O Produto Interno Bruto (PIB) alemão cresceu 0,1% no
terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, evitando uma
recessão técnica após uma contração de 0,2% no trimestre anterior, informou
nesta quinta-feira (14/11) o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis).
Os economistas falam de uma "recessão técnica"
quando o PIB se contrai por dois trimestres consecutivos. A última recessão
técnica na Alemanha ocorreu no final de 2012.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB alemão cresceu 0,5%.
No segundo trimestre, inicialmente havia sido divulgada uma contração da
economia de 0,1%, que o Destatis agora corrigiu para 0,2%.
O crescimento econômico surpreendeu especialistas, que
esperavam uma segunda retração em série.
O Ministério da Economia alemão ponderou nesta quinta-feira
que os números da economia permaneceram fracos no terceiro trimestre e
ressaltou que não há sinais de recuperação, acrescentando que as empresas
alemãs não esperam um aumento nas exportações nos próximos
meses.
"Os indicadores ainda não apontam uma recuperação
conjuntural, mas os indicadores climáticos de negócios enviam um primeiro raio
de esperança", frisou o ministério em seu relatório mensal.
"Não temos uma recessão técnica, mas os números de
crescimento ainda são muito fracos", disse o ministro da Economia alemão,
Peter Altmaier.
A maioria dos analistas não espera uma recessão no futuro
próximo, apesar da desaceleração do crescimento. O que se espera é que neste
ano o crescimento fique claramente abaixo do de 2018, quando o PIB teve um
aumento de 1,5%. O prognóstico é que o crescimento neste ano seja de 0,5%.
A desaceleração é atribuída sobretudo ao conflito comercial
entre China e Estados Unidos e à incerteza gerada pelo Brexit, que prejudicam
cadeias de abastecimento e a confiança de investidores, respingando nas
exportações de setores-chave da economia alemã.
A indústria automotiva, pilar econômico alemão, atravessa um
período de demanda decrescente, enquanto tenta acelerar a cara transição para
abandonar os motores a diesel.
Apesar da conjuntura, em setembro o país registrou um aumento nas exportações de 4,6%. Ao longo do
ano, o crescimento acumulado das exportações é de 1%.
Atualmente, o consumo privado é considerado o principal
fator de crescimento na Alemanha, devido em grande parte à baixa taxa de
desemprego. No entanto, a desaceleração econômica pode afetar negativamente o
ânimo dos consumidores.
De acordo com a sociedade alemã de pesquisa de mercado GfK,
o ânimo de consumo em novembro é o menor registrado desde o terceiro trimestre
de 2016.
Na semana passada, o painel independente de economistas que
assessora o governo alemão afirmou que não há sinais de uma "recessão
geral e profunda". O governo tem resistido a pedidos para utilizar seu
superávit orçamentário em programas de estímulos econômicos. Fonte: Deutsche Welle – 14.11.2019
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