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sábado, 22 de janeiro de 2011

Brasil admite à ONU despreparo em tragédias



O governo brasileiro admitiu à Organização das Nações Unidas (ONU) que grande parte do sistema de defesa civil do País vive um "despreparo" e que não tem condições sequer de verificar a eficiência de muitos dos serviços existentes. O Estado obteve um documento enviado em novembro de 2010 por Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil (Sedec), fazendo um raio X da implementação de um plano nacional de redução do impacto de desastres naturais. Suas conclusões mostram que a tragédia estava praticamente prevista pelas próprias autoridades.

Diante do tsunami que atingiu a Ásia e do aumento do número de desastres naturais no mundo nos últimos anos, a ONU foi pressionada a estabelecer um plano para ajudar governos a fortalecer seus sistemas de prevenção. Em 2005, governos chegaram a um acordo sobre a criação de um plano de redução de risco para permitir que, até 2015, o mundo estivesse melhor preparado para responder às catástrofes.

Uma das criações da ONU, nesse contexto, foi o Plano de Ação de Hyogo (local da conferência onde o acordo foi fechado). No tratado, a ONU faz suas recomendações de como governos devem atuar para resistir a chuvas, secas, terremotos e outros desastres. Ficou também estabelecido que os 168 governos envolvidos se comprometeriam a enviar a cada dois anos um raio X completo de como estavam seus países em termos de preparação para enfrentar calamidades e o que estavam fazendo para reduzir os riscos.

Na versão enviada pelo próprio governo do Brasil ao escritório da Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres, no fim de 2010, as constatações do relatório nacional são alarmantes. "A maioria dos órgãos que atuam em defesa civil está despreparada para o desempenho eficiente das atividades de prevenção e de preparação", afirma o documento em um trecho. Praticamente um a cada quatro municípios do País sequer tem um serviço de defesa civil e, onde existe, não há como medir se são eficientes.

No relatório, o Brasil é obrigado a dar uma resposta ao desempenho em determinados indicadores sugeridos pela ONU. Em um dos indicadores - que trata de avaliação de risco de regiões - o governo admite ter feito avanços, "mas com limitações reconhecidas em aspectos chave, como recursos financeiros e capacidade operacional". Na avaliação de risco, por exemplo, o governo admite que não analisou a situação de nenhuma escola ou hospital no País para preparar o documento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: Estadão - 16 de janeiro de 2011

Comentário:

No final do mês de setembro de 2010, a docente da UFSCar Norma Valêncio, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped) da Universidade, esteve em Brasília para ministrar a palestra "Subsídios ao aperfeiçoamento das políticas de Defesa Civil e Assistência Humanitária praticadas pelo Brasil".

A pesquisadora afirmou nessa palestra;

■ Em relação à ação da Defesa Civil brasileira, as políticas implementadas pelo Governo Federal estão desatualizadas e inadequadas para realizar uma ação pública eficaz.  Ela a revisão da Política Nacional de Defesa Civil e uma maior transparência dos dados levantados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. A partir da experiência adquirida com as visitas às várias regiões brasileiras para coletar dados, analisar informações e verificar a realidade local, a pesquisadora do Neped também critica as diferentes estruturas e os modos distintos de atuação da Defesa Civil nos Estados e municípios.

■ Os técnicos agem de forma burocrática e se distanciam do compromisso de atuar, de forma ética, na recuperação da dignidade dos seriamente afetados, tanto desalojados quanto desabrigados.

■ Os conteúdos na capacitação dos agentes estão equivocados, pois, em muitos casos, eles acabam reforçando o preconceito contra os grupos socialmente vulneráveis. Um ponto positivo de atuação do governo federal, na opinião da pesquisadora do Neped, é a exigência de criação de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil por todo o País”.

De acordo com a pesquisadora, os estudos desenvolvidos no Neped são uma potencial contribuição para aperfeiçoar as políticas nacionais de Defesa Civil no Brasil. Norma Valêncio cita, por exemplo, que é possível formar um novo desenho institucional da Defesa Civil nacional, em busca da agilidade nos trâmites decisórios e burocráticos. "Outra contribuição do Neped é que nossos estudos podem auxiliar na revisão dos conteúdos e metodologias de capacitação dos agentes do Estado que lidam com a Defesa Civil, até o diagnóstico de situações críticas dos afetados no denominado pós-desastre", afirma a pesquisadora da UFSCar.

BALANÇO  DA TRAGÉDIA

Sobe número de mortes na Região Serrana no décimo dia de buscas a vítimas das chuvas

O número de mortes chegou a 770 nesta sexta-feira, décimo dia de buscas a vítimas. De acordo com informações dos municípios, até o momento foram registradas:

■ 373 mortes em Friburgo,

■ 304 em Teresópolis,

■ 64 em Petrópolis,

■ 22 em Sumidouro,

■ 6 em São José do Vale do Rio Preto e

■ 1 em Bom Jardim.

DESAPARECIDOS

Já chega a 400 o número de desaparecidos.

DESABRIGADOS E DESALOJADOS

Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região.

■ Em Petrópolis são 3.600 desabrigados, e 2.800 desalojados.

■ Em Teresópolis, 960 desalojados, e 1.280 desabrigados,

■ Em Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados,

■ Em Bom jardim 632 desalojados, e 142 desabrigados,

■ Em São José do Vale do Rio Preto 3.020 desabrigados e desalojados, e

■ Em Areal 1.480 desabrigados e 130 desalojados.

■ Em Sumidouro são 200 desabrigados. Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas, segundo o órgão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Governo do Brasil recebe críticas pela reação às enchentes

A estreia da presidência de Dilma Rousseff foi obscurecida pelas duras críticas que o governo brasileiro está recebendo por sua atuação ineficaz diante das enchentes que deixaram cerca de 600 mortos no estado do Rio de Janeiro. A gestão da emergência e as graves falhas na previsão da tragédia estouraram em plena face do novo Executivo. O gabinete respondeu ontem às críticas mobilizando mais 500 militares para a região afetada, que se somaram aos mil membros das equipes de resgate que estão em operação.

O número de mortos por inundações e deslizamentos de terra poderá se multiplicar, já que ainda há algumas localidades incomunicáveis.

Na cidade de Teresópolis, centenas de sobreviventes se agrupavam ontem desesperados diante do necrotério, em busca de informação sobre familiares desaparecidos. Muitos moradores criticavam a lentidão dos resgates. "Isto aconteceu na quarta-feira de manhã. Na quinta ninguém tinha começado a buscar vítimas", disse Wemerly Moraes, 37 anos.

A população da área se sente abandonada. Os dados oficiais indicam que pelo menos 6.050 pessoas perderam suas moradias. Amplas áreas afetadas permanecem sem luz, telefone ou água. As equipes de resgate se confessam impotentes para chegar a muitos lugares onde faltam comida e medicamentos e dos quais ainda não foram retirados os cadáveres.

"Colapso na serra", era o título ontem da primeira página do jornal "O Globo", enquanto a "Folha de S.Paulo" abriu com um estudo realizado pelo governo em 2008 que já advertia sobre a eventualidade de uma tragédia desse tipo exatamente nas três cidades do desastre (Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo). O estudo explicava que nas cidades arrasadas ocorrem vários fatores de risco "capazes de gerar consequências de grande magnitude". Sobre Nova Friburgo - a cidade com maior número de mortos, 267 -, o relatório apontava que a maior parte da população vivia em estado de risco.

Enquanto isso, as imagens apresentadas pelo telejornal da Rede Globo sobre a primeira reunião de gabinete de Dilma Rousseff com os 37 novos ministros causaram indignação, pois políticos apareciam dando gargalhadas e alguns mascando chiclete com ar de festa. Fonte: UOL Noticias - 18/01/2011 – El País

Comentário: O ex-presidente teve tanta sorte durante o seu reinado, que ele escapou dessa tragédia. O plano de emergência e de prevenção do governo é o plano de solidariedade, de voluntários, de doações, etc. É plano sem cabeça. Desenvolve o plano durante a tragédia e pós-tragédia. Esse desastre  é o Katrina brasileiro.

Balanço das vítimas parcial : A tragédia das chuvas que colocou sete cidades da região serrana do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública:

Total: 674 mortes
■ Nova Friburgo 318 mortes.
■ Teresópolis, 277 mortes.
■ Petrópolis, distrito de Itaipava, registra 58 mortes;
■ Sumidouro, 20, e cinco desaparecidos
■ São José do Vale do Rio Preto, 4.
■ Bom Jardim, 01 morte
■ Areal, nenhuma morte

Desalojados e desabrigados
■ Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
■ Bom Jardim, 1.200 pessoas estão desalojadas e 700 estão desabrigadas.
■ São José do Vale do Rio Preto,  2.064 desabrigados e desalojados.
■ Areal, 1.200 pessoas estão desabrigadas e 2.500 desalojadas.
Fonte: UOL Noticias - 18/01/2011

Comentário : A natureza não tem objetivos, mas tem suas próprias leis.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tragédia na região Serrana do Rio

Para entender o que ocorreu na região serrana do Rio devemos conhecer a geografia da região, o processo de ocupação e suas consequencias.


NOVA FRIBURGO
agua-CidadeNovaFriburgo.jpg

Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense,  a uma altitude de 846 metros, distando 136 km da capital fluminense. Ocupa uma área de 935,81 km². Compreende os distritos de Riograndina, Campo do Coelho, Amparo, Conselheiro Paulino, Lumiar, São Pedro da Serra e Muri.

Sua população estimada no dia 1 de Agosto de 2010, de acordo com o Censo do IBGE era de 182.016 habitantes. As principais atividades econômicas são baseadas em: indústria de moda íntima, olericultura, caprinocultura e indústria (têxteis, vestuário, metalúrgicas e turismo).

COLONIZAÇÃO- AGRICULTURA
Nova Friburgo foi inicialmente colonizada por 261 famílias suíças entre 1819-1820, totalizando 1.682 imigrantes. O município foi batizado pelos suíços ganhando o nome de "Nova Friburgo" em homenagem à cidade de onde partiram a maioria das famílias suíças, Fribourg (Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão), no Cantão de Fribourg. É também o primeiro município no Brasil colonizado por alemães, tendo estes imigrantes, ao todo 332, chegado à cidade em 3 e 4 de maio de 1824.

GEOGRAFIA
A cidade localiza-se a 846 m de altitude na sede do município. Alguns bairros e distritos do município a altitude chega até 1000 m ou mais, como os bairros do Caledônia, alguns trechos da estrada Mury-Lumiar (RJ-142) e o Alto de Theodoro de Oliveira. Existem trechos da cidade, como a localidade de São Romão, em Lumiar, em que a altitude máxima chega a 200 metros.

RELEVO ACIDENTADO
Existem 19 picos e morros variando as alturas de 1.111 m a  2.316 m

HIDROGRAFIA
O município de Nova Friburgo é banhado pelas bacias do Rio Grande, Rio Bengalas, dos Ribeirões de São José e do Capitão e do Rio Macaé. Os principais rios que cortam o centro da cidade são: O Rio Santo Antônio, Rio Cônego, se encontram e formam e o Rio Bengalas.

TERESÓPOLIS


Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense,  a uma altitude de 871 metros. Ocupa uma área de  770,507 km²  e uma população de 163 805 habitantes ( Censo IBGE/2010)

GEOGRAFIA
A cidade abriga a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, bem como grande parte do Parque Estadual dos Três Picos, o maior parque estadual do Rio de Janeiro. É uma cidade cercada por matas e por formações bastante conhecidas, como o Dedo de Deus, Pedra do Sino, Agulha do Diabo, Pedra da Tartaruga e Mulher de Pedra. Por suas formações montanhosas, a cidade é considerada a capital nacional do montanhismo.

O relevo acidentado dos trechos mais altos da Serra do Mar é marcado por íngremes paredões, cujos pontos culminantes são a Pedra do Sino (2263 m) e o Dedo de Deus (1692 m), rodeados por densa vegetação. O relevo também favoreceu a formação de inúmeras cachoeiras.

HIDROGRAFIA
Cascata dos Amores, Cascata do Imbuí,Cachoeira dos Frades, Lago Iacy e Lago Comary

RELEVO ACIDENTADO
A bacia do Paquequer localizada no município de Teresópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Possui relevo montanhoso, escarpado e vales encaixados sustentados por rochas. O clima é úmido a super-úmido com temperatura média de 18°C..

PETRÓPOLIS
Petrópolis é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Ocupa uma área de 774,606 km², contando com uma população de 296.044  habitantes ( Censo IBGE/2010). 

GEOGRAFIA
Petrópolis localiza-se no topo da Serra da Estrela, pertencente ao conjunto montanhoso da Serra dos Órgãos, a 845 metros de altitude média, sendo que a sede municipal está a 810 metros de altitude. Situa-se a 68 km do Rio de Janeiro.

A cidade é excessivamente montanhosa, principalmente em sua zona urbana, o município de Petrópolis assenta-se em ramificações da Serra do Mar, denominada serra dos Órgãos e da Estrela. Órgãos.

Na divisa do Município de Teresópolis está uma seção da serra dos Órgãos, conhecida por serra Assú, onde se encontra a Pedra Assú, que é o pico culminante da serra do Mar, o qual tem, 2.232 metros.

O pico mais elevado do município de Petrópolis é o da Isabeloca, cuja altura é de 2.200 metros, situado nas proximidades da Pedra Assú.

HIDROGRAFIA
Muito numerosos são os pequenos rios que banham o município de Petrópolis, quase todos afluentes do Piabanha.O Piabanha é o principal rio de Petrópolis e dezenas de outros rios pequenos, que passam  pela cidade ou na região. Fontes: Wikipédia e Prefeitura Municipal de Petrópolis

DESSA DESCRIÇÃO DA REGIÃO PODEMOS TIRAR AS SEGUINTES CONCLUSÕES:
  • Região  excessivamente montanhosa fora dos padrões normais,  variando de 1.000 a 2.000 metros.
  • Região com vários rios. Podemos deduzir que esses rios possuem velocidade excessiva,  podem receber uma carga de água rapidamente, transbordar , provocar enxurrada e avalanche de lama.
  • População excessiva para a região que  possui dezenas de áreas de risco. Uso e ocupação do solo inadequada, degradação ambiental, ocupação de encostas. Vide as fotos de Nova Friburgo e Teresopolis.
TOPOGRAFIA
A região é fortemente caracterizada pelo seu relevo montanhoso, com muitos afloramentos rochosos.O relevo acidentado forma uma bela paisagem, especialmente nas áreas mais próximas à Serra do Mar, onde predomina a Mata Atlântica. Esta Serra forma o limite principal da região com o restante do Estado e recebe ainda influências dos ventos oceânicos que elevam a pluviosidade. As cidades mais próximas da Serra apresentam elevados índices pluviométricos, principalmente Teresópolis, com média anual superior a 1500 mm de chuva.

VEGETAÇÃO E USO DA TERRA
De acordo com os dados de mapeamento, a  região tem 97,3 % de seus limites divididos entre três formas de cobertura vegetal;
  • as pastagens (41,6 %),
  • a vegetação secundária (29,8 %) e
  • as florestas (25,9 %).
Lembrando que, antes da ocupação antrópica, a região era quase 100% coberta por florestas, é de se supor que a redução para apenas 26% tenha trazido conseqüências ambientais significativas, tendo em vista a condição de elevada suscetibilidade do meio físico à erosão.

Na verdade, a existência ainda de cobertura florestal nessa região deve-se às condições de relevo montanhoso, extremamente íngreme e rochoso, absolutamente impróprio ao uso agropecuário, aliadas ao caráter de lazer e turismo que se estabeleceu na Região Serrana. Na medida em que o relevo torna-se menos acidentado, verifica-se diminuição da cobertura florestal.

A agricultura como a pecuária ocupam preferencialmente os fundos de vale, às margens dos cursos d’água e, portanto, às custas da exclusão de matas ciliares. Como essas áreas de relevo mais suave são poucas, a agropecuária vai se expandindo para as encostas, também tomando o lugar das florestas. O resultado é o aumento dos processos de erosão das encostas e de assoreamento dos rios desprotegidos.

EROSÃO NA REGIÃO
Os condicionantes do meio físico determinam para  a região uma suscetibilidade à erosão extremamente elevada quando a cobertura florestal é retirada.

Em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, apesar da grande extensão de cobertura florestal ainda existente, observa-se que o crescimento urbano nesses municípios vem acarretando processos acelerados de erosão, associados à ocupação inadequada de encostas.

Petrópolis, que apresentou um rápido crescimento na década de 1980, já sofreu graves impactos sócio-ambientais com a ação das intensas chuvas de verão. Em fevereiro de 1988, ano de alta pluviosidade na região, houve 170 mortes e mais de 3.800 desabrigados em Petrópolis, com deslizamentos de terra das encostas e enchentes no rio Piabanha e afluentes.

Ocupações irregulares podem, não raro, estar associadas também a irregularidades político-administrativas, tais como o interesse eleitoreiro no estímulo à ocupação, que faz "vista grossa" ao não cumprimento das normas de ocupação e uso do solo e ainda facilita a ocupação com abertura de ruas e fornecimento de luz e água. Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro – Hidrologia

Os fatores que concorreram para o desastre conforme a analise anterior são antigos e vem desde a época da colonização, agravada pelo crescimento das principais cidades da região
  • Agricultura sem preocupação coma conservação do solo
  • Desmatamento das florestas existentes deixando o solo exposto a erosão
  • Desmatamento das matas ciliares que servem de proteção aos rios
  • Assoreamento dos rios devido a erosão
  • Região com elevado índice pluviométricos
  • Crescimento desordenado das cidades,
  • Topografia excessivamente acidentada, com numerosos rios, propiciando a formação de tromba d´água  ou cabeça d´água. . Este fenômeno acontece em rios de montanha na época de muitas chuvas. Consiste em um aumento momentâneo e violento do nível de água por conta de uma chuva intensa. Pode ficar ainda mais violento se houver um aumento grande da água de um rio e  romper com uma obstrução natural,  formada por árvores caídas, pedras e terra.  Seria uma avalanche de lama. Na enchente normal o rio sobe e transborda em seu caminho normal.  

Os fatores para o desastre estavam presentes, faltava apenas a chuva excessiva com elemento desencadeador, para provocar o efeito dominó, resultando numa avalanche de lama e detritos.

Balanço parcial com informações até 16 de janeiro:

Mortes
  • Em Nova Friburgo, o número de mortos saltou para 267;
  • Em Teresópolis; para 261.
  • Petrópolis agora registra 53 e
  • Sumidouro continua com 18 vitimas.

Desalojados e Desabrigados
  • Em Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
  • Teresópolis tem 960 desalojados e 1.280 desabrigados.
  • Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.

Comentário: O  plano contra catástrofe brasileiro é o plano de solidariedade e  de voluntários. Começa com o prefeito pedindo socorro ao governo estadual, pela sua vez despacha a ajuda disponível . No agravamento da situação o governo estadual pede ajuda ao Federal, que por sua vez despacha, geralmente as Forças Armadas. Nesse espaço de tempo forma a rede de solidariedade, de donativos e alimentos. Esse é o plano brasileiro, sem cabeça.

O governo não assimilou o que houve de errado no passado e sugerir em regiões  com riscos de natureza, acidentes similares podem  ser prevenidos no futuro. Infelizmente as tragédias acontecem, os acidentes se repetem após um período. Após um breve período  de consternação, as pessoas esquecem e as lições são esquecidas.

O país ainda não aprendeu com as recentes tragédias da necessidade de um plano de emergência.

Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia  e outro  que pretende durante a tragédia elaborar um plano com voluntários.

Vídeo:



Vídeo(1)


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Enchentes: Caos na região metropolitana de São Paulo



Passo a passo do cenário de inundação na região metropolitana de São Paulo 


A maior metrópole brasileira amanheceu na terça-feira, parada e submersa. De manhã, já haviam sido registrados 125 pontos de alagamento

A forte tempestade que caiu no Estado de São Paulo entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira, deixou 14 pessoas mortas:

■ 5 em São José dos Campos, 3 em Mauá, 3 na capital, 1 em Embu, 1 em Mogi das Cruzes e outra em Iperó, que até a noite não havia sido contabilizada oficialmente pelos bombeiros.

 1-A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil emitiu, a partir das 21h15 de segunda-feira (10JAN11), aos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Defesa Civil, Boletim Meteorológico Extra para São Paulo e Grande São Paulo (nº 035) informando que áreas de instabilidade deslocam-se do interior e do litoral em direção à Capital e Região Metropolitana do Estado de São Paulo acarretando em chuvas fortes de curta duração.

2-CAPITAL- O Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Cidade de São Paulo colocou a Marginal Tietê e as zonas norte e leste da Capital em estado de atenção às 21h40 de segunda-feira (10JAN11). As outras áreas da Capital e a Marginal Pinheiros entraram em atenção às 22h10.

O Rio Cabuçu de Baixo, na zona norte de São Paulo e os córregos Morro do S, na zona sul e Jaguaré, na zona oeste transbordaram.

Por volta das 00h00 de terça-feira (11JAN10), transbordamento do córrego Limão.

Os Rios Tietê e Pinheiros transbordaram no início da madrugada.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou até o início da madrugada de  (11JAN11) sessenta e nove pontos de alagamento sobre vias da cidade, sendo trinta e oito intransitáveis. Os túneis Max Feffer na região de Pinheiros, Fernando Vieira de Mello na região do Butantã e Anhangabaú na região Central foram fechados devido aos alagamentos.

2- MAUÁ - Por volta das 22h30 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e deslizamentos de terra.

3- GUARULHOS - Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e queda de muros.

4-MOGI DAS CRUZES- Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou pontos de alagamentos e desl.izamentos de terra.

5- ITAQUAQUECETUBA - Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou o transbordamento do rio Tietê e a inundação nos bairros  adjacentes às margens do rio e localizados nas áreas de várzea.

6 – GUARAREMA- Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou o transbordamento do córrego Ipiranga, atingindo vários bairros ribeirinhos ao córrego.

7 - FRANCO DA ROCHA - As constantes chuvas dos últimos dias culminaram na terça,

(11/01/2011) com o transbordamento do Rio Juqueri ocasionando inundações nos bairros adjacentes ao rio.

8- EMBU - Por volta das 23h50 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e deslizamento de terra.

9 – OSASCO – Na segunda-feira (10JAN11), por volta das 21h30, na Avenida Presidente Médici, s/nº, Jardim Mutinga, Osasco, devido à forte chuva, aproximadamente vinte pessoas se concentraram na via pública e atearam fogo em móveis que haviam sido atingidos pela inundação. Equipes do 42º BPM/M fizeram a contenção das pessoas que após as chamas debeladas, se dispersaram. Não houve confronto e feridos. FONTES: COBOM, COMDEC, CET e AES Eletropaulo.

Comentário: O problema das cheias é antigo e ocorre sempre a partir do aumento da intensidade das chuvas de verão, que ocorrem em seu ponto máximo durante os meses de janeiro e fevereiro, podendo ocorrer em dezembro quando as chuvas se adiantam ou março, quando elas se atrasam.

Na realidade o problema é agravado  por causa do adensamento da cidade, isto é, a verticalização da cidade, impermeabilização da superfície urbana,  ocupação de encostas e falta de políticas públicas.

Já no século passado as enchentes ocorriam e causavam problemas na cidade.. A várzea do Carmo, bem como todo o rio Tamanduateí, constituem um problema para a cidade desde 1824.

Transcrevo a ata  Conselho Geral da Província de 27 de outubro de 1824 "resolveu que se expedisse ordem a dita câmara para mandar encanar o mesmo rio pelo seu leito natural, desde o primeiro  logar  em que se desviaram as suas águas, levantando-se nos canais açudes fortes de faxina e torrões compactos á pilão, com o que não se fará grande despesa e podem as suas rendas sem dependência da subscripção que propõe, devendo tratar com preferencia desta obra, que tanto interessa ao publico" (1).

Nota-se que naquela época  já queria retificar o rio e construir barragens.

Em 1887 houve a grande cheia do rio, como relata o artigo da época

No vale do Tamanduateí, na noite de 3 de janeiro de 1887, e no vale do Tietê durante os dias 6 e 7 seguintes, foi observada a maior enchente de que se tem notícia até então. No arquivo histórico da Seção de Biblioteca/Mapoteca do Serviço de Comunicações Técnico Científicas  do Instituto Geológico, encontra-se uma cópia manuscrita do relatório "Sobre o movimento das águas observadas no valle do Tieté e Tamanduatehy durante a enchente de janeiro de 1887".

"Ficou assim consignado que a diferença entre o nivel da maior enchente 8.m680 e o nivel de estiagem 4.680 foi de m: 4.m,tendo as aguas subido 2.m acima do solo da varzea nos pontos mais deprimidos em proximidade a ponte grande". (rio Tietê - pág.2).

Os jornais da época registraram os seguintes comentários:

Tratou disto o Diario Popular dos dias 3, 4, 5 e 10 e o Correio Paulistano do dia 6. Em resumo ficou registrado que esta enchente foi geral em todos os vales cujos rios correm em direcção de Oeste para Este, como os rios Tieté, Atibaia, Sorocaba, Piracicaba, Mogy-guassu etc, e foi inferior para os rios que correm em direcção oposta, como se deu no rio Parnahyba. O agro Tieteense no circuito de São Paulo ficou innundado em uma superfície de cerca de 60 kil. quadrados tendo o nivel das aguas na ponte grande superado de 0.27 o nível da grande enchente de 1868 e coberto as varzeas com uma altura media de 2,m de agua:'. (pág. 25). Fonte: Rev. IG, São Paulo, 5(112):55-58, jan./dez. 1984

Fico imaginando  uma enchente desse tipo, agora, na cidade. Seria uma catástrofe.

Existe um estudo de uma equipe multidisciplinar sobre a região   metropolitana de São Paulo para o ano de 2030, que diz: Projeções indicam que, caso siga o padrão histórico de expansão, a mancha urbana da Região Metropolitana de São Paulo será o dobro da atual em 2030, aumentando os riscos de enchentes, inundações e deslizamentos na região, atingindo cada vez mais a população como um todo e, sobretudo, os mais pobres. Isso acontece porque essa expansão deverá se dar principalmente na periferia, em loteamentos e construções irregulares, e em áreas frágeis, como várzeas e terrenos instáveis, com grande pressão sobre os recursos naturais. Fonte: RMSP e as vulnerabilidades às mudanças climáticas-INPE

Finalmente, a natureza é implacável quando exige a retomada de seu espaço territorial

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Campanha de Prevenção de Acidentes de Trânsito na Austrália

Em 1986, o Estado de Vitória criou a Comissão de Acidentes de Transporte, conhecida como TAC-Transport Accident Commission, para desenvolver ações e campanhas voltadas à educação no trânsito, seguro, reabilitação, hospitais especializados para vítimas, etc.

As campanhas da TAC têm por costume chocar a população com campanhas realistas, as quais retratam fielmente as cenas que envolvem os acidentes de trânsito, como, por exemplo, a direção sob efeito de álcool e drogas, e suas graves conseqüências para a vida cotidiana das pessoas envolvidas.

A estratégia vem funcionando, desde a sua primeira campanha em 1989, pois os índices de acidentes de trânsitos foram gradualmente reduzindo.

Após 20 anos e várias ações conjuntas, a TAC desenvolveu a campanha Everybody Hurts, de aniversário, revelando uma montagem de todas as campanhas passadas.

A retrospectiva do vídeo nos mostra em quase seis minutos cenas tristes e emocionantes que retratam varias situações já ocorridas na vida real. De acordo com a TAC “a campanha é uma oportunidade de relembrar imagens de nossa memórias e recordar as milhares pessoas que foram afetadas por acidentes de trânsitos e para jamais esquecer, “dirija com segurança“.


Comentário: Em 2006, no Brasil teve a repercussão a  tragédia   da Lagoa, Rio de Janeiro, cinco jovens morreram, devido ao excesso de velocidade do carro, bebida alcoólica.


Um dos pais disse três anos depois:

Eu e Vitoria perdemos uma filha de dezessete anos, que estava de carona no carro potente do jovem namorado que dirigia em alta velocidade e alcoolizado. Nem o uso do cinto de segurança a salvou. A "Tragédia da Lagoa", como esse triste fato ficou conhecido, matou os cinco jovens que estavam no carro. Não há como lidar com uma perda dessa dimensão e a morte de nossa filha é um divisor de águas em nossa vida. Transcorridos três anos, o tempo não amenizou a enorme angústia que sentimos, pois não há presença mais forte do que a ausência de uma filha que partiu antes de nós. É pura ilusão pensar que isso acontece somente com o vizinho ou com um colega do trabalho.

O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) sobre o acidente que deixou cinco jovens mortos na Lagoa , confirmou que o carro trafegava em uma velocidade superior a 100km/h. Na avenida, o limite de velocidade é de 70km/h.


O laudo do Instituto Médico-Legal, revelou que quatro dos cinco jovens estavam embriagados. O resultado do teste de alcoolemia, feito pelo Laboratório de Toxicologia do IML, revelou que IRG, de 18 anos, o motorista do Honda Civic, tinha uma concentração de álcool no sangue de 1,39g/L (grama por litro). Dos cinco jovens, só ACRP, de 17 anos, namorada do motorista, não bebeu. Seu exame deu zero.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a pessoa com índice acima de 0,6g/L já é considerada incapaz de dirigir, ou seja, está em estado de embriaguez. O exame revelou que FTAV, de 22 anos, tinha 1,97g/L de álcool no sangue; MBR, de 16, 0,78g/L; e JKC, de 17, 0,69g/L.

Aos intérpretes jovens e adultos que acham que são os cavaleiros de aço da sociedade moderna. A vida não é virtual, mas sim real e feita de carne e osso. Eles acham que têm  ganhos de vida como fosse um jogo de game.
Montados em seus cavalos reluzentes e escondidos atrás dos vidros escurecidos de suas armaduras, esses novos cavaleiros do apocalipse se sentem senhores da vida e da morte.  Desafiam o destino e superestimam a habilidade de dirigir veículos em alta velocidade, alimentados pelo álcool ou droga.

sábado, 23 de outubro de 2010

Crocodilo clandestino causou queda de avião

aviao-Crocodilo-.jpg Um avião de médio porte colidiu com uma casa, matando o piloto  e outras 19 pessoas depois que um crocodilo transportado clandestinamente na aeronave escapou de um saco esportivo.

 O avião caiu apesar de apresentar nenhum problema mecânico aparente durante um vôo interno na República Democrática do Congo .

O problema foi esclarecido agora, o acidente foi causado pelo réptil escondido que escapou  e causou pânico na cabine, pois a aeronave desequilibrou-se. O único sobrevivente da colisão relatou o fato bizarro aos investigadores.

O avião estava em um vôo de rotina da capital, Kinshasa, para o aeroporto regional em Bandundu quando o incidente se desenrolou,  no dia 25 de agosto.

Segundo o relatório do inquérito e do testemunho do único sobrevivente, o acidente aconteceu por causa do pânico provocada pela fuga do crocodilo que estava escondido em um saco de esportivo.

Um dos passageiros escondeu o animal, que pretendia vender, em um grande saco esportivo, mas o réptil fugiu quando o avião começou os preparativos de descida em Bandundu.

O relatório do incidente, disse: "A aeromoça aterrorizada correu para a cabine do piloto, seguido pelos passageiros." O avião então teria ficado sobrecarregado de um lado, apesar dos "esforços desesperados" do piloto de impedir a concentração de pessoas  O piloto e o co-piloto lutaram em vão com os controles.

A aeronave colidiu com casa a poucas centenas de metros do seu destino.  Os ocupantes do imóvel estavam fora no momento. O crocodilo sobreviveu ao acidente, mas foi morto com um golpe de facão.

A aeronave era um L-410 Turbolet, de produção tcheca.,  para  transporte a curta distância e utilizado principalmente para transporte de passageiros. Fonte: Telegraph, 21 de outubro de 2010

Comentário: Lembra o filme de terror e suspense, Serpentes a Bordo (Snakes on a Plane). Centenas de serpentes venenosas foram soltas no interior do avião, provocando pânico entre os passageiros e a  tripulação.

domingo, 17 de outubro de 2010

Los 33-Lições do mundo subterrâneo

Luis Urzúa Iribarren, o último mineiro a ser resgatado, teve papel fundamental na sobrevivência de seus 32 companheiros

Desafios cruzaram o caminho do chileno Luis Urzúa Iribarren, 54 anos, muito antes de ele ficar soterrado a cerca de 700 metros de profundidade com outros 32 mineiros em Copiapó. Foram mudanças drásticas impostas pelo destino, que ajudaram a construir um homem de espírito forte e de comando. – Luis teve que assumir responsabilidades muito cedo – destacou a mãe, Nelly Iribarren, 78 anos, em entrevista ao jornal chileno Las Últimas Notícias.

Era uma referência ao episódio que marcou a vida de Urzúa aos 17 anos. A morte do padrasto – responsável por sua formação –, o obrigou a assumir a condição de chefe de família, ajudando na criação dos cinco irmãos mais novos. Como o pai também já tinha morrido, se tornou “o homem da casa”.

Por isso, antes mesmo do primeiro bilhete chegar à superfície, indicando que os homens confinados na mina San José estavam vivos, não foi difícil para Nelly imaginar o filho dando ordens, racionando comida e distribuindo tarefas, por que “ele é assim: mandão e organizado”. Os conhecimentos de resgate subterrâneo e de primeiros socorros, além dos 31 anos de experiência em mineração, também fizeram familiares acreditar que Urzúa buscaria uma forma de tirar os colegas do subterrâneo.

Nascido na cidade de Vallenar e topógrafo de formação, o mineiro foi descrito pelas autoridades chilenas e por integrantes da agência espacial americana, a Nasa, como um líder natural, sem o qual o resgate não teria acontecido. Especialista no tema, o conferencista, coach e escritor brasileiro Marco Fabossi – autor do livro Coração de Líder, concorda:

– O papel do líder é justamente ajudar a concentrar e convergir todo o trabalho para o resultado. Nesse caso, a liderança foi um fator que contribuiu muito para que as coisas terminassem como terminaram.

Na condição de responsável pelo grupo, ele fez todos acreditarem que eram capazes de, coletivamente, vencer os obstáculos, avalia Paulo Roberto Motta, professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.

Casado e pai de um filho, Urzúa estava na condição de chefe de turno quando o acidente ocorreu. Foi o primeiro a falar com o exterior quando a sonda de comunicação chegou.

– Estamos bem, esperando que nos resgatem – disse ao ministro de Mineração chileno, Laurence Golborne.

Não foi apenas por causa da função que exercia que o topógrafo se transformou em líder do grupo. Foram as atitudes frente à situação adversa que o alçaram a essa condição:

– O cargo é uma posição, a liderança é um processo de interação – explica o professor da FGV.

Com os relatos da experiência emergindo à medida que os resgatados começaram a dar entrevistas, sabe-se agora que houve momentos de tensão. Urzúa apresentou o que considera o seu antídoto para as discordâncias: a democracia.

Do mundo subterrâneo, é uma lição referendada pelo mundo real. Marco Fabossi afirma que “a unanimidade nunca vai acontecer”. Segundo ele, exemplos positivos dados pelo líder e a conversa de uma forma clara e direta – o chamado feedback do mundo corporativo – são ferramentas capazes de ajudar a dissolver possíveis conflitos – aqui e lá. Fonte: Diário Catarinense - 17 de outubro de 2010 


sábado, 16 de outubro de 2010

Quién es el socorrista que primero vio a los mineros

bligo-MinaSanJoseRecatista.jpgManuel González bajó primero, por voluntad propia, a los túneles en los que habían quedado sepultados 33 mineros desde el 5 de agosto. Salió de último.

Fue la primera persona que vieron los 33 mineros después de 70 días de encierro. Manuel González, de profesión socorrista, bajó por propia voluntad a esos túneles que se convirtieron en infierno subterráneo para el grupo de obreros sepultados en un derrumbe en el norte de Chile, el pasado 5 de agosto.

Pasó allí 26 horas, trabajando en un turno extenso y sin opción de descanso. Cargado de adrenalina, instruido sobre cada paso necesario para garantizar el éxito del Operativo San Lorenzo.

Sebastián Piñera, el hombre más felicitado del mundo"Misión cumplida""Manolo", como lo llaman, fue el primer rescatista en bajar a la mina para asistir en el ascenso en la cápsula Fénix. Y fue el último en salir.

Su viaje de descenso se inició con una ovación, que marcó la puesta en marcha del operativo de rescate minero más grande de la historia. Pero fue su viaje de regreso el que quedará en la historia: el último recorrido en la Fénix, el fin de la pesadilla, el disparador de la euforia de un país entero que ya tenía a "los 33" de vuelta en la superficie.

La imagen de González abandonando el refugio, captada por una cámara subterránea, resultó estremecedora: con una reverencia, se metió en la cápsula que, como un gusano metálico, desapareció por el hoyo en la pared. El taller se vio entonces como un paisaje lunar, rocoso y desértico, donde ya nada quedaba por hacer.

Julio Verne

La cara de González se ha convertido en otro de los símbolos de este rescate. En las redes sociales, alguien escribió: "El nombre artístico de Julio Verne es Manuel González".

Él lo agradece, pero dice que en la épica de la mina San José los únicos héroes son los 33 mineros. Asegura que todos sus compañeros estaban en condiciones de hacerlo, pero lo eligieron a él y eso es "un honor" para un socorrista de ley.

Para la tarea entrenó durante una semana. Un régimen de ejercicios, dieta y prácticas circulando dentro de un tubo, similar a los que se usaron para hacer el encamisado del túnel.

Su viaje en la cápsula Fénix 2 fue una apuesta de riesgo, sólo apta para valientes. Era la primera vez que el dispositivo hacía un descenso tripulado hasta las entrañas de la mina y todo podía salir mal. Sus compañeros le sugirieron que pensara en una playa, mientras bajaba con la pared metálica a escasos centímetros de la cara.

"Cuando llegue abajo, me emocione. Quería desahogarme con ellos, lo único que quería era bajar y ver que estaban bien", dice.

Lo recibieron con abrazos de torsos desnudos y le impresionó verlos "en puros shorts". Pasó 26 horas a 40 grados de temperatura.

"Imagínense lo que es vivir así 70 días ", dice González.

Cada vez más rápido

A los hombres los encontró con una ansiedad controlada. Eufóricos de a ratos, pero muy organizados.

"No estaban todos junto a la cápsula, sino por grupos, listos con sus uniformes puestos y los elementos que les exigían en la parte medica para emprender la salida", relató el hombre, de 46 años y padre de dos hijos.

Con 20 años de experiencia en minería y 12 como socorrista en la empresa estatal del cobre, Codelco, González sabía qué hacer. Él y sus otros 4 compañeros tenían funciones repartidas, que cumplieron cada vez más aceitadamente, lo que en parte hizo posible reducir el tiempo de ascenso de casi media hora al principio del operativo, a menos de la mitad sobre el final.

Los técnicos mineros se encargaban de revisar la parte mecánica y la infraestructura de la jaula, mientras sus colegas de la Armada cubrían la parte médica. Luego, todos se unían en la instancia final: la de dar aliento al viajero que iniciaba el camino a la superficie.

Dentro y fuera de la cápsula hubo cantos y gritos de apoyo, como una forma de combatir el miedo por los minutos que duró el trayecto de 622 metros –equivalente a un edificio de unos 200 pisos- en un estrechísimo ascensor.

Denuncia

Su descenso bastó para confirmar lo que muchos trabajadores del establecimiento, en manos de la empresa San Antonio, ya habían denunciado: pésimas condiciones de seguridad.

"Esta mina no contaba con los elementos más básicos. Trabajar un turno de doce horas con esa temperatura, ningún ser humano lo soporta", reclama el socorrista.

El yacimiento de San José tiene, ciertamente, un triste historial de accidentes, así como una clausura seguida de una reapertura con presuntas irregularidades en los permisos, que aún debe ser investigada.

"Es inhumano, no se puede trabajar ahí", recalca el experto, que proviene de El Teniente, la mina subterránea más grande del mundo.

Así se lo dijo al presidente Sebastián Piñera. Al igual que el jefe minero, Luis Urzúa, recibió del mandatario una promesa: que los controles se ajustarán para evitar episodios trágicos de aquí en adelante.

Sus compañeros de equipo también reclamaron de cara al futuro: pidieron más financiamiento e infraestructura para los cuerpos de salvataje, para que cada área de un país minero como Chile tenga un equipo de emergencias de alta jerarquía.

De vuelta al sol

Cuando se fueron todos, primero los 33 y luego los otros asistentes, González se quedó solo. Debía cumplir con la consigna de su labor: en un rescate, el que baja primero, sube último.

Para matar la espera, de unos 20 minutos, el hombre se puso a leer un libro de oratoria, de los que las autoridades habían mandando a los mineros durante el encierro.

"Estaba contento pero cansado, quería llegar arriba", recuerda.

La cápsula Fénix cumplió con él su último viaje antes de convertirse en pieza de museo. Fue a las 0:21, hora de Chile, y diez minutos lo llevaron de regreso a la superficie y a su casa.

Ahora, dice que los 33 mineros tienen con él una deuda: uno de ellos ofreció un novillito para el asado, "y más vale que tendrá que cumplir". Fuente: Semana - Viernes 15 Octubre 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Odisséia dos mineiros chegou ao final

 


bligo-MinaSanJose.jpg


É incrível a capacidade humana diante de um desastre, ela consegue renascer das cinzas, como se fosse uma Fênix,  usando a tecnologia mais moderna para fazer um gesto de humanidade, para resgatar os mineiros que ficaram presos na mina a uma profundidade de quase 700 metros. Não mediram esforços econômicos e tecnológicos,  com três perfuratrizes, cada uma delas com características   distintas tentando chegar ao local.  


A perfuratriz T-130 chegou ao local de resgate e o mundo parou para assistir o resgate. O gerenciamento da emergência foi perfeito, envolvendo profissionais de diversos países que ajudaram a criar o procedimento de emergência necessário de pré-resgate e pós-resgate. Quando a tecnologia  é utilizada em beneficio do ser humano notamos a capacidade inventiva do ser humano, pois vemos em detalhe o local do desastre, a cápsula percorrendo o poço de resgate, etc.


Foi um resgate notável envolvendo profissionais de diversos países, com a responsabilidade de gestão de emergência dos especialistas chilenos. Saiu tudo perfeito. Parece-me que a mão invisível de Deus ajudou, nada de imprevisto.


bligo-MinaSanJose1.jpgÉ através do desastre vemos que as diferenças ideológicas das Nações são deixadas de lado,  se unem através de esforços  para a operação de resgate. Seria ideal se esses esforços fossem direcionados também para acabar coma fome do mundo. Talvez a esperança que move a humanidade algum dia chegaremos lá.


Desse desastre podemos tirar uma lição,  o que move o ser humano é a cidadania, fé, patriotismo e valorização da vida e família.


Foi a vitoria dos mineiros pela resistência, perseverança


Foi a vitória da tecnologia e do conhecimento


Foi a vitória da solidariedade


Começou “Estamos bien en el refugio. Ahora llegamos bien en la superficie.


 “A coisa mais autêntica sobre nós é nossa capacidade de criar, de superar, de suportar, de transformar, de amar e de sermos gratos até mesmo no nosso sofrimento.” Ben Okri

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Resgate dos mineiros soterrados deve começar na quarta-feira

O ministro chileno da Mineração, Laurence Golborne, estimou que a operação de resgate dos 33 mineiros presos na mina de San José, no Chile, deva durar até 48 horas. Neste domingo (10), a equipe que trabalha na perfuração do acesso ao local onde estão os trabalhadores começou o trabalho de revestimento do duto de 622 metros.


Inicialmente, a estimativa é que os trabalhadores da mina comecem a ser retirados na parte da tarde da quarta-feira (13). Mas o ministro disse que, dependendo das condições do duto depois do revestimento, é possível começar o resgate na manhã de quarta. O revestimento é feito com uma espécie de material metálico para dar estabilidade ao túnel e não haver desmoronamentos.


Especialistas iniciaram uma operação para reforçar com uma camada de metal os primeiros 96 metros do túnel pelo qual os mineiros devem ser resgatados


Os mineiros estão soterrados na mina desde o dia 5 de agosto. Leia algumas curiosidades a respeito do caso:


- Entre os 33 mineiros soterrados na Mina San José, no Chile, o mais jovem deles é Jimmy Sánchez, de 19 anos.


- Os mineiros usarão um traje especial ao sair de dentro da mina. A roupa será verde, com cinco faixas refletoras, e feita sob medida para cada um. O traje é impermeável. Além da roupa, os mineiros usarão tênis e óculos especiais, que bloqueiam os raios UV.


- Os mineiros fizeram curso de oratória para poder dar entrevistas à imprensa quando saírem. O curso foi feito por videoconferência.


- US$ 15 milhões é o valor que a empresa Codelco deve gastar, no total, com o resgate dos mineiros.


- US$ 18 mil é o custo diário cobrado pela empresa Geotec, responsável pelos resgates.


- Além dos 33 mineiros presos, outros 300 trabalhavam na mina San José antes do desastre.


- 53 centímetros é o diâmetro da cápsula em que os mineiros entrarão para voltar à superfície.


- 16% é a porcentagem de chilenos que respondeu o nome de Laurence Golborne, ministro de Mineração, quando questionados sobre quais os políticos do país com mais futuro. Golborne vem ganhando projeção com o resgate dos mineiros e já é cotado pela imprensa como um dos possíveis candidatos nas próximas eleições presidenciais.


Fonte: UOL Noticias - 11/10/2010 - 07h05


Comentário: O governo atual do Chile não titubeou para tomar uma decisão para salvar os mineiros. Assumiu o resgate que deveria ser da responsabilidade da empresa e procurou especialistas para executar a operação de salvamento. . A primeira etapa da operação foi um sucesso. Agora é esperar a retirada dos mineiros do local que pode apresentar outro risco.


Analisou todos os cenários possíveis para execução  da operação (três planos em execução), sobrevivência dos mineiros,  estados psicológicos, etc. Ao contrário  do governo anterior, no caso do terremoto, demorou para tomar uma decisão, que era de sua.responsabilidade.


Sun Tzu disse sobre a liderança: Apóie sua estratégia com pronta ação, determinando rapidamente quais os ataques estão tendo sucesso e quais estão fracassando. Reforce o sucesso e sufoque o fracasso. 

sábado, 9 de outubro de 2010

Perfuradora alcança mineiros soterrados no Chile

Sob expectativa crescente dos familiares, do governo chileno e de uma orla de jornalistas de todo o mundo, a perfuradora T-130 alcançou na manhã deste sábado o local onde os 33 mineiros estão soterrados desde 5 de agosto, na mina de San José, em Copiapó, norte do Chile. A notícia foi anunciada a todos os presentes com uma sirene que causou correria até o local do Plano B, que terminou assim seus 624 metros de túnel.


O resgate, contudo, deve acontecer somente na terça-feira (12), segundo estimativas do governo chileno. Após escavar o poço, as equipes de resgate devem passar uma câmera para avaliar a segurança das paredes do túnel. Se elas forem uniformes e fortes o suficiente, vão preparar o túnel para a passagem da cápsula que trará, um a um, os mineiros isolados.


"Isso é muito forte, é um grande sentimento. Eu posso imaginar o que meu irmão deve estar sentindo lá dentro", disse à agência AFP Gastão Henrique, irmão de um dos mineiros, que espera por ele fora do site.


"Estamos muito felizes, porque nestes dois meses temos sofrido muito. Aguardamos agora que saiam logo para podermos abraçá-los e trazê-los para casa", disse Wilson Avalos, que tem dois irmãos enterrados na mina San José.


A grande dúvida no momento é se o túnel será ou não protegido com placas de aço, uma garantia para que as paredes não desmoronem durante o resgate. O processo pode atrasar por no mínimo cinco dias o resgate.


Segundo o ministro de Mineração, Laurence Golborne, as placas de aço suficientes para cobrir todo o túnel pesariam mais de 150 toneladas --o que poderia causar um colapso na instável mina e atrasar muito mais o resgate. "E esta estrutura pode ser colocada em uma posição que bloqueie a passagem da Phoenix [cápsula de resgate]. Não é uma decisão fácil".


Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, afirmou apenas a primeira parte do túnel aberto pela T-130 será protegido, o equivalente aos primeiros cem a 200 metros.


"A última parte (do túnel), que provavelmente será em rocha maciça, sem proteção, precisa ser muito bem polida. É o que está planejado até hoje, o mais viável", disse Mañalich, acrescentando que a próxima terça-feira é a data provável para o início do resgate. O ministro também pediu paciência aos chilenos, enquanto o complicado processo de perfuração e resgate é realizado.


Quando o túnel de resgate estiver pronto, uma cápsula de aço, projetada pela Marinha chilena e construída especificamente para este propósito, será utilizada para retirar os trabalhadores da mina. A cápsula tem 54 cm de diâmetro, oxigênio para cerca de três horas e cintos para prender os mineiros e protegê-los, em caso de desmaio.


O plano é que oficiais da Marinha desçam para avaliar a situação e ajudar os mineiros a utilizar a cápsula. O processo de retirada de cada um dos homens presos deve durar uma hora.


SIRENE


Do lado de fora da mina, os familiares do acampamento Esperança, montado para pressionar as autoridades no resgate dos mineiros, passaram uma noite de ansiedade a espera da sirene. Quando ela tocou, muitos correram eufóricos até o local.


Os chilenos --e todo o mundo-- foram cativados pelo drama dos mineiros, que passaram 17 dias sem que se soubesse nem ao menos se estavam vivos. O resgate se tornou uma questão de prioridade nacional.


Mas até o resgate, as equipes têm uma decisão difícil a fazer: a ordem dos mineiros resgatados. Entre as famílias dos mineiros, vários defendem que o primeiro deve ser o mais velho, Mario Gomez, o homem que mandou o bilhete "Estamos todos bem no refúgio, os 33".


Mas o governo não está disposto a seguir esse critério. Segundo o ministro Golborne, que lidera as equipes de resgate, o primeiro deverá ser alguém que reúna saber técnico em geologia com força física. Com vários dedos amputados em decorrência de acidentes com explosivos, é quase certo que Mário Gomez seja descartado como "primeiro homem".


Os mineiros devem ser divididos em três grupos: o primeiro será o dos técnicos mais capazes (e saudáveis). Resolvidos os problemas que eventualmente surjam, devem começar a subir os que mais necessitem de cuidados médicos imediatos. Por fim, irão os demais.


Fonte:Folha.com - 09/10/2010 - 09h03


Comentário: A parte mais difícil será agora,  a descida da cápsula e a estabilidade das paredes laterais do túnel.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Situação de mineiros é mais parecida com a de soldados

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A situação dos 33 trabalhadores bloqueados desde o dia 5 a 700 metros de profundidade em uma mina no norte Chile se assemelha mais à de soldados em uma missão de guerra do que à de astronautas ou tripulantes de um submarino, afirmaram especialistas.

"[Astronautas, marinheiros e pesquisadores polares] são voluntários", explicou o psicólogo e pesquisador sobre isolamento Lawrence Palinkas, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), em entrevista ao site do Discovery Channel. "Eles sabem que seu isolamento vai acabar. Esses mineiros não estão seguros disso", contrapôs.

No caso das missões simuladas dos astronautas, o fato de que os participantes tem conhecimento de que podem interromper a atividade quando quiserem torna as condições muito diferentes, segundo os estudiosos.

"Quando você intensifica o nível psicológico, há miséria física, separação [das famílias], incerteza e ambiguidade sobre o futuro", explicou o coronel Tom Kolditz, da academia de West Point, do Exército norte-americano.

Por isso, a situação se assemelharia mais à de soldados em uma missão de combate prolongada. O lado positivo seria o de que estas condições psicológicas foram bastante estudadas, e há muitos precedentes aos quais olhar para ajudar os mineiros do Chile.

Segundo Kolditz, a iniciativa dos trabalhadores bloqueados de já ter nomeado seu líder é típico desses episódios, e é chamada de "liderança de emergência".

Um dos fatores mais perigosos para a moral dos operários é, pelo contrário, a situação das famílias. "Essas pessoas são todas pobres, e sabem que a companhia mineradora está à beira da falência, e isso provoca ansiedade, unida ao sentido de impotência porque não podem interferir", explicou ele.

Ainda de acordo com os especialistas, é importante que os homens instituam rotinas, como recomendou a equipe médica que os acompanha em Copiapó, onde fica a mina San José, a fim de ter "pontos firmes" que dividam os dias.

"No Vietnã, por exemplo, se requisitava aos soldados empenhados por 50-80 dias para fazer a barba todos os dias -- uma pequena coisa, mas importante quando todo o resto era incerto", acrescentou o coronel.

Nas primeiras horas da manhã de hoje, chegariam a Copiapó os quatro profissionais enviados pela Agência Espacial Norte-americana (Nasa, na sigla em inglês) para ajudar nos trabalhos de manutenção física e psicológica dos operários presos.

Ontem, a máquina Strata 950, que fará a perfuração até o ponto onde estão os 33 homens -- que ficaram bloqueados depois que um desmoronamento impediu a saída da mina -- começou suas atividades. O resgate pode levar até quatro meses, enquanto outras alternativas estão sendo estudadas pelo governo chileno. Fonte: UOL Noticias - 01/09/2010  

Comentário:Interessante, hoje, tudo mundo está voltado para o que se está passando com os mineiros chilenos na mina de San Jose. Todos estão torcendo pelo resgate tenha sucesso. Mas somente com o desastre a sociedade  fica conhecendo  o tipo de trabalho que alguns trabalhadores  fazem para que uma parte da sociedade usufrua dessa atividade econômica. É um trabalho duro, um trabalho sujo, não no sentido pejorativo, mas sim nas condições ambientais em que ele é executado.

São autênticos soldados de trincheiras  acompanhados pelas fatalidades inerentes a essa  atividade;

■ dificuldades subterrâneas devido à escuridão, calor, umidade, falta de espaço, radiação, exposição a gases (como metano), e pressão atmosférica.

■ riscos específicos do trabalho: explosivos, desabamento, incêndio, trabalho físico, ruído, vibração, poeira.

■ inalação de vapores de explosivos, motores a diesel, etc.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Odisséia dos mineiros chilenos

bligo-MinaChile.jpg

Os 33 mineiros presos há 18 dias no interior de uma mina no norte do Chile estão em perfeito estado de saúde, "com muita fome" e desesperados por escovar os dentes, revelou nesta segunda-feira o ministro chileno da Mineração, Laurence Golborne, após conversar com o grupo por quase uma hora.

"Estão bem, não têm qualquer problema de saúde, exceto pela dor no estômago e por muita fome por razões óbvias", disse Golborne.

"Pediram comida, escovas de dentes e algo para os olhos", devido à poeira.

Equipes médicas entraram em contato com o grupo por um sistema de comunicação enviado através do duto aberto até o ponto sob a terra, com o qual se estabeleceu a primeira comunicação no domingo, e foi possível constatar "o perfeito estado de saúde de todos", disse a médica Paula Newman, acrescentando que "ninguém está traumatizado".

A comunicação é bastante rudimentar, já que o sistema é baixado e suspenso, o que leva em torno de uma hora. O mesmo duto é utilizado para enviar alimentos e medicamentos.

O objetivo imediato das equipes de resgate é enviar três sondas, para o envio de comida, o estabelecimento de comunicação contínua e a ventilação do local.

Mina-SanJose3-Chile.jpg
"Têm problemas muito menores do que poderíamos esperar" após uma permanência de 18 dias a 700 metros de profundidade, submetidos a altas temperaturas e à umidade, explicou Newman, encarregada da operação de sobrevivência.

Segundo Golborne, os mineiros "estão com o moral alto" e se organizaram para sobreviver e conviver no local. "Imediatamente colocaram no telefone seu chefe de turno, que com grande clareza e controle da situação, nos manteve perfeitamente informado do que ocorria".

Durante o contato, foi feita uma lista dos mineiros presos, o relato sobre seu estado de saúde e um levantamento do suprimento de água, disse o engenheiro encarregado do resgate, André Sougarret.

Os mineiros explicaram que não estão no refúgio onde se supunha porque lá a ventilação é insuficiente, e "ficaram muito contentes" quando foram informados de que seus companheiros saíram da mina antes do desabamento, revelou Golborne.

Newman disse que o grupo já recebeu um solução com glicose a 5% e comprimidos de omeprazol, um medicamento para revestir o estômago para evitar possíveis úlceras devido à falta de alimentação.

Segundo a médica, os mineiros deverão esperar ainda um dia antes de receber alimentos sólidos.

Os engenheiros estão concluindo um levantamento topográfico para poder abrir um novo acesso à mina, e vão coordenar as ações com o grupo soterrado quando as máquinas iniciarem o trabalho.

O tempo para se chegar ao grupo, estimado em entre três e quatro meses, ainda não foi comunicado aos mineiros, que receberão tarefas diárias e serão monitorados por médicos e psicólogos.

O grupo ficou preso sob a terra no dia 5 de agosto, após um desabamento em uma mina de cobre e ouro situada 800 km ao norte de Santiago.  Fonte: UOL Noticias - 23/08/2010


Comentário: Parece  um filme de ficção cientifica do Julio Verne, Viagem ao Centro da Terra. Eles estão a quase 700m sob a terra,  com acesso numa extensão, tipo caracol, de quase 7 km.

Curiosidade: A temperatura da Terra aumenta com a profundidade. Medidas feitas em minas profundas e em buracos feitos por perfuratrizes, indicam que a taxa de variação de temperatura varia de local para local e fica entre 15 a 75 °C por quilômetro. Em média, a cada 35 m de profundidade a temperatura da Terra aumenta 1ºC. Essa variação é chamada de grau geotérmico.

sábado, 8 de maio de 2010

Terremoto na Onemi

Pensei que o vídeo  era uma comédia de humor negro, onde tudo deu errado. A protagonista principal, a presidenta estava representando bem o papel, quando ela encontrava as respostas, as perguntas mudavam? Todos estavam perdidos, lembrava muito o filme, “Apertem o cinto, o piloto sumiu”. Segundo Sun Tzu, o comandante que não sabe as respostas de suas perguntas, não está preparado para ser comandante. Na essência o comandante, manda, exige, demite, etc. O terremoto foi a linha Marginot chilena,  a Onemi ficou perdida.  Todos ficaram perdidos, Apertem o cinto a presidenta sumiu.

Interessante o que circula na rede social, cada um deles, indicando as razões do despreparo da Onemi e os prováveis motivos. Onde fica a responsabilidade da presidente?  Em qualquer país democrático o presidente é o Chefe de Estado, que significa  é a autoridade máxima do Poder executivo

A Constituição do Chile estabelece algumas atribuições ao presidente, tais como;

Artículo 24.- El gobierno y la administración del Estado corresponden al Presidente de la República, quien es el Jefe del Estado.Su autoridad se extiende a todo cuanto tiene por objeto la conservación del orden público en el interior y la seguridad externa de la República, de acuerdo con la Constitución y las leyes.

Artículo 32.- Son atribuciones especiales del Presidente de la República:

17º.- Disponer de las fuerzas de aire, mar y tierra, organizarlas y distribuirlas de acuerdo con las necesidades de la seguridad nacional;

Artículo 107.- El Consejo de Seguridad Nacional se reunirá cuando sea convocado por el Presidente de la República y requerirá como quórum para sesionar el de la mayoría absoluta de sus integrantes.