Uma estudante tentou esfaquear um professor dentro de sala
de aula, na noite de quinta-feira (30), na Escola Municipal Cristina
Evangelista, localizada no bairro Três Andares, na zona sul de Teresina (PI). O
professor foi atingido por um golpe na mão. Alunos contiveram a estudante e a
direção acionou a polícia.
Segundo a Semec (Secretaria Municipal de Educação), na noite
anterior, a estudante, que cursa o EJA (Educação de Jovens e Adultos), foi
flagrada colando e foi proibida pelo professor de continuar a responder a
prova. Insatisfeita, no dia seguinte, ela foi armada com uma faca peixeira para
escola e atacou o professor dentro da sala de aula.
Colegas de sala contiveram a aluna. Na tentativa de se
defender dos golpes, o professor teve um corte na mão, mas seu estado de saúde
é bom. Ele foi medicado e está em casa.
Os nomes da aluna e do professor estão mantidos em sigilo
pela Semec. A estudante é maior de 18 anos, mas a família dela foi chamada à
escola e já foi informada que deverá ser transferida nos próximos dias para
outra unidade escolar. A aluna recebeu uma advertência com suspensão das aulas.
O tempo que ela ficará afastada não foi informado.
Por questão de segurança, o professor será também
transferido de escola, uma vez que a estudante afirmou que iria matá-lo quando
o encontrasse novamente. A secretaria informou que o professor está,
temporariamente, afastado das atividades por estar bastante abalado. "Quando
ele voltar às atividades já vai ser em uma nova escola", disse a
secretaria.
O professor registrou Boletim de Ocorrência na delegacia do
bairro, mas decidiu que não vai prosseguir com a ação tampouco ofertar
queixa-crime à Justiça. Segundo a Semec, ele afirmou que, como a escola fica
localizada em uma comunidade, tem medo de represálias.
A secretaria informou que a estudante prestou depoimento,
nesta sexta-feira (1º), e foi liberada.
Uma equipe de assistentes sociais da Semec está atendendo o
professor e a equipe escolar, além de dialogar com a estudante e família. Em
nota, a secretaria destaca que repudia qualquer tipo de violência dentro e fora
das escolas. Fonte: UOL-01/12/2017
Comentário: Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de
violência contra professores
Uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e
diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio
(alunos de 11 a 16 anos) põe Brasil no topo de um ranking de violência em
escolas.
Na enquete da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores ouvidos no Brasil
disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo
menos uma vez por semana.
Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados
- a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a
Austrália com 9,7%.
Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.
A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a grande
maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o trabalho.
A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam de
seu trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição
escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.
Segundo Van Damme, "a valorização dos professores é um
elemento-chave para desenvolver os sistemas educacionais".
O especialista da OCDE cita a Coreia do Sul e a China como
exemplos de países onde o trabalho dos professores é valorizado tanto pela
sociedade quanto por políticas governamentais, o que representa, diz ele, um
"elemento fundamental na melhoria da performance dos alunos".
"Em países
asiáticos, os professores possuem um real autoridade pedagógica. Alunos e pais
de estudantes não contestam suas decisões ou sanções", afirma. Fonte: BBC-28/08/2014
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