A digitalização do processo produtivo industrial deve
atingir 21,8% das empresas brasileiras em uma década, garante uma pesquisa
envolvendo 759 grandes e médias indústrias brasileiras e multinacionais -
atualmente, o percentual é de 1,6%.
Os números referem-se ao nível de conexão da produção -
geração 4 - com tecnologias da informação e comunicação (TIC) integradas,
fábricas conectadas e processos inteligentes, com capacidade de subsidiar os
gestores com informações para tomada de decisão.
A sondagem faz parte do Projeto Indústria 2027, uma
iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Instituto Euvaldo Lodi
(IEL), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).
De acordo com os pesquisadores, a indústria 4.0 é também
conhecida como a quarta revolução industrial, resultando do uso integrado de
tecnologias avançadas da automação, do controle e da tecnologia da inovação em
processos de manufatura. Tais mudanças envolvem questões como o uso de
robótica, de novos materiais, de biotecnologia, de armazenamento de energia,
megadados, entre outros.
GERAÇÕES DE TECNOLOGIAS DIGITAIS
A expectativa dos empresários é de que os estágios 3 e 4 de
uso de tecnologia avancem na próxima década. O nível 3 passará de 20,5% para
36,9%. Os demais níveis recuariam, abrindo espaço para empresas mais
conectadas. Atualmente, o estudo indica que 77,8% das empresas brasileiras
ainda estão nas gerações tecnológicas 1 e 2. O maior percentual, em dez anos,
estaria concentrado nos níveis 3 e 4, com 58,7% das indústrias.
"Passaremos os próximos dez anos em um processo de
transformação industrial muito intenso, com as empresas de fato buscando trazer
essa tecnologia disruptiva e implementando essas práticas dentro do seu modo de
produção," avaliou Paulo Mól, do IEL. Ele avalia que essas transformações
tecnológicas servirão para aumentar a produtividade, reduzindo o custo de
produção e tornando as empresas brasileiras mais competitivas.
A pesquisa avaliou ainda como as tecnologias 4.0
influenciarão as áreas de relacionamento com fornecedores, desenvolvimento de
produto, gestão da produção, relacionamento com clientes e gestão de negócios.
No relacionamento com fornecedores, por exemplo, 77,3% dos entrevistados
disseram que a probabilidade é alta ou muito alta de as tecnologias digitais
serem dominantes nessa relação.
Entre os desafios para alcançar essa expectativa expressa
pelos empresários, Mól destaca a questão da mão de obra qualificada.
"Quando eu falo que o Brasil deve passar por uma transformação industrial
muito forte, como os dados estão mostrando, isso vai requerer um país muito
apto para ser parceiro nessas transformações", disse ele, lembrando a necessidade
de parcerias com universidades e de políticas públicas de incentivo à
indústria.Fonte: Inovação Tecnológica - com informações da Agência Brasil
- 12/12/2017
Comentário: O Brasil sempre vive em fantasia em relação à
educação e desenvolvimento tecnológico. O nosso sistema educacional parece um buraco
negro onde o tempo pára e o espaço deixa de existir. Veja os dados do
Tribunal Superior Eleitoral. É triste.
Na Coreia do Sul, 97% dos estudantes concluem o ensino
médio. O investimento em educação ajudou a transformar o país de economia
agrária num dos maiores PIB´s da Ásia. No Brasil, 15% dos jovens de 15 a 17
anos estão fora da escola. Dos que começam o ensino médio, 35,5% desistem. O
que temos é uma salada de era industrial, carroça, bonde, linha de montagem
,etc
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