A rede que conectava pessoas
e armazenava o conhecimento humano não existe mais; está dominada pela
inteligência artificial
Nos últimos anos está
ganhando força a hipótese de que a internet morreu e só esquecemos de enterrar.
A rede que conectava pessoas e armazenava o conhecimento humano não existe mais
de acordo com essa teoria.
Ou, ao menos, está sendo substituída por uma rede
composta por máquinas que falam entre si e conteúdos gerados automaticamente
por inteligência artificial.
Por muito tempo essa ideia
foi tratada como teoria da conspiração: um alarmismo longe da realidade.
No
entanto, os sinais de que há algo de podre no reino da internet estão se
tornando mais frequentes. Vejamos alguns.
Hoje, 47,4% de todo o tráfego
na rede é gerado por robôs. Sabe aquelas preciosas visualizações que o seu post
alcançou na sua rede social favorita?
Pois é, metade delas são provavelmente
visualizações fake, feitas por robôs.
E o pior, 30% são robôs
maliciosos, atuando com a intenção de copiar informações ou fazer ataques.
Vários são capazes de imitar o humano, se tornando indetectáveis. Enquanto
isso, o acesso realmente humano cai a cada ano. De 2021 a 2022, a queda foi de
5,1%. Se a tendência continuar, em breve a internet será terra de ninguém, ou
melhor, terra de robôs.
Outro elemento indicativo da
morte em curso da rede é a invasão de conteúdo criado por inteligência
artificial. Um estudo do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhague prevê que
99% do conteúdo que será postado na internet em 5 anos será gerado por
inteligência artificial. Ou seja, só 1% será feito por humanos.
Não precisa nem esperar tanto
tempo. Em postagem oficial, o Google mencionou no mês passado que está tomando
providências contra conteúdos que "parecem criados para [enganar] os
mecanismos de buscas, em vez de para pessoas". Por conta disso, muita
gente vem adotando uma prática inusitada. Colocar o comando "Before:
2023" nas buscas.
A alegação é que buscar por
conteúdos "antes de 2023" gera resultados melhores. Justamente por
causa da quantidade de lixo criado por inteligência artificial que vem sendo
postado nos últimos 18 meses, já interferindo no ranking das buscas.
Até para encontrar um par
romântico a internet está morrendo. Pesquisa da McAfee feita na Índia mostrou
que 77% dos usuários de aplicativos de relacionamento já se depararam com
perfis feitos por inteligência artificial, inclusive nas fotos. Além disso, 26%
dos usuários alegam ter descoberto que estavam conversando com uma inteligência
artificial, em vez de uma pessoa real, em sites de paquera.
Outro problema familiar é o
uso de robôs em campanhas eleitorais. As eleições deste ano são as primeiras em
que a inteligência artificial generativa estará em pleno curso. Dá para esperar
novidades nesse campo.
Se tudo continuar assim, é
possível que nossa geração terá sido a única a viver o tempo em que a internet
era feita por pessoas. Para as gerações futuras, mais acostumadas com robôs do
que a gente, essa ideia poderá parecer antiquada ou até grotesca: uma internet
humana como um cobertor feito de retalhos, esquecido em algum canto mofado do
passado.
Já era – Não pensar na
regulação da inteligência artificial
Já é – Pensar em regular IA
por meio de modelos de risco
Já vem – Pensar em regular IA
por meio de modelos antitruste
Folha de São Paulo - 21.abr.2024
às 4h00; Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio
de Janeiro.
O Brasil conquistou o
primeiro e o segundo lugar na modalidade de 9 a 16 anos e levou mais sete
prêmios técnicos, em todas as categorias, no Mundial de Robótica que começou na
quarta‑feira (17) e terminou neste sábado (20) em Houston, nos Estados Unidos.
O Mundial de Robótica da
FIRST ocorre anualmente e reúne 15 mil estudantes de 6 a 19 anos de 50 países.
Neste ano, o Brasil teve a maior delegação desde que o primeiro time brasileiro
disputou o torneio, em 2000. Foram 144 alunos de escolas públicas e privadas de
dez estados.
Os oito integrantes da Los
Atômicos, de Araras (SP), garantiram o primeiro lugar na categoria de 9 a 16
anos. “Sem dúvida, essa foi uma experiência única e um sentimento inesquecível.
Só temos a agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram. É muito gratificante
estar aqui e poder ser o campeão do World Festival”, comemorou Ana Clara
Simionatto.
Outro time brasileiro que
competia na mesma modalidade, a Pardoboots, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP),
garantiu não só o segundo lugar, como também o prêmio de técnico/mentor. Os
sete competidores e a técnica Monica Marques celebraram o título de Champion´s
Award Finalist, que reconhece o sucesso da equipe em todos os critérios de
avaliação.
“O prêmio representa a equipe
inspiradora que foi bem em todas as áreas, então é o prêmio mais importante da
competição. Estamos muito felizes!”, afirmou Otavio Andrade. Os brasileiros
levaram mais seis prêmios técnicos: projeto de inovação, time estreante,
espírito de equipe, inspiração, controle do robô e apresentação do pôster. Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro - Publicado em
21/04/2024
O fotógrafo britânico Jack Latham
passou um mês na capital do Vietnã, Hanói, fotografando as famosas "click
farms" ("fazendas de cliques", em tradução livre).
'PARECEM STARTUPS DO VALE DO SILÍCIO'
Em entrevista à CNN, Latham contou que visitou
cinco fazendas de cliques no total. Enquanto algumas delas tinham uma
configuração tradicional, com diversos de celulares operados manualmente,
outras já funcionavam com um método mais moderno chamado "box farm".
Nele, vários telefones — sem baterias ou telas —
ficam conectados entre si e também a uma interface de computador.
Todas pareciam startups do Vale do Silício. Havia
uma enorme quantidade de hardware, paredes inteiras de telefones. Jack Latham à
CNN
TikTok é a plataforma mais popular nas fazendas de
cliques que o fotógrafo visitou. Segundo ele, os trabalhadores desses locais
geralmente eram responsáveis por tarefas em plataformas específicas, como
comentar em massa em contas do Facebook ou ver vídeos em sequência no YouTube.
Trabalhadores com quem Latham conversou anunciavam
seus serviços online por menos de um centavo por clique, visualização ou
interação, ainda de acordo com a CNN.
As imagens da viagem pelas fazendas de cliques do
Vietnã aparecem no novo livro de Latham, "Beggar's Honey" ("O
Mel do Miserável", em tradução livre). Em 134 páginas, o fotógrafo retrata
uma mistura de telefones, redes de fios e computadores com frames do tipo de
conteúdo que viu sendo impulsionado nesses locais.
Fazendas de cliques em todo o mundo também são
usadas para espalhar desinformação. Ao jornal português Público, Latham
reforçou que seu projeto busca retratar as máquinas usadas para espalhar
desinformação.
As fábricas de cliques não são a causa do problema.
O problema começa quando as pessoas se apoiam nas redes sociais para consumir
informação. As fábricas de cliques nascem dessa premissa. As pessoas querem
consumir informação de forma rápida e em formato de entretenimento. Jack Latham
ao P3
Ele ainda afirmou que locais como esses "nunca
tinham sido fotografados ou filmados profissionalmente até então".
"Inicialmente, foi um pouco assustador, porque, obviamente, elas operam
numa área cinzenta da lei. Depois das duas primeiras visitas, comecei a me
sentir mais confortável", disse.
COMO FUNCIONA UMA FAZENDA DE CLIQUES?
Driblando o algoritmo. Basicamente, as fazendas de
cliques vendem serviços de curtidas e comentários para empresas e pessoas
físicas interessadas em aumentar sua influência e engajamento na internet, com
o intuito de manipular algoritmos.
Esse conceito já é conhecido há algum tempo no
sudeste asiático. Uma rápida pesquisa no Google gera uma série de imagens de
pessoas manejando ao mesmo tempo incontáveis smartphones dispostos em
prateleiras.
Também é possível controlar os dispositivos por
meio de um computador. Inúmeros smartphones ficam conectados à internet 24
horas por dia e sete dias por semana e vão gerando curtidas e compartilhamentos
aleatórios nas páginas e perfis das empresas e pessoas contratantes do serviço.
A prática tem a finalidade de reunir mão de obra
barata para driblar os termos de uso das redes sociais, que proíbem a
utilização de robôs para automatizar e alavancar o alcance das publicações.
A ilegalidade das fazendas de cliques, porém, não é
regra no mundo todo. Especialistas acreditam que as fazendas de likes
funcionem, principalmente, na China e na Rússia. Fonte: UOL Tilt -
01/04/2024
Os célebres voos em Paris
fizeram do brasileiro Alberto Santos Dumont uma personalidade conhecida em todo
o mundo no início do século 20.
Há 150 anos, em 20 de julho
de 1873, nascia o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont, o "pai da
aviação", cujo legado de invenções fez dele uma das grandes personalidades
brasileiras do século 20.
Santos Dumont criou os
primeiros balões dirigíveis, com os quais realizou as célebres voltas ao redor
da Torre Eiffel. Foi também o primeiro a decolar um protótipo de avião
tripulado, impulsionado por um motor a gasolina, sem ajuda do vento ou de
rampas de lançamento.
Para além das contribuições
aeronáuticas, atribui-se também a Santos Dumont algumas invenções do cotidiano,
como a porta de correr em hangares, a adaptação do relógio de bolso para o
pulso – que virou moda em Paris – e ainda o chuveiro para banhos quentes e
frios, na sua casa em Petrópolis.
CONTROVÉRSIA SOBRE
PIONEIRISMO
Apesar de sua contribuição
para a aviação ser inquestionável, há controvérsias sobre o reconhecimento de
Dumont como o inventor do avião mundo afora. Ao contrário dos brasileiros, para
a Federação Aeronáutica Internacional e a maior parte do mundo, o crédito do
invento é atribuído aos americanos Irmãos Wright.
"Sem dúvida Santos
Dumont é um dos pioneiros da aeronáutica. Mas, para o avião, os Irmãos Wright
são mais importantes", disse o professor Holger Steinle, que antes de se
aposentar em 2013 era administrador da exposição permanente sobre aviação no
Museu Técnico Alemão de Berlim.
Oficialmente, os Wright
fizeram seu primeiro voo público com um avião tripulado em 1908, mas alegaram
que a façanha havia sido feita em dezembro de 1903, nos Estados Unidos,
praticamente três anos antes do 14-Bis.
A polêmica está baseada na
falta de provas testemunhais ou documentos que comprovem a realização desse
voo. Há relatos de cinco testemunhas locais que o teriam presenciado. Mas
nenhuma delas com certificações ou conhecimentos aeronáuticos para confirmá-lo.
Anos depois foi ainda apresentada uma fotografia, supostamente tirada na data
do voo.
Santos Dumont, no entanto,
foi o primeiro a realizar, de forma oficial, um voo perante uma comissão de
especialistas, jornalistas e diversas outras testemunhas.
"[No caso de Dumont]
todos estavam lá registrando com fotos. Havia uma comissão internacional
montada. Existia um regulamento que dizia que só seria avião aquele que
decolasse por meios próprios, enquanto os Irmãos Wright estavam numa praia dos
Estados Unidos, com o vento superforte e utilizavam catapulta. Eles só aparecem
na Europa em 1908, quando outros concorrentes também já estavam com várias
invenções voando bem", disse à Agência Brasil o suboficial da Aeronáutica
Maurício Inácio da Silva, historiador do Museu Aeroespacial (Musal), no Rio de
Janeiro.
No início do século 20, as
revoluções tecnológicas fervilhavam por diversos cantos do mundo, o que
naturalmente torna difícil a atribuição de méritos diante de tantas pesquisas e
protótipos desenvolvidos paralelamente.
O voo do planador motorizado
dos Irmãos Wright, com decolagem realizada de uma colina, não podia ser
considerado voo por meios próprios, como no caso do 14-Bis. Mas, segundo
Steinle, o planador dos Wright se mantinha um bom tempo no ar, era dirigível e
manobrável, podendo retornar ao ponto de decolagem. "Esse é o critério
geralmente reconhecido para se poder falar em voar", disse.
DO BALÃO AO AVIÃO
Nascido na cidade de Palmira,
em Minas Gerais – rebatizada em 1932 em sua homenagem –, Santos Dumont sempre
acreditou que o homem poderia voar. Aos 18 anos foi emancipado e recebeu uma
fortuna familiar para que pudesse prosseguir seus estudos na França.
O brasileiro chegou a Paris
em 1891 e pôde vivenciar de perto as grandes revoluções tecnológicas e
culturais, como o surgimento da lâmpada elétrica, o desenvolvimento da
fotografia, do cinema e, claro, os primeiros carros com motores de combustão.
Foi no balonismo que Dumont
iniciou seus trabalhos de aviação. Após alguns protótipos que deram errado, ele
conseguiu resolver o grande problema da dirigibilidade dos balões. Em 1899, o
dirigível N-3, em formato cilíndrico, que podia ser direcionado através de um
motor adaptado, ergueu voo perante o público francês e contornou a Torre
Eiffel, pousando em seguida em condições controladas.
Essa manobra fez com que
Santos Dumont alcançasse seu prestígio com o público francês e o deixou
confiante para participar do Prêmio Deutsch. Criado por um milionário judeu, o
prêmio prometia uma vultosa quantia em dinheiro para o aviador que criasse um
dirigível eficiente, rápido e que realizasse um percurso determinado perante a
comissão do Aeroclube da França.
Em outubro de 1901 Dumont
executou a prova com o novo dirigível N-6, ganhando o prêmio em dinheiro e
reconhecimento internacional.
Seguiram-se inúmeras
publicações sobre o seu feito e convites de todo o mundo para homenagens
internacionais e a continuidade dos seus projetos. A imagem do brasileiro
voador ficou conhecida em toda Paris.
Era chegada a hora de tentar
algo "mais pesado que o ar". Em 1906, Santos Dumont desenvolveu o
famoso 14-Bis. O modelo tripulado resolvia o grande problema de levantar voo
por meios próprios. A aeronave com um formato excêntrico possuía motor a
gasolina, que conferia velocidade, e um design que aproveitava a aerodinâmica
do ar.
Foi em 23 de outubro de 1906,
cinco anos depois do vôo de dirigível ao redor da Torre Eiffel, que Dumont fez
o 14-Bis voar a três metros de altura ao longo de 60 metros, sem o auxílio de
rampas, catapultas ou do vento, apenas com a propulsão do motor. A façanha
ocorreu perante uma comissão do Aeroclube da França, que concedeu a ele um
prêmio em dinheiro.
MORTE
Em 1931, Santos Dumont voltou
ao Brasil num estado de saúde debilitado e muito depressivo. Ele passou alguns
meses em viagens pelo país até se instalar num hotel em Guarujá, no litoral
Paulista.
O inventor se resguardou de
convívios sociais e já não aceitava homenagens, tendo recusado tomar posse da
cadeira reservada a ele na Academia Brasileira de Letras.
Em julho de 1932, Santos
Dumont pôs fim à própria vida em seu quarto de hotel, aos 59 anos. Por não ter
deixado uma nota de suicídio, especula-se que Dumont teria visto aviões de
combate sobrevoando Guarujá para o ataque ao Campo de Marte, em São Paulo, devido
à Revolução Constitucionalista. Ver seu invento como arma de guerra teria sido
a causa de seu grande desgosto, diz essa tese.
HOMENAGEM NA LUA
Não é exagero dizer que a
fama do inventor chegou até à Lua. Em 1973, como homenagem pelo centenário de
nascimento do brasileiro, a União Astronômica Internacional batizou de Santos
Dumont uma cratera existente no satélite natural da Terra. Com 8,8 quilômetros
de diâmetro, a cratera fica a 54 quilômetros do local de pouso da missão Apollo
15, em 1971. Fonte: Deutsche Welle - 20/07/2023
20 de julho de 2023
Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), o uso abusivo da internet aumentou drasticamente nos últimos 20
anos. Esse aumento veio associado a vários casos de consequências negativas
para a saúde. Também a rolagem infinita, pensada para proporcionar uma melhor
experiência ao usuário, acabou, na opinião de muitos, se tornando um pesadelo
por ser altamente viciante. O próprio inventor da timeline infinita, Aza
Raskin, se arrependeu de sua criação e hoje afirma que “estamos colocando toda
a humanidade no maior experimento psicológico já feito.“
Para entender melhor o
assunto, a DW Brasil entrevistou o coordenador do Núcleo de Dependências
Tecnológicas da USP, Dr. Cristiano Nabuco.
No hospital onde atende, Dr.
Nabuco recebe adolescentes de todas as regiões do país que chegam a ficar
conectados na Internet mais de 55 horas de forma ininterrupta. "Eles não
se alimentam, não vão sequer ao banheiro“, conta.
Para o psicólogo que já
publicou 15 livros sobre psicologia, saúde mental e uso abusivo de tecnologia,
as redes sociais podem produzir, pela 1º vez na história da humanidade, a
interrupção da consolidação do conhecimento.
Fonte: DW Brasil - 2 de ago. de 2022
Aparelhos como smartphones e
tablets terão que adotar conector USB-C a partir de 2024. Decisão, que visa
diminuir o lixo eletrônico no continente, gera forte revés para a Apple, que
era contra a proposta
Os 27 Estados-membros da
União Europeia (UE) concordaram nesta terça-feira (07/06) com a aprovação de
uma lei que impõe uma padronização para os carregadores de telefones celulares
e tablets em todos os países do bloco.
A decisão, que gera um forte
revés para a gigante da tecnologia Apple, estabelece que a maioria dos
equipamentos portáteis devem ser recarregados através de entradas USB-C a partir
do final de 2024, informou um comunicado do Parlamento Europeu.
Bruxelas acredita que um
modelo de cabo padronizado para todos os aparelhos poderá reduzir o lixo
eletrônico no continente. A Apple, desenvolvedora do iPhone, afirma que o
carregador de tamanho único poderá desacelerar a inovação e criar ainda mais
poluição. Além disso, a imposição da padronização tem potencial para afetar
todo o mercado global de smartphones.
A UE tem uma população de
cerca de 450 milhões de pessoas, entre as quais, alguns dos consumidores de
maior poder aquisitivo do planeta.
"A nova lei facilitará a
vida dos consumidores e será melhor para o meio ambiente", observou o
europarlamentar Andrey Kovatchev, um dos negociadores da proposta. "Chegou
a hora de pôr fim às pilhas de cabos que todos nós temos em nossas gavetas e
economizarmos em torno de 11 mil toneladas de lixo eletrônico por ano."
Atualmente, os consumidores
têm de escolher entre três tipos de carregadores.: o chamado
"Lightning" para os aparelhos da Apple; o micro-USB, utilizado na grande
maioria dos demais smartphones, e o novo USB-C, que tem sido cada vez mais
usado pelos europeus.
Isso é resultado de uma
simplificação adotada em 2009. Até então, dezenas de tipos diferentes de
carregadores eram vendidos juntamente com os aparelhos, o que resultava no
acúmulo de lixo eletrônico quando os consumidores trocavam de smartphones.
APPLE ERA CONTRA A PROPOSTA
Ao apresentarem a proposta de
padronização no ano passado, as autoridades europeias avaliaram que o
desperdício ainda existia, uma vez que os consumidores europeus gastavam
aproximadamente 2,4 bilhões de euros por ano em carregadores avulsos comprados
separadamente.
A Apple, que já utiliza os
conectores USB-C em alguns de seus aparelhos, como iPads e laptops, se recusava
a aceitar a proposta europeia. A empresa insistia que forçar a imposição de um
carregador universal para todos os aparelhos na UE seria algo despropositado.
Mas, segundo analistas, a
mudança poderá impulsionar as vendas dos produtos da Apple na Europa a partir
de 2024. Os consumidores europeus poderão se sentir motivados para adquirir os
produtos da empresa, após estarem adaptados para os padrões do bloco. Fonte: Deutsche Welle – 07.06.2022
Entenda as vantagens de ter um cabo USB tipo C
Os modelos de cabos e portas
USB tipo C estão presentes em diversos computadores e dispositivos móveis
modernos. Essa é uma tecnologia que oferece diversas vantagens para o dia a dia
dos usuários.
A seguir, conheça mais sobre
o formato e as possibilidades que proporciona. Tal como, entenda os motivos
pelos quais ele se tornará um conector cada vez mais comum nos produtos.
O QUE É USB-C?
O USB-C é um padrão de
conector para transmissão de dados e energia em um único cabo. O modelo foi
desenvolvido pelo USB Implement Forum, grupo formado por mais de 400 empresas
que aperfeiçoou, certificou e guiou a tecnologia ao longo dos anos.
Isso possibilitou que o
formato fosse adotado por importantes marcas de computadores, dispositivos
móveis e outros gadgets. Ele já é o padrão de conexão de smartphones e outros
acessórios modernos.
Embora tenha um visual
semelhante ao antigo micro USB, o USB-C tem várias aplicações importantes para
a rotina dos usuários. Conheça algumas:
1-CONECTOR SIMÉTRICO E
SIMPLIFICADO
O design oval e achatado é
uma das vantagens do USB tipo C. O cabo não tem uma orientação para cima ou
para baixo, possibilitando que ele esteja sempre em uma posição correta para a
conexão.
Além disso, ele é um modelo
reversível. Se o cabo tiver o mesmo formato de conector em ambas as
extremidades, o usuário não precisa pensar muito para descobrir qual é a ponta
que se conecta com determinada porta.
2-GRANDE DURABILIDADE
Estudos revelaram que os
cabos USB-C têm uma grande durabilidade. Esses modelos foram desenvolvidos para
suportar até 10 mil ciclos de conexão, o que é seis vezes mais durável do que
qualquer USB tipo A.
O formato simétrico também
reduz os danos causados pelo uso constante dos conectores. Esse é mais um
segredo para o modelo ser um acessório com extensa vida útil.
3-ALTA TAXA DE TRANSFERÊNCIA
DE DADOS
O USB-C tem a maior
velocidade de transferência de dados em comparação aos antecessores.
Entretanto, isso pode variar conforme a tecnologia padrão USB suportada pelo
cabo.
Por exemplo, os modelos USB
3.0 registram taxas de transferência de até 5 Gbps. Enquanto isso, o USB 3.2 de
2ª geração suporta até 20 Gbps de transferência e o padrão USB 4 atinge até 40
Gbps.
Esses detalhes são extremamente
importantes na hora de adquirir um cabo USB tipo C. Também é recomendado
observar se os dispositivos são compatíveis com os padrões encontrados nos
acessórios.
4-SUPORTE A CARREGAMENTO
RÁPIDO
Outro recurso dos cabos USB-C
é o suporte a tecnologia Power Delivery Charging (PD Charging). Essa é uma
tecnologia que oferece carregamento rápido para alguns dispositivos com sistema
operacional Android ou iOS.
O poder pode ser medido em
uma breve comparação. Os antigos modelos USB 2.0 podem carregar um celular com
2,5 watts de potência, enquanto o USB-C pode fornecer até 100 watts de
potência.
Assim, o PD Charging promove
energia suficiente para alimentar um notebook. Para mais, os cabos que têm o
mesmo conector nas duas pontas são bidirecionais, o que permite que o
dispositivo envie e receba energia conforme a preferência do usuário.
5-FACILIDADE DE CONEXÕES
Além da transmissão de dados
e energia, o USB tipo C facilita a conexão entre dispositivos. Por exemplo,
esse formato pode conectar um desktop a um monitor externo — dispensando o uso
do cabo HDMI.
O modelo também transfere
dados entre um notebook e um HD externo que estejam conectados a um mesmo
monitor. Mais um exemplo de como um único cabo possibilita realizar várias
tarefas e otimizar o tempo.
Há testes em andamento para
fornecer um novo padrão de áudio usando o USB-C. Assim, o formato é um
potencial substituto do tradicional conector P2.
6-FUTURO CONECTOR UNIVERSAL
Com essa quantidade de
vantagens, o USB-C deve se tornar um conector universal muito em breve. Várias
companhias de tecnologia já estudam adotar esse modelo de conector como padrão
para os futuros lançamentos.
Fabricantes de computadores e
dispositivos móveis continuam incorporando portas USB-C na maioria dos
principais produtos. Fato que mostra a grande força que o modelo de conexão tem
na indústria. Fonte:Tecmundo - 25/07/2021
Lançado na madrugada de
domingo (28/02), o primeiro satélite 100% nacional vai monitorar o
desmatamento, sobretudo na região amazônica, como seu próprio nome sugere.
Batizado de Amazonia-1, ele foi totalmente projetado, integrado e testado pelo
país — e, a partir de então, será também operado exclusivamente pelo Brasil.
Desenvolvido pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integra a chamada Missão Amazônia: um
esforço da entidade em melhorar o chamado sensoriamento remoto da natureza
brasileira.
Conforme enfatiza o Inpe em
texto que apresenta o trabalho, além da floresta amazônica, "os dados
gerados serão úteis para atender, ainda, a outras aplicações correlatas, tais
como: monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais
e cultivadas, desastres ambientais, entre outros”.
O Amazonia-1 é o terceiro
satélite a realizar tal trabalho para o Brasil. Ele se soma aos CBERS-4 e
CBERS-4A, que já estavam em operação.
"Temos a possibilidade
de contar com três satélites com desenvolvimento brasileiro [os outros dois em
parceria com a China] operando simultaneamente. Com isso, será gerado maior
volume de dados para tratamento de questões ambientais e de preservação da
cobertura vegetal”, afirma o diretor do Inpe, o engenheiro eletricista Clezio
Marcos de Nardin.
E a missão prevê, para os
próximos anos, o lançamento de outros dois: Amazonia-1B e Amazonia-2.
"O Amazonia-1 […]
reforçará nosso sistema de aquisição de dados e de geração de imagens”, afirma
Nardin, explicando que o equipamento deve gerar "dados sobre vegetação,
agricultura, compor sistemas de alertas, entre outras aplicações”.
De acordo com com o diretor
do Inpe, a expectativa é que haja um ganho principalmente no volume de dados
obtidos.
USO PARA A AGRICULTURA: Graças
a uma câmera de alta resolução e amplo espectro, o material produzido pelo
satélite também deve ser útil para a agricultura. "Entre as possibilidades
de monitoramento de fenômenos dinâmicos encontram-se as safras agrícolas e a
determinação de queimadas persistentes”, afirma ele.
O equipamento é projetado
para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de
fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Em caso de um eventual
desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em
2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada
também poderão ser visualizados. A estrutura conta com 14 mil conexões
elétricas. Se esticados, todos os seus fios chegariam a 6 quilômetros.
Conforme enfatiza o agrônomo
Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais
biomas, do Inpe, o maior ganho se dará pela soma. Com três satélites em
operação, um mesmo ponto pode ser "revisitado” em um intervalo de um a
dois dias — conferindo precisão inédita ao monitoramento.
Todo o material coletado deve
ser disponibilizado para a comunidade científica. "O Inpe foi pioneiro na
política de disponibilizar dados de sensoriamento remoto gratuitamente desde
2004. E essa política deve ser mantida para o Amazonia-1, de modo que toda a
sociedade tenha acesso às imagens e possa utilizá-las”, acrescenta Almeida.
O lançamento foi feito na
Índia, para onde o satélite havia sido enviado há dois meses. "Foi
realizada uma concorrência internacional para a escolha do foguete responsável
[pela operação]. A proposta vencedora foi a do Polar Satellite Launche Vehicle,
um lançador indiano”, esclarece Nardin. Para o desenvolvimento do satélite
foram investidos cerca de R$ 300 milhões. A contratação do veículo indiano
custou outros R$ 20 milhões.
Todo o projeto foi concebido
no início dos anos 2000. Até 2008 era conduzido pela Agência Espacial
Brasileira (AEB), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
"A complexidade envolvida em projetos espaciais, a necessidade de
estabelecer diversas contratações industriais e a experiência do Inpe nos
desenvolvimentos e contratações industrais fizeram com que esse desenvolvimento
fosse transferido para o instituto [o Inpe]”, conta Nardin. "O Inpe, com
essa bagagem histórica [decorrente de outros projetos de satélites, em parceria
com instituições estrangeiras], recebeu a incumbência de ser o ‘main
contractor' do Amazonia-1. Diversas adequações e adaptações foram necessárias e
implementadas nos anos seguintes. Somente em 2014 o satélite ganhou sua
configuração final.” No total, todo o projeto envolveu mais de 500
profissionais.
O USO DOS DADOS GERADOS: À
DW, o pesquisador Tiago Reis, que estuda ações de combate ao desmatamento e de
uso do solo na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, espera que a
melhoria do monitoramento seja acompanhada de uma eficiência na fiscalização.
"Do ponto de vista técnico, um trabalho primoroso. Mas a questão é: o que
o vamos fazer com esses dados? Será investido mais em fiscalização e combate
aos desmatamentos? Isso é o que interesse”, comenta ele.
"O satélite novo é muito
interessante e realmente vai permitir que o Brasil domine toda a tecnologia de
monitoramento e sensoriamento remoto do desmatamento, com precisão e agilidade.
Mas isso, de certa forma, já temos e de forma boa o suficiente”, argumenta.
"Daqui a pouco, vamos conseguir ver a unha encravada do desmatador. E aí?
O que vamos fazer com essa informação? Vamos ficar só olhando ou faremos alguma
coisa?” Fonte: Deutsche Welle –
01.03.2021
A Índia lançou no domingo
(28/02) com sucesso o Amazônia 1, o primeiro satélite de monitoramento da Terra
completamente desenvolvido e produzido pelo Brasil. O lançamento ocorreu às
10h24 (horário local) da base indiana em Sriharikota, localizada no estado de
Andhra Pradesh.
Em apenas 17 minutos após o
lançamento, o satélite alcançou seu destino, a 752 quilômetros de altitude da
Terra, e se separou do foguete PSLV-C51. O Amazônia 1 abriu então o painel
solar, verificou os sistemas e iniciou o ajuste da câmara. As primeiras imagens
devem ser produzidas em cinco dias.
"Este momento representa
o ápice desse esforço feito por tantas pessoas. Esse satélite tem uma missão
muito importante para o Brasil", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia
e Inovação, Marcos Pontes, que acompanhou o lançamento da base indiana. Com
quatro metros de altura, esse é o primeiro satélite totalmente brasileiro.
Ao final da operação, o
presidente da agência espacial indiana, K. Sivan, parabenizou o Brasil e
afirmou que a Índia se sente honrada em participar desta missão. "Minhas
sinceras congratulações ao time brasileiro por essa conquista. O satélite está
em órbita, os painéis solares se abriram e está tudo funcionando muito
bem", acrescentou.
Desenvolvido pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial
Brasileira (AEB), o satélite enviará imagens de alta resolução para auxiliar
diferentes programas de monitoramento, incluindo a fiscalização do desmatamento
na Amazônia, juntando-se assim aos outros dois equipamentos que fazem parte do sistema
Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
O lançamento faz parte da parceria dos programas espaciais do Brasil e Índia. O foguete PSLV-C51 levou
ainda outros 18 satélites secundários, entre eles três de institutos indianos e
dois americanos. Fonte: Deutsche Welle –
28.02.2021
O grupo francês PSA, proprietário das marcas Peugeot,
Citroën e Opel, e a montadora ítalo-americana Fiat Chrysler Automobiles (FCA)
anunciaram nesta quinta-feira (31/10) ter acordado "por unanimidade"
uma "fusão das atividades dos dois grupos" para criar uma nova
entidade com sede na Holanda.
"Os acionistas dos dois grupos passariam a deter,
respectivamente, 50% do capital da nova entidade e, portanto, iriam dividir
igualmente os lucros dessa fusão", informaram as montadoras em comunicado
conjunto.
QUARTA MAIOR MONTADORA DO MUNDO
O acordo definitivo poderá ser fechado "nas próximas
semanas", especificaram as empresas em comunicado. Com 8,7 milhões de
veículos vendidos por ano, a nova entidade se tornaria a quarta maior montadora
do mundo, depois de Volkswagen, Renault-Nissan-Mitsubishi e Toyota.
O conselho de administração será composto por 11 membros,
nomeados pela Fiat-Chrysler e pelo PSA, também conhecido como PSA Peugeot
Citroën. A fusão entre os dois grupos de montadoras será feita sem o fechamento
de fábricas, garantiram as duas sociedades em sua nota conjunta.
O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, saudou o
início das negociações entre os dois grupos, mas prometeu que o Estado,
acionista em 12% do PSA, vai continuar "particularmente vigilante"
sobre o impacto na indústria francesa.
O CEO da FCA, John Elkann, e o diretor-executivo do PSA,
Carlos Tavares, vão manter suas respectivas posições na nova entidade
incorporada, que deverá alcançar sinergias anuais no valor de 3,7 bilhões de
euros (16,5 bilhões de reais), informaram as empresas.
Os principais acionistas da PSA são o Dongfeng Motor Group,
da China, a família Peugeot e o banco de investimentos Bpifrance. A FCA, com as
marcas Jeep, Ram, Dodge, Alfa Romeo e Maserati, é controlada pela família
Agnelli, fundadora da Fiat e que
concluiu sua fusão com a Chrysler em 2014.
Há muito que a FCA procura mais parceiros para dividir
investimentos dispendiosos em novas tecnologias, algo absolutamente necessário
numa indústria que rapidamente evolui em direção a veículos híbridos e
elétricos.
Sob o comando de Sergio Marchionne, falecido em 2018, a FCA
conteve esses investimentos, e a empresa agora oferece produtos antiquados como
SUVs a gasolina e caminhões RAM.
VEÍCULOS ELÉTRICOS-TECNOLOGIA
Segundo o professor Ferdinand Dudenhoeffer, do Centro de
Pesquisa automotiva da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, a FCA
precisava rapidamente de um acordo.
"A FCA não tem tempo, está numa situação muito difícil,
porque eles não têm veículos elétricos e apenas tecnologia antiga. Eles
precisam urgentemente de um parceiro", disse o especialista.
Para a PSA, a fusão poderá permitir que retorne ao mercado
americano graças ao Dodge e Jeep de seu parceiro, enquanto a FCA consolida suas
posições na Europa, onde está perdendo força.
Dudenhoeffer apontou que Tavares seria um "dirigente
forte", capaz de resolver os problemas da Fiat na Europa, ainda que à
custa de "duros cortes de postos de trabalho", como no caso da Opel.
Fonte: Deutsche Welle-31.10.2019
Jaron
Lanier é uma das pessoas com as declarações mais impactantes que se pode
encontrar no Vale do Silício, com seus dreadlocks, seu olhar fulminante, sua
inteligência afiada e seu caráter explosivo.
Jaron
Lanier foi parte da criação do protocolo da Internet, é considerado o pai da
realidade virtual e um dos informáticos mais brilhantes da história do Vale do
Silício. É escritor, filósofo e um destacado compositor de música clássica e
eletrônica, que colaborou com músicos como Terry Riley e Philip Glass. Na
última década, se tornou um dos principais críticos do uso da tecnologia
digital. Há alguns anos, publicou um livro com o pouco sutil título “Você não é
um aplicativo”, e sua outra obra, mais recente, se chama “Dez Argumento para
Você Deletar Agora Suas Redes Sociais”.
Atualmente,
Lanier é consultor para Microsoft, e não vacila em dizer que é uma voz
qualificada para criticar a tecnologia digital, pois ele mesmo sabe cimo estão
sendo desenhados os algoritmos. “Na verdade, conheço os algoritmos. Não sou um
estranho que olha e critica”, diz Jaron. “Falo como cientista informático, não
como cientista social ou psicólogo. A partir dessa perspectiva, posso ver que o
tempo está se acabando. O mundo está mudando rapidamente sob o nosso mando.
Portanto, não fazer nada não é uma opção”.
Lanier acrescenta que “o
algoritmo está tentando captar os parâmetros perfeitos para manipular o
cérebro, enquanto o cérebro, para encontrar um significado mais profundo, está
mudando as respostas aos experimentos do algoritmo... Já que o estímulo não
significa nada para o algoritmo, pois é genuinamente aleatório, o cérebro não
está respondendo a algo real, e sim a uma ficção. O processo – de se obcecar
com uma elusiva miragem – causa dependência.
Lanier assegura que os
algoritmos dos bancos de dados gigantes criaram um novo modelo no qual “o
comportamento dos usuários é o produto”, um comportamento que está sendo
constantemente modificado, pois a grande aposta é justamente essa, usar o mais
avançado informaticamente para aprender a modificar a conduta da forma mais proveitosa
para os interesses das corporações.
Basicamente,
o que Lanier (que se considera um otimista) acredita é que a Internet pode ser
salva, mas é preciso abandonar as redes sociais e desmontar os grandes
monopólios que controlam as nuvens de dados.
O
problema está no modo de operar destes algoritmos, que estão sendo ajustados
constantemente para capturar a atenção dos usuários e fazer com que se
comportem de uma forma que seja mais rentável.
Isso
gera uma enorme negatividade, sensações de raiva, narcisismo, indignação, entre
outras, pois estas plataformas aprenderam que as emoções negativas duram mais
online: o ódio se canaliza melhor online.
Segundo
Lanier, as ferramentas destas plataformas funcionam melhor para as pessoas que
buscam reproduzir sentimentos negativos. “Portanto, o Estado Islâmico tem mais
sucesso nas redes sociais que os ativistas da Primavera Árabe.
Os
racistas obtêm mais impacto que o movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras
Importam”), criando este aumento no movimento nacionalista racista nos Estados
Unidos de uma forma que não havíamos visto em gerações.
Estes
são os dez argumentos de Lanier para que você abandone agora as redes sociais
(que correspondem aos dez capítulos de seu livro):
1)
Você está perdendo seu livre arbítrio.
2)
Renunciar às redes sociais é a forma mais precisa de resistir à loucura dos
nossos tempos.
3)
As redes sociais estão tornando você um idiota.
4)
As redes sociais estão minando a verdade.
5)
As redes sociais fazem que aquilo que você diz não ter importância.
6)
As redes sociais estão destruindo sua capacidade de empatia.
7)
As redes sociais estão fazendo você ser infeliz.
8)
As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica.
9)
As redes sociais estão fazendo com que a política seja impossível.
Embora mais conhecido entre técnicos, empresas e
pesquisadores, o termo Internet das Coisas vem ganhando visibilidade na
sociedade. As coisas, neste caso, são todo tipo de equipamento, que pode ser
conectado de distintas formas, de um caminhão para acompanhamento do
deslocamento de frotas de transporte de produtos a microssensores que monitoram
o estado de pacientes à distância em hospitais ou fora deles.
Na Internet das Coisas (IdC) - também tratada pela sigla em
inglês IoT (Internet of Things) - novas aplicações permitem o uso coordenado e
inteligente de aparelhos para controlar diversas atividades, do monitoramento
com câmeras e sensores até a gestão de espaços e de processos produtivos. As
regras para este ambiente tratam tanto da conexão como da coleta e
processamento inteligente de dados.
O ecossistema da IdC envolve diferentes agentes e processos,
como módulos inteligentes (processadores, memórias), objetos inteligentes
(eletrodomésticos, carros, equipamentos de automação em fábricas), serviços de
conectividade (prestação do acesso à Internet ou redes privadas que conectam
esses dispositivos), habilitadores (sistemas de controle, coleta e
processamento dos dados e comandos envolvendo os objetos), integradores
(sistemas que combinam aplicações, processos e dispositivos) e provedores dos
serviços de IdC.
CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA
A IdC pode ser entendida como uma "convergência"
de tecnologias já existentes, mas gerando "um salto qualitativo", diz
Eduardo Kaplan, economista do setor de tecnologias da informação do BNDES.
"A IdC traz mudanças tanto no desenvolvimento de uma
conectividade mais pervasiva, quanto no aumento do processamento dos dados e
barateamento e refinamento dos sensores que permitem a coleta de dados em
diversos ambientes e com diferentes atuadores. Tudo isso associado a alguma
solução prática, algum uso que permite aumento de eficiência, redução de
intervenção humana, novos produtos ou novos modelos de negócios," explicou.
A conectividade em diversas atividades já ocorre há vários
anos, como é o caso de processos de automação, mas a diferença da IdC está na
quantidade de dispositivos conectados e nas transformações que esse tipo de
recurso pode gerar em diversas áreas.
Um exemplo é o uso de sensores em tratores que medem a
situação do solo e enviam dados para sistemas responsáveis por processar essas
informações e fazer sugestões das melhores áreas ou momentos para o plantio.
Outro é a adoção de dispositivos em casa, como termômetros, reguladores de
consumo de energia ou gestores de eletrodomésticos, que permitem ao morador da
residência controlar esses equipamentos à distância.
O OUTRO LADO
Para a professora Fernanda Bruno, coordenadora do Medialab,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse novo ecossistema traz uma
ampliação da vigilância da vida das pessoas, que hoje já existente nos
celulares, mas com potencial de crescimento por meio da disseminação de
sensores em todo tipo de equipamento, como veículos, eletrodomésticos, postes e
edifícios.
Esse processo, continua a professora, não é apenas um
aumento quantitativo desse monitoramento do cotidiano, mas também qualitativo,
uma vez que a captura dos dados é mais sutil e silenciosa, muitas vezes sem a
consciência por parte dos indivíduos de que estão sendo objeto de tal
monitoramento.
"Enquanto a Internet 'tradicional' foi marcada pela
interatividade, a IdC está incorporada aos objetos e captura os nossos dados
enquanto usamos tais objetos ou frequentamos certos espaços e ambientes. Mas é
preocupante pensarmos que quantidades imensas de dados extremamente relevantes
e sensíveis sobre nossos hábitos e comportamentos estão sendo coletados de
forma contínua sem que seja necessária a nossa percepção e consciência
deliberada disso," observa Fernanda Bruno. Fonte: Agência Brasil - 09/09/2019
Uma nova espécie de maçã desenvolvida em Santa Catarina
conquistou o direito de recolher royalties nos 23 países que compõem a União
Europeia. A fruta, que recebeu o nome de Monalisa, foi elaborada por
meio de melhoramento genético iniciado há 31 anos por técnicos da estatal
catarinense Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural).
“A fruta é doce,
crocante, suculenta e tem uma bela aparência. Ela caiu no gosto dos europeus”,
afirma Renato Luis Vieira, gerente da estação experimental da Epagri em
Caçador, que projeta o início do recolhimento da verba dos direitos de venda
para 2022.
“Estamos colhendo os
frutos de um trabalho iniciado há muito tempo. É demorado, mas, quando vem a
valorização, não tem preço”, disse. O cruzamento de plantas que deu origem à
Monalisa foi desenvolvido em um ensaio experimental na primavera de 1988.
A história começou com o pesquisador Anísio Pedro Camilo,
que fez doutorado em um programa de hibridações nos Estados Unidos , segundo
Frederico Denardi, engenheiro‑agrônomo aposentado da Epagri. O pesquisador fez
o cruzamento de uma muda de maçã gala com uma outra muda desenvolvida para ser
mais resistente. “A gala é a mais produzida no Brasil hoje, mas tem
inconvenientes como a dificuldade de adaptação ao clima do Sul. Também é muito
suscetível a doenças”, disse.
As sementes foram pré-germinadas em câmaras climáticas e
depois monitoradas em estufas. Na sequência, as mudas foram submetidas ao
contato com as principais pragas que atacam os pomares. As mudas que resistiram
foram selecionadas para passar por uma nova bateria de testes. Depois de
atestar a resistência, os melhoristas (que fazem o melhoramento genético)
partiram para aperfeiçoar a qualidade da fruta. Foram feitos testes para medir
a firmeza da polpa, o nível de acidez, o teor de açúcar, a coloração, o
formato, o sabor e a capacidade de conservação, entre outros fatores.
A ROTINA DE AVALIAÇÕES SE ESTENDEU POR SETE ANOS.
Em 1995, os pesquisadores atestaram o ápice da qualidade
buscada e escolheram uma muda para ser a versão final do experimento. Ela
recebeu um código de identificação e foi multiplicada por meio de enxerto.
A previsão é de redução do custo de produção porque é uma
variedade resistente a algumas doenças que atingem a planta. “O agricultor
deixa de gastar com agrotóxicos. Ela também se adapta muito bem à produção
orgânica e produz efeitos na segurança alimentar e ambiental”, disse.
Os bons resultados culminaram na decisão de lançar a nova
fruta para o mercado. Mudas foram fornecidas para os viveiristas interessados. A
partir de convênio firmado com a Mondial Fruit Selection, empresa francesa que
representa a maçã no exterior, testes foram feitos na Europa para avaliar a
adaptação da fruta ao clima e a aceitação entre os produtores.
Foi na fase do lançamento que Denardi batizou a maçã de
Monalisa, em razão da “universalidade e por ser um nome bonito, atraente e
fácil”.
Em abril, a empresa concluiu que a Monalisa tem alto
potencial de comercialização na Europa. Para realizar o cultivo, a propriedade
intelectual da criação foi reconhecida.
A empresa irá liberar as mudas para os produtores
licenciados que já poderão realizar o plantio. O processo do cultivo até a
floração e colheita deve levar três anos, o que significa que estará nos
mercados europeus a partir de 2022.
Com o início da comercialização, a Epagri começará a receber
os valores pela concessão dos direitos da fruta. No Brasil, um edital será
lançado para selecionar produtores que atendam as condições de cultivo. “Agora é preciso ver se o mercado consumidor
aceita a fruta”, disse Vieira. Fonte: Folha de São Paulo - 18.mai.2019
Segundo estimativas da InfoTrends, um total de 1,2 trilhões
de fotos digitais serão tiradas em todo o mundo este ano, ou seja, cerca de 160
fotos para cada uma das cerca de 7,5 bilhões de pessoas que habitam o planeta
Terra.
Então, o que está causando esse boom repentino na
fotografia? É uma epidemia de vaidade global? Bem, talvez, mas o fato de que
mais de um bilhão de pessoas carregam constantemente um dispositivo que
funciona como uma câmera digital é provavelmente o maior fator que contribui
para a enorme quantidade de fotos digitais que estão por aí. O premiado
fotógrafo Chase Jarvis uma vez cunhou a frase "a melhor câmera é a que
está com você", e ele está certo. De acordo com as estimativas da
InfoTrends, 85% de todas as fotos tiradas este ano serão capturadas em
smartphones. Fonte: Statista - Aug
31, 2017
Comentário: Poderemos comparar com número de fotos tiradas
por aparelho (2,4 bilhões de usuários no mundo)., 708 fotos tiradas.
A rede de hotéis Marriott, maior conglomerado global do
setor, informou na sexta-feira (30 de novembro) ter sofrido um ataque hacker e que dados
pessoais de 500 milhões de hóspedes foram comprometidos, segundo notícia
publicada no jornal The New York Times.
A empresa foi informada sobre a tentativa de ataque em
setembro e, após uma investigação, foi confirmado o acesso não autorizado às
informações. A ação pode ter ocorrido no dia 10 de setembro ou antes dele.
Foram comprometidos dados pessoais, como nome, data de
nascimento, endereço, número de passaporte e email de quem fez reservas desde
2014.
A invasão teria ocorrido no sistema de reservas da rede
Starwood, comprada pela Marriott em 2016.
Os hackers também obtiveram dados criptografados de cartões
de créditos. Segundo o The New York Times, não está claro se essas informações
poderão ser usadas de algum modo.
Em comunicado, o presidente executivo da Marriott, Arne
Sorenson, afirmou lamentar profundamente o incidente. Segundo ele, a empresa
não esteve à altura das expectativas de seus hóspedes e do que ela própria
espera para si. "Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar nossos
hóspedes e aprendendo lições para melhorar no futuro", disse.
A companhia informou as autoridades sobre o vazamento de
dados e buscará clientes para informar a situação. "Ainda estamos
investigando a situação, então não temos uma lista de hotéis específicos. O que
sabemos é que isso só impactou a rede da Starwood", disse o porta-voz da
Marriott, Jeff Flaherty, à Reuters.
A Marriott disse que era cedo demais para estimar o impacto
financeiro da violação e que isso não afetará sua saúde financeira de longo
prazo. A empresa também disse que estava trabalhando com suas seguradoras para
avaliar a cobertura. Fonte: Folha de São Paulo -
30.nov.2018
Na era das notícias falsas, chegaram também os falsos
apresentadores. A agência de notícias Xinhua revelou suas novas aquisições esta
semana: dois apresentadores de televisão criados a partir da inteligência
artificial.
Os avatares dos profissionais carne e osso Zhang Zhao e Qiu
Han, resultado de uma colaboração entre a Xinhua e o site de buscas na Internet
Sogou, foram desenvolvidos a partir de imagens de seus "pais",
combinadas com programas de reconhecimento facial, reconstrução 3D,
sintetizador de voz, reprodução de expressões faciais e tradução automática,
entre outros.
Os novos “bonecos falantes” serão usados para mostrar vídeos
e transmitir notícias de última hora, indicou a agência de notícias chinesa.
Os apresentadores virtuais têm uma aparência bastante
realista. Eles piscam e erguem as sobrancelhas quando falam. Sua boca se move
em sincronia com as palavras. Mas são facilmente distinguíveis de uma pessoa
real. Suas expressões faciais ainda são limitadas. A voz soa metálica, sem
nuances de entonação.
É assim, por enquanto. Restam poucas dúvidas de que a
tecnologia será aperfeiçoada e a fronteira entre realidade e artificialidade
será cada vez mais obscura. Com o uso de outro tipo de tecnologia, seres
virtuais como a cantora japonesa Hatsune Miku já se tornaram estrelas no mundo
artístico.
"Os assistentes virtuais estão se tornando cada vez
mais populares como uma maneira eficiente de resolver problemas
cotidianos", afirmou o CEO da Sogou, Wang Xiaochuan, em declarações ao
China Daily. Wang disse ainda que a criação de personagens virtuais mais
realistas "permitirá que essa tecnologia se torne cada vez mais uma parte
integral da vida diária".
A Sogou estima que esses "assistentes virtuais"
poderão ir além da função de apresentadores de TV. Poderão ser profissionais de
atendimento ao cliente, professores ou até mesmo médicos.
Dentre as vantagens desses apresentadores cibernéticos está
a diminuição dos custos e o aumento da produtividade. Segundo a Xinhua,
"Zhang" e "Qiu" "podem trabalhar 24 horas por dia em
seu site oficial e em diferentes plataformas de mídia social, reduzindo os
custos de produção de notícias e melhorando a eficiência".
E na China, onde a informação é fortemente censurada, esses
apresentadores não correm o risco de cometer um erro ou dar uma história que
não deveriam
Por ora, as primeiras reações nas redes sociais chinesas
foram céticas. "A princípio, parece autêntico, mas quando você ouve um
pouco, soa artificial, sem vida. A sensação que provoca é desconfortável, não
sei se é porque a entonação não é a de uma pessoa normal", disse um
internauta no Weibo, o Twitter chinês. "O setor de apresentadores de TV
está se encaminhando para uma grande limpeza? Na internet, quem distingue quem
é uma pessoa e quem é um robô?”, pergunta outro. Fonte: El País - Pequim 9 NOV
2018
The table
below shows the top 50 countries/markets in terms of smartphone users in 2018.
A smartphone user is defined as anyone using a smartphone at least once a
month. The smartphone penetration in each country is also listed. These numbers
come from our annual Global Mobile Market Report and are based on a model which
takes into account a country’s economic progression, demography, online
population, and inequality. These estimates are benchmarked with our clients in
the industry along with third-party reports and institutions.
Our Global
Mobile Market Report features an extensive smartphone user forecast from 2015
to 2020 per country/market and region, along with the top smartphone and tablet
brands, and app revenue forecasts. Fonte: NewZoo – 08 September, 2018