e alimentos desde o início da guerra na Ucrânia", afirmou a presidente do Destatis, Ruth Brand.

A inflação de 2022 foi significativamente mais alta do que a dos anos anteriores. Em 2021, a taxa havia sido de 3,1%.

As taxas mensais de inflação se mantiveram elevadas ao longo de todo o ano passado, tendo alcançado 10% em setembro e o índice mais alto, 10,4%, em outubro. Em novembro, voltou para 10%, e em dezembro recuou para 8,6%.

Segundo Brand, os efeitos da crise econômica e da guerra na Ucrânia, como os gargalos de abastecimento e aumentos significativos de preços, marcaram o ano como um todo.

"Mesmo que esses aumentos de preços não fossem totalmente repassados aos consumidores, a energia e os alimentos em particular se tornaram visivelmente mais caros para eles", afirmou.

A presidente do Destatis apontou que as altas taxas mensais de inflação foram temporariamente mitigadas por medidas de alívio. Entre elas, estiveram o bilhete mensal subvencionado de 9 euros para o transporte público, um desconto nos preços dos combustíveis e a redução do imposto sobre gás e aquecimento.

SEM ENERGIA E ALIMENTOS, INFLAÇÃO SERIA DE 4%

A energia encareceu 34,7% em 2022 em relação ao ano anterior, após uma alta de 10,4% em 2021.

A energia das residências saltou 39,1%, com aumentos particularmente acentuados nos preços do gás natural (64,8%) e óleo para calefação (87%). A energia elétrica subiu 20,1%, e os combustíveis, 26,8%.

Sem levar em conta os preços de energia, a taxa anual de inflação de 2022 teria ficado em 4,9%.

Os preços dos alimentos aumentaram 13,4% em 2022, com todos os grupos alimentícios afetados. Tiveram uma alta acima da medida gorduras e óleos (36,2%), como manteiga e óleo de girassol, assim como laticínios e ovos (19,7%).

Se excluídos tanto os alimentos quanto a energia, a inflação de 2022 teria ficado em 4%, cerca da metade da taxa registrada.

Para 2023, a maioria dos especialistas prevê uma desaceleração da inflação. O Instituto para a Economia Mundial (IfW), de Kiel, projeta uma taxa 5,4%, por exemplo.Fonte: Deutsche  Welle - 17/01/2023

sábado, 16 de julho de 2022

Inflação nos EUA tem a maior alta em 40 anos

Taxa anual registrada em junho é a maior desde 1981. Gasolina e alimentos são principais causas do aumento dos preços. Dados fortalecem expectativa de que Fed eleve os juros em 0,75 ponto neste mês.

A inflação nos EUA atingiu a maior alta em quatro décadas em junho, com os preços ao consumidor subindo 9,1% em relação ao ano anterior, informou o governo americano nesta quarta-feira (13/07).

Essa é a maior taxa anual desde 1981, superando os 8,6% registrados em maio.

De um mês a outro, os preços subiram 1,3% entre maio e junho, enquanto de abril a maio apresentaram alta de 1%.

Os números ainda não mostram os efeitos da política monetária agressiva do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que vem elevando as taxas desde março passado e pretende continuar fazendo isso até que a inflação seja contida.

GASOLINA E ALIMENTOS SÃO MAIORES VILÕES: A subida dos preços da energia, sobretudo da gasolina, assim como dos alimentos foram os fatores que, novamente, mais influenciaram a nova alta da inflação.

O aumento do preço da energia foi de 7,5% em um mês e contribuiu para quase metade do aumento mensal, e no caso específico da gasolina, subiu 11,2% no mês passado  – e 59,9% nos últimos 12 meses. A alta do custo dos alimentos em junho foi de 1%.

Nos últimos 12 meses, os preços da energia subiram 41,6%, o maior crescimento desde abril de 1980. Quanto aos alimentos, a alta foi de 10,4% em um ano, a maior desde fevereiro de 1981. Fonte: Deutsche Welle – 13.07.2022

Brasil tem 156,4 milhões aptos a votar nas eleições de outubro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou o número de eleitores aptos a votar no pleito de outubro deste ano. De acordo com o TSE, 156,4 milhões de pessoas poderão comparecer às urnas no dia 2 de outubro para escolher presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores, além de senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

Em caso de segundo turno para a disputa presidencial e para governos estaduais, a eleição será em 30 de outubro.

As informações do cadastro eleitoral mostram que a maior parte do eleitorado é formada por mulheres -- são 82,3 milhões de eleitoras, número equivalente a 52,65% do total. Os homens são 74 milhões e correspondem a 47,33%.

Com 22,16% do total de eleitores, o estado de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Conforme estatística do TSE, a cada cinco eleitores brasileiros, um está no estado.

Minas Gerais tem o segundo maior colégio eleitoral, com 10,41% do total, seguido pelo Rio de Janeiro, com 8,2%).

O número de jovens entre 16 e 17 anos que poderão votar aumentou, passando de 1,4 milhão no pleito de 2018, para 2,1 milhões no neste ano.

O eleitorado acima de 70 anos também aumentou, passando de 12 milhões para 14 milhões entre as duas eleições.

Também houve mudança no nível de escolaridade da maioria do eleitorado. Neste ano, 41,1 milhões (26,31% do total) declararam ter ensino médio completo. Nas eleições gerais anteriores, realizadas em 2014 e 2018, a maioria era composta por pessoas com ensino fundamental incompleto.

O eleitorado brasileiro cresceu 6,21% em relação ao pleito de 2018, quando o total de pessoas aptas a votar foi de 147,3 milhões. Fonte: Agência Brasil - 15/07/2022

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Colômbia elege Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda do país

Gustavo Petro, ex-membro do movimento guerrilheiro M-19 que prometeu mudanças sociais e econômicas profundas, conquistou a Presidência da Colômbia no domingo (19), tornando-se o primeiro candidato de esquerda na história do país.

Petro venceu o magnata da construção Rodolfo Hernández com uma margem inesperadamente ampla, de mais de 700 mil votos, no que analistas disseram ser uma demonstração da ânsia dos colombianos por esforços para combater a profunda desigualdade.

Petro, ex-prefeito da capital Bogotá e atual senador, prometeu combater a desigualdade com educação universitária gratuita, reforma previdenciária e altos impostos sobre terras improdutivas. Ele obteve 50,5% dos votos contra 47,3% de Hernández. Fonte: Agência Brasil - Publicado em 20/06/2022

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Inflação da zona do euro bate recorde e chega a 8,1% em maio

Disparada de preços nos últimos 12 meses na região é atribuída ao impacto da guerra na Ucrânia nos custos de energia e alimentos, após altas provocadas por problemas nas cadeias de fornecimento devido à pandemia.

A inflação nos 19 países da zona do euro nos últimos 12 meses subiu para 8,1% em maio, ante 7,4% em abril, segundo números divulgados nesta terça-feira (31/05) pelo Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat).

Os preços vêm subindo acentuadamente desde o ano passado, inicialmente devido a problemas na cadeia de suprimentos após a pandemia de covid-19 e posteriormente devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os custos de energia saltaram 39,2% como resultado da crise global energética causada pela guerra. Já os alimentos ficaram 7,5% mais caros, enquanto os preços de outros bens – como roupas, eletrodomésticos, carros, computadores e livros – subiram 4,2%, e o custo dos serviços aumentou 3,5%.

A taxa de inflação da Alemanha atingiu 7,9% em maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Departamento Alemão de Estatísticas (Destatis).

Inflação na zona do euro – com população de cerca de 343 milhões de pessoas. – está agora em seu nível mais alto desde que os registros para a moeda começaram, em 1997.

Aumento dos juros

Para domar os aumentos de preços, o Banco Central Europeu já cogita um aumento de 0,25 ponto percentual em sua taxa de depósitos negativa de -0,5% em julho e setembro.

No início de maio, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) elevou as taxas de juros em 0,5 ponto percentual pela primeira vez desde 2000, em uma tentativa de combater a inflação crescente.

Os países da zona euro são a Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda,  Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha. Fonte: Deutsche Welle – 31.05.2022

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

França terá segundo turno entre Macron e Le Pen

Líder francês termina 1º turno na liderança, mas pesquisas indicam que duelo com extremista Marine Le Pen em 24 de abril será mais difícil do que 2017, provocando apreensão sobre o futuro da segunda maior economia da UE. Fonte: Deustche Welle – 11.04.2022



domingo, 20 de setembro de 2020

Supermercados alemães pedem que Berlim pressione Bolsonaro

 Duas das maiores cadeias de supermercados da Alemanha, Edeka e Lidl, manifestaram preocupação com o desmatamento no Brasil e pediram que o governo alemão pressione o governo do presidente Jair Bolsonaro a conter a devastação ambiental.

"Tendo em vista o aumento da demanda global por soja e os desenvolvimentos na região amazônica, compartilhamos suas preocupações", diz uma carta da Lidl enviada à eurodeputada alemã Anna Cavazzini, uma crítica ferrenha da política ambiental de Bolsonaro.

"A rede Edeka está observando os acontecimentos no Brasil com grande preocupação", diz a outra rede, também em carta enviada à eurodeputada.

No documento, a Edeka também afirma que pediu que produtores de soja brasileiros se comprometam a atuar para que áreas do Cerrado não sejam destruídas e convertidas em zonas de cultivo.

A Edeka afirmou ainda que, enquanto membro da Federação Alemã do Comércio de Alimentos (BVLH), pediu que o governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel, pressionasse o governo Bolsonaro a agir para conter o desmatamento e dar prioridade à proteção florestal.

A rede Lidl também é membro da federação que apresentou o pedido ao governo alemão. "Na nossa visão, o desmatamento não é o único aspecto problemático, mas também o fato de que monoculturas em larga escala e uso intenso de pesticidas empobrece o solo e favorece a erosão", disse o conglomerado.

Ambas as redes ainda afirmaram que estão comprometidas com a adoção de "cadeias de abastecimento sem desmatamento". A Lidl, por sua vez, afirmou que o grupo prefere soja da União Europeia (UE) e incentiva a mudança para um cultivo de soja mais sustentável no Brasil.

De acordo com o jornal alemão Taz, que publicou uma reportagem sobre o posicionamento das duas redes, a declaração dos dois conglomerados pode aumentar a pressão para que o governo alemão reavalie seu rumo em relação ao Brasil.

No mês passado, Merkel acenou retirar seu apoio à retificação do acordo de livre comércio da UE com o Mercosul, referindo-se ao desmatamento da Amazônia. Entretanto, ela ainda não desistiu de modo definitivo do tratado.

Em maio, as principais redes de supermercados do Reino Unido ameaçaram boicotar produtos brasileiros se o Congresso Nacional aprovasse a polêmica lei de regularização fundiária, conhecida a "MP da grilagem", posteriormente convertida em projeto de lei.

A carta aberta tem cerca de 40 signatários, incluindo algumas das redes de supermercados mais importantes do Reino Unido, como Tesco, Sainsbury's, Morrisons e Marks & Spencer, além da rede Burger King, do fundo público de pensões sueco AP7 e de outras empresas de gestão de investimentos. Fonte: Deutsche Welle – 090.09.2020

sábado, 8 de agosto de 2020

Estatísticas do eleitorado por grau de instrução

Grau de Instrução
Masculino
Feminino
Não Informado
Total
%
Analfabeto
3.168.540
3.419.261
3.376
6.591.177
4,38
Ensino fundamental completo
5.038.806
4.956.182
2.723
9.997.711
6,64
Ensino fundamental incompleto
18.296.888
17.788.884
6.443
36.092.215
23,98
Ensino médio incompleto
11.779.527
11.430.259
954
23.210.740
15,42
Lê e escreve
5.900.811
5.732.378
22.771
11.655.960
7,74
Superior incompleto
3.601.051
4.406.415
345
8.007.811
5,32
Ensino médio completo
17.156.407
21.287.477
2.140
38.446.024
25,54
Não informado
15.753
18.338
1.050
35.141
0,02
Superior completo
6.446.924
10.033.057
656
16.480.637
10,95
Total
71.404.707
79.072.251
40.458
150.517.416
100
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral – Junho de 2020
Comentário:
Somando as porcentagens de escolaridade, cursos incompletos, analfabetos, etc. perfaz 64% e cursos completos 36%. Qual será o futuro do Brasil?

sexta-feira, 26 de junho de 2020

FMI prevê encolhimento ainda maior do PIB brasileiro

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 9,1% em 2020, em meio aos impactos negativos da pandemia de coronavírus.
A previsão consta no novo relatório Panorama Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira (24/06), que atualizou projeções de abril que já apontavam um cenário extremamente negativo para as economias brasileira e mundial.

A previsão negativa de abril (recuo de 5,3%) já apontava para a maior retração desde 1962, quando teve início a série histórica disponibilizada pelo Banco Central. Tanto os dados de abril quanto os disponibilizados nesta quarta-feira apontam para uma queda maior até do que a de 1990, a pior da série, quando o PIB brasileiro teve queda de 4,35%. O segundo maior recuo foi em 1981, com 4,25%.

Em janeiro, antes de a crise do coronavírus atingir proporções globais, o FMI havia previsto que o PIB brasileiro poderia crescer 2,2% em 2020.
Para 2021, os dados continuam mais otimistas. Na projeção desta quarta-feira, o FMI estima um crescimento de 3,6% no PIB brasileiro.
A nova previsão do FMI também é mais negativa que as projeções mais recentes de analistas brasileiros. Em maio, o governo Bolsonaro estimou que o PIB de 2020 terá uma queda de 4,7%, em meio aos efeitos da pandemia de covid-19. Na segunda-feira, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central com base nas estimativas do mercado, apontou para uma retração de 6,51%.
Já o Banco Mundial estimou na primeira semana de junho que o PIB brasileiro deverá ter uma queda de 8%.

CENÁRIO PESSIMISTA PARA O MUNDO
Em abril, o FMI havia apontado que a economia global sofrerá uma retração de 3% em 2020 em razão da pandemia. Os dados agora são ainda piores: queda de 4,9%.
A crise deve ser grave nos países desenvolvidos, que devem registrar, em média, uma retração de 8% – a previsão de abril apontava para uma queda de 6,1%.
·    A Alemanha, por exemplo, deve sofrer uma retração de 7,8% no seu PIB.
·    Os Estados Unidos, de 8%.
·    A Itália, um dos países mais afetados pela covid-19 na Europa, deve sofrer uma queda de 12,8% – em abril, o recuo previsto chegava a 9,1%.
·    No entanto, o relatório aponta previsão de crescimento de 5,4% na Alemanha em 2021. Na Itália, de 6,3%.
Outros países europeus que aparecem no topo de mortes por covid-19 no continente também devem sofrer recuos de dois dígitos:
·    Reino Unido (-10,2%),
·    Espanha (-12,8%) e
·    França (-12,5%).

Já os países emergentes, grupo do qual o Brasil faz parte, vão, em média, sofrer uma retração de 3% – em abril, a queda prevista era de 1%. Nesse grupo, apenas o México deve registrar resultado pior do que o Brasil, aponta o FMI, com retração de 10,5%.
A retração prevista para o Brasil é apenas levemente melhor do que a média da América Latina e do Caribe. As duas áreas devem, em média, sofrer um encolhimento de 9,4% na economia. Fonte: Deutsche Welle-24.06.2020

domingo, 10 de maio de 2020

EUA registram 33 milhões de pedidos de seguro-desemprego

Em seis semanas, quantidade de pedidos de auxílio já equivale a 22% da força de trabalho. Especialistas apontam que desemprego no país pode chegar a 16% em meio à pandemia.

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira (07/05) que mais 3,1 milhões de pessoas solicitaram o auxílio desemprego na última semana, elevando o total das últimas seis semanas para 33 milhões.

O pico de pedidos pelas parcelas de pagamento recebidas pelos desempregados do país aconteceu na última semana de março, com 6,86 milhões, e desde então os números vêm caindo, mas o impacto da pandemia de covid-19 ainda continua a castigar a economia americana.

Na segunda semana de fevereiro, quando a pandemia não havia se espalhjado oficialmente pelo país, os EUA haviam registrado 211 mil pedidos de auxílio.

A quantidade acumulada nas últimas seis semanas equivale a 22% da população considerada ativa para o trabalho.

De acordo com o Departamento de Trabalho, os maiores aumentos nas solicitações de auxílio desemprego aconteceram nos estados da Califórnia, Texas, Geórgia e Nova York.

Na sexta-feira, o órgão do governo americano divulgará os índices de desemprego do mês de março, e a expectativa é de um crescimento dramático por causa da paralisação de parte da economia do país. Analistas apontam que a marca pode chegar a 16%, depois de alcançar 4,4% em março. Fonte: Deutsche Welle – 07.05.2020

domingo, 5 de abril de 2020

Quem administrará o medo politicamente?

A impotência das potências, a disputa para capitalizar o medo, a crise na Europa, os esforços da China para capitalizar sua luta contra a pandemia e a propagação do vírus ao sul: estas são algumas das questões em jogo no "Geopolítica do coronavírus". O excelente acadêmico Bertrand Badie analisa-os nesta entrevista.
A desordem planetária causada pela propagação do Covid-19 não tem espelhos na história. Sete anos depois que a China lançou seu programa mais ambicioso para reconquistar o mundo, atualizando o mito da Rota da Seda, essa rota se tornou um caminho de morte. Em 2013, Pequim implantou uma rede de infraestrutura espalhada pelos cinco continentes por meio de comunicações marítimas e ferroviárias entre China e Europa, incluindo Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia, Polônia, Alemanha, Portugal, França e Reino Unido.
O sonho de US $ 1 bilhão levou à terceira extinção do século 21: a primeira foi financeira, com a crise bancária de 2008; a segunda foi a extinção de liberdades quando o ex-analista da Central de Inteligência Americana (CIA) Edward Snowden revelou a extensão e a profundidade da espionagem planetária orquestrada pelos Estados Unidos e suas agências de segurança; o terceiro é sanitária.
Ninguém pergunta mais para onde o mundo está indo, mas sim se haverá um mundo amanhã. As máscaras do tecno liberalismo e sua construção global, isto é, a globalização, caíram.

A máscara, esse objeto precioso para sobreviver, tornou-se o revelador do abismo do mundo; sem máscaras, a cortina se fechava na falta de consenso em nível europeu para enfrentar a crise financeira e sanitária ou para concordar de maneira ordenada em fechar as fronteiras; sem máscaras, a Organização Mundial da Saúde (OMS), supostamente responsável pela saúde do planeta, demonstrou que era um gigante burocrático sem impacto na realidade; Sem máscaras, a cooperação internacional apareceu como uma ficção desesperada.

As divergências entre americanos e europeus nunca foram tão intransponíveis, quanto as que atravessam os Estados que compõem a União Europeia. Entre insultos, mal entendidos, golpes baixos e visões antagônicas entre a preservação da vida ou da saúde ou a economia e as finanças, os líderes das potências se destacaram por sua incapacidade de projetar um horizonte.

O mundo que existia desde a Segunda Guerra Mundial parou de respirar. Donald Trump enterrou o multilateralismo herdado do século XX, enquanto o coronavírus colocou a cruz em um sistema internacional que só tinha o nome de "sistema".

Muitos desses eventos foram antecipados por Bertrand Badie ao longo de um trabalho dedicado às relações internacionais. Professor da Sciences Po Paris e do Centro de Estudos e Pesquisas Internacionais (CERI), Badie desenvolveu um trabalho do outro lado do consenso.
  Em 1995, prosseguiu em La fin des territoires, em 1999, explorou como seria um mundo sem soberania e, em 2004, começou a tecer a análise da inércia dos poderosos. a impotência do poderoso e publicado L'Impuissance de la puissance.

Ensaios sobre incertezas e críticas às novas relações internacionais. As seguintes provações o aproximaram do cenário atual: O tempo dos humilhados. Uma patologia das relações internacionais e diplomacia de conluio. Os desvios oligárquicos do sistema internacional (ambos editados pela Universidade Nacional de Três de Febrero).
Nesta entrevista, conduzida em meio a uma crise global, o professor segue os passos de um mundo em queda e descreve os contornos do próximo.

MUDAMOS NOSSO PARADIGMA COM ESTA CRISE SANITÁRIA. VOCÊ SUGERE QUE, A PARTIR DE AGORA, A SEGURANÇA DOS ESTADOS NÃO É MAIS GEOPOLÍTICA, MAS DE SANITÁRIA.
Isso mesmo, e há um conjunto de coisas. Existem segurança sanitária, ambiental, alimentar e econômica. Eles compõem vários títulos que não são mais militares, mas de natureza social. É uma grande mudança em relação ao mundo anterior.
Agora, pela primeira vez na história, estamos descobrindo a realidade da globalização. Essa descoberta não diz respeito aos Estados, mas afeta cada indivíduo. Este é o novo. Na história, é raro os indivíduos aprenderem a viver, em sua própria carne, em suas vidas diárias, o que realmente são as transformações da vida internacional.

Antes havia guerras para aproximar esse aprendizado, mas as guerras afetavam indiretamente a população. Aqui, todos são afetados. Podemos então esperar uma mudança na visão de mundo e no comportamento social. Essa tragédia pode levar a uma transformação brutal de nossa visão do mundo e do meio ambiente.
Talvez, todos os esquemas antigos sejam deixados de lado, ou seja, esquemas como o da concepção de segurança militar e guerreira, entende-se, um mundo fragmentado entre Estados-nação em competição infinita e um conceito de diferenças que sempre se refere àquela dualidade de vida entre amigos e inimigos. Hoje não há mais um amigo ou inimigo, mas associados que estão expostos aos mesmos desafios.

Isso muda completamente a gramática da sociologia e a ciência das relações internacionais. O outro não é mais um rival, o outro é alguém de quem dependo e que depende de mim. Isso deve nos levar a outra concepção de relações sociais e relações internacionais, na qual sou obrigado a admitir que, para vencer, preciso que o outro ganhe; Tenho que admitir que, para não morrer, preciso que a outra pessoa não fique doente. Isso é algo completamente novo.
No entanto, as divergências entre Estados nunca foram tão profundos. As relações entre a Europa e os Estados Unidos pioraram com essa crise sanitária, enquanto, na União Europeia, os antagonismos se aprofundaram no momento mais dramático da humanidade.
Na situação atual, encontramos desacordos entre os Estados Unidos e o resto do mundo com os quais já estamos acostumados. Mas também vemos profundas divergências na Europa com, por exemplo, a rejeição da Alemanha aos famosos "Coronabonos", isto é, a mutualização de dívidas.

Esse será precisamente o grande quebra cabeça quando sairmos da crise. Continuamos em um contexto de enormes desacordos e competição, talvez mais acentuados do que antes. Mas isso é porque estamos em uma situação de emergência e, nesses casos, o reflexo natural é se esconder atrás de uma parede, fechar portas e janelas.
Podemos esperar que o medo despertado por esta crise leve ao reconhecimento de que não será possível enfrentar permanentemente esse tipo de novo desafio sem uma profunda cooperação internacional. É compreensível que as divergências e a competição entre estados sejam densas no meio do incêndio. No entanto, é necessário entender que, a curto prazo, será necessário alterar o programa.

PORTANTO, RESTA A TAREFA DE REDEFINIR UMA NOVA GEOPOLÍTICA.
A geopolítica está morta. A visão geográfica tradicional das relações internacionais não é mais válida porque estamos em um mundo unido. A realidade não é mais o confronto entre regiões do mundo e Estados para se tornar a capacidade ou a incapacidade de gerenciar a globalização.

O COLAPSO SANITÁRIO EXPLODIU EM UM MUNDO JÁ MUITO PERTURBADO PELO SURGIMENTO QUASE PLANETÁRIO DE MOVIMENTOS SOCIAIS E PELA REDEFINIÇÃO DAS PROPOSTAS POLÍTICAS MARCADAS PELA NOSTALGIA NACIONALISTA. AS TRÊS FIGURAS EMERGENTES NESSE CONTEXTO SÃO OS NEGADORES DA PANDEMIA: DONALD TRUMP, BORIS JOHNSON E JAIR BOLSONARO.
A pandemia interveio em um contexto duplo que não deve ser esquecido. A primeira é a vertiginosa ascensão do neo nacionalismo em diferentes latitudes: nos Estados Unidos, Grã Bretanha, Brasil, Europa e até nos países do sul. Esse nacionalismo leva os líderes no poder a promover ou lisonjear a opinião pública, promovendo a ilusão de uma resposta nacional ou a proteção contra o perigo. Isso agrava a situação, porque essa tentação demagógica complica a gestão multilateral dessa crise.
O segundo contexto refere-se ao fato de que acabamos de sair de um ano absolutamente excepcional de 2019. O ano de 2019 foi o ano em que houve uma multidão de movimentos sociais em todo o mundo: América Latina, Europa, Ásia, África, Oriente Médio. Esses movimentos sociais exigiram a mesma coisa: uma mudança de políticas. As revoltas sociais denunciaram o neoliberalismo e a fraqueza da resposta dos Estados e, também, das instituições e estruturas políticas.
Hoje, para os Estados Unidos, a grande dificuldade reside no fato de tentarem responder a curto prazo e com um perfil nacionalista, enquanto, ao mesmo tempo, têm muito pouca legitimidade em suas sociedades. As conseqüências desse esquema foram dúvidas, tentativa e erro e ineficiência demonstradas pelos governos. Uma situação semelhante forçará uma mudança na gramática dos governos.

EM TODA ESSA TRAGÉDIA, HÁ UMA CONTRADIÇÃO CRUEL: POUCO ANTES DA CRISE SANITÁRIA, A CHINA ESTAVA EM PLENA EXPANSÃO. EM 2013, COMEÇOU A ATUALIZAR O MITO DA ROTA DA SEDA E, PARA ISSO, IMPLANTOU UMA IMPRESSIONANTE REDE DE COMUNICAÇÃO E INFRAESTRUTURA EM TODO O MUNDO. MAS AQUELA ROTA DA SEDA SOFREU MUTAÇÃO NA ROTA DA MORTE.
É verdade e existem dois pontos essenciais. Em primeiro lugar, a crise que começou em Wuhan atingiu muito a economia chinesa e, eu diria, a própria credibilidade dos políticos chineses e de suas políticas. A crise também revelou as fraquezas do sistema chinês.
Não devemos esquecer que o vírus nasceu devido à fragilidade do sistema sanitária alimentar chinês: o coronavírus nasceu nos mercados que não respondem às regras básicas de higiene. Foi a base de sua propagação. A credibilidade chinesa diminuiu devido a essa fragilidade  sanitária.
Ao mesmo tempo, há um paradoxo: a China entrou nesta crise antes de mais ninguém, mas também saiu dela antes dos outros e de forma eficaz. Não tenho certeza de que a Europa tenha a mesma capacidade de reação que a China. A menos que, infelizmente, a China conheça uma segunda onda de contaminação, é muito provável que fique de pé quando os Estados Unidos e os países da Europa permanecerem de joelhos. A China está tentando provar isso enviando médicos e equipamentos e oferecendo ajuda aos países no meio de uma tempestade. Isso pode significar que, quando continuarmos a combater o vírus, a China terá se levantado e, portanto, terá uma vantagem sobre as antigas potências.

AO LONGO DESTA CRISE, TESTEMUNHAMOS UMA ESPÉCIE DE GEOPOLÍTICA DO CHEZ SOI, ISTO É, UMA GEOPOLÍTICA DE CASA PARA DENTRO. CADA PAÍS SE CONCENTROU EM SEUS PROBLEMAS QUANDO O IMPERATIVO NÃO ERA FINANCEIRO, COMO NA CRISE DE 2008, MAS SANITÁRIA.
A urgência é dupla. Agora é sanitária e será econômico e financeiro muito rapidamente. O problema é que a Europa foi a primeira vítima do coronavírus. A Europa foi a primeira morta. Todas as reflexões esperadas da Europa estão ausentes.
O primeiro discurso de Christine Lagarde, diretora do Banco Central Europeu (BCE), foi catastrófico. Ele chegou a convidar os Estados a administrar por conta própria. Então a resposta da Comissão Europeia foi igualmente fraca. A discordância entre os principais países europeus (Alemanha, França, Espanha, Itália, Holanda) sobre a gestão da mutualização de dívidas mostra até que ponto não existe primavera europeia.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa foi construída pela primeira vez em sua história, porque os europeus tinham medo de uma terceira guerra mundial e sabiam que ela não poderia ser reconstruída ou sair das ruínas apenas com esforço nacional. Então, uma reconstrução coletiva foi escolhida. Hoje, como todos esses objetivos foram alcançados, a dinâmica européia deixou de existir. No entanto, é precisamente aí que reside a chave para o seu futuro.
O medo que os europeus tinham em 1945 é novamente sentido agora com o coronavírus. Os europeus descobrirão que essa necessidade de reconstrução que existia em 1945 persistirá assim que emergirmos desse drama sanitária. Talvez a conjugação desses dois fatores faça com que a Europa renasça no final desta crise. Mas é claro que quando chegar a hora, tudo terá que ser mudado.

EMBORA OS PARALELOS POSSAM SER COMPLICADOS, MUITOS ANALISTAS TRAÇAM UM PARALELO ENTRE A SITUAÇÃO ATUAL E A CRISE DE 1929. DEPOIS DESSA HECATOMBE, VEIO A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E, POUCO ANTES, A ASCENSÃO DO NACIONALISMO. O VÍRUS NÃO PODERIA FERTILIZAR ESSE CONTEXTO NOVAMENTE?
É muito cedo para saber quais serão as consequências. As coisas podem ir nos dois sentidos. Mas também gostaria de salientar que, antes do fascismo e do nazismo, o primeiro resultado da crise de 1929 foi o keynesianismo e Franklin D. Roosevelt, isto é, a reorientação da economia mundial que permitiu sua salvação. Não é necessário ter uma visão exclusivamente pessimista sobre os efeitos dessa crise. Acredito que tudo vai depender da maneira como o medo atual evolui e como esse medo é administrado politicamente. Se o medo desaparecer rapidamente, existe o risco de recomeçarmos com o sistema antigo.
Se o medo persistir, talvez isso nos leve às transformações de que precisamos. No entanto, a partir de agora, surge o grande problema da gestão política do medo.
Quem vai assumir? Certamente, a extrema direita usará esse medo como recurso eleitoral, explicando que é urgente reconstruir nações, estados e restaurar o nacionalismo.
No entanto, a extrema direita não é a única oferta política existente.

SIM, MAS MESMO ANTES DESSA CRISE, A EXTREMA DIREITA FOI ESTABELECIDA COMO UMA PROPOSTA POLÍTICA REESTRUTURADA COM MUITA LEGITIMIDADE.
Há muito disso. Se você olhar para os estados europeus, todos eles têm um sistema político quebrado. Na França, não há mais partidos políticos; na Alemanha, a social-democracia continua enfraquecida, enquanto os democratas-cristãos da chanceler Angela Merkel estão atolados em crise; na Itália, a democracia cristã e o Partido Comunista desaparecem, e mesmo na Grã-Bretanha o  sistema partidário que já foi tão bem estruturado não existe mais. Estamos em plena recomposição política. A versão otimista quer que essa recomposição política leve ao nascimento de partidos capazes de tomar as rédeas da globalização. De fato, atualmente, nenhum partido político sabe o que é globalização. Talvez haja um keynesianismo político. Pelo contrário, o horizonte negativo seria que essa recomposição não ocorra.

EM UM DE SEUS ÚLTIMOS LIVROS E, MAIS RECENTEMENTE, QUANDO ECLODIRAM INSURGÊNCIAS SOCIAIS EM 2018 E 2019, VOCÊ DECLAROU QUE ESTÁVAMOS ENTRANDO NO SEGUNDO ATO DE GLOBALIZAÇÃO. ESSA CRISE NÃO FOI ARRASADA COM ESSE SEGUNDO ATO?
Não, de jeito nenhum, é o mesmo. Não há necessidade de dissociar o que aconteceu em 2019 do que está acontecendo agora. É o mesmo, isto é, a redescoberta angustiada de uma emergência social. Este é o segundo ato de globalização, que consiste em distinguir globalização de neoliberalismo, ou seja, deixar de confiar ao mercado a gestão exclusiva da globalização.
No decorrer deste segundo ato, trata-se de construir uma globalização humana e social. Essas foram as demandas de 2019 e as mesmas reivindicações agora retornam urgentemente diante da crise do coronavírus.
Se estivermos otimistas, podemos esperar que essa crise termine acelerando o advento do segundo ato de uma globalização humana e social. Caso contrário, pode-se pensar que a catástrofe sanitária apenas complicou e atrasou a marcha em direção à segunda sequência.

O ANO 2019 NOS MOSTROU UMA HUMANIDADE VINCULADA AO QUE VOCÊ CHAMOU DE PERFIL INTERSOCIAL. ESSA DIMENSÃO DE CONEXÃO, DIÁLOGO E RELACIONAMENTO ENTRE IDENTIDADES SOCIAIS AINDA PERSISTE?
Sim, é claro, ainda mais desde que essa crise nos revela que as relações intersociais se tornam determinantes em todo o planeta. Essas relações intersociais são ainda mais importantes que as relações entre estados, governos ou militares. O futuro do planeta reside em interações sociais, na tectônica das sociedades, ou seja, nessa capacidade própria das sociedades de interagir umas com as outras além da vontade dos governos.

UM DOS EIXOS CONSTANTES DE SUA REFLEXÃO FOI O MODO COMO, NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS MODERNAS, É O SUL QUEM DEFINE A AGENDA PARA O NORTE E, TAMBÉM, COMO ISSO LEVOU A UMA REPRESENTAÇÃO GEOPOLÍTICA MARCADA PELA IMPOTÊNCIA DOS PODEROSOS. O CORONAVÍRUS EXPÔS ESSA IMPOTÊNCIA.
Estamos mais do que nunca nesse esquema! Estamos vendo como os instrumentos de potência clássicos não podem fazer absolutamente nada contra o coronavírus. Os Estados Unidos, que são a superpotência das potências, conhecem uma propagação da infecção superior à da China e da Europa. Não estamos mais no registro de energia. Recursos de energia clássicos não podem fazer nada. Agora devemos passar do poder para a inovação.

Só venceremos se transformarmos o antigo conceito de potência em capacidade de inovação para encontrar novos tratamentos, uma vacina e os meios técnicos capazes de remodelar a globalização, para que não seja, como hoje, uma fonte de drama. Estamos diante de um novo limiar na história.

UM NOVO LIMIAR COM UMA PERGUNTA DRAMÁTICA: O QUE ACONTECERÁ QUANDO O CORONAVÍRUS SE EXPANDIR NOS PAÍSES DO SUL SEM ESTRUTURA SANITÁRIA?
Essa eventualidade anuncia uma catástrofe. Se a pandemia chegar ao sul, será ainda mais dramática e afetará profundamente o planeta inteiro. Isso prova que os centros de gravidade de nossa história e nosso futuro estão no sul. O verdadeiro momento da verdade surgirá quando a África for confrontada massivamente por essa tragédia.

CAÍRAM TANTAS MÁSCARAS COM ESTA CRISE GLOBAL. A BUSCA POR UMA VACINA, POR EXEMPLO. CADA PAÍS FAZ ISSO POR CONTA PRÓPRIA: FRANÇA, ESTADOS UNIDOS, RÚSSIA, CHINA, CUBA. E NO MEIO ESTÁ O ESPETÁCULO INDECENTE DA OMS: NÃO TEM VOZ, INFLUÊNCIA OU CAPACIDADE DE ORGANIZAR AÇÕES COORDENADAS. PARECE UM MONSTRO BUROCRÁTICO VAZIO.
Esse tipo de anarquia é frequente em situações de emergência, porque é estabelecida uma competição entre um grupo de atores que tenta, mais ou menos sinceramente, encontrar um remédio. É algo paradoxalmente normal, porque isso estimula e acelera a pesquisa.
Agora, é claro, se estivéssemos em um mundo ordenado, a OMS deveria estar encarregada de definir protocolos de pesquisa e protocolos terapêuticos.
 Mas a OMS se tornou alguém que toda tarde lê comunicações desinteressantes. Mas a natureza humana sempre acaba triunfando. O problema é saber que sacrifício terá que ser feito por tudo isso. Um morto é mais um morto e agora estamos indo para milhares de mortos. Eu acho que a humanidade renascerá com tudo isso mais forte e mais consciente. Fonte: Nueva Sociedad-Abril 2020
Entrevista com Bertrand Badie
Eduardo Febbro

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Taxa de desemprego na China 2012-2024

A partir das estatísticas em questão, pode-se ver que a taxa de desemprego na China tem sido razoavelmente constante em torno de 4% nos últimos anos. Isso pode ser explicado parcialmente pelo fato de que, devido à sua herança socialista, a política de pleno emprego historicamente desempenhou um papel importante nas considerações econômicas do governo chinês.

Outra explicação possível pode ser encontrada na metodologia do índice, que, de acordo com o National Bureau of Statistics, reúne apenas dados de emprego para regiões urbanas. O debate sobre se a metodologia deve ser ajustada adequadamente a fim de criar uma imagem estatística mais precisa ainda está em andamento entre políticos e estatísticos chineses,

Uma das principais preocupações no atual estado de emprego da China está nas grandes diferenças regionais. A partir de 2016, a taxa de desemprego nas regiões mais centrais e ocidentais da China era notavelmente mais elevada do que nas regiões orientais da China. Em Pequim, o centro político e cultural da China, o desemprego variou apenas 1,4% em 2016,

O desemprego dos jovens  também é aparente na China, mas, com suas próprias características. É mais provável que os jovens com curso  superior tenham dificuldades  em encontrar empregos, de acordo com a Pesquisa de Finanças Domésticas da China. Uma razão para isso pode estar na expansão das matrículas desde 1999, O número de estudantes recém-matriculados em universidades públicas aumentou de cerca de 2,7 milhões em 2001 para cerca de 7,5 milhões em 2016,

Além da taxa de desemprego, os indicadores mais usados para medir as atividades econômicas de um país são o crescimento do PIB e a taxa de inflação. De acordo com uma previsão do FMI, o crescimento do PIB na China diminuirá  para 6,3% em 2019, representando uma queda de quatro por cento  em relação a 2010. Esta estimativa é baseada por dados trimestrais de crescimento publicados pela NBS, que recentemente relatou um crescimento de 1,4% do PIB no primeiro trimestre de 2018,
Fonte: Statista Research Department, 23 de set de 2019

Comentário: Segundo INEP, o Brasil em 2016 tinha  8 milhoes de estudantes matriculados no ensino superior.  A China na mesma época  tinha 7,5 milhoes de estudantes matriculados em universidades públicas. Enquanto o PIB da China cresceu 6,7%  em 2016 o Brasil teve uma queda negativa  do PIB, 3,6%.
O governo passa a idéia que todo mundo pode e deve ter um diploma universitário, O ensino superior transformou-se  em profissionalização, a faculdade deixou de ser um centro de saber, de conhecimento, de inovação e crítica da sociedade, para simplesmente especializar-se  em produzir diploma para futuros profissionais.
São despejados milhares profissionais  a cada ano, de forma descontrolada num mercado de trabalho saturado  

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

As Duas Pulgas

Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a outra:
- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar.
Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero.
É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
Elas então contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de reengenharia de vôo e saíram voando.

Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele.
Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo rapidamente.
Elas então contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu.. . A primeira pulga explicou porquê:
- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando.

Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.
E então um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos.
... Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar.

Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes perguntou:
- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plásticas?
- Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI.
Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
- E por que é que estão com cara de famintas?
- Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?
- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.

Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e perguntaram à pulguinha:
- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma reengenharia?
- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
- Mas o que as lesmas têm a ver com pulgas. quiseram saber as pulgonas...
- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse
a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinhos, só observando o cachorro e então ela me disse:
"Não mude nada. Apenas sente na nuca do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança".

MORAL DA HISTÓRIA:
Você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais eficiente. Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de reposicionamento.
"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta." Fonte: Max Gehringer

sábado, 18 de janeiro de 2020

China tem o menor crescimento econômico em quase 30 anos

Apesar de ritmo lento devido a disputas com os Estados Unidos e queda no consumo, economia do país asiático cresce 6% em 2019, pouco abaixo do registrado em 2018, e já mostra sinais de recuperação.

A economia chinesa cresceu no ano passado no ritmo mais lento das quase últimas três décadas, afetada pelas disputas comerciais com os Estados Unidos e pelo fraco desempenho no consumo doméstico. Dados divulgados nesta sexta-feira (17/01) mostram, porém, que a segunda maior economia do mundo encerrou um ano difícil mais forte.
A trégua nas tensões comerciais entre Pequim e Washington reavivou a confiança do mercado e as medidas adotadas pelo governo para impulsionar a economia parecem surtir efeito.

Como já era esperado, o crescimento de 6,1% registrado no ano passado ficou abaixo dos 6,6% de 2018, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China. Apesar de robusta para os padrões globais, e ainda dentro das previsões do governo, esta foi a menor expansão registrada desde 1990 e marca três anos consecutivos de queda.
Apesar de a segunda maior economia do mundo perder fôlego gradualmente nos três primeiros trimestres de 2019, ela se manteve firme em 6% entre outubro e dezembro.

O ano de 2020 é considerado crucial para as ambições do governo chinês de atingir seu objetivo de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) do país e os rendimentos ao longo da próxima década, transformando a China em uma nação "moderadamente próspera".
Analistas avaliam que para que essas metas de longo prazo sejam atingidas, a China dever manter o crescimento anual em torno dos 6%, ainda que algumas autoridades tenham alertado que neste ano a economia poderá enfrentar desafios ainda maiores do que em 2019. Fonte: Deutsche Welle-17.01.2020
Comentário: Enquanto isso, o Brasil acelera em ponto morto.


Year
USA
GDP Growth Rate
Year  China
Real growth (%)
Ano
Brasil
Taxa PIB (%)
2018
2.9%
2018
6.6
2018
1,12%
2017
2.4%
2017
6.8
2017
1,06%
2016
1.6%
2016
6.7
2016
-3,30%
2015
2.9%
2015
6.9
2015
-3,55%
2014
2.5%
2014
7.3
2014
0,50%
2013
1.8%
2013
7.8
2013
3,00%
2012
2.2%
2012
7.9
2012
1,92%
2011
1.6%
2011
9.5
2011
3,97%
2010
2.6%
2010
10.6
2010
7,53%
2009
-2.5%
2009
9.4
2009
-0,13%
2008
-0.1%
2008
9.7
2008
5,09%
2007
1.9%
2007
14.2
2007
6,07%
2006
2.9%
2006
12.7
2006
3,96%
2005
3.5%
2005
11.4
2005
3,20%
2004
3.8%
2004
10.1
2004
5,76%
2003
2.9%
2003
10.0
2003
1,14%
2002
1.7%
2002
9.1
2002
3,05%
2001
1.0%
2001
8.3
2001
1,39%
2000
4.1%
2000
8.5
2000
4,11%
1999
4.8%
1999
7.7
1999
0,47%
1998
4.5%
1998
7.8
1998
0,34%
1997
4.4%
1997
9.2
1997
3,40%
1996
3.8%
1996
9.9
1996
2,21%
1995
2.7%
1995
11.0
1995
4,42%
1994
4.0%
1994
13.0
1994
5,33%
1993
2.8%
1993
13.9
1993
4,67%
1992
3.5%
1992
14.2
1992
-0,47%
1991
-0.1%
1991
9.3
1991
1,51%
1990
1.9%
1990
3.9
1990
-3,10%
1989
3.7%
1989
4.2
1989
3,28%
1988
4.2%
1988
11.2
1988
-0,10%
1987
3.5%
1987
11.7
1987
3,60%
1986
3.5%
1986
8.9
1986
7,99%
1985
4.2%
1985
13.4
1985
7,95%
1984
7.2%
1984
15.2
1984
5,27%
1983
4.6%
1983
10.8
1983
-3,41%
1982
-1.8%
1982
9.0
1982
0,58%
1981
2.5%
1981
5.1
1981
-4,39%
1980
-0.3%
1980
7.8
1980
9,11%