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domingo, 24 de novembro de 2019

O que Charles Darwin achou do Brasil do século 19

No dia 29 de agosto de 1831, o jovem Charles Robert Darwin, então com 22 anos, recebeu uma carta que mudaria sua vida. Um de seus professores na Universidade de Cambridge, o botânico John Stevens Henslow, indicara seu nome para participar de uma expedição científica ao redor do mundo.
Prevista para durar pouco mais de três anos, a viagem de circum-navegação levou quase cinco. Nesse período, a tripulação do Beagle enfrentou abalo sísmico no Chile, doença misteriosa na Argentina — alguns especialistas cogitam a hipótese de Doença de Chagas — e tempestade tropical no Brasil.
Sim, o Brasil estava entre os mais de dez países, como Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, visitados pelo navio de pesquisa da Marinha Real Britânica — o HMS, a propósito, significa His Majesty's Ship ("Navio de Sua Majestade") —, ao longo de quatro anos e nove meses.

OBSERVAÇÕES SOBRE O BRASIL
■Darwin ficou encantado com a nossa biodiversidade. A Mata Atlântica foi o bioma mais rico que ele conheceu. Por outro, ficou revoltado com a escravidão. Sua família lutava contra o comércio de escravos", afirma o biólogo Nélio Bizzo.
■"Nunca é agradável submeter-se à insolência de homens de escritório, mas aos brasileiros, que são tão desprezíveis mentalmente quanto são miseráveis as suas pessoas, é quase intolerável", reclamou, em 6 de abril de 1832.  Darwin levou um dia inteiro até conseguir autorização para excursionar pelo interior fluminense.
■Darwin reclama muito da burocracia e chega a dizer que é interminável", diz o biólogo Charbel El-Hani, coordenador do Laboratório de Ensino, Filosofia e História da Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
■A cavalo, Darwin e uma comitiva de seis homens empreenderam uma viagem de 16 dias, entre 8 e 24 de abril, até Conceição de Macabu, a 227 km da capital. De maneira geral, a impressão deixada pelos donos de pousada não foi das melhores. Alguns demoravam até duas horas para servir a refeição. "A comida estará pronta quando estiver", respondiam os mais atrevidos. Outros, sequer, tinham garfos, facas ou colheres para oferecer.
■Na Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, os viajantes deram pela falta de uma bolsa com alguns de seus pertences. "Por que não cuidam do que levam?", retrucou o hospedeiro, mal-humorado. "Talvez tenha sido comida pelos cachorros".
■No dia 3 de julho, chegou a rotular os brasileiros de "ignorantes", "covardes" e "indolentes".
"Até onde posso julgar, possuem apenas uma fração daquelas qualidades que dão dignidade ao homem", queixou-se. "Não importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é seguro que, em pouco tempo, ele estará livre. Todos aqui podem ser subornados."
■A primeira parte da passagem de Darwin pelo Brasil chegou ao fim em 5 de julho de 1832. Daqui, a expedição seguiu para o Uruguai e, de lá, para a Argentina. Em setembro de 1835, chegou às Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico, o ponto mais famoso da viagem.
■ Darwin não teria colocado mais os pés no Brasil se, em agosto de 1836, ventos contrários não tivessem obrigado o capitão FitzRoy a atracar novamente no país: de 1 a 6 de agosto em Salvador e de 7 a 12 no Recife. Apesar de agnóstico, Darwin deu "graças a Deus" por estar, finalmente, deixando as costas do Brasil. "Espero nunca mais visitar um país de escravos",
■ O diário de bordo e as anotações de viagem de Darwin, ricos tanto em descrições geográficas quanto em comentários sociológicos, não se perderam no caminho. Em 1839, viraram livro, Viagem de Um Naturalista ao Redor do Mundo, e, em 2015, ganharam uma edição brasileira, O Diário do Beagle, um calhamaço de 528 páginas lançado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fonte: BBC News Brasil-23 novembro 2019

sábado, 26 de outubro de 2019

Mancha de petróleo no litoral do nordeste

Resumo
·    No dia 30 de agosto foram registradas as primeiras manchas de óleo nas praias de Conde e Pitimbu, na Paraíba.
·    Até o momento, 1.027 toneladas de resíduos foram coletadas, em uma faixa de 2,5 mil quilômetros da costa brasileira.
·    Os resíduos já foram encontrados no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
·    Autoridades e especialistas em saúde alertam para a necessidade de evitar o contato direto com o material. Isso porque o óleo pode causar irritações e alergias na pele. Todos os voluntários devem fazer o uso de materiais de proteção (botas, luvas, máscaras e óculos) no momento de recolher os resíduos.
·    Órgãos envolvidos nas ações; Marinha, Ibama, Petrobras, FAB, Exército Brasileiro, Defesa Civil, ICMBio, Polícia Federal, Ministério do Meio Ambiente, instituições e agências federais, estaduais e municipais, além de empresas e universidades.
·    O que é esse óleo: Análise feita pela Marinha e pela Petrobras aponta que a substância encontrada nos litorais do Nordeste é petróleo cru. Ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo. Trata-se de hidrocarboneto, mais conhecido como piche. Em águas profundas, essas “placas” densas de óleo ficam submersas. Em locais mais rasos, elas aparecem na superfície e se partem em pedaços menores com a rebentação das ondas.
·    Áreas atingidas; Monitoramento do Ibama revela que as manchas de óleo já foram encontradas em 2,5 mil quilômetros da costa brasileira. Mais de 120 praias já foram atingidas, em uma faixa que envolve todo o litoral nordestino.
·    Possíveis causas; A origem desse acidente ambiental ainda é desconhecida. Investigações sigilosas sobre as possíveis causas estão sendo conduzidas pela Marinha, enquanto a investigação criminal é objeto da Polícia Federal. Análises preliminares da Petrobras indicam que foram encontradas amostras com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela. Quanto ao local onde surgiu o derramamento, é provável que seja em uma área entre 600 km e 700 km da costa brasileira.
Em 25 de outubro a Petrobras confirma que petróleo que chegou ao Nordeste foi produzido na Venezuela. A conclusão veio depois da análise de 30 amostras recolhidas nas praias do Nordeste. Na entrevista coletiva, a Petrobras afirmou que o petróleo vem de três campos de exploração venezuelanos, mas disse que isso não significa que a Venezuela seja responsável pelo derramamento. Segundo a Marinha, a hipótese mais provável é a de um acidente com um navio-tanque fantasma, que navegava sem registro oficial e com o equipamento de localização em tempo real desligado. Fonte: Ibama
Comentário: Parece que é o navio fantasma Holandês Voador?

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Cactos Echinopsis

O cineasta Greg Krehel  filmou 15 variedades de deslumbrantes flores de cactos Echinopsis que florescem neste incrível lapso de tempo. O processo acontece durante a noite, e as flores duram apenas um dia, com um período de pico ocorrendo por uma ou duas horas.

  


sábado, 25 de maio de 2019

Longa fila de alpinistas, no Monte Everest

Fotos impactantes divulgadas nos últimos dias mostram uma longa fila de alpinistas, muito próximos uns dos outros, arrastando suas botas de escalada na área entre o cume e o desfiladeiro sul, onde fica o último acampamento na encosta nepalesa.
Os analistas afirmam que o engarrafamento é provocado pela proliferação de permissões de escalada, assim como pelo reduzido número de 'janelas' meteorológicas adequadas para chegar ao topo. Desta maneira, todas as expedições iniciam o ataque final ao Everest durante os mesmos dias.
Na altura extrema, o oxigênio é mais escasso na atmosfera e os alpinistas precisam recorrer a garrafas de oxigênio para alcançar o topo.
Uma altitude de 8.000 metros acima do nível do mar é considerada a "zona da morte".
"Permanecer muito tempo na zona da morte aumenta os riscos de congelamento, de sofrer o mal da altitude ou inclusive de morte", explica à AFP Ang Tsering Sherpa, ex-presidente da Associação de Alpinistas do Nepal. Fonte: NYTimes-24/05/2019  

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Disputa: Peixe x Pássaro

Num remoto atol nas ilhas Seychelles, um grupo de 50 xaréus gigantes (Caranx ignobilis) tenta capturar filhotes de andorinhas-do-mar. É um jogo em que vence o mais esperto.
Os filhotes de aves tentam se manter fora d'água por maior tempo possível, mas o cérebro do peixe consegue calcular sua altitude, sua velocidade e sua trajetória.
É só questão de tempo até que os xaréus consigam se alimentar.
A cena é mostrada no documentário da BBC Blue Planet 2, que mostra a vida e o comportamento dos animais em mares, oceanos e corais, e vai ao ar no canal BBC One, na Grã-Bretanha.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Raio X da Amazônia

Vídeo realizado pela Diretoria do Serviço Geográfico do Exército, tem a duração de 10 minutos e foi premiado na "XX Rassegna Cinematografica Internazionale Eserciti e
Popoli" - Festival Internacional de Filmes Militares, recebendo o primeiro prêmio na categoria "Natureza e Sociedade

O vídeo mostra a complexidade para levantamento cartográfico na região Amazônia. É importante para o país o levantamento cartográfico  no formato digital  para o tratamento da informação geográfica e que influencia nas áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. É um recurso estratégico muito importante para o país conhecer profundamente a Amazônia Brasileira. .

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O deserto de Atacama florido no Chile

As abundantes chuvas dos últimos meses no deserto de Atacama, no Chile, propiciaram o florescimento mais espetacular em 18 anos. Fonte: El País - 29 OCT 2015 - 14:54 BRST

domingo, 7 de novembro de 2010

Pequeno grande urso


Clipe interessante que mostra um pequeno animal, filhote de urso, faz de tudo para não cair nas garras de um puma. O filhote de urso busca uma força interna descomunal para fugir e depois  enfrentar o puma. Lembra muito o ser humano que diante do perigo o espírito de sobrevivência predomina, as vezes, o espírito animal  predomina diante da razão.
Faz parte de um documentário rodado no Alpes, Itália , em 1988 com duração de 1 hora e meia. O documentário ganhou vários prêmios, mas comercialmente não fez muito sucesso. O documentário foi adaptado de uma história  The Grizzly King.
A história de um filhote de urso que perdeu sua mãe por caçadores e é adotado por uma ursa parda (o que aparece no final do clipe). A história se passa na Columbia Britânica(Canadá).  O diretor do documentário é francês Jean-Jacques Annaud.

sábado, 17 de abril de 2010

Veinte años de desconcertación ambiental

Durante los gobiernos de la Concertación se concretó la mayoría de alianzas vigentes hasta hoy con transnacionales y grandes empresas para la privatización de recursos naturales.
Al asumir los gobiernos de la Concertación, los aspectos ambientales tenían una relevancia muy baja en la institucionalidad que se heredaba de la dictadura. En ella, no obstante, algunas consideraciones ambientales ya existían, pero tenían un enfoque exclusivamente sectorial. El gran desafío era lograr integrarlas en una gestión coherente. Un desafío que se planteaba más que por propias convicciones sobre la sustentabilidad que pudieran traer los concertados, por las exigencias de los mercados externos.
Producir sin salvaguardar el medio ambiente constituye “dumping ambiental”, una forma de competencia desleal en la economía mundial. Las normas ambientales se difunden internacionalmente impulsadas por el mismo motor que impulsó la difusión de las normas laborales a fines del siglo XIX entre distintos países: “Debes reconocer derechos a tus obreros, o de lo contrario te saldrá más barato producir que a mí, que ya he tenido que reconocérselos y eso, no lo voy a tolerar”.
LA NORMA HA SIDO INSUFICIENTE
Surge así la normativa y la institucionalidad ambiental propiamente tal, mediante la dictación de la Ley de Bases del Medio Ambiente, promulgada por Patricio Aylwin dos días antes de dejar la Presidencia, el 9 de marzo de 1994. Pero con un gran déficit: No existía una autoridad ambiental. Aunque muchos plantearon ya en ese momento la necesidad de que hubiese un Ministerio del Medio Ambiente, primó la idea de un modelo meramente “coordinador”, expresado en el Consejo de Ministros de la Comisión Nacional de Medio Ambiente (Conama). La idea subyacente era que “el tema ambiental es responsabilidad de todos”, por lo tanto habría una Comisión que agrupase a todos esos responsables.
La historia de la gestión ambiental concertacionista demostró que en materias de gobierno, como ocurre también en la vida cotidiana, cuando algo es responsabilidad de todos, termina siendo responsabilidad de nadie.
Y así, sin un claro responsable, se desarrollaron las políticas ambientales durante prácticamente todos los gobiernos de la Concertación. Eso sin duda fue funcional para que cuando se producía un cortocircuito entre los intereses ambientales y los de grupos corporativos, pudiese removerse al director o directora ejecutiva de la Conama, un funcionario de tercer nivel jerárquico, con un costo político incomparablemente menor a que si hubiese sido un ministro.
De esa manera, dos directoras ejecutivas de Conama, Blanlot y Hoffmann, fueron rápidamente removidas cuando insinuaron alguna resistencia a la violación de la normativa ambiental, con motivo de la aprobación de la hidroeléctrica Ralco y de la expansión urbana de Santiago respectivamente.
UNA PUERTA GIRATORIA DE INTERESES
La carencia de un Ministerio del Medio Ambiente ha sido solucionada recién ahora, tras 15 años de falta de un responsable. Las consecuencias han sido muy concretas. En materia de contaminación atmosférica, esta sigue siendo grave en la mayor parte de nuestras ciudades. En el caso de Santiago, estamos ante un evidente fracaso del Plan de Descontaminación que, elaborado en 1997, prometió limpiar el aire de Santiago en 14 años.
No son extraños estos fracasos. Sin un responsable ambiental, han primado en los gobiernos las visiones de los ministerios sectoriales más ligados a los grupos empresariales. El caso del Ministerio de Vivienda ha sido emblemático. En dicha repartición hemos vivido el “Festival de la Puerta Giratoria”, este trasvasije entre el sector público y privado con abiertos conflictos de intereses. Ejecutivos de empresas inmobiliarias han entrado en una verdadera comisión de servicio a ejercer cargos de dirección en el Ministerio, impulsando políticas que beneficiaban directamente a sus ex empleadores.
Hemos llegado, por el otro lado de la puerta giratoria, a casos de ex ministros de vivienda que han pasado a prestar servicios a especuladores inmobiliarios recién dejado el cargo. Como resultado, la ciudad no ha parado de expandirse horizontalmente, generando grandes ganancias para unos pocos, pero generando también viajes motorizados cada vez más prolongados y que por lo tanto, mayores emisiones de contaminantes a la atmósfera, además de pérdida de tierra agrícola, impermeabilización que impide la infiltración de las aguas lluvias hacia las napas subterráneas y otros muchos impactos negativos.
CONTROLES Y AVANCES INEFICIENTES
En materia de recursos naturales, la falta de fiscalización, por ejemplo en el área de la salmonicultura, ha provocado un verdadero colapso ambiental en las zonas donde esta actividad se desarrolla, lo que ha llevado finalmente a un decaimiento de la industria y a una fuerte presión para que se le permita expandirse a zonas prístinas. También en esta área la “puerta giratoria” no paró de dar vueltas. El extremo fue bajo el gobierno de Lagos, el nombramiento del presidente de Salmón Chile (agrupación gremial de las empresas salmoneras), como subsecretario de pesca: El gato cuidando la pescadería.
En materia de los temas globales, como el calentamiento del planeta, tampoco puede mostrarse un desempeño muy positivo. Chile ha pasado a tener el triste honor de ser el país latinoamericano de mayores emisiones de gases de efecto invernadero per cápita.
Hoy, terminamos las dos décadas de la Concertación con una nueva institucionalidad. En el plano formal, debe reconocerse como un avance. Sin embargo, también en ese terreno hay que constatar retrocesos. El centralismo se ve exacerbado, pues en el nuevo Servicio de Evaluación de Impacto Ambiental fue eliminada la participación de los consejeros regionales, la única expresión medianamente representativa de la ciudadanía de cada región. Ahora, serán sólo Seremis, designados exclusivamente por el Presidente de la República, quienes tomarán decisiones.
El panorama no se avizora tranquilo para el primer gobierno de la Alianza. Lastensiones entre los grandes proyectos industriales destinados a la exportación, intensivos en recursos naturales sin elaboración por una parte, y las formas de vida y producción tradicionales y sustentables seguirá estando presente.
La eliminación de zonas agrícolas en favor de los especuladores inmobiliarios, como en Santiago, o la desaparición de zonas de pesca artesanal para destinarlas a desagüe de fábricas de celulosa, como en Mehuín, son sólo algunos de los conflictos que se avecinan. Su resolución no será en ningún caso técnica. Será el resultado de batallas políticas y sociales que irán definiendo el grado de sustentabilidad de nuestra forma de vida. Luis Mariano Rendón Escobar - El autor es abogado y se desempeña como coordinador de la agrupación ciudadana “Acción Ecológica”.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Propaganda e Meio Ambiente

Apesar do comercial é sobre bebida, mas ele é de uma beleza plástica mostrando o que o ser humano está fazendo com mar. O mar está virando um aterro sanitário. Merecia ser uma propaganda do Meio Ambiente

quarta-feira, 24 de março de 2010

Hospital de Campanha da Marinha do Brasil no Chile


A Marinha do Brasil iniciou atendimentos médicos em seu Hospital de Campanha (HCamp), no último dia 6, para prestar apoio às vítimas do terremoto no Chile. O número de atendimentos alcançou, no dia 15 de março, a marca de 4.166 atendimentos, distribuídos da seguinte forma: consultas (2233); procedimentos (1346); exames laboratoriais (253); e exames de imagem (334).
De acordo com o Capitão-de-Fragata (Médico) Araújo, responsável pelo Hcamp, a maior dificuldade encontrada no Chile é o frio intenso. “O HCamp já entrou na rotina, continuamos a receber pacientes de alta complexidade e o frio é o nosso maior inimigo”. Devido ao frio, a preocupação dos médicos passa a ser os casos de infecção respiratória. “Estamos preocupados com o aumento dos casos de infecção respiratória, a temperatura está caindo dia-a-dia e vamos nos preparar para uma pré-triagem”, afirma o Capitão-de-Fragata Araújo.
O Oficial destaca, ainda, que foi prontificado um plano de evacuação do Hcamp, em que foram realizados alguns exercícios para fixar as rotas de fuga, em caso de um novo tremor. “Além disso, no sábado, tivemos um apagão de 3h e o comportamento da tripulação foi ótimo”, complementa.
O efetivo da Marinha do Brasil empregado na operação é de 102  militares, sendo 48 da área de saúde e 54 para o apoio, incluindo o destacamento de segurança constituído por Fuzileiros Navais. Fonte: Marinha do Brasil – 18/03/2010

sábado, 6 de março de 2010

Tsunami: Falha de comunicação

Geofísico americano teve dificuldades para alertar Chile e países vizinhos sobre terremoto

“O governo demorou muito para reagir. Quando se produz uma crise, o tempo de resposta é muito importante e, neste caso, foi demasiadamente longo. Não sei se por falta de informação ou por erro de análise, mas o certo é que, a princípio, tentaram nos fazer acreditar que nada tinha acontecido” assegura Antonio Cobelo, vice-reitor de ordenação acadêmica da Universidade Antonio de Nebrija e doutor em Ciências da Informação. Afundamento do  petroleiro “Prestige” na Espanha
 Victor Sardiña e a tsunami disputaram corrida no sábado: enquanto as ondas corriam o Pacífico do Chile ao Japão, o geofísico alertava todos os países do caminho. O cientista do Instituto de Estudos Oceânicos e Atmosféricos dos EUA estranhou a dificuldade para se comunicar com várias nações, inclusive o Chile. O americano, que falou ao GLOBO de Honolulu, no Havaí, garante: apesar dos prejuízos provocados pelo mar, o estrago poderia ser muito maior.
O terremoto no Chile foi às 3h34m. A que horas o senhor entrou em contato com a Marinha local?
VICTOR SARDIÑA: Mandamos o primeiro alerta sobre o terremoto 11 minutos depois. É necessário um certo tempo para que o sismo seja detectado por uma das quatro estações que temos na costa chilena, assim como para determinar a localização do epicentro. Ficamos espantados com a magnitude do terremoto - a primeira medida que tivemos era de 8,5 graus na escala Richter. Como o potencial para que uma tsunami fosse gerada era muito grande, tentamos imediatamente falar também com o Peru, que poderia ser atingido pelas ondas entre três e seis horas depois.
Como foi o contato com estes países?
SARDIÑA: Houve problemas de comunicação. Um colega meu, que também estava de plantão, tentou falar com a Marinha chilena, mas não conseguiam entendê-lo. Como falo espanhol, peguei o telefone para perguntar se eles receberam o alerta que havíamos mandado sobre a tsunami. Repeti esta mensagem umas duas ou três vezes, porque a ligação era transferida. Pedi enfaticamente para me avisarem caso tivessem qualquer confirmação de tsunami, o que eles fizeram algum tempo depois.
E com o Peru?
SARDIÑA: Certamente eles receberam nossa mensagem, mas ninguém atendeu as ligações. Talvez por ainda ser muito cedo, não conseguimos contato telefônico com muitos países das Américas do Sul e Central. Mas todos receberam o alerta.
Houve demora do Chile para confirmar a tsunami?
SARDIÑA: A verdade é que, em determinadas regiões, a população teria um tempo mínimo para reagir. Talcahuano (um dos principais portos do Chile, a 20 quilômetros de Concepción) foi atingida por uma onda de 2,3 metros às 6h53m. Na prática, a população teria apenas cinco minutos para se proteger. Já a Ilha de Juan Fernández teria mais tempo para tomar providências. Não sei se a Marinha chilena pensou que as primeiras ondas não fossem uma tsunami. Foi um comportamento incomum, porque trata-se de um país com grande histórico de atividades sísmicas e que tem ótimos profissionais.
Este foi o sexto maior terremoto já registrado. O senhor esperava que viesse acompanhado de ondas maiores?
SARDIÑA: Se pensarmos na magnitude do terremoto e em sua proximidade da costa, não seria absurdo ter uma onda de dez metros. Mas não podemos nos prender à ideia de que, para haver destruição, é preciso ter ondas gigantes como as vistas nas tsunamis de 2004. Talcahuano foi devastada com ondas de menos de 2,5 metros. E a massa d'água movida pelo sismo chegou, menos de 22 horas depois, ao Japão. É, portanto, uma força considerável.
Japão e Havaí prepararam-se bastante para as ondas, mas a tsunami mal foi vista em seus litorais...
SARDIÑA: No Havaí, as ondas tiveram um metro de altura. No Japão, um pouco menos. É o suficiente para provocar prejuízos nos portos e nas zonas costeiras. Ainda é muito difícil estimar o tamanho que terão as ondas, mas nosso trabalho é alertar para qualquer evento com potencial para causar um estrago.
Que lição o Chile pode tirar deste terremoto?
SARDIÑA: Talvez o centro de monitoramento possa rever alguns procedimentos para nos responder mais rapidamente. O importante é que tivemos sorte: a tsunami poderia ser muito maior.
Fonte:Globo Online - 02/03/2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comentário da tragédia no Chile


A tragédia que abateu no Chile mostrou duas faces: a tragédia humana e a tragédia do governo. Da tragédia do governo, os únicos que se salvaram foram os bombeiros. Qual é o lema dos bombeiros? Salvar vidas. Para eles não existem reuniões,  avaliações, esperar o que vai acontecer e sim chegar rapidamente nos locais das tragédias para salvar vidas. 
Eles tomam as decisões no local dos desastres. A preocupação  deles é com o ser humano. E o que fez governo? O governo foi atingido pelo tremor da inércia, não teve a sensibilidade que nos primeiros momentos da tragédia a população  necessitava de apoio. 
O que eles fizeram; reuniões, avaliações pediu calma a população, etc. Na tragédia do Haiti, os EUA atropelaram os demais países com decisões rápidas de emergência. O presidente americano ordenou a forças armadas para prestar auxilio e elas executaram, já tinham um plano preparado. Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia  e outro  que pretende durante a tragédia elaborar um plano.
O presidente do Senado do Chile disse uma verdade: transcrevo o trecho
"Nosotros debemos tener respuestas automáticas para evitar interpretaciones de tipo político. Tenemos que pensar en un sistema más institucional para reaccionar ante las emergencias", enfatizó.
El parlamentario sugirió que "cada vez que haya un sismo de más de seis grados debiéramos tener una alerta en toda la costa y cada vez que haya un terremoto, debiera automáticamente generarse un Estado de Catástrofe".
Novoa agregó que "ha habido un colapso completo de las comunicaciones. Desgraciadamente fallaron todos los sistemas, tanto los de las Fuerzas Armadas (FF.AA.) como de las oficinas de emergencia y de las intendencias, y en un país como Chile, que está afecto a catástrofes, eso no puede volver a ocurrir", sentenció.
En ese sentido, puntualizó que "ha existido una falta de información lo cual ha provocado rumores, el temor de la gente y situaciones de pánico que no coinciden con la realidad. Es por eso que es necesaria la realización de una sesión como ésta. La falta de información produce temor y el temor genera malas decisiones", justificó.
É a pura verdade. Os latinos procuram misturar política com problema técnico e ficam sem apresentar solução.
Existem, alguns princípios estratégico que os governantes devem ou deveriam conhecer;
1-Sun Tzu, a arte da guerra nos negócios,  a chamada «presciência» ou «previsão» não pode ser deduzida dos espíritos, nem dos deuses, nem por analogia com as atividades passadas, nem por cálculos. Elas devem ser obtidas dos homens que conhecem a situação do inimigo (nesse caso seria o terremoto).
2-No livro O Príncipe,  Maquiavel refere a necessidade de o príncipe estar sempre informado, "os príncipes sensatos devem fazer, isto é, pensar nas desordens futuras, e não só nas presentes, e, servir-se de toda a habilidade para as evitar, pois certo é que prevendo-as à distância mais facilmente as remedeiam", e acrescenta, "o mal é fácil de curar e difícil de diagnosticar, mas não sendo diagnosticado nem curado torna-se com o tempo fácil de diagnosticar e difícil de curar
3-No livro Arte de Guerra, Clausewitz refere também a importância das informações ao considerar o termo informações como o  conjunto de conhecimentos relativos ao inimigo e ao seu país e, por conseqüência, a base sobre o qual se fundamentam as nossas próprias idéias  e os nossos atos.
Pode escolher onde o governo do Chile errou?
Quando há uma tragédia, a resposta do governo deve ser imediata. O mais patético disso tudo é um governo preocupado com o social, mas no momento da tragédia ficou desorientado, não sabia o que fazer nos primeiros momentos da tragédia. Caberá ao novo governo a responsabilidade de salvar novamente o país, desta vez, da tragédia social. A política e vida dão muitas voltas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Armagedom no Haiti

Comentário
Destruir é a natureza do terremoto e outros fenômenos da natureza, mas sobreviver, ser feliz são partes da natureza humana. Marcos Cesar Pontes
Vejo em alguns noticiários, eles estão mais preocupados em criar um campo de batalha de ideologia contra a presença maciça dos  americanos, do que analisar a realidade. Houve um mega-desastre, ou melhor, um Armagedom da natureza..
Para agravar a situação os principais membros da ONU de ajuda que estavam no país foram mortos durante o terremoto.
A logística e a infraestrutura do país eram precárias e agora piorou, não existe. O aeroporto sem torre de controle, pista única, sem equipamentos de movimentação de material. Os americanos assumiram o controle. O porto foi extremamente danificado e perderam os equipamentos existentes no local. Os americanos  estão fazendo de um porta-aviões uma base flutuante para levar materiais ao continente.
Todas as estradas foram afetadas dificultando o transporte e para piorar não há equipamentos pesados  (tratores) para  reparar ou retirar entulhos.
O sistema de telecomunicação não funciona e não há como reparar sem acesso por estrada e combustível. Há um vácuo de autoridade momentânea que dificulta a coordenação da ajuda no local
Devido esse caos momentâneo, as forças  armadas brasileiras, americanas estão tentando reorganizar para operacionalizar a ajuda. Sem comunicação, sem elementos chaves nos locais, fica difícil essa operacionalização. E para agravar os habitantes não tem essa noção de ajuda e cooperação. E ainda há 6.000 criminosos soltos devido ao colapso da penitenciária  para aumentar ainda mais a violência. 

Vídeo:
 
Soldados fazem buscas nas aldeias e encontram ainda mais estragos
Os helicópteros da Marinha dos Estados Unidos começaram a pousar pouco antes do meio-dia em um pasto de gado numa cidade rural altamente danificada, a cerca de 15 quilômetros de Porto Príncipe, provocando um vendaval e atraindo multidões de curiosos e esperançosos.
Cerca de 125 marines acabaram pousando aqui e planejavam permanecer cerca de 24 horas para descarregar a carga inicial de água e alimentos. Eles esperavam passar a noite acampados no pasto.
O esforço de ajuda humanitária era a primeira missão significativa dos militares americanos fora de Porto Príncipe, a capital devastada, onde as necessidades permanecem intimidantes.
A devastação aqui é imensa, só que mais difícil de ver rapidamente do que na cidade de Porto Príncipe, onde prédios que ruíram margeiam as ruas. Aqui em Leogane, os prédios estão espalhados em meio a plantações de cana-de-açúcar e banana, mas é mais fácil contar as estruturas ainda em pé do que aquelas que ruíram.
As pessoas aqui acreditam que cerca de 5 mil pessoas morreram na cidade.
Se havia alguma importância simbólica para os marines pousarem aqui após as intervenções americanas anteriores neste país problemático, poucos pareciam se importar. Algumas pessoas na multidão até mesmo brincavam com os soldados que montavam guarda com os rifles pendurados em seus ombros.
"Vocês sabem que estamos em uma situação ruim, então estou feliz por terem vindo nos ajudar", disse Charlius Saint Louis, 45 anos, que perdeu uma filha de 15 anos e um filho de 12 anos no terremoto, assim como uma namorada que estava grávida de seu filho.
No caminho de Porto Príncipe até a cidade, os estragos podiam ser vistos ao longo de toda a rota. Longas rachaduras marcavam a estrada pavimentada de duas pistas. Uma das faixas estava coberta em muitos trechos por pedras e terra que deslizaram.
Em uma aldeia chamada Mona Bateau, a cerca de três quilômetros ao norte de Leogane, alguém deixou 24 corpos à beira da estrada, a maioria crianças, incluindo um recém-nascido e um bebê usando fralda e uma sandália branca. O outro pé estava descalço.
Ao lado dos corpos havia uma vala comum recém cavada com cerca de 1,5 X3,5 metros e 2 metros de profundidade. Os aldeões disseram que os corpos aparentemente vieram de outra área, com alguns dizendo acreditar que eram de Carrefour, o bairro de Porto Príncipe que é o mais próximo daqui.
Os aldeões disseram que a ONU veio como uma escavadeira para abrir a vala, mas que cabia aos moradores daqui colocar os corpos decompostos nela. Cobrindo suas bocas e narizes com trapos embebidos em limão para se protegerem do cheiro, eles colocavam os corpos sobre placas de lata corrugadas e então os arrastavam até o buraco.
O mesmo aconteceu no domingo passado, disseram os aldeões, só que naquela ocasião eram 18 corpos e os aldeões cavaram a vala eles mesmos.
"Nós queremos falar em um programa de rádio e dizer que as pessoas de Carrefour despejaram os corpos aqui, o que não é justo", disse Margaret Estima, 38 anos. "É difícil para nós porque também sou mãe", ela disse. "Nós choramos."
Os marines testemunharão mais dos pesares do Haiti ao continuarem se afastando da capital com equipamento pesado, para remover escombros e realizarem outras missões. Ao ser informado sobre as crianças mortas ao lado da estrada, o capitão Clark Carpenter, 34 anos, de Princeton, Idaho, o oficial de relações públicas da unidade, fez uma longa pausa.
"É uma situação realmente horrível", ele finalmente disse. "Eu tenho acompanhado isto pelos olhos da imprensa, mas ao chegarmos aqui e vê-la pessoalmente, a verdadeira amplitude se torna aparente."
UOL Noticias - The New York Times - 20/01/2010

Vídeo: