sábado, 11 de setembro de 2010

37 anos de golpe no Chile é marcado por distúrbio de rua

O Chile lembrou neste sábado os 37 anos do golpe de Estado no qual o general Augusto Pinochet derrubou o socialista Salvador Allende, fato que o presidente Sebastián Piñera descreveu como um "desenlace previsível, apesar de evitável, em uma democracia que estava doente".

 “Três de cada quatro chilenos que hoje vivem em nosso país eram menores de idade ou nem sequer tinham nascido em 11 de setembro de 1973 e, por isso, não podemos nos ver presos em brigas e ódios do passado, isso não é tarefa de nossa geração" Sebastián Piñera, presidente do Chile

A data ocorre pela primeira vez durante um governo de direita, e foi marcada por uma passeata pacífica de 3 mil pessoas que foi perturbada por cerca de 50 ativistas violentos.

"Nossa democracia se quebrara, mas não foi uma morte súbita nem intempestiva. Foi certamente um desfecho previsível, embora evitável, de uma democracia que estava doente", disse Piñera, que participa de uma cerimônia em memória das vítimas do golpe de 1973 no norte do país.

A sociedade estava "doente de ódio, de polarização extrema, de falta de diálogo. Dava a impressão de que governo e oposição na época haviam decidido destruir-se mutuamente e por fim conseguiram", estimou o presidente.

"Destruíram nossa democracia, nossa amizade cívica, nossa sã convivência e muitas coisas mais", completou.

O presidente pediu o fim das divisões do passado, quando o país polarizou-se depois do golpe de Estado.

Durante o dia foram registrados alguns atos de violência em uma passeata pacífica, deixando ao menos 21 pessoas presas por violar a ordem e destruir propriedade pública, além da queima de uma bandeira chilena.

Segundo emissoras de televisão locais, em torno de 50 encapuzados, armados com pedras e objetos pontudos, destruíram semáforos, sinais de trânsito, postos de gasolina e veículos da imprensa. Também houve confrontos com a polícia.

A passeata denominada "Pelos Direitos Humanos", com em torno de 3 mil pessoas, segundo informou a polícia à AFP, foi iniciada sem problemas no centro de Santiago e percorreu a Avenida Bernardo O'Higgins - principal via da capital - escoltada por policiais.

No entanto, no final da passeata, no cemitério geral, os encapuzados chegaram. Mais cedo, o coronel da polícia, Maurício Toro, informou um ferido a bala e quatro presos durante incidentes menores na madrugada de sábado.

Em 11 de setembro de 1973, o general Augusto Pinochet encabeçou o golpe de Estado que derrubou o então presidente socialista Salvador Allende. Após a tomada do Palácio de La Moneda pelas tropas chilenas, Allende cometeu suicídio dentro de seu gabinete.

Fonte: G1, 11/09/2010 

Comentário: A Argentina tem o tango na música para chorar as lágrimas, reviver o passado de um amor perdido e o  Chile tem o tango político  para chorar as lágrimas dos ícones fracassados e reviver o amor de uma ideologia cujo resultado é apenas de fracasso, não teve sucesso em nenhum país do mundo e o único náufrago que ainda não submergiu é Cuba.

A América Latina lembra  a estratégia do caranguejo,  que consiste em andar para trás quando os outros países andam para a frente. Recuar enquanto os outros avançam. O caranguejo anda de lado, não avança. Todos têm de fazer a opção de pobreza, pois ser rico é pecado e a pobreza é uma virtude. Essa é a América Latina.

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