Mostrando postagens com marcador meio ambiente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador meio ambiente. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Quem paga pelas perdas e danos da mudança climática?

O aumento da temperatura global tem causado eventos naturais cada vez mais extremos. Países em desenvolvimento exigem compensação pelos danos das mudanças climáticas, causadas em grande parte pelas nações mais ricas.

Eric Njuguna está furioso. O ativista ambiental de 20 anos testemunha as mudanças devastadoras causadas pelo aquecimento do planeta no Quênia. A população está perdendo seus meios de subsistência, suas casas e até mesmo suas vidas, em meio à pior seca que a região viu nos últimos 40 anos.

"Os impactos nos deixam com sede. Nos deixam famintos por comida. Sinto que a raiva vem de saber que fizemos o mínimo para causar isso, mas são nossos países e nossas comunidades que sofrem com o impacto", disse Njuguna à DW a partir da capital do Quênia, Nairóbi.

O Quênia é um dos países do Sul Global mais atingidos pela mudança climática. Mas não é o único. A seca extrema tem deixado milhões de pessoas no Chifre da África à beira da fome, enquanto tempestades cada vez mais destrutivas atingem as Filipinas. Nos últimos meses, cerca de 1.500 pessoas morreram depois que mudanças de vento extremas, as chamadas monções, inundaram grandes áreas do Paquistão.

"Existe aquilo a que podemos nos adaptar, contudo, com a gravidade crescente da crise climática, há também aquilo a que não podemos", afirma Njuguna. "Isso precisa ser financiado."

Os apelos estão cada vez mais fortes para que nações mais ricas forneçam compensação na forma de um fundo dedicado para cobrir os custos de perdas e danos graves.

A questão controversa deve desempenhar um papel importante nas discussões durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), que ocorre em Sharm El-Sheikh, no Egito. No último domingo, representantes concordaram em abordar o financiamento de perdas e danos, adicionando o tema à agenda da cúpula pela primeira vez.

O QUE SÃO PERDAS E DANOS?

O termo perdas e danos é usado para se referir aos danos gerados ​​pelas mudanças climáticas causadas pelo homem.O conceito foi introduzido pela Aliança dos Pequenos Estados Insulares nas negociações climáticas internacionais em Genebra, em 1991, com a proposta de um esquema de seguro contra a elevação do nível do mar, com custos a serem cobertos pelos países industrializados. Mas não foi seriamente considerado novamente até 2013 na COP19 em Varsóvia, Polônia.

O Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos foi criado com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o tema e encontrar formas de abordá-lo. Houve pouco movimento desde então.

Na conferência climática da ONU do ano passado, realizada na cidade escocesa de Glasgow, os negociadores rejeitaram uma proposta de mecanismo financeiro formal para perdas e danos feita por membros do Grupo dos 77 (G77), que reúne mais de cem países em desenvolvimento e a China. Em vez disso, foi estabelecido o chamado Diálogo de Glasgow, a fim de permitir uma discussão mais aprofundada sobre o financiamento de uma "maneira aberta, inclusiva e não prescritiva".

Contudo, Zoha Shawoo, cientista associada que pesquisa perdas e danos no Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, diz que alguns países criticaram o diálogo como "uma desculpa para adiar novas ações".

O DEVER DOS PAÍSES RICOS

Historicamente, os países desenvolvidos têm a maior responsabilidade pelas emissões que levam ao aumento da temperatura global. Entre 1751 e 2017, os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido foram responsáveis ​​por 47% das emissões cumulativas de dióxido de carbono, em comparação com apenas 6% dos continentes africano e sul-americano. Ainda assim, eles têm sido lentos em fazer contribuições financeiras para aliviar o impacto nos países mais afetados.

Em 2010, as nações do Norte Global concordaram em destinar 100 bilhões de dólares (mais de R$ 500 bilhões) anuais até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas, por exemplo, fornecendo aos agricultores plantações resistentes à seca ou pagando por melhores defesas contra inundações.

Contudo, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que monitora o financiamento, em 2020 os países ricos empenharam pouco mais de 83 bilhões de dólares. O valor representou um aumento de 4% em relação ao ano anterior, mas ainda ficou aquém do valor acordado.

Marlene Achoki, colíder de política global sobre justiça climática da ONG CARE International, diz que os países desenvolvidos, que criaram o problema da mudança climática, devem "fornecer o financiamento necessário", uma vez que o financiamento inadequado tem um efeito desestabilizador nos países que já estão com dificuldades.

"Em vez de abordar questões de pobreza e educação,eles precisam tomar medidas para lidar com as questões das mudanças climáticas", afirma Achoki. "Eles precisam buscar recursos, finanças para tentar construir a resiliência das comunidades."

PERDAS NÃO SÃO APENAS FINANCEIRAS

De acordo com um relatório elaborado pela Loss and Damage Collaboration (grupo global de pesquisadores, ativistas, advogados e tomadores de decisão), 55 das 58 nações incluídas no Vulnerable 20 (grupo de nações em desenvolvimento que inclui, entre outros países, Quênia, Filipinas e Colômbia) sofreram perdas econômicas de mais de meio trilhão de dólares nas duas primeiras décadas deste século, em decorrência da mudança climática.

Mas as perdas não são apenas econômicas. A mudança climática também causa, por exemplo, o desaparecimento de áreas de importância cultural e tradicional.

"Se você tem uma área onde se realiza rituais religiosos ou culturais, como uma praia ou algo assim, e ela é inundada e removida, isso traz uma perda associada ao desaparecimento da área. Muitas das comunidades mais vulneráveis ​​às mudanças climáticas também são comunidades indígenas ou locais e estão enfrentando a maioria dessas perdas", afirma a cientista Shawoo.

QUAL É O PONTO DE ATRITO?

Embora os países desenvolvidos reconheçam amplamente a necessidade de lidar com as perdas e danos, alguns defendem o financiamento por meio de fundos climáticos já existentes, esquemas de seguro e ajuda humanitária. A União Europeia, por exemplo, disse que estava "aberta a discutir perdas e danos como um tópico, mas hesitante em criar um fundo dedicado a ele".

"Acho que há um medo de que, se eles reconhecerem a necessidade de financiamento adicional para perdas e danos, isso abra espaço para reivindicações de responsabilidade e compensação, o que teria um custo enorme", pondera Shawoo.

Se uma ponte desabou por causa de uma inundação, ou casas foram destruídas como resultado de um tufão em um país em desenvolvimento, por exemplo, existe o medo entre os países desenvolvidos de que "eles seriam responsabilizados por pagar por isso", acrescenta.

Alguns países decidiram seguir seu próprio caminho. No início deste ano, a Dinamarca prometeu mais de 13 milhões de dólares em compensação de perdas e danos aos países em desenvolvimento, incluindo a região do Sahel, no noroeste da África. Na COP26 no ano passado, a Escócia também se comprometeu com pelo menos 1 milhão de dólares.

A ação individual de países é uma boa maneira de atender à urgência das perdas enfrentadas pelas nações em desenvolvimento, diz Shawoo. "É uma maneira fácil para os países mostrarem que estão fazendo algo sem se comprometer com algo que os responsabilize, como um mecanismo financeiro."

Mas com as temperaturas subindo e as nações ricas falhando em reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono, os impactos das mudanças climáticas continuarão afetando as comunidades mais pobres.

"A janela para ação está se fechando. Os impactos que estamos enfrentando com 1,2 graus de aquecimento são bastante severos e ainda não há nenhuma ação séria à vista", conclui o ativista Eric Njuguna. Fonte: Deutsche Welle – 8.11.2022

quarta-feira, 3 de março de 2021

Entenda: A importância do primeiro satélite 100% brasileiro

Lançado na madrugada de domingo (28/02), o primeiro satélite 100% nacional vai monitorar o desmatamento, sobretudo na região amazônica, como seu próprio nome sugere. Batizado de Amazonia-1, ele foi totalmente projetado, integrado e testado pelo país — e, a partir de então, será também operado exclusivamente pelo Brasil.

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integra a chamada Missão Amazônia: um esforço da entidade em melhorar o chamado sensoriamento remoto da natureza brasileira.

Conforme enfatiza o Inpe em texto que apresenta o trabalho, além da floresta amazônica, "os dados gerados serão úteis para atender, ainda, a outras aplicações correlatas, tais como: monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas, desastres ambientais, entre outros”.

 O Amazonia-1 é o terceiro satélite a realizar tal trabalho para o Brasil. Ele se soma aos CBERS-4 e CBERS-4A, que já estavam em operação.

"Temos a possibilidade de contar com três satélites com desenvolvimento brasileiro [os outros dois em parceria com a China] operando simultaneamente. Com isso, será gerado maior volume de dados para tratamento de questões ambientais e de preservação da cobertura vegetal”, afirma o diretor do Inpe, o engenheiro eletricista Clezio Marcos de Nardin.

E a missão prevê, para os próximos anos, o lançamento de outros dois: Amazonia-1B e Amazonia-2.

"O Amazonia-1 […] reforçará nosso sistema de aquisição de dados e de geração de imagens”, afirma Nardin, explicando que o equipamento deve gerar "dados sobre vegetação, agricultura, compor sistemas de alertas, entre outras aplicações”.

De acordo com com o diretor do Inpe, a expectativa é que haja um ganho principalmente no volume de dados obtidos.

USO PARA A AGRICULTURA: Graças a uma câmera de alta resolução e amplo espectro, o material produzido pelo satélite também deve ser útil para a agricultura. "Entre as possibilidades de monitoramento de fenômenos dinâmicos encontram-se as safras agrícolas e a determinação de queimadas persistentes”, afirma ele.

O equipamento é projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser visualizados. A estrutura conta com 14 mil conexões elétricas. Se esticados, todos os seus fios chegariam a 6 quilômetros.

Conforme enfatiza o agrônomo Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais biomas, do Inpe, o maior ganho se dará pela soma. Com três satélites em operação, um mesmo ponto pode ser "revisitado” em um intervalo de um a dois dias — conferindo precisão inédita ao monitoramento.

Todo o material coletado deve ser disponibilizado para a comunidade científica. "O Inpe foi pioneiro na política de disponibilizar dados de sensoriamento remoto gratuitamente desde 2004. E essa política deve ser mantida para o Amazonia-1, de modo que toda a sociedade tenha acesso às imagens e possa utilizá-las”, acrescenta Almeida.

O lançamento foi feito na Índia, para onde o satélite havia sido enviado há dois meses. "Foi realizada uma concorrência internacional para a escolha do foguete responsável [pela operação]. A proposta vencedora foi a do Polar Satellite Launche Vehicle, um lançador indiano”, esclarece Nardin. Para o desenvolvimento do satélite foram investidos cerca de R$ 300 milhões. A contratação do veículo indiano custou outros R$ 20 milhões.

Todo o projeto foi concebido no início dos anos 2000. Até 2008 era conduzido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "A complexidade envolvida em projetos espaciais, a necessidade de estabelecer diversas contratações industriais e a experiência do Inpe nos desenvolvimentos e contratações industrais fizeram com que esse desenvolvimento fosse transferido para o instituto [o Inpe]”, conta Nardin. "O Inpe, com essa bagagem histórica [decorrente de outros projetos de satélites, em parceria com instituições estrangeiras], recebeu a incumbência de ser o ‘main contractor' do Amazonia-1. Diversas adequações e adaptações foram necessárias e implementadas nos anos seguintes. Somente em 2014 o satélite ganhou sua configuração final.” No total, todo o projeto envolveu mais de 500 profissionais.

O USO DOS DADOS GERADOS: À DW, o pesquisador Tiago Reis, que estuda ações de combate ao desmatamento e de uso do solo na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, espera que a melhoria do monitoramento seja acompanhada de uma eficiência na fiscalização. "Do ponto de vista técnico, um trabalho primoroso. Mas a questão é: o que o vamos fazer com esses dados? Será investido mais em fiscalização e combate aos desmatamentos? Isso é o que interesse”, comenta ele.

"O satélite novo é muito interessante e realmente vai permitir que o Brasil domine toda a tecnologia de monitoramento e sensoriamento remoto do desmatamento, com precisão e agilidade. Mas isso, de certa forma, já temos e de forma boa o suficiente”, argumenta. "Daqui a pouco, vamos conseguir ver a unha encravada do desmatador. E aí? O que vamos fazer com essa informação? Vamos ficar só olhando ou faremos alguma coisa?” Fonte: Deutsche Welle – 01.03.2021 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Índia lança com sucesso satélite brasileiro

 A Índia lançou no domingo (28/02) com sucesso o Amazônia 1, o primeiro satélite de monitoramento da Terra completamente desenvolvido e produzido pelo Brasil. O lançamento ocorreu às 10h24 (horário local) da base indiana em Sriharikota, localizada no estado de Andhra Pradesh.

Em apenas 17 minutos após o lançamento, o satélite alcançou seu destino, a 752 quilômetros de altitude da Terra, e se separou do foguete PSLV-C51. O Amazônia 1 abriu então o painel solar, verificou os sistemas e iniciou o ajuste da câmara. As primeiras imagens devem ser produzidas em cinco dias.

"Este momento representa o ápice desse esforço feito por tantas pessoas. Esse satélite tem uma missão muito importante para o Brasil", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, que acompanhou o lançamento da base indiana. Com quatro metros de altura, esse é o primeiro satélite totalmente brasileiro.

Ao final da operação, o presidente da agência espacial indiana, K. Sivan, parabenizou o Brasil e afirmou que a Índia se sente honrada em participar desta missão. "Minhas sinceras congratulações ao time brasileiro por essa conquista. O satélite está em órbita, os painéis solares se abriram e está tudo funcionando muito bem", acrescentou.

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o satélite enviará imagens de alta resolução para auxiliar diferentes programas de monitoramento, incluindo a fiscalização do desmatamento na Amazônia, juntando-se assim aos outros dois equipamentos que fazem parte do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

O lançamento faz parte da parceria dos programas espaciais do Brasil e Índia. O foguete PSLV-C51 levou ainda outros 18 satélites secundários, entre eles três de institutos indianos e dois americanos. Fonte: Deutsche Welle – 28.02.2021

domingo, 20 de setembro de 2020

Supermercados alemães pedem que Berlim pressione Bolsonaro

 Duas das maiores cadeias de supermercados da Alemanha, Edeka e Lidl, manifestaram preocupação com o desmatamento no Brasil e pediram que o governo alemão pressione o governo do presidente Jair Bolsonaro a conter a devastação ambiental.

"Tendo em vista o aumento da demanda global por soja e os desenvolvimentos na região amazônica, compartilhamos suas preocupações", diz uma carta da Lidl enviada à eurodeputada alemã Anna Cavazzini, uma crítica ferrenha da política ambiental de Bolsonaro.

"A rede Edeka está observando os acontecimentos no Brasil com grande preocupação", diz a outra rede, também em carta enviada à eurodeputada.

No documento, a Edeka também afirma que pediu que produtores de soja brasileiros se comprometam a atuar para que áreas do Cerrado não sejam destruídas e convertidas em zonas de cultivo.

A Edeka afirmou ainda que, enquanto membro da Federação Alemã do Comércio de Alimentos (BVLH), pediu que o governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel, pressionasse o governo Bolsonaro a agir para conter o desmatamento e dar prioridade à proteção florestal.

A rede Lidl também é membro da federação que apresentou o pedido ao governo alemão. "Na nossa visão, o desmatamento não é o único aspecto problemático, mas também o fato de que monoculturas em larga escala e uso intenso de pesticidas empobrece o solo e favorece a erosão", disse o conglomerado.

Ambas as redes ainda afirmaram que estão comprometidas com a adoção de "cadeias de abastecimento sem desmatamento". A Lidl, por sua vez, afirmou que o grupo prefere soja da União Europeia (UE) e incentiva a mudança para um cultivo de soja mais sustentável no Brasil.

De acordo com o jornal alemão Taz, que publicou uma reportagem sobre o posicionamento das duas redes, a declaração dos dois conglomerados pode aumentar a pressão para que o governo alemão reavalie seu rumo em relação ao Brasil.

No mês passado, Merkel acenou retirar seu apoio à retificação do acordo de livre comércio da UE com o Mercosul, referindo-se ao desmatamento da Amazônia. Entretanto, ela ainda não desistiu de modo definitivo do tratado.

Em maio, as principais redes de supermercados do Reino Unido ameaçaram boicotar produtos brasileiros se o Congresso Nacional aprovasse a polêmica lei de regularização fundiária, conhecida a "MP da grilagem", posteriormente convertida em projeto de lei.

A carta aberta tem cerca de 40 signatários, incluindo algumas das redes de supermercados mais importantes do Reino Unido, como Tesco, Sainsbury's, Morrisons e Marks & Spencer, além da rede Burger King, do fundo público de pensões sueco AP7 e de outras empresas de gestão de investimentos. Fonte: Deutsche Welle – 090.09.2020

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Dez pontos principais do documento final da COP25

O acordo "Chile-Madri, hora de agir", firmado pelos quase 200 países que participaram da 25ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25), estabelece as bases para ampliar a atuação contra a mudança climática.
A seguir, os dez pontos chaves do documento final, apresentado neste domingo (15/12), em Madri apesar dos muitos impasses entre os negociadores, prolongando o evento por quase dois dias a mais do que o inicialmente previsto.

MAIOR AMBIÇÃO
Um dos principais temas da COP25 foi a necessidade de os países serem mais ambiciosos no combate à mudança climática. Os compromissos assumidos até então foram considerados insuficientes, e o texto final contém o apelo que isso mude. O documento estabelece as bases para que na COP26, em 2020, os governos apresentem novos compromissos de redução de emissões.

PAPEL DA CIÊNCIA
O acordo da COP25 reconhece que as políticas climáticas devem ser permanentemente atualizadas com base nos avanços da ciência, "eixo principal" a orientar as decisões climáticas nacionais. Também destaca o papel do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática da ONU (IPCC) e lhe agradece pelos dois relatórios especiais publicados neste ano.

TRANSVERSALIDADE
A cúpula de Madri termina com o consenso de que a luta contra a mudança climática é uma questão transversal, que afeta âmbitos como mercado financeiro, ciência, indústria, energia, transporte e agricultura, entre outros. Ministros de vários países afirmaram que seus governos assumem a agenda climática como própria.

OCEANOS E USO DO SOLO
Esses dois pontos estiveram entre os mais debatidos no plenário. O Brasil tentou tirar ambos no texto final, foi muito criticado por outros países e acabou cedendo no fim. O acordo traz referências ao impacto dos oceanos e do uso dos solos no clima, em linha com um dos relatórios publicados pelo IPCC em 2019. Haverá uma reunião específica sobre o assunto em junho de 2020.

GÊNERO
Os representantes dos quase 200 países que estão em Madri chegaram a um acordo para aprovar um novo Plano de Ação de Gênero, que será mais uma vez revisado em 2025. O objetivo é ampliar a participação de mulheres nas negociações climáticas internacionais e promover seu papel como agentes da mudança rumo a um mundo livre de emissões.

FINANCIAMENTO DE PERDAS E DANOS
O acordo prevê a criação de diretrizes para o Fundo Verde do Clima para que, pela primeira vez, o órgão destine recursos às perdas dos países mais vulneráveis a fenômenos climáticos extremos. Essa era a principal reivindicação dos pequenos países insulares, que sofrem diariamente com os efeitos do aquecimento global.
O documento também pede que os países desenvolvidos aloquem recursos financeiros para ajudar os países em desenvolvimento. Além disso nasce a Rede de Santiago, que levará assistência técnica de organizações e especialistas a esses países vulneráveis.

MERCADOS DE CARBONO

A regulação dos mercados de carbono foi um dos principais objetivos e dos tópicos mais debatidos da conferência. Inicialmente incluído no documento, o tema acabou de fora do texto final por falta de acordo e será discutido outra vez na próxima edição da COP25. Muitas delegações nacionais consideraram melhor não ter acordo do que firmar um pacto ruim.

MULTILATERALISMO
O multilateralismo e a cooperação internacional foram pontos destacados pela ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera. Para ela, a COP25 é uma reafirmação desses valores para resolver um desafio global como a mudança climática: "Embora em contextos globais complexos, a COP25 não deixou a agenda climática cair, num momento fundamental para a implementação do Acordo de Paris. Pelo contrário, exibiu um multilateralismo ativista."

SOCIEDADE E TRANSIÇÃO JUSTA
A importância da dimensão social foi reconhecida na COP25, com os países concordando que os seres humanos devem estar no centro da resposta à crise climática. Nesse sentido, o acordo diz ser imperativo que a transição para um mundo livre de emissões seja justa, promovendo criação de empregos decentes e de qualidade.

NOVO CICLO
O documento final também reconhece a importância dos atores não governamentais na ação climática e os convida a ampliar as ações para combater o problema. A existência de um marco de governança global como o Acordo de Paris abre um novo ciclo, e faz com que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas não seja apenas um fórum para fixar regras. Fonte: Deutsche Welle-15.12.2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Discurso de Greta Thunberg nas Nações Unidas

Minha mensagem para os líderes internacionais é de que nós estaremos de olho em vocês.
Isto está completamente errado. Eu não deveria estar aqui. Eu deveria estar na minha escola, do outro lado do oceano.

E vocês vêm até nós, jovens, para pedir esperança. Como vocês ousam? Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias. E ainda assim, eu tenho que dizer que sou uma das pessoas com mais sorte (nesta situação).

As pessoas estão sofrendo e estão morrendo. Os nossos ecossistemas estão morrendo.
Nós estamos vivenciando o começo de uma extinção em massa. E tudo o que vocês fazem é falar de dinheiro e de contos de fadas sobre um crescimento econômico eterno.

Como vocês se atrevem?

Por mais de 30 anos, a ciência tem sido muito clara. Como vocês se atrevem a continuar ignorando isto?

E como se atrevem a vir aqui e dizer que estão fazendo o suficiente? Quando sabemos que as políticas e as soluções necessárias não são sequer vistas?

Vocês dizem que estão nos escutando e que compreendem a urgência (deste tema).

Mas não importa tão triste e furiosa eu esteja, eu não quero acreditar no que dizem. Se vocês realmente entendem o que está acontecendo e continuam falhando em agir, vocês seriam um mal. E eu me recuso a acreditar nisso.
A proposta de cortar as nossas emissões pela metade em 10 anos, apenas nos dá uma chance de 50% de ficar abaixo da marca de 1.5ºC e existe um risco de desencadear reações irreversíveis em cadeia que fogem do controle humano.

50% pode ser aceitável para vocês. Mas estes números não incluem outros pontos como feedback, lacunas e um aquecimento adicional causado pela poluição tóxica do ar ou aspectos de equidade e justiça climáticos. Estes números também fazem com que a minha geração seja obrigada a ter que retirar centenas de bilhões toneladas de dióxido de carbono do ar, causadas por vocês, e usando tecnologia que sequer existem. Então, 50% simplesmente não são aceitáveis. Nós teremos que viver com as consequências.

Para ter uma chance de 67% de continuar abaixo da marca de 1.5ºC do aumento global temperatura, no melhor cenário do (relatório) do IPCC, o mundo teria ainda 420 toneladas giga de emissões de dióxido de carbono para emitir, em 1 de janeiro de 2018. Hoje, este número já caiu para 350 toneladas giga.
Como vocês se atrevem a pensar que isto pode ser resolvido sem mudar nada? Ou através de algumas soluções técnicas? Com os níveis atuais de emissões de hoje, o orçamento de emissões de dióxido de carbono acabaria inteiramente em apenas 8 anos e meio.

Não haverá nenhuma solução ou planos apresentados com base nestes números que trago aqui hoje. Porque estes números são bem desconfortáveis e vocês não têm a maturidade suficiente para abordar este tema como ele realmente é.

Vocês estão falhando conosco. Mas os jovens já começaram a entender sua traição.

Os olhos de uma geração futura inteira estão sobre vocês.
E se vocês escolherem fracassar. Eu lhes digo: nós jamais perdoaremos vocês.
Nós não vamos deixar vocês fazerem isso.

É aqui e agora, que nós colocamos um limite. O mundo está despertando. E a mudança está chegando, quer vocês queiram ou não.
Obrigada.

Fonte: ONU News - 23 setembro 2019

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

As oito verdades inconvenientes sobre a Amazônia

O que é preciso saber para escapar dos mitos e pensar de forma realista no desenvolvimento sustentável para a região

1. A AMAZÔNIA NÃO É O PULMÃO DO MUNDO
Árvores fazem fotossíntese, consumindo gás carbônico e liberando oxigênio – o gás que respiramos para viver. A floresta exuberante da Amazônia nos faz pensar, então, que está ali uma grande fonte de ar limpo. Só que as árvores respiram e consomem quase tanto oxigênio quanto produzem. A maior parte do ar que entra em nossos pulmões vem, na verdade, das algas marinhas, que fazem processos químicos para reverter gás carbônico em oxigênio. Por isso, os oceanos são um dos primeiros ecossistemas afetados pelas mudanças climáticas. Muito gás carbônico no ar altera a capacidade de absorção das algas e torna os oceanos mais ácidos. Isso afeta a biodiversidade marina. Como desmatar árvores da Amazônia aumenta a concentração de CO2 na atmosfera, afeta também a qualidade dos mares. Tudo está conectado.

2. VENDA DA MADEIRA NÃO É A PRINCIPAL CAUSA DO DESMATAMENTO
Derrubar árvores preciosas para vender sua madeira é uma das etapas do sistema de desmatamento da Amazônia, mas o que acontece em seguida é pior: a floresta é queimada e vira carvão. Isso libera grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera e destrói de tal forma a floresta, que ela não consegue se recuperar naturalmente.
Se um madeireiro entrar na floresta e retirar tudo que tiver valor comercial, ainda restará uma boa cobertura florestal ali, capaz de se regenerar com o tempo. O problema da busca pela madeira é estar associada às pastagens. Para abrir novas frentes de ocupação para o gado, o desmatador retira da floresta as árvores com maior apelo comercial, como jatobás e mogno. Depois, queima o terreno que sobrou, vende o carvão e planta capim para o gado comer. E a pecuária sim é a maior vilã do desmatamento atualmente, porque impulsiona novas ocupações. É responsável por 59% dos desmates.

3. A AMAZONIA NÃO É DO BRASIL
Brasileiros gostam muito de bradar “a Amazônia é nossa” e esquecem que dividimos o bioma com outros 8 países vizinhos: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Um alinhamento sobre as políticas de preservação e cuidados com a floresta é importante. O que acontece nos outros países afeta o Brasil. Como boa parte dos rios amazônicos nasce na Bolívia e no Peru, a construção de hidrelétricas  nesses países pode afetar o curso dos rios aqui. O aumento do desmatamento na Colômbia reduz o ciclo de chuvas e também pode nos afetar.
Da mesma forma, podemos aprender com nossos vizinhos. O Peru incentiva o ecoturismo em áreas protegidas, por exemplo. As terras com aptidão florestal são geridas pelo serviço florestal podem ser cedidas para empresas ou cooperativas que queiram promover o ecoturismo.

4. O DESMATAMENTO NÃO ESTÁ CAINDO
Desde o pico de derrubadas da Amazônia em 2004, quando 27 mil quilômetros quadrados foram devastados, o governo brasileiro se esforça para conte-las. Isso funcionou bem por muitos anos com base na estratégia chamada de comando e controle: monitorar o desmatamento por satélite, fiscalizar a derrubada de árvores e punir os responsáveis. Dez anos mais tarde, o desmatamento tinha caído para 5 mil quilômetros quadrados.
Governantes gostam de se gabar desses números. Só que esse ritmo de queda perdeu a força. Os últimos dados mostram que o desmatamento voltou a crescer – e muito. Entre agosto de 2014 e julho de 2015, as derrubadas foram 68% maiores que no período anterior. É o maior desmatamento verificado pelo sistema do Inpe, o Deter, nos últimos seis anos. Entre as causas apontadas estão: a alta do dólar que impulsiona o desmatamento porque supervaloriza a soja e o gado, a baixa eficácia do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em impedir derrubadas ilegais e o fato de que as unidades de conservação, que na teoria seriam áreas com controle de preservação, estão repletas de focos de exploração ilegal da madeira.

5. A AMAZÔNIA NÃO É NOSSO ECOSSISTEMA MAIS AMEAÇADO
Enquanto holofotes destacam crimes ambientais na Amazônia, há muita devastação acontecendo no bioma vizinho sem que haja tanto alarde. Entre 2011 e 2012, o desmatamento do Cerrado chegou a superar o da Amazônia e as taxas não param de crescer. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, se espalha por oito estados e desempenha um papel crucial para os recursos hídricos. É nele que nascem vários rios importantes para o país e onde está a maior parte da agricultura nacional. Apesar disso, está desprotegido. Há poucas unidades de conservação e a legislação é muito mais permissiva do que na Amazônia, permitindo muito mais desmatamentos mesmo dentro da legalidade.

6. A AMAZÔNIA NÃO É SÓ FLORESTA
Quando falamos “Amazônia”, muitas vezes estamos nos referindo à região denominada Amazônia Legal, e não apenas à região em que está o bioma Amazônia. A Amazônia Legal é uma demarcação administrativa (e não baseada em conceitos ambientais) que abrange nove estados brasileiros com alguma parcela do bioma. O mapeamento foi feito nos anos 1950, para orientar subsídios ao desenvolvimento da região norte. Por uma questão geográfica, inclui-se nessa área 38% do que é bioma Cerrado  e está sob leis específicas. Propriedades com vegetação de Cerrado dentro da Amazônia Legal podem desmatar até 65% de suas terras. As que estão fora podem desmatar 80%.

7. A REFORMA AGRÁRIA NA AMAZÔNIA DESTRÓI E NÃO RESOLVE A POBREZA
Uma parte das terras da Amazônia foi destinada à reforma agrária e recebeu brasileiros com a esperança de ali melhorar de vida e sair da pobreza. A esperança foi em vão. Os assentamentos foram organizados sem preocupação ambiental e as famílias foram enviadas para a floresta sem orientação de como produzir e se sustentar por ali. Muitos assentamentos não têm escolas, estradas e postos de saúde. As famílias vivem abandonadas na mata e não recebem crédito do governo para investir no plantio.
Não é uma regra, mas a opção para muitos é o desmatamento. Eles vendem as árvores que valem dinheiro e depois o carvão, fruto da queima da floresta. Sem árvores e sem solo bom, esses colonos continuam na pobreza. Só quem ganha dinheiro é o madeireiro e o carvoeiro. Muitos colonos acabam recorrendo à ajuda do governo, como o Bolsa Família, ao invés de desenvolver sistemas de produção que aproveitem os recursos da floresta.

8. NÃO É PRECISO DESMATAR PARA DESENVOLVER
A ideia de que levar desenvolvimento para uma região significa acabar com a natureza e instalar em seu lugar uma cidade é ultrapassada. A região amazônica é rica em recursos florestais e biodiversidade que podem render ganhos econômicos aliados à preservação ambientais, ou ainda, ser um bom local para exploração do turismo ecológico. A vocação da Amazônia é justamente oferecer esses bens que não estão nas cidades. Já existem experiências que comprovam isso, como a produção de açaí, de essências e até o reflorestamento. As plantações de árvores em áreas desmatadas criam uma alternativa para produzir madeira e carvão e reduzem a pressão sobre a floresta nativa.
Os verdadeiros povos da floresta vivem em países ricos e desenvolvidos. Convivem razoavelmente bem com seus recursos naturais. Aprenderam há tempos a valorizar suas florestas. Fonte: Época -29/09/2015 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Chile é o primeiro país da América Latina a proibir sacolas plásticas



O Chile se tornou o primeiro país da América Latina a proibir completamente o uso de sacolas plásticas em todos os departamentos comerciais de seu território. O presidente chileno, Sebastián Piñera, reeleito em março deste ano, foi pessoalmente a Santiago para celebrar a publicação da lei no Diário Oficial da última sexta-feira (3).
Na capital do país, o mandatário distribuiu bolsas de pano pelas calçadas. "O nosso objetivo é passar gradualmente da cultura 'usa e descarta' àquela saudável dos materiais recicláveis e da economia circular", comentou.
A lei proíbe os estabelecimentos comerciais de entregarem sacolas plásticas, exceto em casos cuja embalagem seja necessária para higiene ou para evitar o desperdício de alimentos. A legislação estabelece multa de U$ 370 por cada sacola plástica entregue e vale em todo o território chileno.
A iniciativa pretende eliminar o uso de sacolas plásticas nos próximos dois anos. "O Chile é um dos primeiros no mundo a dizer 'tchau!' para as sacolas plásticas. Acredito que isso seja bom para o Chile, para a América Latina e para o mundo", disse Piñera.
A medida, que já tinha sido aprovada em maio pelo Congresso, estabeleceu que, a partir de agora, as empresas têm seis meses para eliminar as sacolas plásticas, enquanto o comércio de pequeno porte tem dois anos para se adaptar às novas normas. Fonte: UOL Noticias - 06/08/2018

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Inverno começa oficialmente nesta quinta-feira

Com temperaturas mais baixas e inversões térmicas que causam nevoeiros e neblinas no período da manhã, o inverno começou oficialmente nesta quinta-feira (21) às 07h07 (horário de Brasília) e se estende até o dia 22 de setembro às 22h53, quando tem início a primavera.

BRASIL
Em todo o Brasil, o inverno leva a variações no regime de chuvas -- com o Sudeste ficando mais seco. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o trimestre que compreende o inverno (junho, julho agosto) será o período menos chuvoso do ano nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Também no inverno, o ar seco e o vento calmo favorecem a formação da bruma - substâncias sólidas suspensas na atmosfera, tais como poeira e fumaça - o que polui o ar.

REGIÃO NORTE
Na região Norte, o Instituto Nacional de Metereologia (INMET) informa que o volume de chuvas deve variar de normal a acima da média chuvas. A exceção fica com o centro amazonense e centro-sul do Pará, onde existe uma tendência de as chuvas ficarem de normal a abaixo da média.

REGIÃO NORDESTE
Na maior parte do Nordeste, a temperatura permanecerá próxima à média, enquanto que no interior da região inicia-se o período seco e a previsão é de temperaturas ligeiramente mais altas que a média nacional no inverno e baixos índices de umidade relativa.
REGIÃO SUL
Na maior parte da região Sul, o INMET informa que o inverno ficará dentro da normalidade com temperaturas mínimas podendo atingir valores abaixo de 0ºC em áreas serranas e de planalto, principalmente no mês de julho.

INVERSÃO TÉRMICA E UMIDADE
Segundo o Inpe, inversões térmicas e nevoeiros no período da manhã reduzem a visibilidade no inverno. O nevoeiro consiste na existência de gotículas d’água que flutuam no ar e reduzem a capacidade de observação a menos de 1000 m.
Quando ocorrer nevoeiros, a umidade do ar deve alcançar 98% no período da manhã. Já o contrário ocorre à tarde, com a umidade do ar registrando valores de até 40%. Fonte: G1-21/06/2018

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Carros elétricos são realmente bons para meio ambiente?



A produção de veículos elétricos, como outras aplicações de  alta tecnologia, exigem o uso de metais essenciais, incluindo chamados elementos terras raras. As  baterias predominantemente são baterias de íon‑lítio, que usam lítio, cobalto, níquel, e grafite. Além disso, como a energia para esses automóveis será gerada?
Quem pagará conta da mudança da matriz energética?
A matriz energética é um conjunto de fontes de energia ofertado no país para captar, distribuir e utilizar energia nos setores comerciais, industriais e residenciais. A matriz representa a quantidade de energia disponível em um país, e a origem dessa energia pode ser de fontes renováveis ou não renováveis.

A matriz energética mundial é composta, em sua maioria, por fontes não renováveis – os combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural ainda constituem grande parte da energia utilizada em todo o mundo.

O vídeo aponta algumas problemas do carro elétrico