O pedido de resgate chegou por
e-mail depois que cerca de uma dúzia de hóspedes descobriram que estavam
impedidos de entrar em seus quartos em um hotel alpino à beira de um lago
austríaco.
O sistema de chaves eletrônicas
do pitoresco Romantik Seehotel Jägerwirt havia sido infiltrado, e o hotel havia
perdido o acesso ao seu sistema de computação. O resultado foi que os hóspedes
ficaram impedidos de entrar em seus quartos, causando confusão e pânico no
saguão.
"Bom dia?", começava a
mensagem de e-mail, segundo Christoph Brandstätter, o gerente de hotel. Em
seguida, a mensagem pedia um resgate de dois bitcoins, ou cerca de US$ 1.800, e
avisava que o custo dobraria se o hotel não atendesse ao pedido até o final do
dia, 22 de janeiro.
Brandstätter disse que o e-mail
incluía detalhes sobre uma "carteira de bitcoin" (a conta onde o
pagamento deveria ser feito) e terminava com "tenha um bom dia!"
O hotel, com diárias de até US$
530, estava lotado, e a decisão foi ceder à exigência.
Especialistas em segurança dizem
que o ataque ao hotel parece ser um novo exemplo de uma forma de pirataria
moderna. A arma? Um tipo de software conhecido como "ransomware".
O crime é simples. As vítimas
tipicamente recebem um e-mail com link ou anexo que contém software que
codifica os arquivos de seus computadores e os torna reféns até que o resgate
seja pago.
Muitos dos hackers que executam
esse tipo de ataque operam na Rússia e na Europa Oriental, de acordo com a polícia,
e é comum que peçam resgates em bitcoin, uma moeda digital cujo movimento é
difícil de rastrear.
Tony Neate, presidente-executivo
da Get Safe Online, uma organização sem fins lucrativos de segurança digital,
disse que os resgates pedidos nas operações de ransomware em geral são baixos o
bastante para que as vítimas optem por pagá-los. Como resultado, porém, os hackers
precisam realizar dezenas de ataques por dia para que as operações sejam
financeiramente viáveis.
De acordo com o governo dos EUA, o
número de ataques de ransomware quadruplicou em 2016, para uma média de 4.000
ao dia.
O FBI diz que o custo desses
ataques para as vítimas subiu a US$ 209 milhões nos três primeiros meses do ano
passado, ante US$ 2024 milhões no mesmo período em 2015. Fonte: Folha de Sao Paulo - "New
York Times"-01/02/2017
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