Duque de Caxias foi a titulação que recebeu
quando retornou da Campanha da Tríplice Aliança. Por três vezes presidente do
Conselho de Ministros, presidente de duas províncias e senador do Império,
Caxias, marechal do Exército Brasileiro, não foi um personagem eventual e
transitório em nossa História.
Honrado cidadão, notável chefe militar e acatado
estadista, transcendeu todos os títulos justamente recebidos. Personificou o Pacificador
e Unificador da Pátria. Encarnou o herói do Império. Projetou sua luminosa
presença à República por nascer. Praticou coragem e prudência revestidas
de bondade. Galvanizou pelo exemplo.
Austero
e simples, inspirou e demonstrou lealdade, desprendimento, disciplina e
responsabilidade. Sua espada invencível
brilhou na altivez da autoridade que não constrange, na temperança que permeia
graves decisões e na disposição férrea para, fiel a si mesmo, não transigir com
a indisciplina. Conclamou e corrigiu, compreendeu, orientou e perdoou.
Chefiou,
liderou e conquistou sem possuir, desviando-se das luzes do sucesso e do poder
que seduzem o homem comum. Seus ensinamentos sobrevivem para os cidadãos de
todos os tempos. Sua obra persiste no caldeamento e unificação do
contexto nacional heterogêneo.
Inspira
competentes quadros profissionais e acompanha a família militar nas movimentações constantes, na rusticidade e nos sacrifícios da vida castrense.
Ainda presente, Caxias vibra com a excelência do trabalho dessa gente, da ativa
e da reserva, que não desveste a farda, mantendo a lealdade em todos os
sentidos, a camaradagem e o espírito de cumprimento de missão.
Seus soldados representam todos os segmentos sociais, preservam o respeito e a
admiração dos brasileiros pelo Exército.
O soldado sabe quanto custa ser um Caxias, que, por força de lei e dever de ofício, se necessário dispõe da própria vida para sobrepor os interesses maiores da Pátria às pequenas vontades e ambições pessoais.
O soldado sabe quanto custa ser um Caxias, que, por força de lei e dever de ofício, se necessário dispõe da própria vida para sobrepor os interesses maiores da Pátria às pequenas vontades e ambições pessoais.
Custa
exercitar lealdade, ética, espírito público, dignidade e amor incondicional ao
Brasil,
virtudes tão escassas nos dias que correm.
virtudes tão escassas nos dias que correm.
Custa
testemunhar as distorções e caricaturas que apresentam da hierarquia e da
disciplina, para acobertar irresponsabilidade ou omissão.
Custa
admitir que reivindicações e críticas se façam sob o anonimato, escondendo a
verdadeira face, como que festejando a rebeldia agressiva.
Custa
ser Caxias quando se assiste à perversa inversão de valores em um regime de
liberdades no qual só os direitos existiriam e os deveres seriam postergados;
quando há quem maximize e orquestre defeitos alheios, mascarando e justificando
suas próprias intenções e vilanias; quando se vê a tentativa de degradação da
justiça e as ameaças às estruturas constituídas.
Custa,
ainda, ver os valores que você preserva, constante e irresponsavelmente apresentados
como apanágio de alguns cidadãos que falsamente se arrogam progressistas,
patriotas e desprendidos, mas que, em verdade, comercializam e barganham
ardilosas e escusas pretensões; acobertam-se em conveniências pessoais,
escondidos em títulos, valendo-se até da investidura da autoridade que exercem.
Custa
ser Caxias quando presenciamos nossa Instituição, responsável
constitucionalmente pela garantia da lei e da ordem, ser atingida pelos que têm
o dever de fiscalizar o cumprimento dos preceitos legais, sob a busca insensata
de efeitos de mídia.
Custa
ser Caxias quando vemos o uso arbitrário da informação de interesse público,
que denuncia, apura, julga e condena pessoas e instituições à sombra de um
maniqueísmo cego, negando, em nome de um passado recente, o espírito de
pacificação que, inspirado em nosso patrono, se propôs à Nação.
Custa
ser Caxias, sim, quando a violência pode ameaçar a segurança e a paz social, enaltecer e favorecer ladinos, entronizar
espertos e constranger virtuosos cidadãos. Porque a violência manifesta-se,
muitas vezes, sem o desembainhar de sabres. Ela vem sob a cobertura de causas nobres, em cujo abrigo
muitos pregam e praticam a agressão à lei e à ordem constituída, ao arrepio dos
interesses nacionais. Vem, ainda, no abuso da força, na utilização da palavra
que dilapida e injuria, na deletéria corrupção dos padrões éticos, na
destruição dos laços sagrados de cultura, nacionalidade e tradição, na cômoda
atitude da ignorância contemplativa e não comprometedora que perverte e
anestesia a sociedade.
Para ser Caxias é necessário, realmente, amar a Pátria brasileira, estar moralmente
amparado, corajosamente disposto e
fraternalmente envolvido com o próximo e com a sociedade. Porque é preciso
zelar e manter, com honradez e dignidade, em sua esfera de atribuições, a
ordem, a segurança e a paz - obrigação de todos.
Soldado de meu Exército, você é Caxias. Orgulhe-se de sê-lo. Fonte: Gen Ex Gleuber Vieira, foi Ministro do Exército, entre 1999 e 2002. Artigo - Ordem do Dia, Dia do Soldado, 25 de agosto de 2001
Soldado de meu Exército, você é Caxias. Orgulhe-se de sê-lo. Fonte: Gen Ex Gleuber Vieira, foi Ministro do Exército, entre 1999 e 2002. Artigo - Ordem do Dia, Dia do Soldado, 25 de agosto de 2001
Comentário:
Um artigo de 2001, mas tão
atual. O Brasil quer crescer sem valores.
Como o autor disse: Custa
exercitar lealdade, ética, espírito público, dignidade e amor incondicional ao
Brasil, virtudes tão escassas nos dias que correm.
Custa testemunhar as
distorções e caricaturas que apresentam da hierarquia e da disciplina, para acobertar
irresponsabilidade ou omissão.
Qual seria a lealdade do
brasileiro? Dinheiro, corrupção, jeitinho brasileiro, etc
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