Na era das notícias falsas, chegaram também os falsos
apresentadores. A agência de notícias Xinhua revelou suas novas aquisições esta
semana: dois apresentadores de televisão criados a partir da inteligência
artificial.
Os avatares dos profissionais carne e osso Zhang Zhao e Qiu
Han, resultado de uma colaboração entre a Xinhua e o site de buscas na Internet
Sogou, foram desenvolvidos a partir de imagens de seus "pais",
combinadas com programas de reconhecimento facial, reconstrução 3D,
sintetizador de voz, reprodução de expressões faciais e tradução automática,
entre outros.
Os novos “bonecos falantes” serão usados para mostrar vídeos
e transmitir notícias de última hora, indicou a agência de notícias chinesa.
Os apresentadores virtuais têm uma aparência bastante
realista. Eles piscam e erguem as sobrancelhas quando falam. Sua boca se move
em sincronia com as palavras. Mas são facilmente distinguíveis de uma pessoa
real. Suas expressões faciais ainda são limitadas. A voz soa metálica, sem
nuances de entonação.
É assim, por enquanto. Restam poucas dúvidas de que a
tecnologia será aperfeiçoada e a fronteira entre realidade e artificialidade
será cada vez mais obscura. Com o uso de outro tipo de tecnologia, seres
virtuais como a cantora japonesa Hatsune Miku já se tornaram estrelas no mundo
artístico.
"Os assistentes virtuais estão se tornando cada vez
mais populares como uma maneira eficiente de resolver problemas
cotidianos", afirmou o CEO da Sogou, Wang Xiaochuan, em declarações ao
China Daily. Wang disse ainda que a criação de personagens virtuais mais
realistas "permitirá que essa tecnologia se torne cada vez mais uma parte
integral da vida diária".
A Sogou estima que esses "assistentes virtuais"
poderão ir além da função de apresentadores de TV. Poderão ser profissionais de
atendimento ao cliente, professores ou até mesmo médicos.
Dentre as vantagens desses apresentadores cibernéticos está
a diminuição dos custos e o aumento da produtividade. Segundo a Xinhua,
"Zhang" e "Qiu" "podem trabalhar 24 horas por dia em
seu site oficial e em diferentes plataformas de mídia social, reduzindo os
custos de produção de notícias e melhorando a eficiência".
E na China, onde a informação é fortemente censurada, esses
apresentadores não correm o risco de cometer um erro ou dar uma história que
não deveriam
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