Quem na adolescência nunca pensou,
pelo menos uma vez, em trocar aquela aula chata por uma conversa com amigos ou
uma sessão de televisão em casa? Essa sensação atinge não só jovens
brasileiros, mas também alemães.
Enquanto para alguns as
consequências deste ato podem ser sentidas apenas no boletim escolar ou
enfrentadas dentro do próprio lar, em Berlim o gazeador pode acabar recebendo
uma punição que pode pesar no bolso.
O que parecia uma diversão para o
aluno berlinense que deixou de comparecer a 157 dias de aula do ano letivo
2016/2017 revelou-se um pesadelo. Pelas faltas, o estudante recebeu uma bela
multa de 884,50 euros. Essa foi a maior punição financeira aplicada pelas
autoridades berlinenses pelo "delito" de gazear aulas. A menor, de
128,50 euros, foi para um aluno que se ausentou do colégio por 16 dias.
A multa para matadores de aula é
uma opção prevista por lei na Alemanha, pois a ida à escola é obrigatória no
país. A lei escolar berlinense destaca ainda os alunos matriculados em escolas
públicas, além de frequentarem as aulas, têm a obrigação de participar
ativamente em sala, fazer lição de casa e as provas.
Diante do grande número de alunos
que estavam deixando de cumprir essa obrigação, Berlim adotou regras mais
rígidas em 2014. Entre as medidas estão avisar os pais e ir até a casa do
aluno. Porém, somente isso não estava resolvendo o problema. O número de faltas
continuou relativamente alto: cerca de 20% dos alunos perderam aulas por até
duas semanas no segundo semestre de 2016 sem apresentar justificativa.
Como pouco mudou desde a
alteração nas regras, mais escolas passaram a entrar com processos contra os
alunos que batem recorde na modalidade de gazear. No ano letivo de 2016/2017,
cerca de 90 multas foram aplicadas na cidade.
Só os levantamentos dos próximos
anos irão mostrar se funciona atacar os bolsos de alunos e pais – que
possivelmente terão de pagar a conta – para trazer os gazeadores de volta às
salas de aula. Fonte: Deutsche Welle – 02.10.2017
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