Em 15 de março de 2011, a revolta tomou as ruas das
principais cidades do país, em um chamado "dia de fúria" que marca o
início do conflito na Síria. Nos dias seguintes, o Exército começou a reprimir
brutalmente os manifestantes, matando dezenas.
O que começou como um levante popular contra um regime
autoritário se transformou em uma tragédia humanitária de proporções
históricas.
Nesta quarta-feira (15), a guerra na Síria completa seis anos,
acumulando mais de 470 mil mortos e 11,2 milhões de pessoas forçadas a deixar
suas casas. Destas, 4,9 milhões buscaram asilo em outros países, alimentando a
crise global de refugiados.
O país segue em um atoleiro de violência sem perspectivas de
paz no horizonte. Representantes de grupos rebeldes e do regime sírio reúnem-se
periodicamente em negociações patrocinadas por potências mundiais, mas
fracassam em encontrar uma solução política para além de tréguas temporárias.
CRONOLOGIA
Março de 2011-Protestos contra o ditador Bashar al-Assad são
reprimidos
Julho de 2012-Rebeldes tomam o controle de Aleppo, principal
centro comercial do país
Setembro de 2013-ONU aponta uso de armas químicas em ataque
próximo a Damasco que deixou 300 mortos
Junho de 2014- Estado Islâmico proclama "califado"
em partes da Síria e do Iraque
Setembro de 2014 - Começam ataques aéreos de coalizão
liderada pelos EUA contra posições do EI
Setembro de 2015-Rússia começa bombardeios na Síria em
defesa de Assad
Agosto de 2016-Exército turco invade norte da Síria para
combater o EI e conter avanço dos curdos
Dezembro de 2016 - Após meses cercados pelo regime, rebeldes
são expulsos de Aleppo
Fonte: Folha de São Paulo - 15/03/2017 02h00
Comentário:
PAÍSES ENVOLVIDOS NO CONFLITO:
SÍRIA
Quanto às alianças externas, Assad conta com o apoio do
Irã, do grupo libanês Hezbollah e de
milícias do Iraque, formando um “eixo xiita” no Oriente Médio.
EUA
Opõe-se a Assad e ao "EI" e apoia grupos rebeldes
moderados.
RÚSSIA
Opõe-se ao "EI" e outros rebeldes, mas apoia
Assad. O Kremlin tem sido um aliado constante do regime sírio, mesmo antes do
início do conflito. Além de um comprador importante para sua indústria bélica,
a Rússia tem um interesse estratégico na Síria: mantém a base naval de Tartus,
sua única no Mar Mediterrâneo.
IRÃ
Opõe-se ao "Estado Islâmico" e militantes
islâmicos de orientação sunita. Apóia o governo de Assad. O país segue a
tradição xiita do Islã.
ARÁBIA SAUDITA
Opõe-se a Assad. Apóia os rebeldes sunitas.
A Arábia Saudita é um dos principais financiadores de
rebeldes de orientação sunita, incluindo alguns mais radicais. Outros países
árabes que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA são Catar, Emirados
Árabes Unidos, Bahrein e Jordânia.
TURQUIA
Apoia a coalizão liderada pelos EUA e também grupos
rebeldes. Opõe-se ao regime de Assad e a separatistas curdos. Turquia, país
muçulmano também de maioria sunita, é outra potência regional envolvida no
conflito sírio.
REBELDES
Longe de compor uma frente comum homogênea, os rebeldes presentam
mais de 40 facções armadas, com entre 100 e 1.500 combatentes cada uma.
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