domingo, 11 de março de 2018

Piñera assume presidência do Chile

O conservador Sebastián Piñera, de 68 anos, tomou posse neste domingo (11/03) na presidência do Chile para um mandato que vai até 2022.
A cerimônia de posse, realizada em Valparaíso, contou com a presença de chefes de Estado da América Latina, entre os quais o presidente Michel Temer, que estava acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

Piñera  foi eleito com a promessa de eficiência na gestão e de colocar o Chile no caminho do crescimento, um discurso parecido com o que o levara à vitória no pleito de 2009. Uma das suas tarefas mais urgentes será tentar reanimar a economia, que durante a última gestão de Bachelet cresceu com média anual de 2,1%.

Eleito com apoio tanto da extrema-direita, como de desiludidos da centro-esquerda, a aliança governista Nova Maioria se diluiu, o principal desafio político do presidente é encontrar um caminho de centro que promova a conciliação entre ambos lados.
Até porque sua coalizão, a Chile Vamos, não terá maioria no Congresso e terá de negociar apoios que garantam a aprovação de leis.

PIÑERA NAVEGARÁ COM O VENTO A FAVOR
O fortalecimento do comércio internacional e a alta do preço do cobre melhoraram as perspectivas para a economia chilena mesmo antes de ele assumir a presidência, embora ele tenha planejado medidas adicionais. Uma delas é diminuir o imposto sobre as empresas, mantendo a arrecadação tributária, para favorecer a atividade econômica e a criação de empregos.
O presidente também acena com um pacote de ajustes, ainda não especificado. Entre suas promessas de campanha estavam mais investimentos em educação e saúde pública, mas que viriam do "corte de gastos desnecessários".
Apesar de ser contra a legalização do aborto e a gratuidade do ensino superior gratuito, Piñera avisou que não revogará decisões já aprovadas pelo Congresso.
Quanto à Lei de Aborto, aprovado em três situações (risco de morte da mulher, estupro e inviabilidade fetal), Piñera também disse que não irá promover alterações, mas sim "melhorias".

IMIGRAÇÃO
Duas questões que ganharam importância nos últimos tempos são o aumento do intenso fluxo de imigrantes, especialmente vindos do Haiti e da Venezuela, e o acirramento dos conflitos no sul do país, com grupos de indígenas mapuche pedindo desde reconhecimento cultural a demarcação de terras e maior autonomia.

MAPUCHE
Em ambas as questões, Piñera vem mostrando que aplicará uma política mais restritiva com relação à imigração e de mão dura no que diz respeito a ativistas mapuche mais agressivos, alguns grupos chegam a provocar incêndios em propriedades que se localizam em áreas por eles reivindicadas. Piñera diz que os requisitos para aceitar os imigrantes serão mais rigorosos.
Já com relação aos mapuches, o presidente diz que não permitirá que a violência no sul prossiga e que voltará a fazer uso da Lei Antiterrorismo, que tinha sido posta de lado pelo governo Bachelet.
No que diz respeito ao reconhecimento cultural, porém, vem dando sinais de que haverá mais diálogo e mais tentativas de aproximação do que em seu primeiro mandato.

"PLANO MARSHALL"
Afirmou, também, que está formulando "uma espécie de Plano Marshall" para a Araucania (onde vivem os mapuches), que incluirá investimentos em infraestrutura, mas também mais presença dos Carabineros.
Na formação de seu gabinete, Piñera apostou em nomes conhecidos de seu primeiro mandato.
Entre eles, Felipe Larraín, que comandará a pasta da Economia e a quem Piñera credita os bons níveis de crescimento do PIB em seu primeiro mandato.
Como ministro do Interior, voltará ao cargo seu homem de confiança, Andrés Chadwick.

BRASIL E CHILE
Em nota, o Itamaraty afirmou que o Brasil é o principal destino dos investimentos chilenos no mundo, com estoque de 31 bilhões de dólares, e seu primeiro parceiro comercial na América do Sul. O Chile, por sua vez, é o segundo parceiro comercial do Brasil na região, com intercâmbio comercial da ordem de 8,5 bilhões de dólares em 2017. Fonte: Folha de São Paulo - 11.mar.2018,  Deutsche Welle – 11.03.2018

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