A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou neste sábado que os esforços de seu país para construir uma sociedade multicultural “fracassaram completamente”.
Em uma reunião com as lideranças jovens seu partido – o a União Democrata Cristã (CDU) -, Merkel disse que a ideia de pessoas de origens culturais diferentes vivendo lado a lado pacificamente não está funcionando na Alemanha.
Segundo a chanceler, o Islã já faz parte da Alemanha, mas os imigrantes precisam se esforçar mais para se integrar, incluindo aprender o idioma alemão.
“O importante agora é saber como lidar com essa questão. E a integração é algo crucial, porque o número de jovens no nosso país com origens estrangeiras está crescendo”, afirmou Merkel.
Ela citou o exemplo de Frankfurt, onde duas em cada três crianças abaixo de 5 anos são estrangeiras ou de descendências não-alemã.
Estratégias ineficientes
“No início dos anos 60, nosso país chamou os trabalhadores estrangeiros para vir para Alemanha. E agora que eles vivem aqui, nós costumávamos brincar, dizendo ‘eles não vão ficar, cedo ou tarde eles vão embora’. Mas essa não é a realidade.”
“E é claro que a maneira que estamos tentando construir uma sociedade multicultural e viver lado a lado uns dos outros... Essa estratégia fracassou, fracassou completamente”, disse Merkel, lembrando que as políticas ineficientes dos últimos 30 ou 40 anos não serão corrigidas facilmente.
Segundo a rede alemã Deutsche Welle, a afirmação da chanceler foi uma reação ao discurso de Horst Seehofer , líder do partido União Social Cristã (CSU). Na sexta-feira, ele havia dito que seu partido era contra a integração com estrangeiros e seus descendentes: “O multiculturalismo está morto”.
Há uma semana Merkel se reuniu com o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e ambos se comprometeram a ampliar os esforços para melhor integrar na sociedade alemã os 2,5 milhões de turcos que vivem no país.
Fonte:BBC Brasil - 16 de outubro, 2010
Comentário: A integração dos imigrantes nas sociedades de acolhimento é um processo complexo e multifacetado. Demetrios Papademetriou define integração como o processo de interação, ajustamento e adaptação mútua entre imigrantes e a sociedade de acolhimento, pelo qual ao longo do tempo, as comunidades recém-chegadas e a população dos territórios de chegada formam um todo integrado. Na mesma linha de pensamento, Rinus Penninx, considera a integração como o processo de aceitação dos imigrantes pela sociedade receptora, como indivíduos e como grupos. Ambos os autores enfatizam a diversidade de intervenientes no processo de integração: imigrantes, governos, instituições e comunidades locais.
Deste modo, as formas de inserção dos imigrantes nas sociedades receptoras são processos dinâmicos, em permanente mudança, resultantes de influências bastante diversas ao nível da macro-estrutura económica, social, política e institucional, dos países de destino no momento da migração e das especificidades dos contextos locais dos territórios onde se fixam. Daqui resulta que as formas de incorporação dos imigrantes nas sociedades de acolhimento são bastante mais complexas e matizadas do que a simples oposição entre regimes nacionais assimilacionistas e multiculturalistas poderia fazer crer. Fonte: Universidade de Lisboa - Centro de Estudos Geográficos
O migrante traz consigo para a o Novo Pais, costumes, roupas, alimentação, a religião. Vai criando um microcosmo de seu país de origem no novo país, criando um choque, devido a dificuldade de adaptação.
A integração do imigrante ao seu grupo social favorece e ajuda na adaptação imediata ao novo país. O novo país para o imigrante é um lugar desconhecido, pode causar medo, apreensão, saudade e nesse caso o seu grupo social ajudará, mas a longo prazo a permanência desse vinculo com o seu grupo social de origem tornará sua adaptação mais difícil quanto ao novo costume.
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