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quarta-feira, 17 de julho de 2024

A Internet morreu e esquecemos de enterrar?


 A rede que conectava pessoas e armazenava o conhecimento humano não existe mais; está dominada pela inteligência artificial

Nos últimos anos está ganhando força a hipótese de que a internet morreu e só esquecemos de enterrar. A rede que conectava pessoas e armazenava o conhecimento humano não existe mais de acordo com essa teoria. 

Ou, ao menos, está sendo substituída por uma rede composta por máquinas que falam entre si e conteúdos gerados automaticamente por inteligência artificial.

Por muito tempo essa ideia foi tratada como teoria da conspiração: um alarmismo longe da realidade. 

No entanto, os sinais de que há algo de podre no reino da internet estão se tornando mais frequentes. Vejamos alguns.

Hoje, 47,4% de todo o tráfego na rede é gerado por robôs. Sabe aquelas preciosas visualizações que o seu post alcançou na sua rede social favorita? 

Pois é, metade delas são provavelmente visualizações fake, feitas por robôs.

E o pior, 30% são robôs maliciosos, atuando com a intenção de copiar informações ou fazer ataques. Vários são capazes de imitar o humano, se tornando indetectáveis. Enquanto isso, o acesso realmente humano cai a cada ano. De 2021 a 2022, a queda foi de 5,1%. Se a tendência continuar, em breve a internet será terra de ninguém, ou melhor, terra de robôs.

Outro elemento indicativo da morte em curso da rede é a invasão de conteúdo criado por inteligência artificial. Um estudo do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhague prevê que 99% do conteúdo que será postado na internet em 5 anos será gerado por inteligência artificial. Ou seja, só 1% será feito por humanos.

Não precisa nem esperar tanto tempo. Em postagem oficial, o Google mencionou no mês passado que está tomando providências contra conteúdos que "parecem criados para [enganar] os mecanismos de buscas, em vez de para pessoas". Por conta disso, muita gente vem adotando uma prática inusitada. Colocar o comando "Before: 2023" nas buscas.

A alegação é que buscar por conteúdos "antes de 2023" gera resultados melhores. Justamente por causa da quantidade de lixo criado por inteligência artificial que vem sendo postado nos últimos 18 meses, já interferindo no ranking das buscas.

Até para encontrar um par romântico a internet está morrendo. Pesquisa da McAfee feita na Índia mostrou que 77% dos usuários de aplicativos de relacionamento já se depararam com perfis feitos por inteligência artificial, inclusive nas fotos. Além disso, 26% dos usuários alegam ter descoberto que estavam conversando com uma inteligência artificial, em vez de uma pessoa real, em sites de paquera.

Outro problema familiar é o uso de robôs em campanhas eleitorais. As eleições deste ano são as primeiras em que a inteligência artificial generativa estará em pleno curso. Dá para esperar novidades nesse campo.

Se tudo continuar assim, é possível que nossa geração terá sido a única a viver o tempo em que a internet era feita por pessoas. Para as gerações futuras, mais acostumadas com robôs do que a gente, essa ideia poderá parecer antiquada ou até grotesca: uma internet humana como um cobertor feito de retalhos, esquecido em algum canto mofado do passado.

Já era – Não pensar na regulação da inteligência artificial

Já é – Pensar em regular IA por meio de modelos de risco

Já vem – Pensar em regular IA por meio de modelos antitruste

Folha de São Paulo - 21.abr.2024 às 4h00; Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

domingo, 21 de abril de 2024

Brasil é campeão no Mundial de Robótica em Houston

O Brasil conquistou o primeiro e o segundo lugar na modalidade de 9 a 16 anos e levou mais sete prêmios técnicos, em todas as categorias, no Mundial de Robótica que começou na quarta‑feira (17) e terminou neste sábado (20) em Houston, nos Estados Unidos.

O Mundial de Robótica da FIRST ocorre anualmente e reúne 15 mil estudantes de 6 a 19 anos de 50 países. Neste ano, o Brasil teve a maior delegação desde que o primeiro time brasileiro disputou o torneio, em 2000. Foram 144 alunos de escolas públicas e privadas de dez estados.

Os oito integrantes da Los Atômicos, de Araras (SP), garantiram o primeiro lugar na categoria de 9 a 16 anos. “Sem dúvida, essa foi uma experiência única e um sentimento inesquecível. Só temos a agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram. É muito gratificante estar aqui e poder ser o campeão do World Festival”, comemorou Ana Clara Simionatto.

Outro time brasileiro que competia na mesma modalidade, a Pardoboots, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), garantiu não só o segundo lugar, como também o prêmio de técnico/mentor. Os sete competidores e a técnica Monica Marques celebraram o título de Champion´s Award Finalist, que reconhece o sucesso da equipe em todos os critérios de avaliação.

“O prêmio representa a equipe inspiradora que foi bem em todas as áreas, então é o prêmio mais importante da competição. Estamos muito felizes!”, afirmou Otavio Andrade. Os brasileiros levaram mais seis prêmios técnicos: projeto de inovação, time estreante, espírito de equipe, inspiração, controle do robô e apresentação do pôster. Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro - Publicado em 21/04/2024  

domingo, 14 de abril de 2024

'Fazendas de cliques' no Vietnã

O fotógrafo britânico Jack Latham passou um mês na capital do Vietnã, Hanói, fotografando as famosas "click farms" ("fazendas de cliques", em tradução livre).

'PARECEM STARTUPS DO VALE DO SILÍCIO'

Em entrevista à CNN, Latham contou que visitou cinco fazendas de cliques no total. Enquanto algumas delas tinham uma configuração tradicional, com diversos de celulares operados manualmente, outras já funcionavam com um método mais moderno chamado "box farm".

Nele, vários telefones — sem baterias ou telas — ficam conectados entre si e também a uma interface de computador.

Todas pareciam startups do Vale do Silício. Havia uma enorme quantidade de hardware, paredes inteiras de telefones. Jack Latham à CNN

TikTok é a plataforma mais popular nas fazendas de cliques que o fotógrafo visitou. Segundo ele, os trabalhadores desses locais geralmente eram responsáveis por tarefas em plataformas específicas, como comentar em massa em contas do Facebook ou ver vídeos em sequência no YouTube.

Trabalhadores com quem Latham conversou anunciavam seus serviços online por menos de um centavo por clique, visualização ou interação, ainda de acordo com a CNN.

As imagens da viagem pelas fazendas de cliques do Vietnã aparecem no novo livro de Latham, "Beggar's Honey" ("O Mel do Miserável", em tradução livre). Em 134 páginas, o fotógrafo retrata uma mistura de telefones, redes de fios e computadores com frames do tipo de conteúdo que viu sendo impulsionado nesses locais.

Fazendas de cliques em todo o mundo também são usadas para espalhar desinformação. Ao jornal português Público, Latham reforçou que seu projeto busca retratar as máquinas usadas para espalhar desinformação.

As fábricas de cliques não são a causa do problema. O problema começa quando as pessoas se apoiam nas redes sociais para consumir informação. As fábricas de cliques nascem dessa premissa. As pessoas querem consumir informação de forma rápida e em formato de entretenimento. Jack Latham ao P3

Ele ainda afirmou que locais como esses "nunca tinham sido fotografados ou filmados profissionalmente até então". "Inicialmente, foi um pouco assustador, porque, obviamente, elas operam numa área cinzenta da lei. Depois das duas primeiras visitas, comecei a me sentir mais confortável", disse.

COMO FUNCIONA UMA FAZENDA DE CLIQUES?

Driblando o algoritmo. Basicamente, as fazendas de cliques vendem serviços de curtidas e comentários para empresas e pessoas físicas interessadas em aumentar sua influência e engajamento na internet, com o intuito de manipular algoritmos.

Esse conceito já é conhecido há algum tempo no sudeste asiático. Uma rápida pesquisa no Google gera uma série de imagens de pessoas manejando ao mesmo tempo incontáveis smartphones dispostos em prateleiras.

Também é possível controlar os dispositivos por meio de um computador. Inúmeros smartphones ficam conectados à internet 24 horas por dia e sete dias por semana e vão gerando curtidas e compartilhamentos aleatórios nas páginas e perfis das empresas e pessoas contratantes do serviço.

A prática tem a finalidade de reunir mão de obra barata para driblar os termos de uso das redes sociais, que proíbem a utilização de robôs para automatizar e alavancar o alcance das publicações.

A ilegalidade das fazendas de cliques, porém, não é regra no mundo todo. Especialistas acreditam que as fazendas de likes funcionem, principalmente, na China e na Rússia. Fonte: UOL Tilt  - 01/04/2024

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Há 150 anos nascia Santos Dumont, o "pai da aviação"

Santos Dumont a bordo do 14-Bis, na França
Os célebres voos em Paris fizeram do brasileiro Alberto Santos Dumont uma personalidade conhecida em todo o mundo no início do século 20.

Há 150 anos, em 20 de julho de 1873, nascia o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont, o "pai da aviação", cujo legado de invenções fez dele uma das grandes personalidades brasileiras do século 20.

Santos Dumont criou os primeiros balões dirigíveis, com os quais realizou as célebres voltas ao redor da Torre Eiffel. Foi também o primeiro a decolar um protótipo de avião tripulado, impulsionado por um motor a gasolina, sem ajuda do vento ou de rampas de lançamento.

Para além das contribuições aeronáuticas, atribui-se também a Santos Dumont algumas invenções do cotidiano, como a porta de correr em hangares, a adaptação do relógio de bolso para o pulso – que virou moda em Paris – e ainda o chuveiro para banhos quentes e frios, na sua casa em Petrópolis.

CONTROVÉRSIA SOBRE PIONEIRISMO

Apesar de sua contribuição para a aviação ser inquestionável, há controvérsias sobre o reconhecimento de Dumont como o inventor do avião mundo afora. Ao contrário dos brasileiros, para a Federação Aeronáutica Internacional e a maior parte do mundo, o crédito do invento é atribuído aos americanos Irmãos Wright.

"Sem dúvida Santos Dumont é um dos pioneiros da aeronáutica. Mas, para o avião, os Irmãos Wright são mais importantes", disse o professor Holger Steinle, que antes de se aposentar em 2013 era administrador da exposição permanente sobre aviação no Museu Técnico Alemão de Berlim.

Oficialmente, os Wright fizeram seu primeiro voo público com um avião tripulado em 1908, mas alegaram que a façanha havia sido feita em dezembro de 1903, nos Estados Unidos, praticamente três anos antes do 14-Bis.

A polêmica está baseada na falta de provas testemunhais ou documentos que comprovem a realização desse voo. Há relatos de cinco testemunhas locais que o teriam presenciado. Mas nenhuma delas com certificações ou conhecimentos aeronáuticos para confirmá-lo. Anos depois foi ainda apresentada uma fotografia, supostamente tirada na data do voo.

Santos Dumont, no entanto, foi o primeiro a realizar, de forma oficial, um voo perante uma comissão de especialistas, jornalistas e diversas outras testemunhas.

"[No caso de Dumont] todos estavam lá registrando com fotos. Havia uma comissão internacional montada. Existia um regulamento que dizia que só seria avião aquele que decolasse por meios próprios, enquanto os Irmãos Wright estavam numa praia dos Estados Unidos, com o vento superforte e utilizavam catapulta. Eles só aparecem na Europa em 1908, quando outros concorrentes também já estavam com várias invenções voando bem", disse à Agência Brasil o suboficial da Aeronáutica Maurício Inácio da Silva, historiador do Museu Aeroespacial (Musal), no Rio de Janeiro.

No início do século 20, as revoluções tecnológicas fervilhavam por diversos cantos do mundo, o que naturalmente torna difícil a atribuição de méritos diante de tantas pesquisas e protótipos desenvolvidos paralelamente.

O voo do planador motorizado dos Irmãos Wright, com decolagem realizada de uma colina, não podia ser considerado voo por meios próprios, como no caso do 14-Bis. Mas, segundo Steinle, o planador dos Wright se mantinha um bom tempo no ar, era dirigível e manobrável, podendo retornar ao ponto de decolagem. "Esse é o critério geralmente reconhecido para se poder falar em voar", disse.

DO BALÃO AO AVIÃO

Nascido na cidade de Palmira, em Minas Gerais – rebatizada em 1932 em sua homenagem –, Santos Dumont sempre acreditou que o homem poderia voar. Aos 18 anos foi emancipado e recebeu uma fortuna familiar para que pudesse prosseguir seus estudos na França.

O brasileiro chegou a Paris em 1891 e pôde vivenciar de perto as grandes revoluções tecnológicas e culturais, como o surgimento da lâmpada elétrica, o desenvolvimento da fotografia, do cinema e, claro, os primeiros carros com motores de combustão.

Foi no balonismo que Dumont iniciou seus trabalhos de aviação. Após alguns protótipos que deram errado, ele conseguiu resolver o grande problema da dirigibilidade dos balões. Em 1899, o dirigível N-3, em formato cilíndrico, que podia ser direcionado através de um motor adaptado, ergueu voo perante o público francês e contornou a Torre Eiffel, pousando em seguida em condições controladas.

Essa manobra fez com que Santos Dumont alcançasse seu prestígio com o público francês e o deixou confiante para participar do Prêmio Deutsch. Criado por um milionário judeu, o prêmio prometia uma vultosa quantia em dinheiro para o aviador que criasse um dirigível eficiente, rápido e que realizasse um percurso determinado perante a comissão do Aeroclube da França.

Em outubro de 1901 Dumont executou a prova com o novo dirigível N-6, ganhando o prêmio em dinheiro e reconhecimento internacional.

Seguiram-se inúmeras publicações sobre o seu feito e convites de todo o mundo para homenagens internacionais e a continuidade dos seus projetos. A imagem do brasileiro voador ficou conhecida em toda Paris.

Era chegada a hora de tentar algo "mais pesado que o ar". Em 1906, Santos Dumont desenvolveu o famoso 14-Bis. O modelo tripulado resolvia o grande problema de levantar voo por meios próprios. A aeronave com um formato excêntrico possuía motor a gasolina, que conferia velocidade, e um design que aproveitava a aerodinâmica do ar.

Foi em 23 de outubro de 1906, cinco anos depois do vôo de dirigível ao redor da Torre Eiffel, que Dumont fez o 14-Bis voar a três metros de altura ao longo de 60 metros, sem o auxílio de rampas, catapultas ou do vento, apenas com a propulsão do motor. A façanha ocorreu perante uma comissão do Aeroclube da França, que concedeu a ele um prêmio em dinheiro.

MORTE

Em 1931, Santos Dumont voltou ao Brasil num estado de saúde debilitado e muito depressivo. Ele passou alguns meses em viagens pelo país até se instalar num hotel em Guarujá, no litoral Paulista.

O inventor se resguardou de convívios sociais e já não aceitava homenagens, tendo recusado tomar posse da cadeira reservada a ele na Academia Brasileira de Letras.

Em julho de 1932, Santos Dumont pôs fim à própria vida em seu quarto de hotel, aos 59 anos. Por não ter deixado uma nota de suicídio, especula-se que Dumont teria visto aviões de combate sobrevoando Guarujá para o ataque ao Campo de Marte, em São Paulo, devido à Revolução Constitucionalista. Ver seu invento como arma de guerra teria sido a causa de seu grande desgosto, diz essa tese.

HOMENAGEM NA LUA

Não é exagero dizer que a fama do inventor chegou até à Lua. Em 1973, como homenagem pelo centenário de nascimento do brasileiro, a União Astronômica Internacional batizou de Santos Dumont uma cratera existente no satélite natural da Terra. Com 8,8 quilômetros de diâmetro, a cratera fica a 54 quilômetros do local de pouso da missão Apollo 15, em 1971. Fonte: Deutsche Welle - 20/07/2023 20 de julho de 2023

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Psicólogo vê risco de retrocesso para humanidade com vício em telas

 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso abusivo da internet aumentou drasticamente nos últimos 20 anos. Esse aumento veio associado a vários casos de consequências negativas para a saúde. Também a rolagem infinita, pensada para proporcionar uma melhor experiência ao usuário, acabou, na opinião de muitos, se tornando um pesadelo por ser altamente viciante. O próprio inventor da timeline infinita, Aza Raskin, se arrependeu de sua criação e hoje afirma que “estamos colocando toda a humanidade no maior experimento psicológico já feito.“

Para entender melhor o assunto, a DW Brasil entrevistou o coordenador do Núcleo de Dependências Tecnológicas da USP, Dr. Cristiano Nabuco.

No hospital onde atende, Dr. Nabuco recebe adolescentes de todas as regiões do país que chegam a ficar conectados na Internet mais de 55 horas de forma ininterrupta. "Eles não se alimentam, não vão sequer ao banheiro“, conta.

Para o psicólogo que já publicou 15 livros sobre psicologia, saúde mental e uso abusivo de tecnologia, as redes sociais podem produzir, pela 1º vez na história da humanidade, a interrupção da consolidação do conhecimento. Fonte: DW Brasil - 2 de ago. de 2022

quinta-feira, 9 de junho de 2022

UE aprova modelo único de carregador de celular


Aparelhos como smartphones e tablets terão que adotar conector USB-C a partir de 2024. Decisão, que visa diminuir o lixo eletrônico no continente, gera forte revés para a Apple, que era contra a proposta

Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) concordaram nesta terça-feira (07/06) com a aprovação de uma lei que impõe uma padronização para os carregadores de telefones celulares e tablets em todos os países do bloco.

A decisão, que gera um forte revés para a gigante da tecnologia Apple, estabelece que a maioria dos equipamentos portáteis devem ser recarregados através de entradas USB-C a partir do final de 2024, informou um comunicado do Parlamento Europeu.

Bruxelas acredita que um modelo de cabo padronizado para todos os aparelhos poderá reduzir o lixo eletrônico no continente. A Apple, desenvolvedora do iPhone, afirma que o carregador de tamanho único poderá desacelerar a inovação e criar ainda mais poluição. Além disso, a imposição da padronização tem potencial para afetar todo o mercado global de smartphones.

A UE tem uma população de cerca de 450 milhões de pessoas, entre as quais, alguns dos consumidores de maior poder aquisitivo do planeta.

"A nova lei facilitará a vida dos consumidores e será melhor para o meio ambiente", observou o europarlamentar Andrey Kovatchev, um dos negociadores da proposta. "Chegou a hora de pôr fim às pilhas de cabos que todos nós temos em nossas gavetas e economizarmos em torno de 11 mil toneladas de lixo eletrônico por ano."

Atualmente, os consumidores têm de escolher entre três tipos de carregadores.: o chamado "Lightning" para os aparelhos da Apple; o micro-USB, utilizado na grande maioria dos demais smartphones, e o novo USB-C, que tem sido cada vez mais usado pelos europeus.

Isso é resultado de uma simplificação adotada em 2009. Até então, dezenas de tipos diferentes de carregadores eram vendidos juntamente com os aparelhos, o que resultava no acúmulo de lixo eletrônico quando os consumidores trocavam de smartphones.

APPLE ERA CONTRA A PROPOSTA

Ao apresentarem a proposta de padronização no ano passado, as autoridades europeias avaliaram que o desperdício ainda existia, uma vez que os consumidores europeus gastavam aproximadamente 2,4 bilhões de euros por ano em carregadores avulsos comprados separadamente.

A Apple, que já utiliza os conectores USB-C em alguns de seus aparelhos, como iPads e laptops, se recusava a aceitar a proposta europeia. A empresa insistia que forçar a imposição de um carregador universal para todos os aparelhos na UE seria algo despropositado.

Mas, segundo analistas, a mudança poderá impulsionar as vendas dos produtos da Apple na Europa a partir de 2024. Os consumidores europeus poderão se sentir motivados para adquirir os produtos da empresa, após estarem adaptados para os padrões do bloco. Fonte: Deutsche Welle – 07.06.2022

Entenda as vantagens de ter um cabo USB tipo C

Os modelos de cabos e portas USB tipo C estão presentes em diversos computadores e dispositivos móveis modernos. Essa é uma tecnologia que oferece diversas vantagens para o dia a dia dos usuários.

A seguir, conheça mais sobre o formato e as possibilidades que proporciona. Tal como, entenda os motivos pelos quais ele se tornará um conector cada vez mais comum nos produtos.

O QUE É USB-C?

O USB-C é um padrão de conector para transmissão de dados e energia em um único cabo. O modelo foi desenvolvido pelo USB Implement Forum, grupo formado por mais de 400 empresas que aperfeiçoou, certificou e guiou a tecnologia ao longo dos anos.

Isso possibilitou que o formato fosse adotado por importantes marcas de computadores, dispositivos móveis e outros gadgets. Ele já é o padrão de conexão de smartphones e outros acessórios modernos.

Embora tenha um visual semelhante ao antigo micro USB, o USB-C tem várias aplicações importantes para a rotina dos usuários. Conheça algumas:

1-CONECTOR SIMÉTRICO E SIMPLIFICADO

O design oval e achatado é uma das vantagens do USB tipo C. O cabo não tem uma orientação para cima ou para baixo, possibilitando que ele esteja sempre em uma posição correta para a conexão.

Além disso, ele é um modelo reversível. Se o cabo tiver o mesmo formato de conector em ambas as extremidades, o usuário não precisa pensar muito para descobrir qual é a ponta que se conecta com determinada porta.

2-GRANDE DURABILIDADE

Estudos revelaram que os cabos USB-C têm uma grande durabilidade. Esses modelos foram desenvolvidos para suportar até 10 mil ciclos de conexão, o que é seis vezes mais durável do que qualquer USB tipo A.

O formato simétrico também reduz os danos causados pelo uso constante dos conectores. Esse é mais um segredo para o modelo ser um acessório com extensa vida útil.

3-ALTA TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE DADOS

O USB-C tem a maior velocidade de transferência de dados em comparação aos antecessores. Entretanto, isso pode variar conforme a tecnologia padrão USB suportada pelo cabo.

Por exemplo, os modelos USB 3.0 registram taxas de transferência de até 5 Gbps. Enquanto isso, o USB 3.2 de 2ª geração suporta até 20 Gbps de transferência e o padrão USB 4 atinge até 40 Gbps.

Esses detalhes são extremamente importantes na hora de adquirir um cabo USB tipo C. Também é recomendado observar se os dispositivos são compatíveis com os padrões encontrados nos acessórios.

4-SUPORTE A CARREGAMENTO RÁPIDO

Outro recurso dos cabos USB-C é o suporte a tecnologia Power Delivery Charging (PD Charging). Essa é uma tecnologia que oferece carregamento rápido para alguns dispositivos com sistema operacional Android ou iOS.

O poder pode ser medido em uma breve comparação. Os antigos modelos USB 2.0 podem carregar um celular com 2,5 watts de potência, enquanto o USB-C pode fornecer até 100 watts de potência.

Assim, o PD Charging promove energia suficiente para alimentar um notebook. Para mais, os cabos que têm o mesmo conector nas duas pontas são bidirecionais, o que permite que o dispositivo envie e receba energia conforme a preferência do usuário.

5-FACILIDADE DE CONEXÕES

Além da transmissão de dados e energia, o USB tipo C facilita a conexão entre dispositivos. Por exemplo, esse formato pode conectar um desktop a um monitor externo — dispensando o uso do cabo HDMI.

O modelo também transfere dados entre um notebook e um HD externo que estejam conectados a um mesmo monitor. Mais um exemplo de como um único cabo possibilita realizar várias tarefas e otimizar o tempo.

Há testes em andamento para fornecer um novo padrão de áudio usando o USB-C. Assim, o formato é um potencial substituto do tradicional conector P2.

6-FUTURO CONECTOR UNIVERSAL

Com essa quantidade de vantagens, o USB-C deve se tornar um conector universal muito em breve. Várias companhias de tecnologia já estudam adotar esse modelo de conector como padrão para os futuros lançamentos.

Fabricantes de computadores e dispositivos móveis continuam incorporando portas USB-C na maioria dos principais produtos. Fato que mostra a grande força que o modelo de conexão tem na indústria. Fonte:Tecmundo - 25/07/2021

quarta-feira, 3 de março de 2021

Entenda: A importância do primeiro satélite 100% brasileiro

Lançado na madrugada de domingo (28/02), o primeiro satélite 100% nacional vai monitorar o desmatamento, sobretudo na região amazônica, como seu próprio nome sugere. Batizado de Amazonia-1, ele foi totalmente projetado, integrado e testado pelo país — e, a partir de então, será também operado exclusivamente pelo Brasil.

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integra a chamada Missão Amazônia: um esforço da entidade em melhorar o chamado sensoriamento remoto da natureza brasileira.

Conforme enfatiza o Inpe em texto que apresenta o trabalho, além da floresta amazônica, "os dados gerados serão úteis para atender, ainda, a outras aplicações correlatas, tais como: monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas, desastres ambientais, entre outros”.

 O Amazonia-1 é o terceiro satélite a realizar tal trabalho para o Brasil. Ele se soma aos CBERS-4 e CBERS-4A, que já estavam em operação.

"Temos a possibilidade de contar com três satélites com desenvolvimento brasileiro [os outros dois em parceria com a China] operando simultaneamente. Com isso, será gerado maior volume de dados para tratamento de questões ambientais e de preservação da cobertura vegetal”, afirma o diretor do Inpe, o engenheiro eletricista Clezio Marcos de Nardin.

E a missão prevê, para os próximos anos, o lançamento de outros dois: Amazonia-1B e Amazonia-2.

"O Amazonia-1 […] reforçará nosso sistema de aquisição de dados e de geração de imagens”, afirma Nardin, explicando que o equipamento deve gerar "dados sobre vegetação, agricultura, compor sistemas de alertas, entre outras aplicações”.

De acordo com com o diretor do Inpe, a expectativa é que haja um ganho principalmente no volume de dados obtidos.

USO PARA A AGRICULTURA: Graças a uma câmera de alta resolução e amplo espectro, o material produzido pelo satélite também deve ser útil para a agricultura. "Entre as possibilidades de monitoramento de fenômenos dinâmicos encontram-se as safras agrícolas e a determinação de queimadas persistentes”, afirma ele.

O equipamento é projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser visualizados. A estrutura conta com 14 mil conexões elétricas. Se esticados, todos os seus fios chegariam a 6 quilômetros.

Conforme enfatiza o agrônomo Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais biomas, do Inpe, o maior ganho se dará pela soma. Com três satélites em operação, um mesmo ponto pode ser "revisitado” em um intervalo de um a dois dias — conferindo precisão inédita ao monitoramento.

Todo o material coletado deve ser disponibilizado para a comunidade científica. "O Inpe foi pioneiro na política de disponibilizar dados de sensoriamento remoto gratuitamente desde 2004. E essa política deve ser mantida para o Amazonia-1, de modo que toda a sociedade tenha acesso às imagens e possa utilizá-las”, acrescenta Almeida.

O lançamento foi feito na Índia, para onde o satélite havia sido enviado há dois meses. "Foi realizada uma concorrência internacional para a escolha do foguete responsável [pela operação]. A proposta vencedora foi a do Polar Satellite Launche Vehicle, um lançador indiano”, esclarece Nardin. Para o desenvolvimento do satélite foram investidos cerca de R$ 300 milhões. A contratação do veículo indiano custou outros R$ 20 milhões.

Todo o projeto foi concebido no início dos anos 2000. Até 2008 era conduzido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "A complexidade envolvida em projetos espaciais, a necessidade de estabelecer diversas contratações industriais e a experiência do Inpe nos desenvolvimentos e contratações industrais fizeram com que esse desenvolvimento fosse transferido para o instituto [o Inpe]”, conta Nardin. "O Inpe, com essa bagagem histórica [decorrente de outros projetos de satélites, em parceria com instituições estrangeiras], recebeu a incumbência de ser o ‘main contractor' do Amazonia-1. Diversas adequações e adaptações foram necessárias e implementadas nos anos seguintes. Somente em 2014 o satélite ganhou sua configuração final.” No total, todo o projeto envolveu mais de 500 profissionais.

O USO DOS DADOS GERADOS: À DW, o pesquisador Tiago Reis, que estuda ações de combate ao desmatamento e de uso do solo na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, espera que a melhoria do monitoramento seja acompanhada de uma eficiência na fiscalização. "Do ponto de vista técnico, um trabalho primoroso. Mas a questão é: o que o vamos fazer com esses dados? Será investido mais em fiscalização e combate aos desmatamentos? Isso é o que interesse”, comenta ele.

"O satélite novo é muito interessante e realmente vai permitir que o Brasil domine toda a tecnologia de monitoramento e sensoriamento remoto do desmatamento, com precisão e agilidade. Mas isso, de certa forma, já temos e de forma boa o suficiente”, argumenta. "Daqui a pouco, vamos conseguir ver a unha encravada do desmatador. E aí? O que vamos fazer com essa informação? Vamos ficar só olhando ou faremos alguma coisa?” Fonte: Deutsche Welle – 01.03.2021 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Índia lança com sucesso satélite brasileiro

 A Índia lançou no domingo (28/02) com sucesso o Amazônia 1, o primeiro satélite de monitoramento da Terra completamente desenvolvido e produzido pelo Brasil. O lançamento ocorreu às 10h24 (horário local) da base indiana em Sriharikota, localizada no estado de Andhra Pradesh.

Em apenas 17 minutos após o lançamento, o satélite alcançou seu destino, a 752 quilômetros de altitude da Terra, e se separou do foguete PSLV-C51. O Amazônia 1 abriu então o painel solar, verificou os sistemas e iniciou o ajuste da câmara. As primeiras imagens devem ser produzidas em cinco dias.

"Este momento representa o ápice desse esforço feito por tantas pessoas. Esse satélite tem uma missão muito importante para o Brasil", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, que acompanhou o lançamento da base indiana. Com quatro metros de altura, esse é o primeiro satélite totalmente brasileiro.

Ao final da operação, o presidente da agência espacial indiana, K. Sivan, parabenizou o Brasil e afirmou que a Índia se sente honrada em participar desta missão. "Minhas sinceras congratulações ao time brasileiro por essa conquista. O satélite está em órbita, os painéis solares se abriram e está tudo funcionando muito bem", acrescentou.

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o satélite enviará imagens de alta resolução para auxiliar diferentes programas de monitoramento, incluindo a fiscalização do desmatamento na Amazônia, juntando-se assim aos outros dois equipamentos que fazem parte do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

O lançamento faz parte da parceria dos programas espaciais do Brasil e Índia. O foguete PSLV-C51 levou ainda outros 18 satélites secundários, entre eles três de institutos indianos e dois americanos. Fonte: Deutsche Welle – 28.02.2021

domingo, 3 de novembro de 2019

Fiat Chrysler e Peugeot Citroën anunciam fusão

O grupo francês PSA, proprietário das marcas Peugeot, Citroën e Opel, e a montadora ítalo-americana Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciaram nesta quinta-feira (31/10) ter acordado "por unanimidade" uma "fusão das atividades dos dois grupos" para criar uma nova entidade com sede na Holanda.
"Os acionistas dos dois grupos passariam a deter, respectivamente, 50% do capital da nova entidade e, portanto, iriam dividir igualmente os lucros dessa fusão", informaram as montadoras em comunicado conjunto.

QUARTA MAIOR MONTADORA DO MUNDO
O acordo definitivo poderá ser fechado "nas próximas semanas", especificaram as empresas em comunicado. Com 8,7 milhões de veículos vendidos por ano, a nova entidade se tornaria a quarta maior montadora do mundo, depois de Volkswagen, Renault-Nissan-Mitsubishi e Toyota.

O conselho de administração será composto por 11 membros, nomeados pela Fiat-Chrysler e pelo PSA, também conhecido como PSA Peugeot Citroën. A fusão entre os dois grupos de montadoras será feita sem o fechamento de fábricas, garantiram as duas sociedades em sua nota conjunta.
O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, saudou o início das negociações entre os dois grupos, mas prometeu que o Estado, acionista em 12% do PSA, vai continuar "particularmente vigilante" sobre o impacto na indústria francesa.

O CEO da FCA, John Elkann, e o diretor-executivo do PSA, Carlos Tavares, vão manter suas respectivas posições na nova entidade incorporada, que deverá alcançar sinergias anuais no valor de 3,7 bilhões de euros (16,5 bilhões de reais), informaram as empresas.
Os principais acionistas da PSA são o Dongfeng Motor Group, da China, a família Peugeot e o banco de investimentos Bpifrance. A FCA, com as marcas Jeep, Ram, Dodge, Alfa Romeo e Maserati, é controlada pela família Agnelli, fundadora da Fiat  e que concluiu sua fusão com a Chrysler em 2014.

Há muito que a FCA procura mais parceiros para dividir investimentos dispendiosos em novas tecnologias, algo absolutamente necessário numa indústria que rapidamente evolui em direção a veículos híbridos e elétricos.
Sob o comando de Sergio Marchionne, falecido em 2018, a FCA conteve esses investimentos, e a empresa agora oferece produtos antiquados como SUVs a gasolina e caminhões RAM.

VEÍCULOS ELÉTRICOS-TECNOLOGIA
Segundo o professor Ferdinand Dudenhoeffer, do Centro de Pesquisa automotiva da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, a FCA precisava rapidamente de um acordo.
"A FCA não tem tempo, está numa situação muito difícil, porque eles não têm veículos elétricos e apenas tecnologia antiga. Eles precisam urgentemente de um parceiro", disse o especialista.

Para a PSA, a fusão poderá permitir que retorne ao mercado americano graças ao Dodge e Jeep de seu parceiro, enquanto a FCA consolida suas posições na Europa, onde está perdendo força.
Dudenhoeffer apontou que Tavares seria um "dirigente forte", capaz de resolver os problemas da Fiat na Europa, ainda que à custa de "duros cortes de postos de trabalho", como no caso da Opel. Fonte: Deutsche Welle-31.10.2019

sábado, 5 de outubro de 2019

Dez razões pelas quais você deve abandonar as redes sociais

Jaron Lanier é uma das pessoas com as declarações mais impactantes que se pode encontrar no Vale do Silício, com seus dreadlocks, seu olhar fulminante, sua inteligência afiada e seu caráter explosivo.

Jaron Lanier foi parte da criação do protocolo da Internet, é considerado o pai da realidade virtual e um dos informáticos mais brilhantes da história do Vale do Silício. É escritor, filósofo e um destacado compositor de música clássica e eletrônica, que colaborou com músicos como Terry Riley e Philip Glass. Na última década, se tornou um dos principais críticos do uso da tecnologia digital. Há alguns anos, publicou um livro com o pouco sutil título “Você não é um aplicativo”, e sua outra obra, mais recente, se chama “Dez Argumento para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais”.

Atualmente, Lanier é consultor para Microsoft, e não vacila em dizer que é uma voz qualificada para criticar a tecnologia digital, pois ele mesmo sabe cimo estão sendo desenhados os algoritmos. “Na verdade, conheço os algoritmos. Não sou um estranho que olha e critica”, diz Jaron. “Falo como cientista informático, não como cientista social ou psicólogo. A partir dessa perspectiva, posso ver que o tempo está se acabando. O mundo está mudando rapidamente sob o nosso mando. Portanto, não fazer nada não é uma opção”.

Lanier acrescenta que “o algoritmo está tentando captar os parâmetros perfeitos para manipular o cérebro, enquanto o cérebro, para encontrar um significado mais profundo, está mudando as respostas aos experimentos do algoritmo... Já que o estímulo não significa nada para o algoritmo, pois é genuinamente aleatório, o cérebro não está respondendo a algo real, e sim a uma ficção. O processo – de se obcecar com uma elusiva miragem – causa dependência.

Lanier assegura que os algoritmos dos bancos de dados gigantes criaram um novo modelo no qual “o comportamento dos usuários é o produto”, um comportamento que está sendo constantemente modificado, pois a grande aposta é justamente essa, usar o mais avançado informaticamente para aprender a modificar a conduta da forma mais proveitosa para os interesses das corporações.

Basicamente, o que Lanier (que se considera um otimista) acredita é que a Internet pode ser salva, mas é preciso abandonar as redes sociais e desmontar os grandes monopólios que controlam as nuvens de dados.

O problema está no modo de operar destes algoritmos, que estão sendo ajustados constantemente para capturar a atenção dos usuários e fazer com que se comportem de uma forma que seja mais rentável.

Isso gera uma enorme negatividade, sensações de raiva, narcisismo, indignação, entre outras, pois estas plataformas aprenderam que as emoções negativas duram mais online: o ódio se canaliza melhor online.

Segundo Lanier, as ferramentas destas plataformas funcionam melhor para as pessoas que buscam reproduzir sentimentos negativos. “Portanto, o Estado Islâmico tem mais sucesso nas redes sociais que os ativistas da Primavera Árabe.
Os racistas obtêm mais impacto que o movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras Importam”), criando este aumento no movimento nacionalista racista nos Estados Unidos de uma forma que não havíamos visto em gerações.
Estes são os dez argumentos de Lanier para que você abandone agora as redes sociais (que correspondem aos dez capítulos de seu livro):

1) Você está perdendo seu livre arbítrio.
2) Renunciar às redes sociais é a forma mais precisa de resistir à loucura dos nossos tempos.
3) As redes sociais estão tornando você um idiota.
4) As redes sociais estão minando a verdade.
5) As redes sociais fazem que aquilo que você diz não ter importância.
6) As redes sociais estão destruindo sua capacidade de empatia.
7) As redes sociais estão fazendo você ser infeliz.
8) As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica.
9) As redes sociais estão fazendo com que a política seja impossível.
10) As redes sociais odeiam a sua alma.
Fonte: Carta Capital - 23/05/2019

domingo, 15 de setembro de 2019

Internet das Coisas

Embora mais conhecido entre técnicos, empresas e pesquisadores, o termo Internet das Coisas vem ganhando visibilidade na sociedade. As coisas, neste caso, são todo tipo de equipamento, que pode ser conectado de distintas formas, de um caminhão para acompanhamento do deslocamento de frotas de transporte de produtos a microssensores que monitoram o estado de pacientes à distância em hospitais ou fora deles.

Na Internet das Coisas (IdC) - também tratada pela sigla em inglês IoT (Internet of Things) - novas aplicações permitem o uso coordenado e inteligente de aparelhos para controlar diversas atividades, do monitoramento com câmeras e sensores até a gestão de espaços e de processos produtivos. As regras para este ambiente tratam tanto da conexão como da coleta e processamento inteligente de dados.

O ecossistema da IdC envolve diferentes agentes e processos, como módulos inteligentes (processadores, memórias), objetos inteligentes (eletrodomésticos, carros, equipamentos de automação em fábricas), serviços de conectividade (prestação do acesso à Internet ou redes privadas que conectam esses dispositivos), habilitadores (sistemas de controle, coleta e processamento dos dados e comandos envolvendo os objetos), integradores (sistemas que combinam aplicações, processos e dispositivos) e provedores dos serviços de IdC.

CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA
A IdC pode ser entendida como uma "convergência" de tecnologias já existentes, mas gerando "um salto qualitativo", diz Eduardo Kaplan, economista do setor de tecnologias da informação do BNDES.
"A IdC traz mudanças tanto no desenvolvimento de uma conectividade mais pervasiva, quanto no aumento do processamento dos dados e barateamento e refinamento dos sensores que permitem a coleta de dados em diversos ambientes e com diferentes atuadores. Tudo isso associado a alguma solução prática, algum uso que permite aumento de eficiência, redução de intervenção humana, novos produtos ou novos modelos de negócios," explicou.

A conectividade em diversas atividades já ocorre há vários anos, como é o caso de processos de automação, mas a diferença da IdC está na quantidade de dispositivos conectados e nas transformações que esse tipo de recurso pode gerar em diversas áreas.
Um exemplo é o uso de sensores em tratores que medem a situação do solo e enviam dados para sistemas responsáveis por processar essas informações e fazer sugestões das melhores áreas ou momentos para o plantio. Outro é a adoção de dispositivos em casa, como termômetros, reguladores de consumo de energia ou gestores de eletrodomésticos, que permitem ao morador da residência controlar esses equipamentos à distância.

O OUTRO LADO
Para a professora Fernanda Bruno, coordenadora do Medialab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse novo ecossistema traz uma ampliação da vigilância da vida das pessoas, que hoje já existente nos celulares, mas com potencial de crescimento por meio da disseminação de sensores em todo tipo de equipamento, como veículos, eletrodomésticos, postes e edifícios.
Esse processo, continua a professora, não é apenas um aumento quantitativo desse monitoramento do cotidiano, mas também qualitativo, uma vez que a captura dos dados é mais sutil e silenciosa, muitas vezes sem a consciência por parte dos indivíduos de que estão sendo objeto de tal monitoramento.

"Enquanto a Internet 'tradicional' foi marcada pela interatividade, a IdC está incorporada aos objetos e captura os nossos dados enquanto usamos tais objetos ou frequentamos certos espaços e ambientes. Mas é preocupante pensarmos que quantidades imensas de dados extremamente relevantes e sensíveis sobre nossos hábitos e comportamentos estão sendo coletados de forma contínua sem que seja necessária a nossa percepção e consciência deliberada disso," observa Fernanda Bruno. Fonte: Agência Brasil - 09/09/2019 

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Tecnologia em agricultura na China


Drone pulveriza fertilizante na plantação de trigo em Daliuzhuang, Província de Shandong, China.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Maçã desenvolvida em SC receberá royalties na Europa

Uma nova espécie de maçã desenvolvida em Santa Catarina conquistou o direito de recolher royalties nos 23 países que compõem a União Europeia. A fruta, que recebeu o nome de Monalisa, foi elaborada por meio de melhoramento genético iniciado há 31 anos por técnicos da estatal catarinense Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural).
 “A fruta é doce, crocante, suculenta e tem uma bela aparência. Ela caiu no gosto dos europeus”, afirma Renato Luis Vieira, gerente da estação experimental da Epagri em Caçador, que projeta o início do recolhimento da verba dos direitos de venda para 2022.
 “Estamos colhendo os frutos de um trabalho iniciado há muito tempo. É demorado, mas, quando vem a valorização, não tem preço”, disse. O cruzamento de plantas que deu origem à Monalisa foi desenvolvido em um ensaio experimental na primavera de 1988.

A história começou com o pesquisador Anísio Pedro Camilo, que fez doutorado em um programa de hibridações nos Estados Unidos , segundo Frederico Denardi, engenheiro‑agrônomo aposentado da Epagri. O pesquisador fez o cruzamento de uma muda de maçã gala com uma outra muda desenvolvida para ser mais resistente. “A gala é a mais produzida no Brasil hoje, mas tem inconvenientes como a dificuldade de adaptação ao clima do Sul. Também é muito suscetível a doenças”, disse.

As sementes foram pré-germinadas em câmaras climáticas e depois monitoradas em estufas. Na sequência, as mudas foram submetidas ao contato com as principais pragas que atacam os pomares. As mudas que resistiram foram selecionadas para passar por uma nova bateria de testes. Depois de atestar a resistência, os melhoristas (que fazem o melhoramento genético) partiram para aperfeiçoar a qualidade da fruta. Foram feitos testes para medir a firmeza da polpa, o nível de acidez, o teor de açúcar, a coloração, o formato, o sabor e a capacidade de conservação, entre outros fatores.

A ROTINA DE AVALIAÇÕES SE ESTENDEU POR SETE ANOS.
Em 1995, os pesquisadores atestaram o ápice da qualidade buscada e escolheram uma muda para ser a versão final do experimento. Ela recebeu um código de identificação e foi multiplicada por meio de enxerto.
A previsão é de redução do custo de produção porque é uma variedade resistente a algumas doenças que atingem a planta. “O agricultor deixa de gastar com agrotóxicos. Ela também se adapta muito bem à produção orgânica e produz efeitos na segurança alimentar e ambiental”, disse.

Os bons resultados culminaram na decisão de lançar a nova fruta para o mercado. Mudas foram fornecidas para os viveiristas interessados. A partir de convênio firmado com a Mondial Fruit Selection, empresa francesa que representa a maçã no exterior, testes foram feitos na Europa para avaliar a adaptação da fruta ao clima e a aceitação entre os produtores.
Foi na fase do lançamento que Denardi batizou a maçã de Monalisa, em razão da “universalidade e por ser um nome bonito, atraente e fácil”.

Em abril, a empresa concluiu que a Monalisa tem alto potencial de comercialização na Europa. Para realizar o cultivo, a propriedade intelectual da criação foi reconhecida.
A empresa irá liberar as mudas para os produtores licenciados que já poderão realizar o plantio. O processo do cultivo até a floração e colheita deve levar três anos, o que significa que estará nos mercados europeus a partir de 2022.
Com o início da comercialização, a Epagri começará a receber os valores pela concessão dos direitos da fruta. No Brasil, um edital será lançado para selecionar produtores que atendam as condições de cultivo.  “Agora é preciso ver se o mercado consumidor aceita a fruta”, disse Vieira. Fonte: Folha de São Paulo - 18.mai.2019 

sábado, 29 de dezembro de 2018

Smartphones causam crescimento da fotografia

Segundo estimativas da InfoTrends, um total de 1,2 trilhões de fotos digitais serão tiradas em todo o mundo este ano, ou seja, cerca de 160 fotos para cada uma das cerca de 7,5 bilhões de pessoas que habitam o planeta Terra.

Então, o que está causando esse boom repentino na fotografia? É uma epidemia de vaidade global? Bem, talvez, mas o fato de que mais de um bilhão de pessoas carregam constantemente um dispositivo que funciona como uma câmera digital é provavelmente o maior fator que contribui para a enorme quantidade de fotos digitais que estão por aí. O premiado fotógrafo Chase Jarvis uma vez cunhou a frase "a melhor câmera é a que está com você", e ele está certo. De acordo com as estimativas da InfoTrends, 85% de todas as fotos tiradas este ano serão capturadas em smartphones. Fonte: Statista - Aug 31, 2017
Comentário: Poderemos comparar com número de fotos tiradas por aparelho (2,4 bilhões de usuários no mundo)., 708 fotos tiradas. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Ataque hacker expõe dados de 500 mi de hóspedes da rede Marriott

A rede de hotéis Marriott, maior conglomerado global do setor, informou na sexta-feira (30 de novembro) ter sofrido um ataque hacker e que dados pessoais de 500 milhões de hóspedes foram comprometidos, segundo notícia publicada no jornal The New York Times.

A empresa foi informada sobre a tentativa de ataque em setembro e, após uma investigação, foi confirmado o acesso não autorizado às informações. A ação pode ter ocorrido no dia 10 de setembro ou antes dele.

Foram comprometidos dados pessoais, como nome, data de nascimento, endereço, número de passaporte e email de quem fez reservas desde 2014.

A invasão teria ocorrido no sistema de reservas da rede Starwood, comprada pela Marriott em 2016.
Os hackers também obtiveram dados criptografados de cartões de créditos. Segundo o The New York Times, não está claro se essas informações poderão ser usadas de algum modo.

Em comunicado, o presidente executivo da Marriott, Arne Sorenson, afirmou lamentar profundamente o incidente. Segundo ele, a empresa não esteve à altura das expectativas de seus hóspedes e do que ela própria espera para si. "Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar nossos hóspedes e aprendendo lições para melhorar no futuro", disse.

A companhia informou as autoridades sobre o vazamento de dados e buscará clientes para informar a situação. "Ainda estamos investigando a situação, então não temos uma lista de hotéis específicos. O que sabemos é que isso só impactou a rede da Starwood", disse o porta-voz da Marriott, Jeff Flaherty, à Reuters.

A Marriott disse que era cedo demais para estimar o impacto financeiro da violação e que isso não afetará sua saúde financeira de longo prazo. A empresa também disse que estava trabalhando com suas seguradoras para avaliar a cobertura. Fonte: Folha de São Paulo - 30.nov.2018 

domingo, 11 de novembro de 2018

China estreia apresentadores artificiais de TV

Na era das notícias falsas, chegaram também os falsos apresentadores. A agência de notícias Xinhua revelou suas novas aquisições esta semana: dois apresentadores de televisão criados a partir da inteligência artificial.

Os avatares dos profissionais carne e osso Zhang Zhao e Qiu Han, resultado de uma colaboração entre a Xinhua e o site de buscas na Internet Sogou, foram desenvolvidos a partir de imagens de seus "pais", combinadas com programas de reconhecimento facial, reconstrução 3D, sintetizador de voz, reprodução de expressões faciais e tradução automática, entre outros.
Os novos “bonecos falantes” serão usados para mostrar vídeos e transmitir notícias de última hora, indicou a agência de notícias chinesa.

Os apresentadores virtuais têm uma aparência bastante realista. Eles piscam e erguem as sobrancelhas quando falam. Sua boca se move em sincronia com as palavras. Mas são facilmente distinguíveis de uma pessoa real. Suas expressões faciais ainda são limitadas. A voz soa metálica, sem nuances de entonação.
É assim, por enquanto. Restam poucas dúvidas de que a tecnologia será aperfeiçoada e a fronteira entre realidade e artificialidade será cada vez mais obscura. Com o uso de outro tipo de tecnologia, seres virtuais como a cantora japonesa Hatsune Miku já se tornaram estrelas no mundo artístico.

"Os assistentes virtuais estão se tornando cada vez mais populares como uma maneira eficiente de resolver problemas cotidianos", afirmou o CEO da Sogou, Wang Xiaochuan, em declarações ao China Daily. Wang disse ainda que a criação de personagens virtuais mais realistas "permitirá que essa tecnologia se torne cada vez mais uma parte integral da vida diária".
A Sogou estima que esses "assistentes virtuais" poderão ir além da função de apresentadores de TV. Poderão ser profissionais de atendimento ao cliente, professores ou até mesmo médicos.

Dentre as vantagens desses apresentadores cibernéticos está a diminuição dos custos e o aumento da produtividade. Segundo a Xinhua, "Zhang" e "Qiu" "podem trabalhar 24 horas por dia em seu site oficial e em diferentes plataformas de mídia social, reduzindo os custos de produção de notícias e melhorando a eficiência".
E na China, onde a informação é fortemente censurada, esses apresentadores não correm o risco de cometer um erro ou dar uma história que não deveriam

Por ora, as primeiras reações nas redes sociais chinesas foram céticas. "A princípio, parece autêntico, mas quando você ouve um pouco, soa artificial, sem vida. A sensação que provoca é desconfortável, não sei se é porque a entonação não é a de uma pessoa normal", disse um internauta no Weibo, o Twitter chinês. "O setor de apresentadores de TV está se encaminhando para uma grande limpeza? Na internet, quem distingue quem é uma pessoa e quem é um robô?”, pergunta outro. Fonte: El País - Pequim 9 NOV 2018

sábado, 22 de setembro de 2018

Top 50 Countries/Markets by Smartphone Users and Penetration

The table below shows the top 50 countries/markets in terms of smartphone users in 2018. A smartphone user is defined as anyone using a smartphone at least once a month. The smartphone penetration in each country is also listed. These numbers come from our annual Global Mobile Market Report and are based on a model which takes into account a country’s economic progression, demography, online population, and inequality. These estimates are benchmarked with our clients in the industry along with third-party reports and institutions.

Our Global Mobile Market Report features an extensive smartphone user forecast from 2015 to 2020 per country/market and region, along with the top smartphone and tablet brands, and app revenue forecasts. Fonte: NewZoo – 08 September, 2018

Rank
Country
Total Population
Smartphone Penetration
Smartphone Users
1
China
1,393,686,000
55.6%
775,028,000
2
India
1,358,138,000
28.5%
386,934,000
3
United States
328,836,000
71.5%
235,156,000
4
Brazil
212,873,000
42.8%
91,191,000
5
Russian Federation
143,261,000
58.7%
84,075,000
6
Indonesia
266,357,000
25.4%
67,570,000
7
Japan
125,738,000
51.9%
65,282,000
8
Mexico
131,788,000
46.2%
60,870,000
9
Germany
80,561,000
71.0%
57,200,000
10
United Kingdom
65,913,000
70.8%
46,639,000
11
Turkey
81,086,000
55.2%
44,771,000
12
France
65,206,000
67.8%
44,225,000
13
Italy
59,788,000
68.5%
40,938,000
14
South Korea
50,897,000
72.9%
37,114,000
15
Nigeria
196,753,000
18.5%
36,445,000
16
Egypt
97,007,000
36.7%
35,622,000
17
Iran
81,810,000
43.2%
35,366,000
18
Spain
46,117,000
69.5%
32,069,000
19
Thailand
68,416,000
44.6%
30,486,000
20
Vietnam
96,357,000
30.1%
29,043,000
21
Philippines
105,341,000
27.2%
28,627,000
22
Canada
36,958,000
71.8%
26,531,000
23
Poland
38,523,000
66.5%
25,635,000
24
Argentina
44,692,000
53.0%
23,668,000
25
South Africa
55,867,000
41.6%
23,242,000
26
Pakistan
200,663,000
11.6%
23,228,000
27
Saudi Arabia
33,300,000
68.3%
22,748,000
28
Malaysia
31,571,000
66.5%
20,980,000
29
Colombia
49,469,000
41.1%
20,352,000
30
Australia
24,967,000
69.3%
17,292,000
31
Taiwan
23,611,000
72.2%
17,050,000
32
Algeria
41,730,000
38.1%
15,887,000
33
Morocco
35,652,000
39.3%
13,995,000
34
Peru
32,554,000
42.3%
13,765,000
35
Venezuela
32,328,000
40.1%
12,964,000
36
Ukraine
44,170,000
28.6%
12,649,000
37
Netherlands
17,085,000
71.0%
12,129,000
38
Romania
19,105,000
60.6%
11,575,000
39
Chile
18,493,000
60.4%
11,166,000
40
Iraq
39,751,000
24.2%
9,627,000
41
Bangladesh
166,735,000
5.4%
8,921,000
42
Belgium
11,513,000
69.7%
8,020,000
43
Kazakhstan
18,256,000
43.5%
7,934,000
44
United Arab Emirates
9,543,000
82.2%
7,845,000
45
Sweden
9,987,000
74.0%
7,391,000
46
Czech Republic
10,563,000
67.3%
7,106,000
47
Azerbaijan
10,070,000
69.1%
6,961,000
48
Portugal
10,229,000
68.0%
6,954,000
49
Greece
10,872,000
63.4%
6,896,000
50
Switzerland
8,524,000
73.5%
6,268,000