Andy Warhol profetizou que no futuro todo mundo teria
direito pelo menos 15 minutos de fama, com certeza não tinha idéia das
dimensões da indústria que estava inaugurando. A profecia contagiou o planeta
através de um vírus que se entrincheirou na corrente sanguínea da humanidade,
especialmente na dos mais jovens, tornando-se resistente a qualquer investida
de médicos, pais de santo, curandeiros e que tais.
A fama, até então uma entre muitos sonhos do ser humano,
passou a ser uma obsessão endossada pelo grande ícone da cultura pop do século
passado. Entre um indivíduo famoso e um anônimo estabeleceu-se uma relação
singular de natureza distanciada e hierárquica. Os famosos passaram integrar
uma elite de referência capaz de ditar valores sociais, e o culto da fama
passou a refletir a outra face do grande prêmio: o castigo do anonimato e da
marginação social. Foi como se o mundo tivesse se dividido em duas castas, os
que atuam e os que observam, embora ambos façam parte do mesmo espetáculo
orquestrado pelos meios de comunicação.
A fama hoje é uma construção da comunicação. Heróis e mitos,
antigos símbolos da excelência, modulam as celebridades da atualidade convertidas
em produtos de consumo através de rituais comunicativos. Os meios de
comunicação tornaram-se indústrias de fabricação da fama, ingrediente
fundamental na formação da opinião pública e de um potente mercado de
canibalismo humano. A mídia promove a exposição de indivíduos capazes de atrair
a atenção pública. A profissionalização da fama equivale a um projeto de vida
que expressa uma ideologia e uma realidade concreta.
Uma vez estabelecida no mercado, à celebridade passa a
dedicar-se à prática, sempre rentável, do “eutretenimento”, ou seja, a
capacidade de explorar a própria vida como divertimento público. O efeito mais
óbvio do “eutretenimento” são esses personagens que têm seus dramas e amores
pessoais transformados pela mídia em telenovelas e em seguida transformam-se a
si mesmos em lucrativos empresários de seus dramas e aventuras, em vez de
voltar ao anonimato.
Os profissionais do mundo da fama provocam reconhecimento,
entusiasmo, respeito. Tudo o que fazem tem valor como publicidade. São
reconhecidos com facilidade e deixam suas impressões digitais na história
coletiva. O famoso é uma espécie de marionete, entertainer teledirigido que
atrai audiências e as mantém cativas num sistema que premia o individualismo e
a competição.
A expressão fama agora se situa como um processo transversal
decisivo dentro da opinião pública e como fronteira social baseada na
relevância na arena midiática. A fama é um prêmio que se mede em visualização e
isto, hoje em dia, significa dinheiro. O herói midiático –aquele que
materializa a frase “o que não se vê é como se não existisse”– supera a
dimensão de auto-afirmação e se introduz num espaço onde sua persona e suas
habilidades são um produto econômico, sujeito a leis de mercado, que vende
espaços midiáticos.
Dito isto, a ninguém deveria estranhar que as novas gerações
tendam a equiparar seres humanos com produtos comerciais e a sociedade com um
gigantesco supermercado, apesar das conseqüências desastrosas que já se podem
notar. Por exemplo, o ser humano tratado como kleenex: usar e descartar.
Exagero? Fantasia? Pode ser. Mas, com uma fantasia dessas, quem precisa da
realidade? Fonte: Marco Lacerda
Comentário:É a pura realidade. Se você ainda espera pelos seus quinze minutos de
fama, não precisa mais esperar. Conheça as redes sociais, Youtube, internet, selfies,
etc, pode revolucionar sua vida.
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