terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Fechamento da fábrica da Ford

A saída da Ford do mercado de caminhões vai gerar um efeito em cascata ainda difícil de mensurar.
Distribuidores e fornecedores da fábrica de São Bernardo (SP) vão quebrar nos próximos meses, porque as demais empresas do setor não terão condições de substituir a demanda que vinha da montadora americana.

Isso vai engrossar a fila de desempregados na região do ABC paulista, que já foi o maior polo automotivo do Brasil, gerando um problema social grave. Apenas na própria Ford serão cerca de 3 mil demissões (o sindicato fala em 2,8 mil).
A fim das atividades da fábrica deve impactar uma cadeia com 24 mil trabalhadores, estimam o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Começa agora uma complexa negociação com os sindicatos, mas a Ford não pretende remanejar praticamente nenhum funcionário. As unidades de Taubaté (SP) e Camaçari (BA) estão com o quadro completo —a fábrica na Bahia seria, inclusive, distante demais para propiciar um rearranjo desse tipo.
O anúncio do fim das atividades da Ford em São Bernardo (SP) pegou todos de surpresa. Ao contrário da General Motors, a montadora americana não ameaçou, nem tentou negociar benesses tributárias com os governos estadual ou federal.

Fatores de mercado foram determinantes para o fechamento da fábrica. Em primeiro lugar, pesou a crise no mercado de caminhões, que subiu impulsionado por incentivos do governo nos anos petistas, mas depois caiu abruptamente. Houve alguma recuperação recente, mas, na média, o setor continua com 70% de capacidade ociosa.
Um segundo aspecto importante é a situação da própria Ford. Como as demais montadoras, a empresa vem perdendo dinheiro no Brasil. De 2013 a 2018, a Ford América do Sul acumula um prejuízo de US$ 4,5 bilhões.

Soma-se a isso o fato de que a Ford não produz caminhões em nenhum outro lugar do mundo. Logo custos de engenharia e desenvolvimento de novos produtos não são diluídos. O comando da Ford até tentou evitar o fechamento da fábrica durante os últimos dois anos. Houve, inclusive, negociações para vender a fábrica ou fechar algum tipo de parceria, mas não prosperaram.Fonte: Folha de São Paulo - 20.fev.2019 

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Desemprego é o maior dos últimos sete anos em 13 capitais brasileiras em 2018

No primeiro ano de recuo do desemprego no país após três altas seguidas, 13 capitais brasileiras continuam apresentando crescimento no número de desocupados e registraram maior taxa dos últimos sete anos.

São Paulo, por exemplo, tanto sob a ótica da capital, quanto sob os recortes da região metropolitana e do estado, ainda vê o número de desempregados crescer.
Enquanto a taxa de desocupação no país caiu de 12,7% em 2017 para 12,3% no ano passado; na capital paulista o percentual subiu de 13,5% para 14,2%.

Regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, também viram as suas taxas de desemprego crescerem.
"Percebe-se que o problema é mais forte nos grandes centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um desemprego metropolitano, bem maior do que no interior do país”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Porto Alegre, Vitória, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Teresina, Macapá, Belém, Boa Vista e Porto Velho também registraram maior taxa de desemprego dos últimos sete anos.
 Entre as regiões, Sudeste e Nordeste apresentaram maiores índices de desemprego no ano passado. Já o Sul teve menor taxa, seguido pelo Centro-Oeste, região onde nenhuma das capitais teve avanço do desemprego de 2017 para 2018.
Dos 26 estados e DF (Distrito Federal), 18 deles apresentaram recuo no número de desempregados em 2018. Amapá é o estado com o maior número de desempregados. Santa Catarina, o que tem a menor taxa de desocupação.


2017
2018
Brasil
12,7%
12,3%
Rondônia
8,2%
9,0%
Acre
14,1%
13,5%
Amazonas
15,7%
13,9%
Roraima
9,9%
12,3%
Pará
11,8%
11,1%
Amapá
17,8%
20,2%
Tocantins
11,7%
10,6%
Maranhão
14,3%
14,4%
Piauí
12,9%
12,8%
Ceará
12,6%
11,3%
Rio Grande do Norte
14,5%
13,6%
Paraíba
11,4%
11,1%
Pernambuco
17,7%
16,7%
Alagoas
16,7%
17,0%
Sergipe
14,3%
16,6%
Bahia
17,0%
17,0%
Minas Gerais
12,2%
10,7%
Espírito Santo
13,1%
11,5%
Rio de Janeiro
14,9%
15,0%
São Paulo
13,4%
13,3%
Paraná
9,0%
8,8%
Santa Catarina
7,1%
6,4%
Rio Grande do Sul
8,4%
8,1%
Mato Grosso do Sul
8,5%
7,6%
Mato Grosso
9,0%
7,9%
Goiás
10,6%
9,2%
Distrito Federal
13,2%
12,7%

INFORMALIDADE
Apesar de o desemprego ter recuado no ano passado, isso não quer dizer que houve grande geração de empregos com carteira assinada.
O crescimento de novos postos ocorreu com mais força no mercado informal. O percentual de empregados sem carteira assinada no setor privado, por exemplo, cresceu de 24,3% em 2017 para 25,4%.
A mesma situação ocorreu com trabalhadores por conta própria, que em 2017 eram 25% e, no ano seguinte, subiu para 25,4%.

 “Isso revela a qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a Previdência também cai, o que cria problemas mais à frente”, disse Cimar. Fonte: Folha de São Paulo - 22.fev.2019

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Velvet Season Soundrack

A série Velvet: Costuras do Amor é ambientada na Espanha dos anos 50 e 60. Acompanha uma loja de moda de prestígio e também o romance entre o herdeiro Alberto e Ana, uma das costureiras da Velvet.
A  trilha original traz centenas de temas muito especiais, interpretados pelos grandes nomes da música internacional. Foi lançada oficialmente em 3 CD’s duplos, com 50 músicas em cada disco  aproximadamente. As músicas são excelentes











Prévia do PIB do Banco Central de 2018

A economia brasileira cresceu pelo segundo ano consecutivo em 2018, indicam números divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Banco Central.
No ano passado, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo BC, registrou uma expansão de 1,15% na comparação com 2017. O número não possui ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano). No ano retrasado, a economia já havia avançado 1%.

O resultado oficial do PIB de 2018, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente em 28 de fevereiro.
O mercado, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, estima uma expansão de 1,25% para a economia brasileira em 2018. Fonte: G1-15/02/2019 

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Brasil é um dos líderes no uso de smartphone entre os emergentes, diz Pew Research

O Brasil lidera o uso de smartphones entre as economias emergentes. Um relatório divulgado nesta terça-feira (5) pelo Pew Research Center mostra que 60% dos adultos no país têm um smartphone, enquanto 33% têm um aparelho móvel não inteligente e 17% não têm acesso a qualquer tipo de tecnologia móvel.

Dos países em desenvolvimento, o Brasil se iguala à África do Sul na adoção de smartphones, embora lá o número de cidadãos que não têm celular ou smartphone seja de apenas 6%.

Elaborada com entrevistas a 30.133 pessoas em 27 países, a pesquisa aponta para o crescimento rápido na adoção de tecnologias móveis, embora ele acompanhe diretamente o índice de desenvolvimento econômico de cada região. Desse modo, o uso de tecnologia no mundo é desigual.

Enquanto uma média de 76% têm smartphones nos países ricos, o número cai para 45% nas economias em desenvolvimento. Nesses lugares, o uso está mais relacionado a pessoas jovens e escolarizadas.

Nos países desenvolvidos, o uso da internet chega a 90%, enquanto nos desenvolvidos ainda gira em torno de 60%. Na mesma comparação, o acesso às redes sociais é de 67% e de 49%.

O relatório afirma que a educação e o nível de renda desempenham papéis consideráveis na adoção de tecnologia.

“Em todos os pesquisados, as pessoas com maior nível de instrução e renda são mais propensas a usar a internet. O mesmo acontece com o uso de mídias sociais”, dizem os pesquisadores.

As redes sociais ainda são um privilégio de países mais riscos. Apenas 49% dos adultos de países emergentes acessa redes como Facebook e Twitter. Fonte: Folha de São Paulo - 5.fev.2019  

Economias avançadas
Smartphone
Dispositivo móvel que não é smartphone
    Não têm

Suécia
86
12
2
EUA
81
13
6
Espanha
80
18
2
Alemanha
78
16
6
Reino Unido
76
19
5
França
75
19
6
Itália
71
20
8
Argentina
66
16
17
Japão
66
26
8
Canadá
66
9
25
Hungria
64
27
9
Polônia
63
30
7
Rússia
59
34
7
Grécia
59
32
10
Média
76
17
6

Economias Emergentes
Smartphone
Dispositivo móvel que não é smartphone
Não têm

África do Sul
60
33
6
Brasil
60
23
17
Filipinas
55
22
23
México
52
24
24
Tunísia
45
45
10
Indonésia
42
28
29
Quênia
41
45
14
Nigéria
39
44
17
Índia
24
40
35
Média
45
33
17
  
Acesso à tecnologia é desigual entre países ricos e pobres

Economias avançadas       

Economias emergentes
têm um dispositivo móvel
94
83
têm um smartphone
76
45
acessam a internet
90
60
usam redes sociais
67
49
 Fonte: Pew Research Center
Comentário: Argentina, economia avançada?

As livrarias estão desaparecendo do Brasil

O mercado editorial brasileiro encolheu mais de 20% em uma década, com perdas que somam R$ 1,4 bilhão. Até gigantes do setor estão sucumbindo. Mas o que de fato está afetando o negócio do livro no país?
Em outubro de 2016, a editora Martins Fontes decidiu interromper o fornecimento de livros para um de seus principais revendedores, a Livraria Cultura. Tratava-se de um movimento ousado, dado o peso dessa rede no mercado. Porém, o risco assumido pela empresa, motivado por uma dívida de 500 mil reais, acabou por salvá-la de um colapso que assombra o setor editorial brasileiro. Hoje, o passivo da Cultura com apenas uma editora, a Companhia das Letras, alcança os 18 milhões de reais.

Grandes redes do setor livreiro, Cultura e Saraiva entraram em recuperação judicial em dezembro do ano passado e fecharam dezenas das megalojas espalhadas em capitais de todo o Brasil. O impacto sobre as editoras é profundo, principalmente porque o mercado opera, há duas décadas, no modelo de consignação. Ou seja, as livrarias só repassam às editoras o pagamento pelos livros fornecidos após a revenda ao público – com prazos de até um ano.

A derrocada dessas empresas gerou surpresa entre o público, mas parece ter sido pavimentada ao longo dos últimos anos, confirmando a impressão de que as livrarias estão desaparecendo das ruas e centros comerciais do país. Evandro Martins Fontes, sócio da editora e livraria que leva o nome da família, além de criticar o modelo de expansão adotado pelas duas redes, aponta uma conivência das grandes editoras, que não reagiram ao acúmulo crescente de dívidas das quais eram credoras.

"Essas redes optaram pelo modelo das megalojas, que envolvem altos custos de operação, inclusive os aluguéis. A Cultura só tinha uma loja em São Paulo, que era referência, mas começou a expandir em 2014. Já era um momento delicado, pois a venda digital se expandia. Com a crise, elas sofreram um forte baque, e esse modelo se tornou ainda mais insustentável. Elas foram vítimas da ganância”, diz o empresário.

"O negócio do livro sempre foi de margens pequenas, mas todos pudemos crescer aos poucos, honrando nossos compromissos. Por ser uma empresa de capital aberto, a Saraiva tinha que divulgar os balanços financeiros. Houve um ano em que o faturamento anual deles ultrapassou 1 bilhão de reais, mas o lucro foi de apenas 3 milhões. Eu faturo muito menos e tenho margem de lucro igual ou maior”, explica.

Embora seja possível apontar eventuais escolhas equivocadas nas estratégias adotadas pelas empresas que abriram pedidos de recuperação judicial no fim do ano passado, o negócio do livro já vem sentindo, há alguns anos, os efeitos de mudanças tecnológicas que afetam diversas atividades econômicas. Mesmo que os e-books e dispositivos para leitura digital ainda não tenham força expressiva no Brasil, o tempo dedicado à leitura passou a dividir espaço com a oferta interminável de conteúdo nas redes sociais e plataformas de streaming.

Além disso, novos canais de venda se abriram na internet. Com isso, editoras passaram a ter a opção de vender diretamente para seus clientes, empresas estrangeiras passaram a atuar no mercado nacional sem o custo de lojas físicas – caso da Amazon – e plataformas que não se dedicam exclusivamente à venda de livros passaram a competir com as livrarias.

Se as mudanças foram sentidas pelas principais empresas do setor, o resultado sobre as menores foi devastador. Em condições mais desfavoráveis de negociação, devido ao menor volume de vendas, fechar as portas virou a única saída. Com a possibilidade de encontrar o melhor preço na internet, a livraria do bairro deixou de ser a opção natural para comprar livros.

Dessa forma, a concentração de mercado se aprofundou nos últimos anos, a ponto de Saraiva e Cultura responderem, juntas, por 40% do mercado varejista. Desde 2012, o número de lojas no Brasil caiu de 3.481 para 2.500. É um número bem abaixo da recomendação da Unesco, 20 mil, pela taxa de uma para 100 mil habitantes.

FIDELIDADE PARA RESISTIR À CRISE
Cenário habitual em obras de Machado de Assis, a mítica Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro, mantém uma tradição de abrigar livrarias históricas desde o século 19, como a Garnier, Universal e José Olympio. Hoje, além de uma megaloja da Saraiva, está ali a Folha Seca, uma sobrevivente do processo de desaparecimento das lojas de rua.

O site da livraria está permanentemente em manutenção. Para comprar livros, ligados a temas afro-brasileiros, samba e futebol, somente in loco. Seus clientes sabem que os preços são mais altos do que nas grandes livrarias, mas fazem questão de prestigiar o lugar que é ponto de encontro de artistas e escritores. Entre eles, Luiz Antonio Simas, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016.

"Eu prefiro não comprar em megalivrarias, não compro livros pela internet e sou cliente de uma pequena/imensa livraria de rua. É o que está ao meu alcance fazer como um sujeito que preza os livros, as amizades, as esquinas”, escreveu no Jornal do Brasil. "Fica minha sugestão simples: escolham as suas livrarias de rua e sejam, na medida do possível, fiéis a este amor cotidiano e necessário.”
A comemoração dos 21 anos de funcionamento, no último dia 20 de janeiro, ajuda a explicar como a Folha Seca conseguiu chegar até aqui. Fãs da livraria se amontoavam na rua em torno de um piano de cauda, encomendado para a festa.

Entre um copo de cerveja e outro, compravam livros. Não se trata de uma exceção pela data comemorativa. Rodas de samba acontecem com regularidade ali.
Mesmo em dias de semana, é comum encontrar Rodrigo Ferrari, dono do espaço, confraternizando com clientes na Toca do Baiacú, bar vizinho à Folha Seca. Ele acredita que esse atendimento, impensável nas grandes livrarias, possibilitou a sobrevivência do estabelecimento.

"Se for pelo preço, a gente sabe que ninguém vai vir comprar aqui, porque é só você fazer uma pesquisa de dois minutos na internet. Nós fomos criando identidade e estabelecemos outros laços que não são os comerciais, embora sejamos um comércio".

Foi na mesma Rua do Ouvidor que a Livraria Travessa teve sua primeira loja. Gradualmente, filiais foram abertas em outros bairros da cidade e, neste ano, será a vez de São Paulo e Lisboa receberem a livraria. Fundador da empresa, Rui Campos rejeita a ideia de um "plano de expansão”. Em sua visão, foi justamente o crescimento desenfreado que levou suas concorrentes à situação desfavorável que vivem hoje.

"Ao mergulharmos na crise sem precedentes que o Brasil enfrentou nos últimos anos, as nossas principais redes revelaram as estratégias equivocadas em que se envolveram. Encontrando financiamento fácil característico dos anos Dilma, usaram e abusaram de busca desenfreada por aumento de faturamento visando ‘abertura de capital', sem nenhuma preocupação com margens e resultados”, diz.


"Conduziram uma abertura acelerada de megalojas, enxugamento de quadros com a demissão dos livreiros históricos e um forte investimento em livros eletrônicos e em e-readers para leitura de e-books que não performaram nem perto do que se apregoava. Sendo as livrarias criadoras de demanda, nunca essa demanda será totalmente atendida por outras livrarias. Muito irá se perder com consequências ruins para nossas editoras e para o mercado livreiro”, avalia. Fonte: Deutsche Welle – 31.01.2019

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Abutres da tragédia se alvoroçam com Brumadinho

Cheiro de dor e de morte sempre atrai abutres. E na cena do crime que devastou Brumadinho não seria diferente. Uma horda de carniceiros se alvoroça diante da possibilidade de tirar uma lasquinha da tragédia das incontáveis vítimas, da agonia das famílias, da consternação de um país.

Uma marca de cosméticos produziu um “ensaio-protesto” com modelos lambuzados de lama, mas com o batom e a máscara de cílios intactos. Uma apresentadora de TV fez maquiagem, com lágrimas em formato de coração, para “expressar sua tristeza”. Um comerciante cobriu ele e a mulher com barro para vender empilhadeiras, pois “a vida segue”.

O mundo digital é um campo vasto para que possamos aprender com o erro dos outros. Em 2012, por exemplo, o furacão Sandy deixou um rastro de destruição e mortos, nos EUA. Nana Gouvêa achou bacana fazer (e postar) fotos, em poses sensuais, em pontos de uma Nova York devastada. Causou repúdio e virou piada na internet. Não serviu de lição.

Brumadinho é prova de que tem sempre oportunistas de plantão. Não faltam figuras públicas de todos os espectros políticos usando das desgraças alheias para discursar contra seus desafetos e para jogar combustível num ambiente explosivo em que faltam respostas e sobram falsas informações. E, é claro, não poderiam ficar de fora os ativistas.

Uma moça, que adora aparecer mais do que as causas pelas quais ela diz lutar, acusou a equipe de socorro de “assassinar” os animais. Ela ignora a dificuldade do salvamento dos bichos machucados, presos na lama e sem condições de resgate. Desconsidera o estresse, o cansaço, a pressão que esses profissionais enfrentam porque ainda há centenas de pessoas desaparecidas.


Verdade seja dita, situações catastróficas como a que estamos vivendo nos servem para mostrar que os animais são mesmo melhores do que muitas pessoas, as quais não passam de abutres farejadores de desgraça. Fonte: Folha de São Paulo - 31.jan.2019