O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) assinaram na segunda-feira (26/09) o histórico acordo de
paz que promete pôr fim aos 52 anos de conflito armado no país.
O número um das Farc,
Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, exaltou o acordo.
"Estamos renascendo para lançar uma nova era de reconciliação e de
construção da paz", disse na cerimônia em Cartagena, que marcou a
assinatura do documento. O líder guerrilheiro pediu ainda perdão pelo sofrimento
causado durante o conflito.
O acordo foi assinado com uma caneta feita a partir de um
projétil, chamada de balígrafo. Segundo o presidente colombiano, Juan Manuel
Santos, o objeto representa a transição das balas para a educação. Após a
assinatura, os dois apertaram as mãos e Echeverri, seguindo o exemplo de
Santos, colocou em sua camisa um broche com uma pomba branca.
Durante o minuto de silêncio que lembrou as vítimas da
guerra, 50 bandeiras brancas foram hasteadas. Os cerca de 2,5 mil convidados da
cerimônia vestiram branco como um símbolo da paz.
O ato solene contou ainda com a participação do
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; do secretário de Estado americano, John
Kerry; do líder cubano Raúl Castro; além dos presidentes do Equador, Rafael
Correa, e do Panamá, Juan Carlos Varela; e do rei Juan Carlos da Espanha. O
ministro das Relações Exteriores, José Serra, representou o Brasil. Michel
Temer não compareceu ao evento, alegando problemas de agenda.
"Hoje os colombianos dizem adeus a décadas de chamas e
estão enviando uma luz brilhante de esperança que ilumina o mundo. Foi uma
honra para a comunidade internacional apoiar este esforço", afirmou Ban,
em seu breve discurso no ato.
Com a assinatura do documento, a União Europeia (UE) retirou
as Farc da lista de organizações terroristas, como anunciou a chefe da política
externa da UE, Federica Mogherini.
Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo da
América, provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de
deslocados internos.
O ACORDO DE PAZ
Alcançado em agosto em Havana, após anos de negociações, o
acordo precisa agora ser referendado pelos colombianos num plebiscito marcado
para o próximo dia 2 de outubro. Para ser validado, exige a participação de
mais de 13% dos eleitores, 4,5 milhões de pessoas. Todas as pesquisas projetam
a vitória do "sim" na consulta popular. Fonte: Deutsche Welle - Data
26.09.2016
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