sábado, 10 de julho de 2010

Que esquerda é essa?

Como retrato da esquerda, o Fórum Social Mundial nos oferece uma imagem melancólica. De um lado, o evento, se presta a ser um palco de aclamação do lulismo; de outro, reitera sem mais dogmas anticapitalistas, fazendo tabula rasa do legado ruinoso dos experimentos coletivistas do século 20.

Em sua 10ª edição, o fórum agregou uma esquerda que transita entre o novo pragmatismo e a utopia de antigamente, sem que se detenha na crítica de nenhum dos polos. Adesista e fundamentalista ao mesmo tempo, essa esquerda age como quem quer usufruir todos os benefícios possíveis deste mundo (lulista), sem prejuízo de manter intacto o clichê do "outro mundo possível".

Entre o radicalismo vazio e o apego ao poder, haveria uma trilha menos cômoda. Algo como o compromisso com a redução das desigualdades, com o combate à corrupção em todas as suas formas e a defesa da democracia e do pluralismo -tudo combinado numa perspectiva reformista, que se paute pelo realismo sem abrir mão de princípios.

Não é isso, como se sabe, o que seduz os funcionários da utopia. Mas que esquerda é essa que vira as costas aos estudantes venezuelanos e não se manifesta contra a escalada autoritária de Chávez? Que esquerda é essa, para quem o mensalão não existiu ou acha que "a vida é assim mesmo"? Que esquerda é essa, capaz de defender a barba de Fidel Castro e o bigode de José Sarney?

Não há dúvida de que existe uma maioria bem intencionada entre os participantes do fórum. Mas o evento se tornou coisa de profissionais. Com raríssimas exceções, os intelectuais que contam não perdem mais tempo por lá. Restou um lúmpen "pensante" que fez do fórum o seu negócio. Gente, aliás, que cansou de esperar Godot e hoje enche as burras à custa do lulismo. São parasitas do Estado que adoram ressuscitar o fantasma neoliberal diante de plateias embasbacadas para manter viva a sua boquinha. Será possível ainda ser de esquerda sem parecer idiota ou espertalhão?

Fonte:Folha de São Paulo - São Paulo, 01 de fevereiro de 2010 

Comentário:
É nova esquerda capitalista, burguesa e espertalhona. Só levanta os chavões ideológicos na época das eleições.
Veja o caso da Dilmanov, preocupado com os pobres durante as eleições, mas através dos pobres e da ideologia,  busca aspiração burguesa. A declaração patrimonial da petista soma  um milhão de reais, possuindo três apartamentos, uma casa e um lote financiado.
Quem tem emprego assim na iniciativa privada? Três empregos.
Dilmanov  é funcionária, desde outubro de 1975, da Fundação Economia e Estatística do governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Faz parte do Conselho da Petrobras, ganhando mais de cem mil reais
E como ministra.
O mesmo capitalismo que ela combate, ela usufrui. A nomenklatura petista vive bem, vive de brisa encostada no Estado. Essa é a nova esquerda

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