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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
domingo, 24 de novembro de 2019
O que Charles Darwin achou do Brasil do século 19
No dia 29 de agosto de 1831, o jovem Charles Robert Darwin,
então com 22 anos, recebeu uma carta que mudaria sua vida. Um de seus
professores na Universidade de Cambridge, o botânico John Stevens Henslow,
indicara seu nome para participar de uma expedição científica ao redor do
mundo.
Prevista para durar pouco mais de três anos, a viagem de
circum-navegação levou quase cinco. Nesse período, a tripulação do Beagle
enfrentou abalo sísmico no Chile, doença misteriosa na Argentina — alguns
especialistas cogitam a hipótese de Doença de Chagas — e tempestade tropical no
Brasil.
Sim, o Brasil estava entre os mais de dez países, como
Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, visitados pelo navio de pesquisa da
Marinha Real Britânica — o HMS, a propósito, significa His Majesty's Ship
("Navio de Sua Majestade") —, ao longo de quatro anos e nove meses.
OBSERVAÇÕES SOBRE O BRASIL
■Darwin ficou encantado com a nossa biodiversidade. A Mata
Atlântica foi o bioma mais rico que ele conheceu. Por outro, ficou revoltado
com a escravidão. Sua família lutava contra o comércio de escravos",
afirma o biólogo Nélio Bizzo.
■"Nunca é agradável submeter-se à insolência de homens
de escritório, mas aos brasileiros, que são tão desprezíveis mentalmente quanto
são miseráveis as suas pessoas, é quase intolerável", reclamou, em 6 de
abril de 1832. Darwin levou um dia
inteiro até conseguir autorização para excursionar pelo interior fluminense.
■Darwin reclama muito da burocracia e chega a dizer que é
interminável", diz o biólogo Charbel El-Hani, coordenador do Laboratório
de Ensino, Filosofia e História da Biologia da Universidade Federal da Bahia
(UFBA).
■A cavalo, Darwin e uma comitiva de seis homens empreenderam
uma viagem de 16 dias, entre 8 e 24 de abril, até Conceição de Macabu, a 227 km
da capital. De maneira geral, a impressão deixada pelos donos de pousada não
foi das melhores. Alguns demoravam até duas horas para servir a refeição.
"A comida estará pronta quando estiver", respondiam os mais
atrevidos. Outros, sequer, tinham garfos, facas ou colheres para oferecer.
■Na Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, os viajantes deram
pela falta de uma bolsa com alguns de seus pertences. "Por que não cuidam
do que levam?", retrucou o hospedeiro, mal-humorado. "Talvez tenha
sido comida pelos cachorros".
■No dia 3 de julho, chegou a rotular os brasileiros de
"ignorantes", "covardes" e "indolentes".
"Até onde posso julgar, possuem apenas uma fração
daquelas qualidades que dão dignidade ao homem", queixou-se. "Não
importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é
seguro que, em pouco tempo, ele estará livre. Todos aqui podem ser
subornados."
■A primeira parte da passagem de Darwin pelo Brasil chegou
ao fim em 5 de julho de 1832. Daqui, a expedição seguiu para o Uruguai e, de
lá, para a Argentina. Em setembro de 1835, chegou às Ilhas Galápagos, no Oceano
Pacífico, o ponto mais famoso da viagem.
■ Darwin não teria colocado mais os pés no Brasil se, em
agosto de 1836, ventos contrários não tivessem obrigado o capitão FitzRoy a
atracar novamente no país: de 1 a 6 de agosto em Salvador e de 7 a 12 no
Recife. Apesar de agnóstico, Darwin deu "graças a Deus" por estar,
finalmente, deixando as costas do Brasil. "Espero nunca mais visitar um
país de escravos",
■ O diário de bordo e as anotações de viagem de Darwin,
ricos tanto em descrições geográficas quanto em comentários sociológicos, não
se perderam no caminho. Em 1839, viraram livro, Viagem de Um Naturalista ao
Redor do Mundo, e, em 2015, ganharam uma edição brasileira, O Diário do Beagle,
um calhamaço de 528 páginas lançado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Fonte: BBC News Brasil-23 novembro 2019
sábado, 26 de outubro de 2019
Mancha de petróleo no litoral do nordeste
Resumo
·
No dia 30 de agosto foram registradas as
primeiras manchas de óleo nas praias de Conde e Pitimbu, na Paraíba.
·
Até o momento, 1.027 toneladas de resíduos foram
coletadas, em uma faixa de 2,5 mil quilômetros da costa brasileira.
·
Os resíduos já foram encontrados no Maranhão,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
·
Autoridades e especialistas em saúde alertam
para a necessidade de evitar o contato direto com o material. Isso porque o
óleo pode causar irritações e alergias na pele. Todos os voluntários devem
fazer o uso de materiais de proteção (botas, luvas, máscaras e óculos) no
momento de recolher os resíduos.
·
Órgãos envolvidos nas ações; Marinha, Ibama,
Petrobras, FAB, Exército Brasileiro, Defesa Civil, ICMBio, Polícia Federal,
Ministério do Meio Ambiente, instituições e agências federais, estaduais e
municipais, além de empresas e universidades.
·
O que é esse óleo: Análise feita pela Marinha e
pela Petrobras aponta que a substância encontrada nos litorais do Nordeste é
petróleo cru. Ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo. Trata-se de
hidrocarboneto, mais conhecido como piche. Em águas profundas, essas “placas”
densas de óleo ficam submersas. Em locais mais rasos, elas aparecem na
superfície e se partem em pedaços menores com a rebentação das ondas.
·
Áreas atingidas; Monitoramento do Ibama revela
que as manchas de óleo já foram encontradas em 2,5 mil quilômetros da costa
brasileira. Mais de 120 praias já foram atingidas, em uma faixa que envolve
todo o litoral nordestino.
·
Possíveis causas; A origem desse acidente
ambiental ainda é desconhecida. Investigações sigilosas sobre as possíveis
causas estão sendo conduzidas pela Marinha, enquanto a investigação criminal é
objeto da Polícia Federal. Análises preliminares da Petrobras indicam que foram
encontradas amostras com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela. Quanto ao
local onde surgiu o derramamento, é provável que seja em uma área entre 600 km
e 700 km da costa brasileira.
Em 25 de outubro a Petrobras confirma que petróleo que
chegou ao Nordeste foi produzido na Venezuela. A conclusão veio depois da
análise de 30 amostras recolhidas nas praias do Nordeste. Na entrevista
coletiva, a Petrobras afirmou que o petróleo vem de três campos de exploração
venezuelanos, mas disse que isso não significa que a Venezuela seja responsável
pelo derramamento. Segundo a Marinha, a hipótese mais provável é a de um
acidente com um navio-tanque fantasma, que navegava sem registro oficial e com
o equipamento de localização em tempo real desligado. Fonte: Ibama
Comentário: Parece que é o navio fantasma Holandês Voador?
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Cactos Echinopsis
O cineasta Greg Krehel filmou 15 variedades de deslumbrantes flores
de cactos Echinopsis que florescem neste incrível lapso de tempo. O processo
acontece durante a noite, e as flores duram apenas um dia, com um período de
pico ocorrendo por uma ou duas horas.
sábado, 25 de maio de 2019
Longa fila de alpinistas, no Monte Everest
Fotos impactantes divulgadas nos últimos dias mostram uma
longa fila de alpinistas, muito próximos uns dos outros, arrastando suas botas
de escalada na área entre o cume e o desfiladeiro sul, onde fica o último acampamento
na encosta nepalesa.
Os analistas afirmam que o engarrafamento é provocado pela
proliferação de permissões de escalada, assim como pelo reduzido número de
'janelas' meteorológicas adequadas para chegar ao topo. Desta maneira, todas as
expedições iniciam o ataque final ao Everest durante os mesmos dias.
Na altura extrema, o oxigênio é mais escasso na atmosfera e
os alpinistas precisam recorrer a garrafas de oxigênio para alcançar o topo.
Uma altitude de 8.000 metros acima do nível do mar é
considerada a "zona da morte".
"Permanecer muito tempo na zona da morte aumenta os
riscos de congelamento, de sofrer o mal da altitude ou inclusive de
morte", explica à AFP Ang Tsering Sherpa, ex-presidente da Associação de
Alpinistas do Nepal. Fonte: NYTimes-24/05/2019
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Disputa: Peixe x Pássaro
Num remoto atol nas ilhas Seychelles, um grupo de 50 xaréus
gigantes (Caranx ignobilis) tenta capturar filhotes de andorinhas-do-mar. É um jogo em que vence o mais esperto.
Os filhotes de aves tentam se manter fora d'água por maior
tempo possível, mas o cérebro do peixe consegue calcular sua altitude, sua
velocidade e sua trajetória.
É só questão de tempo até que os xaréus consigam se
alimentar.
A cena é mostrada no documentário da BBC Blue Planet 2, que
mostra a vida e o comportamento dos animais em mares, oceanos e corais, e vai
ao ar no canal BBC One, na Grã-Bretanha.
quarta-feira, 8 de março de 2017
Raio X da Amazônia
Vídeo realizado pela Diretoria do Serviço Geográfico do
Exército, tem a duração de 10 minutos e foi premiado na "XX Rassegna
Cinematografica Internazionale Eserciti e
Popoli" - Festival Internacional de Filmes Militares,
recebendo o primeiro prêmio na categoria "Natureza e Sociedade
O vídeo mostra a complexidade para levantamento cartográfico
na região Amazônia. É importante para o país o levantamento cartográfico no formato digital para o tratamento da informação geográfica e
que influencia nas áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais,
Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. É um
recurso estratégico muito importante para o país conhecer profundamente a
Amazônia Brasileira. .
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O deserto de Atacama florido no Chile
As abundantes chuvas dos últimos meses no deserto de Atacama, no Chile, propiciaram o florescimento mais espetacular em 18 anos. Fonte: El País - 29 OCT 2015 - 14:54 BRST
domingo, 7 de novembro de 2010
Pequeno grande urso
Clipe interessante que mostra um pequeno animal,
filhote de urso, faz de tudo para não cair nas garras de um puma. O filhote de
urso busca uma força interna descomunal para fugir e depois enfrentar o
puma. Lembra muito o ser humano que diante do perigo o espírito de
sobrevivência predomina, as vezes, o espírito animal predomina diante da
razão.
Faz parte de um documentário rodado no Alpes,
Itália , em 1988 com duração de 1 hora e meia. O documentário ganhou vários
prêmios, mas comercialmente não fez muito sucesso. O documentário foi adaptado
de uma história The Grizzly King.
A história de um filhote de urso que perdeu sua
mãe por caçadores e é adotado por uma ursa parda (o que aparece no final do
clipe). A história se passa na Columbia Britânica(Canadá). O diretor do
documentário é francês Jean-Jacques Annaud.
sábado, 17 de abril de 2010
Veinte años de desconcertación ambiental
Durante los gobiernos de la Concertación se
concretó la mayoría de alianzas vigentes hasta hoy con transnacionales y
grandes empresas para la privatización de recursos naturales.
Al asumir los gobiernos de la Concertación, los
aspectos ambientales tenían una relevancia muy baja en la institucionalidad que
se heredaba de la dictadura. En ella, no obstante, algunas
consideraciones ambientales ya existían, pero tenían un enfoque exclusivamente
sectorial. El gran desafío era lograr integrarlas en una gestión coherente. Un
desafío que se planteaba más que por propias convicciones sobre la
sustentabilidad que pudieran traer los concertados, por las exigencias de los
mercados externos.
Producir sin salvaguardar el medio ambiente
constituye “dumping ambiental”, una forma de competencia desleal en la economía
mundial. Las normas ambientales se difunden internacionalmente impulsadas por
el mismo motor que impulsó la difusión de las normas laborales a fines del
siglo XIX entre distintos países: “Debes reconocer derechos a tus obreros, o de
lo contrario te saldrá más barato producir que a mí, que ya he tenido que
reconocérselos y eso, no lo voy a tolerar”.
LA NORMA HA SIDO INSUFICIENTE
Surge así la normativa y la institucionalidad
ambiental propiamente tal, mediante la dictación de la Ley de Bases del Medio
Ambiente, promulgada por Patricio Aylwin dos días antes de dejar la
Presidencia, el 9 de marzo de 1994. Pero con un gran déficit: No existía una
autoridad ambiental. Aunque muchos plantearon ya en ese momento la necesidad de
que hubiese un Ministerio del Medio Ambiente, primó la idea de un modelo
meramente “coordinador”, expresado en el Consejo de Ministros de la Comisión Nacional de Medio Ambiente (Conama). La idea
subyacente era que “el tema ambiental es responsabilidad de todos”, por lo
tanto habría una Comisión que agrupase a todos esos responsables.
La historia de la gestión ambiental
concertacionista demostró que en materias de gobierno, como ocurre también en
la vida cotidiana, cuando algo es responsabilidad de todos, termina siendo
responsabilidad de nadie.
Y así, sin un claro responsable, se
desarrollaron las políticas ambientales durante prácticamente todos los
gobiernos de la Concertación. Eso sin duda fue funcional para que cuando
se producía un cortocircuito entre los intereses ambientales y los de grupos
corporativos, pudiese removerse al director o directora ejecutiva de la Conama,
un funcionario de tercer nivel jerárquico, con un costo político
incomparablemente menor a que si hubiese sido un ministro.
De esa manera, dos directoras ejecutivas de
Conama, Blanlot y Hoffmann, fueron rápidamente removidas cuando insinuaron
alguna resistencia a la violación de la normativa ambiental, con motivo de la
aprobación de la hidroeléctrica
Ralco y de la expansión urbana de
Santiago respectivamente.
UNA PUERTA GIRATORIA DE INTERESES
La carencia de un Ministerio del Medio Ambiente
ha sido solucionada recién ahora, tras 15 años de falta de un responsable. Las
consecuencias han sido muy concretas. En materia de contaminación atmosférica,
esta sigue siendo grave en la mayor parte de nuestras ciudades. En el caso de
Santiago, estamos ante un evidente fracaso del Plan de Descontaminación que,
elaborado en 1997, prometió limpiar el aire de Santiago en 14 años.
No son extraños estos fracasos. Sin un
responsable ambiental, han primado en los gobiernos las visiones de los
ministerios sectoriales más ligados a los grupos empresariales. El caso del
Ministerio de Vivienda ha sido emblemático. En dicha repartición hemos vivido
el “Festival de la Puerta
Giratoria”, este trasvasije entre el sector público y privado con abiertos
conflictos de intereses. Ejecutivos de empresas inmobiliarias han entrado en
una verdadera comisión de servicio a ejercer cargos de dirección en el
Ministerio, impulsando políticas que beneficiaban directamente a sus ex
empleadores.
Hemos llegado, por el otro lado de la puerta
giratoria, a casos de ex ministros de vivienda que han pasado a prestar
servicios a especuladores inmobiliarios recién dejado el cargo. Como resultado,
la ciudad no ha parado de expandirse horizontalmente, generando grandes
ganancias para unos pocos, pero generando también viajes motorizados cada vez
más prolongados y que por lo tanto, mayores emisiones de contaminantes a la
atmósfera, además de pérdida de tierra agrícola, impermeabilización que impide
la infiltración de las aguas lluvias hacia las napas subterráneas y otros
muchos impactos negativos.
CONTROLES Y AVANCES INEFICIENTES
En materia de recursos naturales, la falta de
fiscalización, por ejemplo en el área de la salmonicultura, ha provocado un
verdadero colapso ambiental en las zonas donde esta actividad se desarrolla, lo
que ha llevado finalmente a un decaimiento de la industria y a una fuerte
presión para que se le permita expandirse a zonas prístinas. También en esta
área la “puerta giratoria” no paró de dar vueltas. El extremo fue bajo el
gobierno de Lagos, el nombramiento del presidente de Salmón Chile (agrupación
gremial de las empresas salmoneras), como subsecretario de pesca: El gato
cuidando la pescadería.
En materia de los temas globales, como el
calentamiento del planeta, tampoco puede mostrarse un desempeño muy positivo.
Chile ha pasado a tener el triste honor de ser el país latinoamericano de
mayores emisiones de gases de efecto invernadero per cápita.
Hoy, terminamos las dos décadas de la
Concertación con una nueva institucionalidad. En el plano formal, debe
reconocerse como un avance. Sin embargo, también en ese terreno hay que
constatar retrocesos. El centralismo se ve exacerbado, pues en el nuevo
Servicio de Evaluación de Impacto Ambiental fue eliminada la participación de
los consejeros regionales, la única expresión medianamente representativa de la
ciudadanía de cada región. Ahora, serán sólo Seremis, designados exclusivamente
por el Presidente de la República, quienes tomarán decisiones.
El panorama no se avizora tranquilo para el
primer gobierno de la Alianza.
Lastensiones entre los grandes proyectos industriales destinados a la
exportación, intensivos en recursos naturales sin elaboración por una parte, y
las formas de vida y producción tradicionales y sustentables seguirá estando
presente.
La eliminación de zonas agrícolas en favor de
los especuladores inmobiliarios, como en Santiago, o la desaparición de zonas
de pesca artesanal para destinarlas a desagüe de fábricas de celulosa, como en
Mehuín, son sólo algunos de los conflictos que se avecinan. Su resolución no
será en ningún caso técnica. Será el resultado de batallas políticas y sociales
que irán definiendo el grado de sustentabilidad de nuestra forma de vida. Luis Mariano Rendón Escobar - El autor es
abogado y se desempeña como coordinador de la agrupación ciudadana “Acción
Ecológica”.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Propaganda e Meio Ambiente
Apesar do comercial é sobre bebida, mas ele é de uma beleza
plástica mostrando o que o ser humano está fazendo com mar. O mar está virando
um aterro sanitário. Merecia ser uma propaganda do Meio Ambiente
quarta-feira, 24 de março de 2010
Hospital de Campanha da Marinha do Brasil no Chile
A Marinha do Brasil iniciou atendimentos médicos
em seu Hospital de Campanha (HCamp), no último dia 6, para prestar apoio às
vítimas do terremoto no Chile. O número de atendimentos alcançou, no dia 15 de
março, a marca de 4.166 atendimentos, distribuídos da seguinte forma: consultas
(2233); procedimentos (1346); exames laboratoriais (253); e exames de imagem
(334).
De acordo com o Capitão-de-Fragata (Médico)
Araújo, responsável pelo Hcamp, a maior dificuldade encontrada no Chile é o
frio intenso. “O HCamp já entrou na rotina, continuamos a receber pacientes de
alta complexidade e o frio é o nosso maior inimigo”. Devido ao frio, a
preocupação dos médicos passa a ser os casos de infecção respiratória. “Estamos
preocupados com o aumento dos casos de infecção respiratória, a temperatura
está caindo dia-a-dia e vamos nos preparar para uma pré-triagem”, afirma o
Capitão-de-Fragata Araújo.
O Oficial destaca, ainda, que foi prontificado
um plano de evacuação do Hcamp, em que foram realizados alguns exercícios para
fixar as rotas de fuga, em caso de um novo tremor. “Além disso, no sábado,
tivemos um apagão de 3h e o comportamento da tripulação foi ótimo”,
complementa.
O efetivo da Marinha do Brasil empregado na
operação é de 102 militares, sendo 48 da área de saúde e 54 para o apoio,
incluindo o destacamento de segurança constituído por Fuzileiros Navais. Fonte: Marinha do Brasil – 18/03/2010
sábado, 6 de março de 2010
Tsunami: Falha de comunicação
Geofísico americano teve dificuldades para alertar Chile e países
vizinhos sobre terremoto
“O governo demorou muito
para reagir. Quando se produz uma crise, o tempo de resposta é muito importante
e, neste caso, foi demasiadamente longo. Não sei se por falta de informação ou
por erro de análise, mas o certo é que, a princípio, tentaram nos fazer
acreditar que nada tinha acontecido” assegura Antonio Cobelo, vice-reitor de
ordenação acadêmica da Universidade Antonio de Nebrija e doutor em Ciências da
Informação. Afundamento do petroleiro “Prestige” na Espanha
Victor Sardiña e a tsunami disputaram corrida no sábado:
enquanto as ondas corriam o Pacífico do Chile ao Japão, o geofísico alertava
todos os países do caminho. O cientista do Instituto de Estudos Oceânicos e
Atmosféricos dos EUA estranhou a dificuldade para se comunicar com várias
nações, inclusive o Chile. O americano, que falou ao GLOBO de Honolulu, no
Havaí, garante: apesar dos prejuízos provocados pelo mar, o estrago poderia ser
muito maior.
O terremoto no Chile foi às 3h34m. A que horas o senhor entrou em
contato com a Marinha local?
VICTOR SARDIÑA: Mandamos o primeiro alerta sobre o terremoto 11
minutos depois. É necessário um certo tempo para que o sismo seja detectado por
uma das quatro estações que temos na costa chilena, assim como para determinar
a localização do epicentro. Ficamos espantados com a magnitude do terremoto - a
primeira medida que tivemos era de 8,5 graus na escala Richter. Como o
potencial para que uma tsunami fosse gerada era muito grande, tentamos
imediatamente falar também com o Peru, que poderia ser atingido pelas ondas
entre três e seis horas depois.
Como foi o contato com estes países?
SARDIÑA: Houve problemas de comunicação. Um colega meu, que também
estava de plantão, tentou falar com a Marinha chilena, mas não conseguiam
entendê-lo. Como falo espanhol, peguei o telefone para perguntar se eles
receberam o alerta que havíamos mandado sobre a tsunami. Repeti esta mensagem
umas duas ou três vezes, porque a ligação era transferida. Pedi enfaticamente
para me avisarem caso tivessem qualquer confirmação de tsunami, o que eles
fizeram algum tempo depois.
E com o Peru?
SARDIÑA: Certamente eles receberam nossa mensagem, mas ninguém
atendeu as ligações. Talvez por ainda ser muito cedo, não conseguimos contato
telefônico com muitos países das Américas do Sul e Central. Mas todos receberam
o alerta.
Houve demora do Chile para confirmar a tsunami?
SARDIÑA: A verdade é que, em determinadas regiões, a população
teria um tempo mínimo para reagir. Talcahuano (um dos principais portos do
Chile, a 20 quilômetros de Concepción) foi atingida por uma
onda de 2,3 metros às 6h53m. Na prática, a população
teria apenas cinco minutos para se proteger. Já a Ilha de Juan Fernández teria
mais tempo para tomar providências. Não sei se a Marinha chilena pensou que as
primeiras ondas não fossem uma tsunami. Foi um comportamento incomum, porque
trata-se de um país com grande histórico de atividades sísmicas e que tem
ótimos profissionais.
Este foi o sexto maior terremoto já registrado. O senhor esperava
que viesse acompanhado de ondas maiores?
SARDIÑA: Se pensarmos na magnitude do terremoto e em sua
proximidade da costa, não seria absurdo ter uma onda de dez metros. Mas não
podemos nos prender à ideia de que, para haver destruição, é preciso ter ondas
gigantes como as vistas nas tsunamis de 2004. Talcahuano foi devastada com
ondas de menos de 2,5 metros. E a
massa d'água movida pelo sismo chegou, menos de 22 horas depois, ao Japão. É,
portanto, uma força considerável.
Japão e Havaí prepararam-se bastante para as ondas, mas a tsunami
mal foi vista em seus litorais...
SARDIÑA: No Havaí, as ondas tiveram um metro de altura. No Japão,
um pouco menos. É o suficiente para provocar prejuízos nos portos e nas zonas
costeiras. Ainda é muito difícil estimar o tamanho que terão as ondas, mas nosso
trabalho é alertar para qualquer evento com potencial para causar um estrago.
Que lição o Chile pode tirar deste terremoto?
SARDIÑA: Talvez o centro de monitoramento possa rever alguns
procedimentos para nos responder mais rapidamente. O importante é que tivemos
sorte: a tsunami poderia ser muito maior.
Fonte:Globo Online - 02/03/2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Comentário da tragédia no Chile
A tragédia que abateu no Chile mostrou duas faces: a tragédia
humana e a tragédia do governo. Da tragédia do governo, os únicos que se
salvaram foram os bombeiros. Qual é o lema dos bombeiros? Salvar vidas. Para
eles não existem reuniões, avaliações, esperar o que vai acontecer e sim
chegar rapidamente nos locais das tragédias para salvar vidas.
Eles tomam as
decisões no local dos desastres. A preocupação deles é com o ser humano.
E o que fez governo? O governo foi atingido pelo tremor da inércia, não teve a
sensibilidade que nos primeiros momentos da tragédia a população
necessitava de apoio.
O que eles fizeram; reuniões, avaliações pediu calma a
população, etc. Na tragédia do Haiti, os EUA atropelaram os demais países com
decisões rápidas de emergência. O presidente americano ordenou a forças armadas
para prestar auxilio e elas executaram, já tinham um plano preparado. Em
emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país
que está preparado para tragédia e outro que pretende durante a
tragédia elaborar um plano.
O presidente do Senado do Chile disse uma verdade: transcrevo o
trecho
"Nosotros debemos tener respuestas automáticas para evitar
interpretaciones de tipo político. Tenemos que pensar en un sistema más
institucional para reaccionar ante las emergencias", enfatizó.
El parlamentario sugirió que "cada vez que haya un sismo de
más de seis grados debiéramos tener una alerta en toda la costa y cada vez que
haya un terremoto, debiera automáticamente generarse un Estado de
Catástrofe".
Novoa agregó que "ha habido un colapso completo de las
comunicaciones. Desgraciadamente fallaron todos los sistemas, tanto los de las
Fuerzas Armadas (FF.AA.) como de las oficinas de emergencia y de las
intendencias, y en un país como Chile, que está afecto a catástrofes, eso no
puede volver a ocurrir", sentenció.
En ese sentido, puntualizó que "ha existido una falta de
información lo cual ha provocado rumores, el temor de la gente y situaciones de
pánico que no coinciden con la realidad. Es por eso que es necesaria la
realización de una sesión como ésta. La falta de información produce temor y el
temor genera malas decisiones", justificó.
É a pura verdade. Os latinos procuram misturar política com
problema técnico e ficam sem apresentar solução.
Existem, alguns princípios estratégico que os governantes devem ou
deveriam conhecer;
1-Sun Tzu, a arte da guerra nos negócios, a chamada
«presciência» ou «previsão» não pode ser deduzida dos espíritos, nem dos
deuses, nem por analogia com as atividades passadas, nem por cálculos. Elas
devem ser obtidas dos homens que conhecem a situação do inimigo (nesse caso
seria o terremoto).
2-No livro O Príncipe, Maquiavel refere a necessidade de o
príncipe estar sempre informado, "os príncipes sensatos devem fazer, isto
é, pensar nas desordens futuras, e não só nas presentes, e, servir-se de toda a
habilidade para as evitar, pois certo é que prevendo-as à distância mais
facilmente as remedeiam", e acrescenta, "o mal é fácil de curar e
difícil de diagnosticar, mas não sendo diagnosticado nem curado torna-se com o
tempo fácil de diagnosticar e difícil de curar
3-No livro Arte de Guerra, Clausewitz refere também a importância
das informações ao considerar o termo informações como o conjunto de
conhecimentos relativos ao inimigo e ao seu país e, por conseqüência, a base sobre
o qual se fundamentam as nossas próprias idéias e os nossos atos.
Pode escolher onde o governo do Chile errou?
Quando há uma tragédia, a resposta do governo deve ser imediata. O
mais patético disso tudo é um governo preocupado com o social, mas no momento
da tragédia ficou desorientado, não sabia o que fazer nos primeiros momentos da
tragédia. Caberá ao novo governo a responsabilidade de salvar novamente o país,
desta vez, da tragédia social. A política e vida dão muitas voltas.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Armagedom no Haiti
Comentário
Vejo em alguns noticiários, eles estão mais preocupados em
criar um campo de batalha de ideologia contra a presença maciça dos
americanos, do que analisar a realidade. Houve um mega-desastre, ou melhor, um
Armagedom da natureza..
Para agravar a situação os principais membros da ONU de ajuda que
estavam no país foram mortos durante o terremoto.
A logística e a infraestrutura do país eram precárias e agora
piorou, não existe. O aeroporto sem torre de controle, pista única, sem
equipamentos de movimentação de material. Os americanos assumiram o controle. O
porto foi extremamente danificado e perderam os equipamentos existentes no
local. Os americanos estão fazendo de um porta-aviões uma base flutuante
para levar materiais ao continente.
Todas as estradas foram afetadas dificultando o transporte e para
piorar não há equipamentos pesados (tratores) para reparar ou
retirar entulhos.
O sistema de telecomunicação não funciona e não há como reparar
sem acesso por estrada e combustível. Há um vácuo de autoridade momentânea que
dificulta a coordenação da ajuda no local
Devido esse caos momentâneo, as forças armadas brasileiras,
americanas estão tentando reorganizar para operacionalizar a ajuda. Sem
comunicação, sem elementos chaves nos locais, fica difícil essa
operacionalização. E para agravar os habitantes não tem essa noção de ajuda e
cooperação. E ainda há 6.000 criminosos soltos devido ao colapso da
penitenciária para aumentar ainda mais a violência.
Vídeo:
Soldados fazem buscas nas aldeias e encontram ainda mais estragos
Os helicópteros da Marinha dos Estados Unidos
começaram a pousar pouco antes do meio-dia em um pasto de gado numa cidade
rural altamente danificada, a cerca de 15
quilômetros de Porto Príncipe,
provocando um vendaval e atraindo multidões de curiosos e esperançosos.
Cerca de 125 marines acabaram pousando aqui e planejavam
permanecer cerca de 24 horas para descarregar a carga inicial de água e
alimentos. Eles esperavam passar a noite acampados no pasto.
O esforço de ajuda humanitária era a primeira missão significativa
dos militares americanos fora de Porto Príncipe, a capital devastada, onde as
necessidades permanecem intimidantes.
A devastação aqui é imensa, só que mais difícil de ver rapidamente
do que na cidade de Porto Príncipe, onde prédios que ruíram margeiam as ruas.
Aqui em Leogane, os prédios estão espalhados em meio a plantações de
cana-de-açúcar e banana, mas é mais fácil contar as estruturas ainda em pé do
que aquelas que ruíram.
As pessoas aqui acreditam que cerca de 5 mil pessoas morreram na
cidade.
Se havia alguma importância simbólica para os marines pousarem
aqui após as intervenções americanas anteriores neste país problemático, poucos
pareciam se importar. Algumas pessoas na multidão até mesmo brincavam com os
soldados que montavam guarda com os rifles pendurados em seus ombros.
"Vocês sabem que estamos em uma situação ruim, então estou
feliz por terem vindo nos ajudar", disse Charlius Saint Louis, 45 anos,
que perdeu uma filha de 15 anos e um filho de 12 anos no terremoto, assim como
uma namorada que estava grávida de seu filho.
No caminho de Porto Príncipe até a cidade, os estragos podiam ser
vistos ao longo de toda a rota. Longas rachaduras marcavam a estrada
pavimentada de duas pistas. Uma das faixas estava coberta em muitos trechos por
pedras e terra que deslizaram.
Em uma aldeia chamada Mona Bateau, a cerca de três quilômetros ao
norte de Leogane, alguém deixou 24 corpos à beira da estrada, a maioria
crianças, incluindo um recém-nascido e um bebê usando fralda e uma sandália
branca. O outro pé estava descalço.
Ao lado dos corpos havia uma vala comum recém cavada com cerca de
1,5 X3,5 metros e 2 metros de profundidade. Os aldeões disseram
que os corpos aparentemente vieram de outra área, com alguns dizendo acreditar
que eram de Carrefour, o bairro de Porto Príncipe que é o mais próximo daqui.
Os aldeões disseram que a ONU veio como uma escavadeira para abrir
a vala, mas que cabia aos moradores daqui colocar os corpos decompostos nela.
Cobrindo suas bocas e narizes com trapos embebidos em limão para se protegerem
do cheiro, eles colocavam os corpos sobre placas de lata corrugadas e então os
arrastavam até o buraco.
O mesmo aconteceu no domingo passado, disseram os aldeões, só que
naquela ocasião eram 18 corpos e os aldeões cavaram a vala eles mesmos.
"Nós queremos falar em um programa de rádio e dizer que as
pessoas de Carrefour despejaram os corpos aqui, o que não é justo", disse
Margaret Estima, 38 anos. "É difícil para nós porque também sou mãe",
ela disse. "Nós choramos."
Os marines testemunharão mais dos pesares do Haiti ao continuarem
se afastando da capital com equipamento pesado, para remover escombros e
realizarem outras missões. Ao ser informado sobre as crianças mortas ao lado da
estrada, o capitão Clark Carpenter, 34 anos, de Princeton, Idaho, o oficial de
relações públicas da unidade, fez uma longa pausa.
"É uma situação realmente horrível", ele finalmente
disse. "Eu tenho acompanhado isto pelos olhos da imprensa, mas ao
chegarmos aqui e vê-la pessoalmente, a verdadeira amplitude se torna
aparente."
UOL Noticias - The New York Times -
20/01/2010
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