O
Brasil é um dos países com maior potencial de automatização de mão de obra,
atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos na quantidade de trabalhadores
que poderiam ser substituídos por máquinas.
De
acordo com estudo da consultoria McKinsey, 50% dos atuais postos de trabalho no
Brasil poderiam ser automatizados, ou 53,7 milhões de um total de 107,3
milhões.
O
setor com maior percentual de empregos automatizáveis no Brasil é a indústria,
com 69% dos postos. Em seguida, ficam hotelaria e comida (63%) e transporte e
armazenamento (61%).
"Todos
os países estão passando por redução de empregados na indústria e migração para
os serviços", afirma Bruno Ottoni, pesquisador de economia aplicada do
FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia). "A fronteira dos serviços vai
demorar mais a ser cruzada, já que os postos são mais qualificados", diz.
A
consultoria não prevê quantos postos serão criados com tecnologia nos próximos
anos, mas fala de uma reestruturação do ambiente de trabalho, semelhante à
revolução verde na agricultura, na metade do século 20.
Mundo-Postos de trabalho, por país, em milhões,
e força
de trabalho que poderia ser automatizada
|
Para
Ottoni, as previsões não necessariamente levam em conta as dificuldades de
replicar em larga escala as novas tecnologias. "São barreiras culturais.
O
estudo considera que máquinas são boas em reconhecer padrões, otimizar e
planejar ações, recuperar informação e executar ações motoras que não exijam
muita sensibilidade ou destreza.
Cerca
de 60% das profissões poderiam ter ao menos 30% de suas atividades
automatizadas, de acordo com essa premissa.
Não
são apenas trabalhos braçais —presidentes-executivos e banqueiros correm risco,
assim como lojistas, agentes de viagens, costureiros e relojoeiros. Já
legisladores e psiquiatras são as profissões com menor chance de serem
automatizadas.
O
relatório foi feito com base em dados de 54 países, representando 78% do
mercado de trabalho mundial.
Os
empregos que podem ser substituídos têm um custo de US$ 89 bilhões por ano no
Brasil (R$ 275 bilhões) e US$ 14,6 trilhões no mundo (R$ 45,2 trilhões),
equivalente a 1,2 bilhão de trabalhadores, metade da força de trabalho mundial.
No Brasil - Setores onde há
potencial para automatização, em
milhões
|
O
estudo estima que, entre 2036 e 2066, deve-se chegar a metade dessas
substituições. A produtividade mundial pode consequentemente, aumentar de 0,8% a 1,4% no
mesmo período.
As
substituições dependem de as tecnologias se tornarem mais baratas que a mão de
obra, do dinamismo do mercado e da "aceitação social", segundo o
estudo.
Em
2016, o Fórum Econômico Mundial estimou que a automatização poderá causar a
perda no mundo de 7,1 milhões de empregos de 2015 a 2020, mas gerar, em
compensação, 2 milhões de postos.
No
mesmo ano, um estudo do Citibank, com dados do Banco Mundial, concluiu que 57%
dos postos poderiam ser substituídos por máquinas nos 35 países da OCDE. Fonte:
Folha de São Paulo - 17/05/2017
Comentário:
Não haverá emprego para todo mundo. Essa é a realidade. A primavera social, a
primavera do desemprego será predominante nos próximos anos. Será a primavera
negra. O jovem não terá o que perder. Será o pesadelo para a classe política e
para economia. O jovem não foi educado naquele processo lento de cada ciclo
existe uma espera, faz parte da vida. O jovem está sendo educado no processo da
conectividade, tudo é instantâneo. O processo lento e demorado não existe nesse
ciclo de conectividade, pois predomina o anarquismo da internet.
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