Mostrando postagens com marcador política. educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador política. educação. Mostrar todas as postagens

domingo, 8 de dezembro de 2019

Mais uma geração perdida

Imagine 30 milhões de palavras em três anos. Dez milhões de palavras por ano. Esse é o número de palavras que uma criança rica escuta a mais que uma criança pobre (em um estudo de Hart e Risley para os Estados Unidos, mas que vale também para nós). É comum falar que o problema do Brasil é a educação.

Mas o buraco é muito mais embaixo. As diferenças entre crianças ricas e pobres já é gigantesca antes do 1º ano do ensino fundamental. Ao longo do sistema de ensino, o abismo só aumenta.

Outro lugar-comum é dizer que falta qualidade; falta infraestrutura; e os professores são mal pagos. Ou seja, se magicamente melhorarmos a estrutura do sistema educacional, pronto, está tudo resolvido.

O buraco é mais embaixo. Falta demanda por educação. As famílias pobres brasileiras investem pouco em educação. Isso significa que pais cobram pouco dos filhos, terceirizam a educação para a escola e apoiam pouco as crianças que querem realmente estudar. E os pais estão certos! Investir em educação significa gastar tempo e dinheiro em algo que vai dar retorno em 20 anos ou mais. Para uma pessoa pobre, isso é uma eternidade.

O buraco é ainda mais embaixo. Uma criança medíocre de uma família de classe média não vai ter problemas em se inserir no mercado de trabalho, ainda mais se for branca. Uma criança pouco acima da média e pobre (e ainda mais se for negra) vai ter que saltar diversos obstáculos. Não vai ter exemplos de sucesso para seguir. Vai ver os pais, tios e amigos serem discriminados. Não vai ter mentor.

Sua família não vai ter dinheiro para curso de inglês. Ou judô. E vai ter recebido menos informação ao longo da vida. Vai ter que superar tudo isso na marra.

Eu entendo os pais que não se comprometem com a educação dos filhos, ao ver que há pouca chance de eles terminarem numa situação melhor que Sísifo, rolando pedra morro acima só para vê-la rolando morro abaixo, de volta, eternamente.

O buraco é realmente mais embaixo. Se começarmos a fazer políticas públicas decentes para educação, vamos ver resultados em 20 anos. Mas a maioria dos políticos não faz ou sequer tem noção do diagnóstico correto. No governo do PT, achava-se que a saída era universalizar ensino universitário. Nada disso. O desenho correto é investir em primeira infância.

Mas, por mais que o modelo do PT tenha sido ruim, nada é pior do que acontece hoje, no Brasil. Fora a perda de tempo com discussão ideológica do Enem, agora temos um importantíssimo acordo entre o MEC e o Ministério da Família para promover cultura de paz nas escolas.

Gastamos o tempo (caro) de dois ministérios num programa inútil. Quase um ano de governo, e simplesmente não temos nenhuma ação para melhorar o sistema educacional do país. Teremos mais uma geração perdida, com todos pagando caro pelo racismo e pelo elitismo endêmicos do sistema educacional, pela desvalorização dos professores e pelos gastos focados nas partes erradas do sistema.

O tempo de uma autoridade pública custa caro, capital político é finito, e um governo só tem quatro anos para tentar mudar o país. Nos últimos anos, tivemos o programa Criança Feliz, instituído em 2016 com apoio das Nações Unidas e que já atendeu 678 mil famílias. É muito pouco.

Deveríamos estar criando um projeto de país que investe muito mais recursos e políticas na primeira infância. Não há perspectiva de algo mudar com esse governo. No caso da educação, mais do que nunca, o Brasil é o país do futuro. Fonte: Folha de São Paulo - 30.nov.2019-Rodrigo Zeidan Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.

Comentário: O Brasil continua perdido no tempo, pois, a educação anda no lombo de burro. As camadas mais pobres não visualizam que a educação é o planejamento futuro dos filhos. Eles  preocupam com o trabalho que é imediatismo  e as mesadas sociais do governo. E a política sabe como manobrar essa parte social. Negocio mesmo é Pancadão, cultura e lazer. Só falta estudar
A letra da musica da Legião Urbana define bem esse país: Que país é esse
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Dados do Inep - MEC
■Em 2018, foram registradas 27,2 milhões de matrículas no ensino fundamental. - Inep
■O ensino médio registrou 7,7 milhões de matrículas no ano de 2018,
■As matrículas na educação infantil  5,2 milhões de crianças
Em resumo, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Brasil é um dos últimos em ranking de talentos global

A falta de uma política que desenvolva habilidades individuais e a lentidão em absorver as inovações tecnológicas fizeram o Brasil perder seis posições e ocupar os últimos lugares em ranking de talentos do IMD World Competitiveness Center.

De 63 países analisados, o Brasil ficou em 58º lugar, segundo o Ranking Mundial de Talento do IMD. Na edição passada, o país ocupava a 52ª colocação.

O ranking avalia como os países desenvolvem, atraem e retêm talentos para municiar empresas e criar valor no longo prazo.

Segundo o IMD, o país recuou em investimento e desenvolvimento, com reduções em gasto público com educação, em qualidade da educação primária e secundária, na implementação de programas de aprendizes e na priorização de treinamento de funcionários. Fonte: Folha de São Paulo - 19.nov.2018

América do Sul
43        Chile
47        Argentina
52        Peru
58        Brasil
60        Colômbia
63        Venezuela
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
39        China
46        Rússia
47        África do Sul
53        Índia
58        Brasil


Ranking global de talentos

IMD World Competitiveness Center

 Overall Rank 2018
 Countries
 Overall Score 2018
 Overall Rank 2018
 Countries
 Overall Score 2018
1
Switzerland
100.00
32
Italy
62.42
2
Denmark
91.97
33
Korea Rep.
62.32
3
Norway
86.37
34
Saudi Arabia
61.95
4
Austria
86.10
35
Latvia
61.67
5
Netherlands
85.25
36
Lithuania
61.51
6
Canada
84.50
37
Czech Republic
61.02
7
Finland
83.00
38
Poland
60.81
8
Sweden
82.45
39
China Mainland
58.60
9
Luxembourg
81.63
40
Kazakhstan
57.94
10
Germany
81.11
41
Jordan
57.28
11
Belgium
80.54
42
Thailand
55.81
12
USA
79.22
43
Chile
55.07
13
Singapore
78.66
44
Greece
54.98
14
Australia
78.57
45
Indonesia
51.34
15
Cyprus
77.34
46
Russia
48.58
16
Iceland
77.21
47
Argentina
48.07
17
Portugal
76.76
48
Ukraine
47.87
18
Hong Kong SAR
76.62
49
Hungary
47.76
19
Israel
75.86
50
South Africa
47.14
20
New Zealand
74.12
51
Turkey
45.94
21
Ireland
73.93
52
Peru
44.28
22
Malaysia
72.77
53
India
43.28
23
United Kingdom
72.63
54
Croatia
42.74
24
Qatar
71.99
55
Philippines
42.11
25
France
70.85
56
Romania
41.35
26
UAE
70.38
57
Bulgaria
41.34
27
Taiwan
68.28
58
Brazil
40.32
28
Estonia
67.92
59
Slovak Republic
39.63
29
Japan
64.95
60
Colombia
39.37
30
Slovenia
64.69
61
Mexico
38.86
31
Spain
63.34
62
Mongolia
33.35
63
Venezuela
31.91