quinta-feira, 9 de junho de 2011

Palocci sai do governo


O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou o cargo nesta terça- feira (7), quase um mês após a publicação de uma reportagem pelo jornal “Folha de S.Paulo” segundo a qual ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010.

O Palácio do Planalto confirmou que a substituta será a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

A saída de Palocci foi comunicada por meio de uma nota divulgada pela Casa Civil. O ministro, que ficou pouco mais de seis meses no cargo, é o primeiro a deixar o ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.

Apesar de, nesta segunda (6), o procurador-geral da República ter determinado o arquivamento dos pedidos de investigação de partidos de oposição, Palocci avaliou que a "continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo", segundo a nota.

Veja a íntegra da nota divulgada pela Casa Civil:

"O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.

O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.

Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento."

Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, Palocci teria recebido R$ 20 milhões somente em 2010, por meio da Projeto, empresa da qual é proprietário e que prestava serviços de consultoria a empresas. Segundo o ministro, ele firmou contratos entre 2006 e 2010 com empresas que consideraram “útil” a experiência dele como ministro da Fazenda entre janeiro de 2003 e março de 2006, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o jornal, metade dos R$ 20 milhões que a empresa de Palocci faturou em 2010 foi obtida nos últimos meses do ano, quando ele participava do governo de transição. Segundo o ministro, isso ocorreu em razão da quitação antecipada de contratos em vigor. O ministro informou que os contratos foram interrompidos depois que ele aceitou convite para integrar o ministério de Dilma.

Depois, outras reportagens apontaram que clientes de Palocci teriam feito negócios com empresas públicas e que um dos clientes foi supostamente beneficiado em uma operação de restituição de imposto de renda junto à Receita Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, pasta que Palocci comandou em 2006.

Na última sexta-feira (3), Palocci concedeu entrevista à TV Globo, a primeira manifestação pública desde que reportagens sobre o aumento do seu patrimônio e suposto tráfico de influência começaram a ser publicadas. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.

Na entrevista, Palocci negou que tenha feito tráfico de influência. “Não fiz tráfico de influência, não fiz atuação junto a empresas públicas representando empresas privadas”, disse. O ministro não informou a lista de clientes da Projeto nem quanto teria faturado porque, segundo ele, não poderia expor as empresas em um ambiente político “conturbado”.

Ele afirmou ainda que não poderia apresentar os nomes dos clientes para não prejudicá-los. “Não acho justo expor empresas num ambiente político conturbado, num ambiente de conflito. Se empresas forem feridas com isso, a perda em relação a sua imagem, etc, ninguém pode repor. Então eu prefiro assumir pessoalmente a explicação dessas coisas do que expor uma série de pessoas e empresas.”

Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Palocci disse que, antes de assumir a Casa Civil, não relatou à presidente Dilma Rousseff quais eram as empresas para as quais havia prestado serviços de consultoria. Fonte: G1, em Brasília-07/06/2011 

Comentário: Palocci não aprendeu com o caso do Francenildo. Cometeu o segundo erro. Errar pela primeira vez tudo bem, mas persistir é um erro diabólico. Ele leu mais os livros do tipo como enriquecer sem fazer força do que o Maquiavel. Pela ganância pelo dinheiro, ele não percebeu que na política  existe uma zona cinzenta para negócios, mas quando é descoberto, é bombardeado pelo fogo amigo ou do inimigo. O PT está virando um partido empresarial.

Para resolver o problema a Fada presidente indicou uma Cinderela para administrar a alcatéia  política brasileira.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cuba burguesa


Por dinheiro, Cuba agora aprova o 'burguês' golfe

 Fidel Castro fechou os campos de golfe ao chegar ao poder

Uma das primeiras ações de Fidel Castro ao assumir o poder foi livrar Cuba dos campos de golfe, procurando proibir um esporte que ele e outros socialistas revolucionários viam como símbolo do "excesso burguês".

Agora, 50 anos depois, investidores dizem que o governo cubano adotou direção contrária, concedendo, nas últimas semanas, autorização preliminar para a construção de quatro resorts de luxo voltados para o golfe, os primeiros que devem se instalar na ilha de uma onda de mais de uma dúzia. Esses lugares vão fazer a alegria dos turistas e engordar o cofre de uma nação sedenta por dinheiro.

Os quatro projetos iniciais totalizam mais de US$ 1,5 bilhão, sendo que cerca de metade do futuro lucro deve ficar com o governo cubano. O projeto inclui a construção de residências. Os estrangeiros poderão comprá-las -uma rara oportunidade vinda de um governo que proíbe a propriedade privada.

Fidel Castro e seu então companheiro Che Guevara, que trabalhou, ainda na Argentina, como doceiro na juventude, foram fotografados jogando uma partida de golfe, naquilo que alguns interpretaram como um esforço para caçoar o esporte ou o presidente Dwight Eisenhower, um apreciador da bolinha- ou os dois.

Mas a economia de Cuba em baixa e o crescimento na popularidade do esporte, particularmente entre os turistas gastadores que levam seus clubes de golfe para onde vão, suavizaram a visão do governo. Manuel Marrero, o ministro do Turismo, disse, em conferência na Europa em maio, que o governo vai fazer "joint ventures" para construir 16 resorts de golfe em um futuro próximo.

Nos últimos três anos, o único campo de 18 buracos de Cuba, de propriedade do governo, localizado no resort da praia de Varadero, chegou a sediar um campeonato. Por isso, há muito tempo deixou de ser, seus defensores dizem, um jogo de homem rico.

"Nós fomos avisados de que essa incursão é prioridade do investimento estrangeiro", disse Graham Cooke, arquiteto de campos de golfe que comanda um projeto de US$ 410 milhões na praia de Guardalavaca, a cerca de 800 km da capital Havana, para a Standing Feather, um consórcio de indianos do Canadá.

Andrew Macdonald, o executivo-chefe da Esencia Group, com sede em Londres, que está planejando um clube de US$ 300 milhões em Varadero, disse: "Esse é um projeto fundamental para nossa empresa ter um setor de turismo mais eclético".

A expectativa é que os outros pojetos incluam, no mínimo, um dos três propostos pela Leisure Canada, empresa baseada no Canadá, além de um resort planejado pela Foster & Partners, de Londres. Os projetos, inicialmente, são voltados para turistas canadenses, europeus e asiáticos.

Mudanças políticas adotadas no último congresso do Partido Comunista em abril parecem ter aberto o caminho, incluindo resolução que aponta para o golfe e as marinas como fontes de renda para a recuperação da economia.

"Cuba olha para sol, salsa e praia e sabe que tais atrações não se sustentarão", disse Chris Nicholas, diretor do Standing Feather. "Eles precisam de mais atrações para oferecer e decidiram apostar no golfe".

John Kavulich, conselheiro do Conselho Econômico do Comércio entre EUA e Cuba, disse que Cuba tem histórico de recuar de decisões relacionadas à livre iniciativa pela dificuldade de explicar como complexos tão caros podem dividir a cena com casas em frangalhos por toda parte. "Será que Cuba vai autorizar o cidadão a participar da festa?", questionou. "Como isso tudo vai funcionar?

Se os projetos forem construídos como estão no papel, os turistas terão à disposição lojas, spas e benefícios de luxo. Standing Feather, que chama seu hotel de "Estância de Golfe Loma Linda", promete 1.200 casas de campo, bangalôs e apartamentos em um terreno de 210 hectares. O complexo contará ainda com shopping center.

Cooke, o arquiteto do campo de golfe, observa com ironia: "Será construído bem na região originária de Fidel Castro". Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 06 de junho de 2011 

Comentário: Imagino amanhã uma cena surrealista, Lula e Fidel jogando golfe, bebericando e discutindo a pobreza.

Fidel finalmente alcançou o Monte Olimpo e perguntou  a Zeus: Onde está o socialismo? Zeus respondeu: Camarada Fidel, o socialismo está na riqueza.

Fidel e a esquerda da America Latina lembram muito o Trabalho de Sísifo Socialista. A esquerda por todo o século tentou rolar a pedra da pobreza para alcançar o cume da montanha da riqueza, mas toda vez que eles estavam alcançando o topo, a pedra da pobreza rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida. Por esse motivo, a tarefa política que envolve esforços inúteis passou a ser chamada "Trabalho de Sísifo Socialista".

Fidel perguntou a Lula: Quanto tempo vamos esperar que a pedra da pobreza atinja o cume da montanha?  Como Lula é muito esperto, disse: Meu camarada Fidel é muito simples, cortar o cume da montanha da riqueza até que a pedra da pobreza seja maior.

Fidel disse: Buena, buena, Lula

domingo, 5 de junho de 2011

Geração à Rasca

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Sou da geração sem remuneração", cantam jovens
No dia 4 de fevereiro, quatro portugueses entre 25 e 28 anos conversavam num café de Lisboa sobre como era difícil a vida dos jovens desempregados ou com emprego precário no país.
Um mês e meio depois (12 de março), um protesto convocado por eles reuniu 200 mil pessoas nas ruas de Lisboa e outras 300 mil espalhadas pelo país.
O segredo do sucesso do movimento da "geração à rasca" (em apuros) é mais uma vez as redes sociais.
"As redes sociais são uma marca desse nosso tempo. Elas mostram que é possível ter manifestação política à margem dos partidos, dos sindicatos", diz Paula Gil, 28, integrante do grupo original.

"Por um lado, ficamos impressionados com a velocidade. Por outro, não, porque nós e nossos amigos vivíamos a mesma situação."
Paula é formada e tem mestrado em relações internacionais, trabalha desde os 18, mas nunca teve um emprego formal, com direitos.

"Essa é a situação de Portugal hoje. Metade da população economicamente ativa do país está desempregada ou em trabalho precário."
Paula nega que o movimento tenha sido inspirado pela "Primavera Árabe".
"Eles lutavam por liberdade e democracia, contra uma ditadura. Nós temos democracia, apenas queremos exercê-la."

Na conversa do bar, ela e os amigos comentavam as músicas da banda Deolinda, um grupo de fado moderno.
Uma delas, "Que Parva que Sou", parece um hino da geração à rasca.
Diz: "Sou da geração sem remuneração/ e não me incomoda esta condição./ Que parva que eu sou!/ Porque isto está mal e vai continuar,/ já é uma sorte eu poder estagiar./ Que parva que eu sou!/ E fico a pensar, que mundo tão parvo/ onde para ser escravo é preciso estudar."
Depois do 12 de março, o grupo ganhou voz. Hoje, recolhe as 35 mil assinaturas necessárias para apresentar um projeto de lei que quer criar regras mais duras para o trabalho temporário.

Segundo Paula, uns poucos continuam acampados no Porto e em Coimbra.Em Lisboa, há apenas assembleias populares, quando as pessoas se reúnem nas ruas para discutir os problemas do país.Fonte: Folha de São Paulo - 05 de junho de 2011 
Comentário: A música é o retrato da pura realidade. Esse tipo de contestação e alerta às autoridades  deverá chegar no Brasil. Com diploma na mão e o jovem desempregado ou subempregado.

sábado, 4 de junho de 2011

Palocci : Verdade ou Mentira ?


Palocci nega que tenha feito tráfico de influência

Na entrevista à Rede Globo, chefe da Casa Civil disse que não fez negócios com empresas públicas

O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, admitiu ontem em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que teve um grande faturamento nos últimos meses de 2010, quando já montava a equipe da presidente eleita – algo em torno de R$ 10 milhões.

Não citou o nome de clientes e disse que trabalhou com o setor financeiro, bancos e fundos de investimento.

Insistiu em dizer que não ocultou dados: “Todo o faturamento da empresa foi registrado nos órgãos de controle tributário, tanto na prefeitura de São Paulo quanto na Receita Federal. Todo o serviço foi feito com notas fiscais regulares e notas fiscais recolhidas. Ela foi registrada em meu nome e do meu sócio”.

Segundo ele, os negócios feitos pela consultoria Projeto entre 2006 e 2010, período em que possuía mandato como deputado federal, eram apenas relacionados a empresas privadas. “Não fiz tráfico de influência, não fiz atuação em empresas públicas representando empresas privadas. Quero que as pessoas tenham boa fé, que escutem as explicações, que vejam as informações nos órgãos públicos.”

Ele disse, ainda, que os lucros de sua empresa correspondem aos de outras de consultorias que atuam no mercado. Palocci deu a impressão de estar muito nervoso. Mexia-se de um lado para o outro, embora estivesse sentado, de costas para a parede de vidro de seu gabinete, que fica no quarto andar do Palácio do Planalto.

A crise envolvendo Palocci começou no dia 15 de maio, quando o jornal Folha de S.Paulo revelou que o patrimônio do ministro havia aumentado 20 vezes em quatro anos.

No dia 16 de novembro do ano passado, o ministro comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões, em São Paulo, por meio de sua empresa Projeto Consultoria Econômica e Financeira, aberta em 2006. Um ano antes, o ministro adquiriu outro imóvel, de R$ 882 mil, onde funciona o escritório da Projeto.

Questionado sobre o patrimônio milionário, Palocci alegou que o dinheiro era de consultorias realizadas no período em que foi deputado federal, entre 2007 e 2010.

A empresa teria faturado pelo menos R$ 20 milhões em 2010, sendo metade entre novembro e dezembro, após a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT), de cuja campanha eleitoral Palocci foi o principal coordenador. No final de dezembro, ele alterou a razão e o objeto social da empresa para atuar apenas na administração dos imóveis comprados.

A entrevista de Palocci atende a um pedido da presidente Dilma. A estratégia do ministro era esperar o parecer do procurador geral da República, Roberto Gurgel. Mas para Dilma seria “um erro” aguardar.

A permanência de Palocci no cargo depende dos esclarecimentos e do fim das acusações. Fonte: Diário Catarinense- 4 de junho de 2011 

Comentário:

Palocci não aprendeu nada com o caso do caseiro Francenildo dos Santos Costa (violação do sigilo bancário do caseiro). Ele deve ser um mestre, pois como consegue harmonizar as atividades de deputado com a consultoria. O fato  ter sido  ex-ministro da Fazenda, queira ou não queira, ele tem facilidade de interlocução com funcionários do governo ou obter  informações estratégicas. É difícil ele separar numa análise privada (consultoria), o que é informações estratégicas do governo ou o acúmulo conhecimentos internos do governo adquiridos com sua passagem como ministro da Fazenda,  que possam ajudá-lo nessa análise.   

Ao mesmo tempo o governo federal tem ignorado a aplicação de um artigo do Código de Conduta da Alta Administração Federal. O documento que determina as regras de comportamento ético do funcionalismo estabelece que ex-ministros não podem prestar consultoria valendo-se de informações não divulgadas publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão ou entidade a que esteve vinculado.

O que acontece no meio político, que essa atividade apresenta um falso moralismo que tende a transformar-se   em uma mera extensão de atividades pessoais, isto é, visando o aumento do patrimônio.

Isso para o PT é lamentável, cujo lema quando estava na oposição era um partido diferente, imbuído de  ética e moral.

Se formos analisar a fundo esse problema, Palocci tem alguma razão, vivemos numa sociedade em que não existe praticamente o culto aos valores familiares, vivemos a modernização de Sodoma e Gomorra. Estamos preocupados em ganhar dinheiro, estilo de vida, certa permissividade de costumes e moralidade. Com todo esse emaranhado de luxúria, como um cidadão, político, governante, juízes, poderão exercer suas atividades que necessitam cotidianamente sua  formação familiar em  ética, moral e costume?  Por causa disso nesse país tudo termina em pizza; pizza familiar, pizza política, pizza justiça, etc.   

Os Valores da Família ou Valores Familiares, são as crenças políticas e sociais que mantêm a família como uma unidade fundamental e provedora da ética e moral. (definição americana)

Como disse  o cônsul Caio Julio  César da República Romana,  a famosa frase: À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.

Acho que está faltando isso a Palocci  e também para os demais políticos interessados em cargos do governo para desempenhar uma função pública tão importante como  estar no governo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

FHC e a maconha

FHC lança filme sobre descriminalização da maconha


Ex-presidente, para quem a questão tem de ser tratada sob o ângulo da saúde pública, apresenta ''Quebrando Tabu''

Às vésperas de completar 80 anos, no próximo dia 18, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou ontem no Shopping Frei Caneca, região central da capital, do lançamento do filme Quebrando Tabu, um manifesto pacifista a favor da descriminalização das drogas que traz o ex-presidente como âncora.

Para Fernando Henrique, o assunto tem de ser tratado pela perspectiva da saúde pública, lançando mão de teses de redução de danos, sem criminalizar o usuário nem seguir com a declarada "guerra às drogas".  

O marco dessa guerra considerado pelo filme é a política de tolerância zero contra os entorpecentes iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1971, no auge do movimento de contracultura, no qual as drogas tinham um papel de protagonismo.

Em Quebrando o Tabu, entre as entrevistas que faz com familiares de usuários, personalidades engajadas no tema e gestores públicos, Fernando Henrique passa por uma saia-justa ao aparecer ao lado do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, afastado de suas funções neste ano sob suspeita de vazar informações de investigação da Polícia Federal para um subordinado suspeito de envolvimento com uma milícia.

Para evitar cortar a cena, que mostra o depósito em que a polícia do Rio armazena as armas de fogo apreendidas, a direção do filme incluiu uma legenda explicando o caso Turnowski.

Embora Fernando Henrique afirme que o trabalho seja mais um debate do que uma tese - o ex-presidente concedeu a entrevista antes de assistir à edição final do longa -, não há posições contrárias à descriminalização no filme. "Pensamos, sim, em colocar (contraditório). Mas na hora de editar 400 horas de entrevistas em 75 minutos não dava para pôr o (Jair) Bolsonaro falando e deixar de fora todas as experiências que relatamos", diz Fernando Menocci, de 28 anos, produtor-executivo do filme.

Para se contrapor à política repressiva dos EUA, o filme traz políticas públicas de flexibilização no tratamento do tema, como a descriminalização promovida em Portugal e a redução de danos financiada pelo governo da Holanda. A direção é do cineasta Fernando Grostein Andrade, de 30, e o filme estreia na sexta-feira.

TRÊS PERGUNTAS PARA...

Fernando Henrique Cardoso, EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

1. O que o levou a levantar a bandeira da descriminalização das drogas?

Foi pela questão política mesmo. Estava nos Estados Unidos, em um almoço no Departamento de Estado, no governo Bush. Eles estavam percebendo que a guerra às drogas não estava dando resultado. Havia uma certa tensão no ar. Aí comecei a estudar o assunto mais profundamente.

2. Qual seria o primeiro passo para descriminalizar as drogas?

Há no Congresso proposta do deputado Paulo Teixeira, do PT, de descriminalizar o uso da maconha. Devemos ser cautelosos. Não é só descriminalizar. Precisa de educação e outras medidas que vão juntas. Provavelmente, será primeiro com maconha.

3. A Marcha da Maconha está lutando pela descriminalização ou fazendo apologia?

Há uma certa confusão (do movimento). Agora, o tribunal julgou antes de haver a confusão. Portanto, ele prejulgou. Sou mais liberal. Você tem o direito de querer mudar a ordem estabelecida, desde que por meios pacíficos. Fonte: Estadão - 31 de maio de 2011 

Comentário: Interessante a postura do guru FHC, depois de velho  quer transformar-se em rebelde, dos anos dourados,  “faça amor, não faça guerra”. Nos fumeiros da maconha.

O sociólogo FHC deve lembrar nos anos 60, quando houve a revolução sexual ou a liberalização sexual, os sociologuês diziam que a prostituição acabaria, a fornicação estaria liberada. Mas aconteceu o contrário, hoje, o comércio sexual é o que mais fatura.

Relaxe e goze, fume um cigarro de maconha.

O filme menciona a flexibilização e descriminalização da maconha em Portugal e Holanda, mas esquece que esses países são pequenos e a população é mais homogênea, não tem problemas sociais ligados a pobreza e analfabetismo. Quem vai controlar, quem?

Fuma maconha e o Ministério da Saúde terá um plano de recuperação para os viciados.

Temos o exemplo clássico da guerra do ópio, em que a Inglaterra era a principal fornecedora de ópio para a China. O ópio contaminou a China,  população viciada, tráfico de mulheres, corrupção, etc.

A pessoa que entra no consumo da droga,  ela perde o poder de decidir, quem decide é a droga.

Vídeo:


domingo, 29 de maio de 2011

Alunos copistas são a nova face do analfabetismo funcional

Foi no 4º ano do fundamental que Vanderson Washington da Silva aprendeu a ler e a escrever. Até ali, o jovem morador de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, era um aluno copista: só copiava no caderno o que via no quadro - letras que, para ele, foram por muito tempo desenhos sem significado. O problema dos alunos copistas é um exemplo recente do analfabetismo funcional, que no país atinge um terço da população. Dos que aprenderam a ler e escrever mais tarde, entre 9 e 14 anos - característica do copista -, só 13% se tornaram plenamente alfabetizados, apontam dados inéditos calculados pelo Instituto Paulo Montenegro a pedido do GLOBO, sobre jovens de 15 a 24 anos das nove principais regiões metropolitanas do país.

Se a definição mais conhecida de analfabeto funcional é quem lê mas não interpreta um texto, com o copista é pior: como só copia, não sabe que o "a" que escreveu, por exemplo, é um "a".

"A professora passava no quadro, eu copiava, copiava, mas não entendia nada, não"

- São crianças que não se apropriam do significado das palavras. Mas vão galgando as séries porque, como copiam, conseguem cumprir algumas tarefas em sala - diz Marilene Proença, professora da USP e integrante da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional.

Mostrando como o estudo sobre o copista é relativamente recente, é de 2007 uma das primeiras pesquisas sobre o tema, uma dissertação de Giuliana Temple na USP, orientada por Marilene Proença, com copistas da rede estadual paulista. O GLOBO teve contato com o problema dos copistas meses atrás, em reportagem sobre outro tema em Saracuruna, ao conversar com Marilene Silva, professora que coordena uma creche comunitária na área, a Santa Terezinha. Além de creche, ela oferece reforço gratuito a alunos da região. Foi lá que Vanderson se alfabetizou.

- No colégio, a professora passava no quadro, eu copiava, copiava, mas não entendia nada, não - diz o menino, que sonha ser "dono de empresa".

"Chegam aqui sem conhecer o alfabeto"

Também recebem apoio na Santa Terezinha os irmãos Keteley e Erick do Nascimento, na mesma sala de reforço de Jéssica da Silva e Douglas Ribeiro. Estudam na região, no Ciep 318 e na Escola Municipal Marcílio Dias.

- Na escola, estão em anos que seriam as antigas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Chegam aqui sem conhecer o alfabeto. Às vezes, nem números - diz a aluna do ensino médio Cristiane Mattos, que, dando aula na Santa Terezinha, é a alfabetizadora das crianças.

No Piauí, Weldey Frankin, 14 anos, está matriculado no 3º ano do fundamental em Chapadinha Sul, zona rural de Teresina. Mas não sabe ler. Mudo, não passou por escola especial. Segundo a irmã, Amanda, "é ótimo desenhista". Desenha as letras dos livros. "Na hora de ele responder os exercícios, aponto as respostas no livro e ele copia", diz a irmã.

- Já peguei um caderno de um aluno da 7ª série, de um colégio municipal de Porto Alegre, com tudo copiado corretamente. E ele não sabia ler. Era um artista! - conta Esther Grossi, ex-secretária de Educação de Porto Alegre e ex-deputada, presidente do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), que atua com correção de fluxo escolar.

- O aluno copista é forte candidato a ser um analfabeto funcional ao longo da vida - diz Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do Instituto Paulo Montenegro, que desde 2001 calcula o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). - Ele tem grande risco de se tornar o chamado alfabetizado rudimentar: reconhece algumas palavras, escreve um bilhete, dá um troco, e pronto.

Dois dos principais motivos apontados para o analfabetismo funcional são alfabetização tardia e baixa escolaridade dos pais. Segundo dados inéditos do Instituto Paulo Montenegro, sobre jovens das Regiões Metropolitanas, entre os alfabetizados plenos, 90% aprenderam a ler até os 8 anos. Quando o pai ou a mãe tem o fundamental, cerca de 69% dos filhos são analfabetos funcionais ou alfabetizados em nível básico. Mas, quando o pai ou a mãe tem nível superior, até 75% são alfabetizados plenos.

O peso da educação dos pais na dos filhos é mostrado ainda por dados do Pnud sobre jovens na América Latina. Quando os pais têm nível secundário, os filhos têm 5,4% de chance de chegar à universidade; já quando os pais têm nível universitário, os filhos têm 71,6% de chance de ir à faculdade. O pai de Vanderson, Jorge Salindo, estudou até a antiga 5 série; teve de ir "trabalhar em obra para ajudar em casa".

No caso do copista, haveria mais um motivo: um sistema de ciclos ou progressão continuada malfeito. Aí, o aluno, mesmo só copiando, avança nas séries sem repetir. São em escolas com ciclo - prática que se intensificou no país a partir dos anos 1990 - que estudavam os copistas do estudo da USP e os que precisam do reforço da Santa Terezinha. Marilene Proença diz que o ciclo "é política cara", que requer ações como reforço e contraturno. Para Esther Grossi, o copista "é um fenômeno dos ciclos".

A Secretaria estadual de Educação de São Paulo informou que oferece "o Projeto Intensivo de Ciclo, que possibilita recuperação da aprendizagem de leitura e escrita por turmas especiais". Secretária de Educação de Duque de Caxias, Roseli Duarte diz que a rede tem um programa de apoio com contraturnos.

- Não podemos aceitar a existência de alunos copistas. Mas os ciclos são uma resposta à repetência, que, além de levar à evasão, nos anos iniciais causa a distorção idade-série - diz a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar. - Temos de pensar é em ações como educação integral, que já há em 15 mil escolas, e em qualificar os professores de alfabetização, com projetos como o Pró-Letramento, que já atingiu 300 mil professores. Fonte: Globo Online - 16/05/2011 

Comentário: Enquanto os especialistas discutem a educação como um sonho sem alicerce, sem eficácia, a realidade é triste há anos; temos analfabeto funcional, analfabeto copista, analfabeto cultural , etc. Todos com diplomas obtidos sem traumas, sem esforços, sem estudos, etc. É novo sistema educacional dos especialistas, sempre com pretexto porque não está obtendo resultados concretos. A educação sempre está no divã dos pedagogos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não aceito propaganda de opções sexuais

 "Não aceito propaganda de opções sexuais", afirma Dilma sobre kit anti-homofobia

A presidente Dilma Rousseff criticou o kit Escola sem Homofobia, também chamado de kit anti-homofobia e kit gay, na manhã desta quinta-feira (26). Ela disse que assistiu a um dos vídeos e não gostou do seu conteúdo.

"Não aceito propaganda de opções sexuais. Não podemos intervir na vida privada das pessoas", afirmou em cerimônia no Palácio do Planalto. A presidente disse, ainda, que o governo defende a luta contra práticas homofóbicas. “O governo pode, sim, ensinar que é necessário respeitar a diferença e que você não pode exercer práticas violentas contra os diferentes.”

Segundo a presidente, a situação está em estudo: “É uma questão que o governo vai revisar, não haverá autorização para esse tipo de política de defesa A, B ou C. Agora, lutamos contra a homofobia”.

Kit gay fica no armário

Depois da pressão da bancada evangélica e de grupos católicos do Congresso e das ameaças dos parlamentares desses grupos de apoiar investigações sobre o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o governo federal decidiu suspender a produção e a distribuição do kit anti-homofobia, que estava em planejamento no Ministério da Educação. Segundo o governo, todo o material do governo que se refira a "costumes" passará por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.

A pressão dos parlamentares dos grupos de evangélicos e católicos foi feita com ameaças de convocar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci para esclarecer a multiplicação do seu patrimônio e de pedir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na área da educação por causa do projeto do material que seria distribuído às escolas para promover a diversidade. O governo nega que esse tenha sido o motivo do cancelamento.

Retrocesso

Para especialistas ouvidos pelo UOL Educação, a decisão representa um "retrocesso". Jaqueline Gomes de Jesus, professora da UnB (Universidade de Brasília), considera esse tipo de material sobre a diversidade "fundamental".

 “Como as crianças vão conhecer a realidade se não houver material que leve a elas essa informação?”, questiona a psicóloga e doutora em Psicologia Social pela UnB. Ela aponta que em outros países, como nos Estados Unidos, são utilizadas apostilas sobre o assunto e que este é um modo de “atingir as pessoas em um aspecto afetivo”.

Para Evaldo Amorim, presidente da ONG Elos LGBT-DF, impedir a divulgação do kit anti-homofobia é um "retrocesso da sociedade". “A informação é necessária no espaço escolar. É um material didático, responsável, adequado para a faixa etária do ensino médio”, afirmou.

Fonte: UOL Noticias - 26/05/2011 - 13h32 / Atualizada 26/05/2011 - 13h49

Comentário: A presidente tem razão. Essas ONG´s  e entidades congêneres tem mais força política do que partidos políticos, para impor seu pensamento político e social, pois elas têm simpatizantes no governo.

Veja a portaria do governo: Portaria nº 928, de 26 de abril de 2006.

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições e de acordo com o art. 1º, do Anexo I, do Decreto 5.159, de 28 de julho de 2004 e de acordo com o disposto na Portaria 4.032 de 24 de novembro de 2005 resolve:

Art. 1º Designar os membros abaixo relacionados para compor o grupo de trabalho para acompanhar a implantação do “Programa Brasil sem Homofobia” no Ministério da Educação:

O grupo de trabalho coordenado pelo MEC para elaborar  esse programa  tinha dezenas de representantes do movimento  GLBTT e simpatizantes. Não houve nesse grupo de trabalho pluralidade de pensamentos e sim convergência de idéias. Se estamos numa democracia e o tema proposto pelo MEC altera o pensamento dominante da sociedade, deveria abranger mais representantes  dessa sociedade e não formar um grupo de trabalho com pensamento direcionado para o objetivo proposto  e sem ao menos questionar esses resultados que afeta toda a sociedade.

Veja o trecho transcrito  do trabalho do MEC:  GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA EDUCAÇÃO: DIAGNÓSTICO

A escola brasileira foi historicamente concebida e organizada segundo os padrões da heteronormatividade, valorizando e edificando como padrão um único componente: o adulto, masculino, branco, heterossexual. A violência homofóbica, nas suas mais diversas formas de manifestação, pode dizer respeito a distintos aspectos da vida cotidiana escolar e das pedagogias aí mobilizadas.

O padrão da nossa ancestralidade, desde a origem do Homem na Terra é o casal  homem e mulher. É a coisa mais normal

Esse tipo de conceito nada mais é do que um patrulhamento ideológico perigoso. Se você é contrário, você é racista, homofóbico, etc.  Daqui a pouco não poderemos dizer palavrões, xingar, etc. Isso não fará mais parte da cultura popular do país, teremos ser politicamente correto, a favor do falso pensamento dominante  Vamos viver na era do obscurantismo