quinta-feira, 30 de julho de 2015

Presidente licenciado da Eletronuclear é preso na Lava-Jato

Preso na manhã de terça-feira na 16ª fase da Operação Lava-Jato, acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões de propina de empreiteiras, o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, tem atuação destacada na comunidade científica. Engenheiro naval pela Escola Politécnica de São Paulo, formado em 1966, Othon é tido como uma referência em estudos sobre o uso de combustíveis nuclear.

Othon é autor de um projeto de criação de centrífugas usadas no enriquecimento de urânio para propulsão nuclear em submarinos. Em 1994, chegou a receber do então presidente da República Itamar Franco a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, por conta de suas colaborações à ciência e à tecnologia.

O engenheiro estava no comando da Eletronuclear desde 2005, até que se licenciou do cargo em abril deste ano, a partir de apurações de denúncias envolvendo contratos firmados na construção da usina de Angra 3.

Othon ainda atuou como diretor da Coordenadoria de Projetos Especiais da Marinha (Copesp), atual Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), de 1986 a 1994. Na Marinha, chegou ao posto de vice-almirante.

Paralelamente à presidência da Eletronuclear, era dono da empresa Aratec Engenharia. Sua empresa é investigada por ter recebido "pagamentos vultuosos" de outras companhias que compõem o consórcio que atua nas obras de Angra 3, o consórcio Angramon.

Os pagamentos, que teriam sido feitos pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, ambas com contratos com a Eletronuclear, ocorreriam por meio de empresas intermediárias: CG Consultoria, JNobre Engenharia, Link Projetos e Participações Ltda., e a Deutschebras Comercial e Engenharia Ltda., "algumas com características de serem de fachada", segundo a PF.

O despacho que autorizou a prisão temporária de Othon, assinado pelo juiz Sérgio Moro, informa que, "embora os pagamentos das empreiteiras à Aratec possam eventualmente ter causa lícita, pela prestação de serviços reais de assessoria ou consultoria ou por eventuais direitos de patentes, pelo menos considerando as conhecidas qualificações técnicas de Othon Luiz, há aqui um possível conflito de interesses que coloca em suspeita esses pagamentos".

No mesmo documento, Moro ponderou que "não passa sem atenção o fato de Othon Luiz ser militar da reserva". "Apesar do prestígio das Forças Armadas, o fato é que as provas indicam possíveis crimes de corrupção em tempo muito posterior à passagem dele para reserva e no exercício de atividade meramente civil. Então a investigação não tem qualquer relação com atividade militar, não sendo os fatos em apuração crimes militares nos termos do art. 9º do Código Penal Militar."

A construção de Angra 3 já custou R$ 1 bilhão aos cofres públicos apenas em serviços de manutenção, sem nunca ter entregue energia. O valor total da obra, antes estimado em R$ 9,6 bilhões, já ultrapassa R$ 16 bilhões. Fonte: Zero Hora: 28/07/2015

Comentário: As  profissões em demanda no mercado de trabalho evoluem no mesmo ritmo em que a sociedade e a economia. E o filho pergunta para o pai: Tem agora uma profissão que está na moda, executivo do colarinho branco ou melhor do crime organizado. E o pai responde: Menino esperto, recomendo: Política, Governo, Energia, Petróleo, Metrô, Empreiteiras, etc. O Brasil virou um Cassino de Corrupção.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

China e a crise de matéria-prima

O mundo desenvolvido entrou na Grande Recessão com as matérias-primas em máximos históricos e sai da crise com as commodities em níveis de mais de uma década atrás. O Bloomberg Commodity Index, que mede a variação de toda espécie de matérias-primas, do ouro, petróleo e gás natural ao milho, soja, ferro e cobre, caiu quase 11% em 2015. Diversos especialistas consultados indicam várias razões para explicar essa queda brusca – a fortaleza do dólar e a próxima elevação dos juros nos EUA –, mas estão de acordo com uma no topo da lista: os sinais de fragilidade emitidos pela economia chinesa.

O que existe por trás dessa queda? A visão dos analistas consultados tem, com variações, um denominador comum. “A China é o maior consumidor mundial de matérias-primas e suas oscilações internas afetam o resto”, explica Gabriel Stein, da Oxford Economics. “Existe uma preocupação sobre o crescimento da economia chinesa”, acrescenta Ole S. Hansen, chefe de matérias-primas do Saxo Bank. As mostras de “debilidade” da segunda maior economia global, que compra e processa matérias-primas para transformá-las em produtos que depois vende a meio mundo, acrescidas pelas recentes quedas em suas Bolsas “derrubaram o mercado”, diz Dan Smith. Esse analista independente descarta, entretanto, que a economia chinesa tenha entrado “em colapso”, já que neste caso os mercados de matérias-primas teriam afundado. E recomenda utilizar como termômetro a evolução recente do cobre, nos menores preços em seis anos. “A queda foi forte, mas em relação a outros momentos da história recente o preço continua sendo relativamente alto”.

Essa queda das matérias-primas se traduz em dificuldades para os países exportadores. Nos últimos meses as turbulências derivadas dessa queda sacudiram meio globo: desde o Brasil e o Chile, onde o menor valor das exportações desembocou em uma forte retração de suas economias, à Austrália e Nova Zelândia, cujos bancos centrais lutam sem trégua contra a paralisia econômica abaixando os juros. “É um problema sério para eles”, afirma Stein, da Oxford Economics.

O efeito dominó alcançou também as divisas desses países, em sua maioria emergentes. Após uma década dourada, levadas pelo aumento do preço do petróleo, ferro, cobre, carvão e alimentos, as moedas desse grupo de Estados sofreram severas quedas em 2015: o real brasileiro caiu quase 20% frente ao dólar, o peso mexicano caiu 8% e o chileno 7%.

“A desvalorização de suas moedas ajuda esses países a recuperar competitividade, mas não é o remédio. Nada faz pensar que essa tendência irá mudar”, conclui Chris Weston, estrategista chefe da IG Markets. Fonte: El País - 27 JUL 2015


Comentário: Os anos dourados das matérias-primas estão acabando e para a maioria dos governos preocupado apenas com o “social”, com a distribuição farta de mesada social  e incentivo ao consumismo, a festa acabou. A esquerda não gosta de trabalhar e sim de pensar. Adora distribuir riqueza alheia.

Em Vantagens Competitiva das Nações, Porter e Stern,  enumera alguns fatores considerados importantes para o desenvolvimento tecnológico:

1. Recursos Humanos de alta qualidade;
2. Sólida Infraestrutura de pesquisa em Universidades;
3. Infraestrutura de informação de alta qualidade;
4. Ampla oferta de capital de risco;
5. Presença de clusters em vez de empresas isoladas;
6. Rede de fornecedores de alta competência/excelência;
7. Consumidores exigentes e demandantes de qualidade e sofisticação
8. Consumidores que criam a demanda de forma pioneira e inédita antes que outros consumidores em outros países o façam;
9. Intensa rivalidade entre as empresas locais do setor em questão;
10. Contexto local que encoraje o investimento em pesquisa.
Pergunto: Quais desses fatores  existem na América Latina? Parece que a vocação da América Latina é a pobreza e fornecimento de matéria-prima. A América Latina está refazendo a rota de especiaria portuguesa, com o fornecimento de matéria-prima. É a especiaria que equivale ouro. A América Latina procura fazer a mesma coisa e espera que o resultado seja diferente. A história não perdoa.

domingo, 19 de julho de 2015

Grécia reabre bancos na segunda-feira

A população terá maior flexibilidade para realizar saques e usar cartão de crédito. Medida é anunciada horas após a posse de novos ministros, em reforma ministerial que substitui membros dissidentes do partido do premiê.

Fechados desde 29 de junho, os bancos gregos vão reabrir suas agências na segunda-feira, e os saques de dinheiro em caixas eletrônicos e compras com cartões de crédito serão flexibilizados, segundo um decreto governamental publicado no sábado (18/07).

A resolução foi anunciada horas depois da posse dos novos ministros, que substituem membros dissidentes do Syriza, partido do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, após uma revolta interna por causa dos duros termos do acordo entre Atenas e os credores internacionais – o qual prevê medidas que incluem aumentos de impostos, cortes de gastos e reduções de aposentadorias.

A mudança nos ministérios permitiu a Tsipras substituir os rebeldes com seus parceiros de coalizão, do partido de direita Gregos Independentes.

Saques mais flexíveis- Os gregos poderão retirar no máximo 420 euros por semana, em vez do atual limite de 60 euros diários, que vigorou durante três semanas.

Entretanto, serão mantidas as restrições a transferências ao exterior e outros controles de fluxo de capital. Já os cartões de crédito só poderão ser utilizados dentro da Grécia.

A medida era esperada depois que o Banco Central Europeu concordou em reabrir as linhas de crédito de emergência de que o conturbado setor bancário grego precisa para sobreviver.

Tsipras agora pretende selar o acordo de resgate com seus sócios europeus nas próximas semanas, antes de prováveis eleições antecipadas, previstas pelo ministro do Interior, Nikos Voutsis, para serem realizadas em setembro ou outubro. Fonte: Deutsche Welle- 18.07.2015

Comentário: Na mitologia grega, Sísifo era considerado o mais astuto de todos os mortais. Mestre da malícia e da felicidade, ele entrou para a tradição como um dos maiores ofensores dos deuses (Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sísifo tornou-se conhecido por executar um trabalho rotineiro e cansativo. Tratava-se de um castigo para mostrar-lhe que os mortais não têm a liberdade dos deuses. Os mortais têm a liberdade de escolha, devendo, pois, concentrar-se nos afazeres da vida cotidiana, vivendo-a em sua plenitude, tornando-se criativos na repetição e na monotonia. Fonte: Adaptação, Wikipédia

sábado, 18 de julho de 2015

Collor: Casa da Dinda

No tempo em que os brasileiros produziam e dirigiam "carroças", um presidente da República ia para a berlinda por causa de um Fiat Elba de cerca de R$ 45 mil em preço atualizado e um controverso jardim estimado em US$ 2,95 milhões, que valem quase o dobro na correção da moeda americana.

Passados 23 anos, as cifras milionárias não estão mais no paisagismo da Casa da Dinda, mas na frota de R$ 5,8 milhões ligada ao agora senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), um dos investigados nos inquéritos da Operação Lava Jato abertos no Supremo Tribunal Federal.

Na Operação Politeia, a Polícia Federal apreendeu na terça-feira (14), na Casa da Dinda, em Brasília, três exemplares das marcas Porsche e Ferrari, além de um modelo quase exclusivo da Lamborghini. Três importados que mostram o quanto evoluiu o gosto e os gastos de Collor com carros desde o Fiat Elba 1991 nacional. Quando era presidente, em uma viagem à Europa, Collor disse que os carros brasileiros, comparados aos europeus, pareciam "carroças".

A compra do Elba, uma perua feita para a classe média brasileira, foi atribuída a PC Farias pela CPI que investigou a influência do ex-tesoureiro de campanha no governo. O escândalo também ligava o empresário às obras do jardim da Casa da Dinda, um símbolo da política nos anos 90, e culminou no impeachment e na cassação do então presidente da República - em 2002, Collor foi absolvido pelo Supremo.

Garagem

1-Porsche Panamera S - O automóvel mais "modesto" apreendido na Casa da Dinda é um Porsche Panamera S 2011/2012 que hoje vale pouco mais de R$ 473 mil, conforme a tabela Fipe. É o único veículo da frota registrado em Maceió - os demais têm placas de São Paulo - e o mais "família" deles.

2-Ferrari 458 Italia-  A Ferrari 458 Italia 2010/2011, pintada na tradicional (ou clichê) cor vermelha da marca italiana, custa no mercado de usados R$ 1,1 milhão - quando chegou ao Brasil, em abril de 2010, o preço começava em R$ 1,5 milhão (o equivalente a R$ 2,1 milhões hoje). O nome não faz menção só à origem da Ferrari: cita o motor 4.5 de 8 cilindros em V capaz de levar o carro a 325 km/h - um Fiat Elba 1.6 de 4 cilindros, em teste publicado pela revista "Quatro Rodas" em junho de 1991, chegou a 153 km/h.

3-Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster-A joia da garagem da Casa da Dinda é o Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster, modelo 2013/2014, hoje avaliado em mais de R$ 3,2 milhões. Com 700 cavalos de potência, vai a 100 km/h em 3 segundos.

O carro de Collor é mais exclusivo que o de Eike Batista - o do senador tem teto removível, enquanto o do empresário era fixo. Collor também escolheu a exclusiva cor Azzuro Thetis, cuja tonalidade varia dependendo da incidência de luz e pode fazer o carro parecer prateado. Fonte:UOL Noticias-15/07/2015

Comentário: A Casa da Dinda é a poção mágica da riqueza. Tudo se transforma em ouro. Brasília transformou-se em terra de pirata de colarinho branco. É a Tortuga  do cerrado onde os piratas tem inúmeros trabalhos escusos, propinaduto, sedex da mala preta,  crime do colarinho branco.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Conheça os principais pontos do acordo sobre a Grécia

Parlamento grego tem dois dias para aprovar primeiras medidas, que incluem reforma das aposentadorias e do mercado de trabalho e aumento de impostos. Terceiro pacote de resgate pode chegar a 86 bilhões de euros.

O acordo sobre um terceiro pacote de resgate para a Grécia, fechado nesta segunda-feira (13/07) entre os líderes da zona do euro, exige que o país execute amplas reformas, algumas delas em prazos apertados.

O compromisso não prevê um corte nas dívidas da Grécia, mas considera a possibilidade de ampliar o prazo de vencimento das atuais dívidas.

A estimativa é de que o valor total do terceiro pacote de resgate fique entre 82 bilhões e 85 bilhões de euros, com um período de três anos.

Diante das necessidades imediatas de dinheiro da Grécia, o acordo prevê que 10 bilhões de euros sejam liberados imediatamente para o setor bancário grego. O valor pode chegar a 25 bilhões de euros.

Ficou acertada ainda a criação de um programa para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos, orçado em 35 bilhões de euros.

Outro ponto destacado é que a Grécia deve buscar um novo empréstimo também com o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de o atual programa do Fundo vencer, em março de 2016.

A Grécia também terá de se submeter ao controle das "instituições", como é chamada a antiga troica, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI.

Os líderes da zona afirmam que é importante restaurar a confiança na Grécia. Para isso, a primeira missão de Atenas será apressar a aprovação de reformas legais no parlamento em diferentes prazos.

O novo pacote só sairá do papel depois de Parlamento grego aprovar a implementação das seguintes medidas:

Até esta quarta-feira (15 de julho): – Aprovar reformas iniciais no sistema de aposentadorias, dentro de um plano mais amplo de reformas para garantir a sustentabilidade de longo prazo do sistema.

– Garantir a independência total do serviço nacional de estatísticas da Grécia, o Elstat.

– Aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (VAT) e ampliação da base de cobrançapara elevar as receitas do Estado.

– Aplicação integral das principais disposições do Pacto Fiscal Europeu, formalmente conhecido como Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação da União Econômica e Monetária e que regulamenta o deficit público e o nível de endividamento dos países que usam o euro.O objetivo é assegurar a meta de superávit primário, por meio de cortes quase automáticos nas despesas caso haja desvio da meta.

Até a quarta-feira da semana que vem (22 de julho): – Aprovar a adoção do Código de Processo Civil, que é uma profunda reformulação de normas e disposições para o sistema de justiça civil e pode acelerar significativamente os processos judiciais e reduzir os seus custos.

– Transpor para a legislação nacional, com o apoio da Comissão Europeia, as regras comuns para a recuperação e a liquidação bancárias, conhecidas como Diretiva de Recuperação e Resolução dos Bancos (DRRB). Elas regulamentam a prevenção de crises bancárias e asseguram a liquidação ordenada de bancos em situação de insolvência, minimizando, ao mesmo tempo, o impacto desses fenômenos na economia real e nas finanças públicas.

O governo grego também se comprometeu a reformar e fortalecer algumas áreas apontadas como frágeis pelas instituições europeias. Tais reformas deverão ter etapas e prazos claros tanto para a definição de legislação específica como para implementação. São elas:

– Iniciar uma ambiciosa reforma nas aposentadorias e especificar políticas para compensar totalmente o impacto fiscal da decisão da Justiça grega sobre a reforma das aposentadorias de 2012. Além disso, terá de aplicar a cláusula de deficit zero ou uma medida alternativa aceita por ambas as partes até outubro de 2015.

– Adotar reformas mais ambiciosas de mercado, com a implementação de todas as recomendações básicas da OCDE, incluindo abertura do comércio aos domingos, ampliação dos horários de abertura, alteração na lei de propriedade de farmácias, reformas no mercado de leite e de padarias e desregulamentação de algumas profissões, como condutor de ferrys.

– Privatização da rede de distribuição de energia, a não ser que possam ser encontradas outras medidas que tenham um efeito equivalente para estimular a competitividade do setor, desde que as instituições concordem.

– No mercado de trabalho, executar uma rigorosa revisão e modernização das negociações coletivas, incluindo demissões coletivas, de acordo com práticas recomendadas internacionalmente e pela União Europeia.

– Adoção de medidas para fortalecer o setor financeiro, incluindo uma ação decisiva contra créditos "podres" (non-performing loans) e medidas para fortalecer a governança do Fundo Helênico de Estabilização Financeira (HFSF) e dos bancos, em especial eliminando qualquer interferência política em procedimentos de nomeação.

Um dos pontos mais críticos das obrigações assumidas pelo governo grego se refere às privatizações e à modernização da máquina administrativa do Estado. Para isso, a Grécia concordou em:

– Desenvolver um amplo plano de privatizações com melhor governança. Ativos do Estado grego serão transferidos para um fundo independente que irá rentabilizá-los por meio de privatizações e outros meios. A rentabilização dos ativos será uma das fontes para o pagamento do novo empréstimo junto ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e para a geração, durante o período de vigência do novo empréstimo, de um total de 50 bilhões de euros, dos quais 25 bilhões serão usados para o pagamento da recapitalização dos bancos. Metade do dinheiro restante será usada para reduzir a dívida pública e os demais 50% servirão para investimentos. O fundo será estabelecido na Grécia e será administrado por autoridades gregas sob a supervisão de instituições europeias. Uma legislação será adotada para garantir a transparência e fixação dos preços dos ativos.

– Em linha com os esforços do próprio governo grego, modernizar e fortalecer significativamente a administração grega, colocando em prática um programa, sob os auspícios da Comissão Europeia, para capacitar e despolitizar a administração do país. A primeira proposta deve ser encaminhada em 20 de julho após discussão com as instituições. Deverá ocorrer ampla redução de custos na administração pública.

– Normalização dos métodos de trabalho com as instituições, incluindo o trabalho em Atenas, para melhorar a aplicação do programa e o seu controle. O governo precisa consultar e concordar com as instituições em todos os novos projetos legislativos nas áreas relevantes em tempo adequado, antes de submetê-los à consulta pública ou ao parlamento.

– Exceto para o caso da lei da crise humanitária, o governo grego deve reexaminar, com a intenção de alterar, as leis que foram introduzidas a partir do acordo de 20 de fevereiro e que recuam em compromissos previamente estabelecidos ou identificar compensações aos direitos adquiridos que foram criados subsequentemente. Fonte: Deutsche Welle - 13.07.2015

Acordo sobre a Grécia é vitória para Merkel

A chanceler alemã acabou com os argumentos de Alexis Tsipras, salvou a unidade da zona do euro e o próprio legado político, opina a jornalista Barbara Wesel. Os gregos serão os maiores beneficiados, assegura.

No fim, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, evitou a ameaça: após uma maratona de negociações em Bruxelas, a saída da Grécia da zona do euro está descartada, pelo menos por enquanto. E se o acordo sobre um terceiro programa de resgate financeiro para a Grécia fracassar, a responsabilidade não terá sido de Merkel.

Pois ela provou que sabe negociar até a exaustão com o renitente premiê grego, Alexis Tsipras. No fim, era Tsipras quem estava exausto. Merkel, mais uma vez, comprovou sua resistência quase sobre-humana em reuniões noturnas. Tsipras não tinha o que contrapor à autoridade factual e pessoal de Merkel. Ela simplesmente liquidou com todos os argumentos dele nas negociações.

As condições associadas ao novo pacote de ajuda incluem todas as reformas, necessárias e há anos adiadas, para finalmente colocar a Grécia economicamente de pé. Todos ainda se lembram do barulho que os gregos fizeram contra um reforma do sistema de aposentadoria, no início do ano? Falaram que isso era inadmissível, que só aconteceria passando por cima do próprio cadáver político!

Pois foi muito barulho por nada. Na atual cúpula, Tsipras teve que engolir tantos sapos que deve ter dobrado de tamanho: Imposto sobre Valor Agregado, mercado de trabalho, sindicatos, Justiça, bancos, aposentadorias, funcionalismo público – agora Atenas terá que liberalizar e reformar em todos os campos.

O disfuncional Estado grego vai finalmente funcionar como uma entidade pública moderna.

A questão esconde uma ironia política: se em fevereiro o governo grego não estivesse ainda apostando na revolução e tivesse, em vez disso, entrado em acordo com os credores internacionais, as exigências seriam mais brandas. Mas, após meses de ziguezague, de incompetência e da desenfreada retórica arruaceira da tropa de Tsipras, a zona do euro acabou por perder a paciência.

A gota d'água foi a mudança abrupta do referendo, em que os gregos optaram pelo "não" ao programa europeu, como lhes fora encomendado. Por fim, até mesmo o melhor amigo de Tsipras, o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, estava furioso. E agora o primeiro-ministro grego vende aos seus cidadãos o pacote de Bruxelas como grande vitória, embora eles tenham acabado de rejeitá-lo. É assim que se faz democracia na Grécia?

Merkel salvou a unidade da zona do euro e, com isso, seu legado político. E ela não fica com a imagem de política sem coração e obcecada por normas, pois, afinal de contas, 86 bilhões de euros não são uma ninharia. E é fácil defender o fato de ela ter imposto a Tsipras todas as reformas que a troica [os credores internacionais: FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] já concebeu: é preciso forçar os gregos a encontrar a própria felicidade. Junto com o dinheiro, eles recebem uma liberalização e modernização que nunca quiseram. E, no fim das contas, vão se beneficiar disso – essa é a argumentação.

Os críticos já falam de um "Tratado de Versalhes" para a Grécia, pois interpretam como uma mordaça as condições a que está subordinada a nova ajuda do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Claro que a questão tem vários poréns: Tsipras conseguirá sobreviver politicamente a esse acordo, ou o seu partido Syriza e sua maioria governamental vão se esfacelar? O eleitorado vai lhe perdoar a quebra de todas as suas promessas de campanha? E, apesar de sua longeva cultura de corrupção e de sua histórica tendência à falência estatal, os gregos serão mesmo capazes de reformas?

Portanto, o final feliz não está, nem de longe, garantido, as reformas podem mais uma vez fracassar já no começo e serem sabotadas pelo Syriza. Mas os fiscais do programa estarão novamente no país, cuidando atentamente para que haja uma contrapartida à ajuda.

Mas o drama grego está longe do fim: com certeza veremos em breve o próximo ato. Fonte: Deutsche Welle - 13.07.2015- Barbara Wesel

Comentário: A esquerda fashion  só funciona enquanto o dinheiro alheio não acaba. Acabou a festa, do menu à la carte, da esperteza e do oportunismo. Está sendo uma baita indigestão.

Talvez a Dilma deve falar com os deuses gregos para mostrar-lhe o caminho do nosso tempo futuro. Ou o nosso tempo futuro já passou e não percebemos?

sábado, 11 de julho de 2015

Grécia: Parlamento grego aprova propostas de reformas

Com 251 votos a favor, 32 contra e oito abstenções, o Parlamento grego aprovou no início da madrugada deste sábado (11/07) a medida que dá plenos poderes para o primeiro-ministro Alexis Tsipras negociar com os credores internacionais. Dessa forma, os parlamentares também dizem sim às propostas apresentadas pelo governo em troca de um terceiro programa de resgate.

Ao defender as propostas no parlamento, Tsipras afirmou que as medidas eram difíceis, mas ajudariam a manter a Grécia na zona do euro e lembrou que conseguiu uma vitória importante.

"Pela primeira vez, nós tivemos uma discussão substancial para uma reestruturação da dívida", disse Tsipras. Ele afirmou ainda que o novo plano, em diversos pontos, é "muito melhor" do que o pacote rejeitado pelos gregos no referendo do último domingo.

Credores satisfeitos: Segundo fontes ligadas aos credores gregos, a Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliaram positivamente as propostas por Atenas. Elas seriam suficientes para um novo programa de regaste de aproximadamente 74 bilhões de euros.

O parecer das instituições será repassado aos 19 ministros das Finanças da zona do euro que vão discutir neste sábado as propostas gregas. No domingo, será a vez de os 28 líderes da União Europeia se reunirem numa cúpula extraordinária para decidir o futuro da Grécia.

Para evitar a saída da zona do euro e a falência do país, a Grécia tenta obter junto ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) um novo empréstimo. Entre as propostas em troca do programa de resgate, o governo grego se compromete a realizar reformas tributária e fiscal, estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, cortar gastos com Defesa e realizar uma série de privatizações. Fonte: Deutsche Welle - Data 11.07.2015

Comentário: Essa tragédia grega não é teatral, mas sim real, não é representada, mas narrada pelos atores; políticos e sociedade. O que tem é pânico, horror, piedade da população. É a catarse econômica; dívida, empréstimos, crise, protestos,  risco de colapso, aumento da desigualdade social.

Duas frases famosas do economista Roberto Campos para a crise:

1-O  'socialista' alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros.

2-Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir a riqueza ; foi fatal; os socialistas nunca mais entenderam a escassez.

Para os europeus, os alemães são o povo mais trabalhador, enquanto os gregos, afundados na crise, são os que dão menos duro, são preguiçosos. (Pesquisa da PewResearchCenter mostra a opinião dos cidadãos europeus sobre os outros países do continente, em maio de 2012  )

Papa ganhou crucifixo com Cristo sobre uma foice e um martelo

O presente do boliviano Evo Morales ao papa Francisco - um peculiar crucifixo em madeira com Cristo sobre uma foice e um martelo - provocou polêmica e muitos religiosos consideraram iniciativa uma "provocação".

Morales, no entanto, se defendeu e disse que o presente era uma criação de um jesuíta, Luis Espinal, assassinando em 1980 por paramilitares de direita, durante o golpe militar de Luis García Meza, atualmente preso por crimes contra os direitos humanos. Fonte: G1-10/07/2015

Comentário: Os jesuítas são simpatizantes da Teologia da Libertação. Essa teologia prega de forma oculta ou dissimulada a luta de classe entre pobres e ricos. Nada mais é o socialismo cristão dos movimentos sociais. O cenário é o socialismo cristão, mas o bastidor é o comunismo.
Lembrando que os símbolos foice  e martelo simbolizam o proletariado industrial, os operários  (o martelo) e os camponeses  (a foice) — as duas classes cuja aliança é considerada fundamental pelos marxistas-leninistas para o triunfo da revolução socialista.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Pesadelo histórico: Alemães vencem por 7 a 1

Brasil dá vexame no Mineirão e sofre pior derrota em Mundiais.Alemães vencem por 7 a 1, voltam a uma decisão de Copa após 24 anos e impõem à seleção brasileira a sua maior derrota na história dos Mundiais, num trauma capaz de superar o Maracanaço de 1950.

domingo, 5 de julho de 2015

Grécia: crônica de uma crise longamente anunciada

Sem saída no momento, a crise da dívida grega vinha se delineando há mais de uma década. Desfecho pode acarretar queda na classificação de risco do país e fechamento de instituições financeiras, além de ameaçar o euro.

A Grécia se filiou à união monetária europeia em 2001, adotando o euro como moeda. Três anos mais tarde, detectaram-se indícios de que Atenas havia falsificado seus balanços e violado regras relativas à estabilidade da moeda comum. Foi o começo da crise grega.

2009-O governo do premiê Georgios Papandreou revela aquilo que ninguém nas instituições da União Europeia poderia imaginar – nem havia notado: a Grécia tem dívidas no valor de 350 bilhões de euros, o equivalente a 160 vezes seu Produto Interno Bruto (PIB). O déficit orçamentário nacional é de 12,7%, quando o máximo estipulado pelas regras de estabilidade do euro é de 3%.

2010-O PIB da Grécia cai 5%. É aprovado para Atenas um primeiro pacote de ajuda financeira, no valor de 110 bilhões de euros, dos quais 30 bilhões de euros são provenientes do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os chefes de Estado e governo da União Europeia chagam a um acordo quanto à criação de um mecanismo anticrise contendo um "escudo protetor" para o euro, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef), com garantias de até 780 bilhões de euros.

2011-Continua piorando a situação da Grécia, seu PIB cai em cerca de 7%. Diversas agências rebaixam sua classificação de risco de crédito (rating). Em oposição às ajudas financeiras, subordinadas a reformas e medidas de austeridade, ocorrem protestos veementes, em que morrem três pessoas. Uma primeira greve geral aumenta a pressão sobre o governo.

Considera-se a introdução de um imposto sobre imóveis e a venda das últimas reservas de capital, como condição para um corte das dívidas, com os credores privados abrindo mão de 50% de suas exigências. Numa cúpula extraordinária, a UE libera 100 bilhões de euros em novos empréstimos e outros 39 bilhões em garantias de crédito adicionais.

O premiê social-democrata Giorgos Papandreou anuncia a intenção de submeter as medidas de austeridade à votação popular, em referendo, porém, desiste diante dos protestos dos credores. Em seguida, renuncia à chefia de governo. O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Loucas Papademos assume o governo interino.

2012-A economia grega acusa um índice negativo de 6,4%. O segundo pacote de resgate para o país perfaz 130 bilhões de euros. Os ministros de Finanças da UE liberam a maior parte dos créditos e reduzem à metade os juros relativos ao primeiro pacote. Em contrapartida, exigem de Atenas medidas de autoridade rigorosas.

Os cidadãos gregos manifestam nas eleições seguintes seu posicionamento no impasse, aumentando significativamente o apoio à aliança de esquerda Syriza, que rejeita as exigências de austeridade. A legenda se estabelece como a segunda mais forte da Grécia.

O primeiro-ministro eleito é Antonis Samaras, do partido Nova Democracia – segundo observadores, pouco disposto a reformas. A crise permanece, apesar da persecução aos sonegadores de impostos e o confisco das contas bancárias de milionários gregos no exterior.

Cresce o temor de que em breve a Grécia poderá estar falida, além de não ser o único Estado da zona do euro em dificuldades financeiras. O presidente do BCE, Mario Draghi, assegura: "Vamos fazer tudo para manter o euro", o que tranquiliza temporariamente os mercados financeiros. Draghi trabalhara durantes três anos em Londres para a casa de investimentos Goldman Sachs, consultora do governo grego até 2009.

2013-O PIB cai mais 3,9%, as dívidas perfazem 160% da receita anual da Grécia. O desemprego avança: mais da metade dos jovens estão sem trabalho. Cresce a animosidade contra a "troica" de credores – FMI, BCE e Comissão Europeia. As medidas de austeridade implementadas não bastam aos fiscais internacionais.

A resistência é tanta, e a situação tão caótica, que os credores internacionais adiam para o ano seguinte uma auditoria planejada. O novo slogan é: "Deem mais tempo à Grécia." O Parlamento em Atenas aprova medidas contra a crise, que incluem a elevação dos impostos e a demissão de mais de 10 mil funcionários públicos.

2014-Finalmente, um raio de esperança: a economia da Grécia acusa um pequeno crescimento, de 0,6%. Pela primeira vez, os gregos conseguem até mesmo obter crédito no mercado livre de capitais. Samaras está seguro de si: "Não precisamos de novos pacotes de resgate." São transferidos cerca de 8 bilhões de euros, até então bloqueados, referentes aos pacotes de ajuda já aprovados. No fim do ano, fracassa no Parlamento a eleição do novo presidente da República, acarretando uma guinada na política nacional.

2015-Nas eleições legislativas antecipadas de 25 de janeiro, vence a aliança esquerdista Syriza, que forma uma coligação de governo com o partido populista de direita Gregos Independentes. O novo premiê, o chefe de partido Alexis Tsipras, e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, confirmam a intenção de cumprir a promessa eleitoral de abrandar as imposições de austeridade dos credores internacionais.

Porém, novos problemas se apresentam ao governo recém-eleito: as arrecadações de impostos despencam, metas orçamentárias não são cumpridas. O governo Tsipras adota um curso titubeante: primeiro rejeita um corte de dívidas e a prorrogação do programa de resgate, para depois aceder.

A UE impõe, como condição, que a Grécia apresente uma lista de medidas para estabilização da financeira nacional. A disputa se acirra até a suspensão das negociações, precipitada pelo anúncio de Tsipras de um referendo sobre as medidas de austeridade.

Nesta terça-feira (30/06), o governo grego deveria restituir 1,55 bilhão de euros que deve ao FMI. Para tal, no entanto, seria necessária a próxima parcela, de 7,2 bilhões de euros, do pacote de resgate, cuja liberação foi sustada devido ao atual estado das negociações.

As agências de classificação de risco baixaram a nota do país para CCC-, último estágio antes da falência estatal. Os bancos e bolsas de valores da Grécia estão fechados até a próxima semana, com os saques restritos a 60 euros diários. Fonte: Deutche Welle-30.06.2015

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Acabei de descer do futuro, diz Dilma

Animada em seu último dia de visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff deu uma volta de cerca de 20 minutos no carro autônomo do Google, na sede da empresa em Mountain View, no Vale do Silício, no Estado da Califórnia.

"Acabei de descer do futuro", disse a jornalistas após o fim do passeio, nesta quarta-feira (1o). "É um nível de desenvolvimento que eu não imaginei que houvesse."

O carro testado pela presidente era um modelo Lexus, mais antigo que o pequeno veículo de design arredondado que começou a ser testado pelo Google nas ruas de Mountain View na semana passada.

Antes de entrar no carro, acompanhada da filha Paula, Dilma conversou com engenheiros da companhia sobre a tecnologia e afirmou que o carro era "absolutamente fantástico."

A presidente afirmou ainda que, ao ver os carros autônomos, pensou em como eles podem mudar o transporte público mundial. Ao ser questionada por uma repórter sobre o "presente", Dilma afirmou: "Eu ainda estou no futuro, não faça isso comigo." Também integravam a comitiva Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Renato Janine Ribeiro (Educação). Fonte: Folha de São Paulo, 01/07/2015

Comentário: Isso lembra quando D. Pedro II visitou os Estados Unidos em 1876. De 15 de abril a 12 de julho de 1876, o imperador percorreu mais de 14 mil quilômetros e passou por 28 estados, além da capital Washington.

O imperador se interessou pela ciência, pela tecnologia, as invenções e ficou maravilhado pelo trem. Dom Pedro II percorreu as extensões continentais dos Estados Unidos de trem, de Nova York a São Francisco na ida e na volta.  Ele foi de oeste a leste, e depois voltou do leste para oeste, buscando informações, e as inovações que estavam conhecendo.

Pelo jeito tivemos pouco avanço em quase 140 anos, continuamos a produzir ou fabricar carroças tecnológicas com conteúdo nacional.

Hoje a presidente desceu do futuro, achou muito complexo, melhor ficar “De Volta para o Passado”, onde ela pode saudar o avanço tecnológico da mandioca,  uma das maiores conquistas brasileira?