2000: GAO XINGJIAN
O primeiro Prêmio Nobel da Literatura do século 21 coube ao
chinês Gao Xingjian, escolhido por "uma obra de validade universal",
marcada por "amargos insights e riqueza linguística", abrindo novos
caminhos para a prosa e o teatro na China. Desde 1987 ele vive e atua em Paris
como autor, dramaturgo e pintor.
2001: VIDIADHAR NAIPAUL
Uma arte narrativa "em que ele conjuga uma percepção
particularmente sensível com meticulosidade irreprimível, para nos obrigar a
reconhecer a contemporaneidade das histórias reprimidas": assim o Comitê
justificou a escolha de Vidiadhar Surajprasad Naipaul. O indo-britânico tomou
como tema a liberdade do indivíduo numa sociedade em ocaso, em diversas regiões
do mundo.
2002: IMRE KERTÉSZ
O sobrevivente de Auschwitz Imre Kertész foi laureado por
uma obra que "contrapõe a frágil experiência do indivíduo à bárbara
arbitrariedade da história". O judeu húngaro descreveu em seus romances os
horrores dos campos de concentração. Em "Sem destino", uma das mais
impressionantes narrativas sobre o Holocausto, ele trabalhou mais de 13 anos.
2003: JOHN M. COETZEE
Segundo o júri, John Maxwell Coetzee retrata "a
participação do ser humano na diversidade da existência, de maneira muitas
vezes atordoante". Além do Nobel, o autor da África do Sul já recebeu duas
vezes o prestigioso Man Booker Prize. Seu romance mais conhecido,
"Desgraça" (1999), que trata da era pós-apartheid, foi transformado
nove anos mais tarde no filme "Desonra".
2004: ELFRIEDE JELINEK
A autora austríaca Elfriede Jelinek recebeu o Prêmio Nobel
pelo "fluxo musical de vozes e contravozes em seus romances e
dramas", em que desmascara os clichês sociais. Um de seus temas centrais é
a sexualidade feminina. O romance "A pianista" (1983) foi base para o
filme homônimo de 2011, dirigido por Michael Haneke e com Isabelle Huppert no
papel principal.
2005: HAROLD PINTER
O dramaturgo inglês Harold Pinter morreu de câncer pulmonar
três anos após receber o Nobel. Com seus dramas, apontou o júri, ele
"revelou o precipício sob a conversa fiada do dia a dia", penetrando
"no espaço fechado da repressão". Tendo escrito também para a TV e o
cinema, ele também foi ator e diretor de várias de suas peças.
2006: ORHAN PAMUK
Ao homenagear Istambul, o primeiro ganhador do Nobel da
Literatura de nacionalidade turca "encontrou novas imagens simbólicas para
o conflito e o entrelaçamento das culturas, em busca da melancólica alma de sua
cidade natal". Ferit Orhan Pamuk é o escritor turco mais lido do mundo,
com 11 milhões de livros vendidos e traduções em 35 idiomas.
2007: DORIS LESSING
A britânica Doris Lessing publicou tanto romances e contos
quanto peças teatrais. A Academia Sueca a saudou como "épica da
experiência feminina, que, com ceticismo, paixão e força visionária, colocou à
prova uma civilização fragmentada". A hoje nonagenária já se engajou
contra a energia atômica e foi opositora eloquente do regime do apartheid na
África do Sul.
2008: LE CLÉZIO
Segundo a Academia Sueca, Jean-Marie Gustave Le Clézio é
"o autor da ruptura, da aventura poética e do êxtase sensorial", além
de "estudioso de uma humanidade abaixo e acima da civilização
dominante". Filho de uma francesa e de um nativo de Maurício, ele
considera esse Estado insular no Oceano Índico sua "pequena pátria".
2009: HERTA MÜLLER
Como mais recente laureada germanófona, a teuto-romena Herta
Müller foi destacada por, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da
sua prosa, retratar o universo dos desapossados". Ela também critica em
suas obras o autoritário regime Ceauescu,que até 1989 geriu os destinos da Romênia. Entre seus romances editados em português estão "A terra das ameixas verdes" e "O compromisso".
2010: MARIO VARGAS LLOSA
O autor peruano Mario Vargas Llosa recebeu o Nobel por
"sua cartografia das estruturas de poder e seus enérgicos retratos da
resistência individual, da rebelião e da derrota". Na América Latina, ele
ficou famoso pela frase, pronunciada na televisão: "México é a ditadura
perfeita", assim como suas invectivas contra o ex-amigo Gabriel García
Márquez, em 1976.
2011: TOMAS TRANSTRÖMER
Em sua justificativa sobre Tomas Gösta Tranströmer, o júri
louvou as "imagens comprimidas, esclarecedoras, que apontam novos caminhos
para o real". Na década de 60, o poeta sueco trabalhou como psicólogo numa
instituição para jovens delinquentes. Seus poemas foram traduzidos para mais de
60 idiomas.
2012: MO YAN
O chinês Guan Moye é melhor conhecido por seu pseudônimo Mo
Yan. O Comitê Nobel louvou nele um autor que, "com realismo alucinógeno,
combina contos de fadas, história e presente". A decisão foi criticada
pelo artista chinês Ai Weiwei, para quem seu compatriota era próximo demais do
regime comunista.
2013: ALICE MUNRO
Para a Academia Sueca, que concede o prêmio anualmente desde
1901, Alice Munro é uma "mestra da crônica contemporânea". Entre as
características inovadoras dos contos da escritora canadense está o livre
trajeto na linha do tempo. Uma colega americana a classificou como "o
nosso Tchecov".
2014: PATRICK MODIANO
Guerra, amor, ocupação, morte são os temas que ocupam o ator
francês Patrick Modiano, ao processar as lembranças de sua infância infeliz na
Paris do pós-Guerra. O júri do Nobel o elegeu precisamente por essa "muito
especial arte da memória". Há muito consagrado em seu país, até ser
laureado ele era pouco conhecido em nível internacional.
2015: SVETLANA ALEXIEVITCH
Na figura de uma autora bielorussa, o Comitê do Prêmio Nobel
reconheceu uma nova forma de autoria. Em suas reportagens e ensaios, Svetlana
Alexievitch desenvolveu um estilo literário todo próprio, realizando
entrevistas e adensando-as em emocionais colagens da vida quotidiana. Enquanto
cronista do sofrimento humano, ninguém documentou a decadência da União
Soviética como ela.
2016: BOB DYLAN,
O ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2016 é Bob
Dylan, “por ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição
norte-americana da canção”.
Só quem mergulhou alguma vez no revelador universo desse
cantor, nascido num povoado de Minnesota, poderá reconhecer que Dylan é um
poeta sem tirar nem pôr. O reconhecimento do Nobel à sua música, entendida como
um organismo vivo no qual as letras são o corpo sobre o qual se apoia o resto,
é, portanto algo histórico. Fonte: Deutsche Welle-Data 13.10.2016
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