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quinta-feira, 17 de março de 2011

Ausência de saques após terremoto no Japão

Preparo e espírito de grupo explicam ausência de saques após terremoto
Tremor seguido de tsunami devastou a costa nordeste do Japão.
Quatro dias após o terremoto, não foram registrados episódios de violência.

O desespero, a destruição e o caos que o Japão enfrenta desde o terremoto e o tsunami que assolaram o país na última sexta-feira foram vistos também no Haiti e no Chile, ano passado. Mas, ao contrário dos países ocidentais, o Japão enfrenta a crise humanitária de uma forma mais organizada e menos violenta. Até agora, nenhum episódio de saque ou briga foi registrado no país, o contrário do que ocorreu no Haiti, que precisou da intervenção do Exército e de forças da ONU, e da cidade chilena de Concepción, que teve de decretar toque de recolher após quase todas as lojas da cidade terem sido roubadas.

A explicação para isso, segundo estudiosos de Japão está num conjunto de aspectos históricos, sociais, políticos e até religiosos, além do enorme preparo que o país tem para lidar com esse tipo de catástrofe. "É aquele lugar comum de dizer que os japoneses são educados para trabalhar em grupo. É uma ênfase diferente do que acontece no Ocidente de modo geral. No Japão, desde pequenos, eles aprendem a trabalhar em grupo. Essa característica é um fator que conta bastante. Depois, tem o fato de pensar na coletividade", explica Ronan Alves Pereira, professor de estudos japoneses da Universidade de Brasília (UnB).

"Há uma orientação a não se apropriar das coisas dos outros. Não quer dizer que não exista, mas os índices de roubo e criminalidade são muito mais baixos do que em muitos países ocidentais. Também adicionaria o componente político-administrativo. Como o país sempre foi vítima de grandes tragédias, sempre houve uma orientação da parte do governo de preparar a população para catástrofes assim. [...] Por último, eu apontaria o fator tecnologia e desenvolvimento econômico. Em um lugar como o Haiti não há preparação. O nível do investimento publico não chega nem de longe ao nível do investimento no Japão, com construções mais resistentes inclusive."

O professor viveu cinco anos no Japão e no segundo dia que estava no país vivenciou um terremoto. Ele conta que acompanhou o fluxo para fora do prédio e ficou observando atento como os japoneses se comportavam. No momento, a UnB tem vários estudantes brasileiros morando no Japão, e, segundo Ronan, todos estão bem após o tremor.

Confiança

O psicólogo e professor de japonês Marcos Hiroyuki Suguiura acredita que além do preparo para catástrofes, os japoneses são "educados para ter um comportamento social. Muito do que eles fazem é movido pela ideia de ‘vai ser bom pra mim, mas também para os outros’. O mais forte acho que é essa característica de pensar no outro, mesmo que possa fazer mal para si num primeiro momento."

Outro ponto importante, segundo Marcos, é a confiança de que a ajuda virá do governo. "Eles sabem que a ajuda vai vir da sociedade, que tem alguém olhando por eles, então eles confiam e esperam." Fonte: G1, em São Paulo-15/03/2011

Comentário: O que predomina no Japão é a formação familiar e a educação. Não existe o mais ou menos certo, isto é, o jeitinho brasileiro, que todo mundo admira, mas desestrutura o país quanto às leis, educação, etc. Aqui tudo termina em pizza.

sábado, 8 de maio de 2010

Terremoto na Onemi

Pensei que o vídeo  era uma comédia de humor negro, onde tudo deu errado. A protagonista principal, a presidenta estava representando bem o papel, quando ela encontrava as respostas, as perguntas mudavam? Todos estavam perdidos, lembrava muito o filme, “Apertem o cinto, o piloto sumiu”. Segundo Sun Tzu, o comandante que não sabe as respostas de suas perguntas, não está preparado para ser comandante. Na essência o comandante, manda, exige, demite, etc. O terremoto foi a linha Marginot chilena,  a Onemi ficou perdida.  Todos ficaram perdidos, Apertem o cinto a presidenta sumiu.

Interessante o que circula na rede social, cada um deles, indicando as razões do despreparo da Onemi e os prováveis motivos. Onde fica a responsabilidade da presidente?  Em qualquer país democrático o presidente é o Chefe de Estado, que significa  é a autoridade máxima do Poder executivo

A Constituição do Chile estabelece algumas atribuições ao presidente, tais como;

Artículo 24.- El gobierno y la administración del Estado corresponden al Presidente de la República, quien es el Jefe del Estado.Su autoridad se extiende a todo cuanto tiene por objeto la conservación del orden público en el interior y la seguridad externa de la República, de acuerdo con la Constitución y las leyes.

Artículo 32.- Son atribuciones especiales del Presidente de la República:

17º.- Disponer de las fuerzas de aire, mar y tierra, organizarlas y distribuirlas de acuerdo con las necesidades de la seguridad nacional;

Artículo 107.- El Consejo de Seguridad Nacional se reunirá cuando sea convocado por el Presidente de la República y requerirá como quórum para sesionar el de la mayoría absoluta de sus integrantes.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Hospital de Campanha da Marinha do Brasil no Chile


A Marinha do Brasil iniciou atendimentos médicos em seu Hospital de Campanha (HCamp), no último dia 6, para prestar apoio às vítimas do terremoto no Chile. O número de atendimentos alcançou, no dia 15 de março, a marca de 4.166 atendimentos, distribuídos da seguinte forma: consultas (2233); procedimentos (1346); exames laboratoriais (253); e exames de imagem (334).
De acordo com o Capitão-de-Fragata (Médico) Araújo, responsável pelo Hcamp, a maior dificuldade encontrada no Chile é o frio intenso. “O HCamp já entrou na rotina, continuamos a receber pacientes de alta complexidade e o frio é o nosso maior inimigo”. Devido ao frio, a preocupação dos médicos passa a ser os casos de infecção respiratória. “Estamos preocupados com o aumento dos casos de infecção respiratória, a temperatura está caindo dia-a-dia e vamos nos preparar para uma pré-triagem”, afirma o Capitão-de-Fragata Araújo.
O Oficial destaca, ainda, que foi prontificado um plano de evacuação do Hcamp, em que foram realizados alguns exercícios para fixar as rotas de fuga, em caso de um novo tremor. “Além disso, no sábado, tivemos um apagão de 3h e o comportamento da tripulação foi ótimo”, complementa.
O efetivo da Marinha do Brasil empregado na operação é de 102  militares, sendo 48 da área de saúde e 54 para o apoio, incluindo o destacamento de segurança constituído por Fuzileiros Navais. Fonte: Marinha do Brasil – 18/03/2010

sábado, 6 de março de 2010

Tsunami: Falha de comunicação

Geofísico americano teve dificuldades para alertar Chile e países vizinhos sobre terremoto

“O governo demorou muito para reagir. Quando se produz uma crise, o tempo de resposta é muito importante e, neste caso, foi demasiadamente longo. Não sei se por falta de informação ou por erro de análise, mas o certo é que, a princípio, tentaram nos fazer acreditar que nada tinha acontecido” assegura Antonio Cobelo, vice-reitor de ordenação acadêmica da Universidade Antonio de Nebrija e doutor em Ciências da Informação. Afundamento do  petroleiro “Prestige” na Espanha
 Victor Sardiña e a tsunami disputaram corrida no sábado: enquanto as ondas corriam o Pacífico do Chile ao Japão, o geofísico alertava todos os países do caminho. O cientista do Instituto de Estudos Oceânicos e Atmosféricos dos EUA estranhou a dificuldade para se comunicar com várias nações, inclusive o Chile. O americano, que falou ao GLOBO de Honolulu, no Havaí, garante: apesar dos prejuízos provocados pelo mar, o estrago poderia ser muito maior.
O terremoto no Chile foi às 3h34m. A que horas o senhor entrou em contato com a Marinha local?
VICTOR SARDIÑA: Mandamos o primeiro alerta sobre o terremoto 11 minutos depois. É necessário um certo tempo para que o sismo seja detectado por uma das quatro estações que temos na costa chilena, assim como para determinar a localização do epicentro. Ficamos espantados com a magnitude do terremoto - a primeira medida que tivemos era de 8,5 graus na escala Richter. Como o potencial para que uma tsunami fosse gerada era muito grande, tentamos imediatamente falar também com o Peru, que poderia ser atingido pelas ondas entre três e seis horas depois.
Como foi o contato com estes países?
SARDIÑA: Houve problemas de comunicação. Um colega meu, que também estava de plantão, tentou falar com a Marinha chilena, mas não conseguiam entendê-lo. Como falo espanhol, peguei o telefone para perguntar se eles receberam o alerta que havíamos mandado sobre a tsunami. Repeti esta mensagem umas duas ou três vezes, porque a ligação era transferida. Pedi enfaticamente para me avisarem caso tivessem qualquer confirmação de tsunami, o que eles fizeram algum tempo depois.
E com o Peru?
SARDIÑA: Certamente eles receberam nossa mensagem, mas ninguém atendeu as ligações. Talvez por ainda ser muito cedo, não conseguimos contato telefônico com muitos países das Américas do Sul e Central. Mas todos receberam o alerta.
Houve demora do Chile para confirmar a tsunami?
SARDIÑA: A verdade é que, em determinadas regiões, a população teria um tempo mínimo para reagir. Talcahuano (um dos principais portos do Chile, a 20 quilômetros de Concepción) foi atingida por uma onda de 2,3 metros às 6h53m. Na prática, a população teria apenas cinco minutos para se proteger. Já a Ilha de Juan Fernández teria mais tempo para tomar providências. Não sei se a Marinha chilena pensou que as primeiras ondas não fossem uma tsunami. Foi um comportamento incomum, porque trata-se de um país com grande histórico de atividades sísmicas e que tem ótimos profissionais.
Este foi o sexto maior terremoto já registrado. O senhor esperava que viesse acompanhado de ondas maiores?
SARDIÑA: Se pensarmos na magnitude do terremoto e em sua proximidade da costa, não seria absurdo ter uma onda de dez metros. Mas não podemos nos prender à ideia de que, para haver destruição, é preciso ter ondas gigantes como as vistas nas tsunamis de 2004. Talcahuano foi devastada com ondas de menos de 2,5 metros. E a massa d'água movida pelo sismo chegou, menos de 22 horas depois, ao Japão. É, portanto, uma força considerável.
Japão e Havaí prepararam-se bastante para as ondas, mas a tsunami mal foi vista em seus litorais...
SARDIÑA: No Havaí, as ondas tiveram um metro de altura. No Japão, um pouco menos. É o suficiente para provocar prejuízos nos portos e nas zonas costeiras. Ainda é muito difícil estimar o tamanho que terão as ondas, mas nosso trabalho é alertar para qualquer evento com potencial para causar um estrago.
Que lição o Chile pode tirar deste terremoto?
SARDIÑA: Talvez o centro de monitoramento possa rever alguns procedimentos para nos responder mais rapidamente. O importante é que tivemos sorte: a tsunami poderia ser muito maior.
Fonte:Globo Online - 02/03/2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comentário da tragédia no Chile


A tragédia que abateu no Chile mostrou duas faces: a tragédia humana e a tragédia do governo. Da tragédia do governo, os únicos que se salvaram foram os bombeiros. Qual é o lema dos bombeiros? Salvar vidas. Para eles não existem reuniões,  avaliações, esperar o que vai acontecer e sim chegar rapidamente nos locais das tragédias para salvar vidas. 
Eles tomam as decisões no local dos desastres. A preocupação  deles é com o ser humano. E o que fez governo? O governo foi atingido pelo tremor da inércia, não teve a sensibilidade que nos primeiros momentos da tragédia a população  necessitava de apoio. 
O que eles fizeram; reuniões, avaliações pediu calma a população, etc. Na tragédia do Haiti, os EUA atropelaram os demais países com decisões rápidas de emergência. O presidente americano ordenou a forças armadas para prestar auxilio e elas executaram, já tinham um plano preparado. Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia  e outro  que pretende durante a tragédia elaborar um plano.
O presidente do Senado do Chile disse uma verdade: transcrevo o trecho
"Nosotros debemos tener respuestas automáticas para evitar interpretaciones de tipo político. Tenemos que pensar en un sistema más institucional para reaccionar ante las emergencias", enfatizó.
El parlamentario sugirió que "cada vez que haya un sismo de más de seis grados debiéramos tener una alerta en toda la costa y cada vez que haya un terremoto, debiera automáticamente generarse un Estado de Catástrofe".
Novoa agregó que "ha habido un colapso completo de las comunicaciones. Desgraciadamente fallaron todos los sistemas, tanto los de las Fuerzas Armadas (FF.AA.) como de las oficinas de emergencia y de las intendencias, y en un país como Chile, que está afecto a catástrofes, eso no puede volver a ocurrir", sentenció.
En ese sentido, puntualizó que "ha existido una falta de información lo cual ha provocado rumores, el temor de la gente y situaciones de pánico que no coinciden con la realidad. Es por eso que es necesaria la realización de una sesión como ésta. La falta de información produce temor y el temor genera malas decisiones", justificó.
É a pura verdade. Os latinos procuram misturar política com problema técnico e ficam sem apresentar solução.
Existem, alguns princípios estratégico que os governantes devem ou deveriam conhecer;
1-Sun Tzu, a arte da guerra nos negócios,  a chamada «presciência» ou «previsão» não pode ser deduzida dos espíritos, nem dos deuses, nem por analogia com as atividades passadas, nem por cálculos. Elas devem ser obtidas dos homens que conhecem a situação do inimigo (nesse caso seria o terremoto).
2-No livro O Príncipe,  Maquiavel refere a necessidade de o príncipe estar sempre informado, "os príncipes sensatos devem fazer, isto é, pensar nas desordens futuras, e não só nas presentes, e, servir-se de toda a habilidade para as evitar, pois certo é que prevendo-as à distância mais facilmente as remedeiam", e acrescenta, "o mal é fácil de curar e difícil de diagnosticar, mas não sendo diagnosticado nem curado torna-se com o tempo fácil de diagnosticar e difícil de curar
3-No livro Arte de Guerra, Clausewitz refere também a importância das informações ao considerar o termo informações como o  conjunto de conhecimentos relativos ao inimigo e ao seu país e, por conseqüência, a base sobre o qual se fundamentam as nossas próprias idéias  e os nossos atos.
Pode escolher onde o governo do Chile errou?
Quando há uma tragédia, a resposta do governo deve ser imediata. O mais patético disso tudo é um governo preocupado com o social, mas no momento da tragédia ficou desorientado, não sabia o que fazer nos primeiros momentos da tragédia. Caberá ao novo governo a responsabilidade de salvar novamente o país, desta vez, da tragédia social. A política e vida dão muitas voltas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Armagedom no Haiti

Comentário
Destruir é a natureza do terremoto e outros fenômenos da natureza, mas sobreviver, ser feliz são partes da natureza humana. Marcos Cesar Pontes
Vejo em alguns noticiários, eles estão mais preocupados em criar um campo de batalha de ideologia contra a presença maciça dos  americanos, do que analisar a realidade. Houve um mega-desastre, ou melhor, um Armagedom da natureza..
Para agravar a situação os principais membros da ONU de ajuda que estavam no país foram mortos durante o terremoto.
A logística e a infraestrutura do país eram precárias e agora piorou, não existe. O aeroporto sem torre de controle, pista única, sem equipamentos de movimentação de material. Os americanos assumiram o controle. O porto foi extremamente danificado e perderam os equipamentos existentes no local. Os americanos  estão fazendo de um porta-aviões uma base flutuante para levar materiais ao continente.
Todas as estradas foram afetadas dificultando o transporte e para piorar não há equipamentos pesados  (tratores) para  reparar ou retirar entulhos.
O sistema de telecomunicação não funciona e não há como reparar sem acesso por estrada e combustível. Há um vácuo de autoridade momentânea que dificulta a coordenação da ajuda no local
Devido esse caos momentâneo, as forças  armadas brasileiras, americanas estão tentando reorganizar para operacionalizar a ajuda. Sem comunicação, sem elementos chaves nos locais, fica difícil essa operacionalização. E para agravar os habitantes não tem essa noção de ajuda e cooperação. E ainda há 6.000 criminosos soltos devido ao colapso da penitenciária  para aumentar ainda mais a violência. 

Vídeo:
 
Soldados fazem buscas nas aldeias e encontram ainda mais estragos
Os helicópteros da Marinha dos Estados Unidos começaram a pousar pouco antes do meio-dia em um pasto de gado numa cidade rural altamente danificada, a cerca de 15 quilômetros de Porto Príncipe, provocando um vendaval e atraindo multidões de curiosos e esperançosos.
Cerca de 125 marines acabaram pousando aqui e planejavam permanecer cerca de 24 horas para descarregar a carga inicial de água e alimentos. Eles esperavam passar a noite acampados no pasto.
O esforço de ajuda humanitária era a primeira missão significativa dos militares americanos fora de Porto Príncipe, a capital devastada, onde as necessidades permanecem intimidantes.
A devastação aqui é imensa, só que mais difícil de ver rapidamente do que na cidade de Porto Príncipe, onde prédios que ruíram margeiam as ruas. Aqui em Leogane, os prédios estão espalhados em meio a plantações de cana-de-açúcar e banana, mas é mais fácil contar as estruturas ainda em pé do que aquelas que ruíram.
As pessoas aqui acreditam que cerca de 5 mil pessoas morreram na cidade.
Se havia alguma importância simbólica para os marines pousarem aqui após as intervenções americanas anteriores neste país problemático, poucos pareciam se importar. Algumas pessoas na multidão até mesmo brincavam com os soldados que montavam guarda com os rifles pendurados em seus ombros.
"Vocês sabem que estamos em uma situação ruim, então estou feliz por terem vindo nos ajudar", disse Charlius Saint Louis, 45 anos, que perdeu uma filha de 15 anos e um filho de 12 anos no terremoto, assim como uma namorada que estava grávida de seu filho.
No caminho de Porto Príncipe até a cidade, os estragos podiam ser vistos ao longo de toda a rota. Longas rachaduras marcavam a estrada pavimentada de duas pistas. Uma das faixas estava coberta em muitos trechos por pedras e terra que deslizaram.
Em uma aldeia chamada Mona Bateau, a cerca de três quilômetros ao norte de Leogane, alguém deixou 24 corpos à beira da estrada, a maioria crianças, incluindo um recém-nascido e um bebê usando fralda e uma sandália branca. O outro pé estava descalço.
Ao lado dos corpos havia uma vala comum recém cavada com cerca de 1,5 X3,5 metros e 2 metros de profundidade. Os aldeões disseram que os corpos aparentemente vieram de outra área, com alguns dizendo acreditar que eram de Carrefour, o bairro de Porto Príncipe que é o mais próximo daqui.
Os aldeões disseram que a ONU veio como uma escavadeira para abrir a vala, mas que cabia aos moradores daqui colocar os corpos decompostos nela. Cobrindo suas bocas e narizes com trapos embebidos em limão para se protegerem do cheiro, eles colocavam os corpos sobre placas de lata corrugadas e então os arrastavam até o buraco.
O mesmo aconteceu no domingo passado, disseram os aldeões, só que naquela ocasião eram 18 corpos e os aldeões cavaram a vala eles mesmos.
"Nós queremos falar em um programa de rádio e dizer que as pessoas de Carrefour despejaram os corpos aqui, o que não é justo", disse Margaret Estima, 38 anos. "É difícil para nós porque também sou mãe", ela disse. "Nós choramos."
Os marines testemunharão mais dos pesares do Haiti ao continuarem se afastando da capital com equipamento pesado, para remover escombros e realizarem outras missões. Ao ser informado sobre as crianças mortas ao lado da estrada, o capitão Clark Carpenter, 34 anos, de Princeton, Idaho, o oficial de relações públicas da unidade, fez uma longa pausa.
"É uma situação realmente horrível", ele finalmente disse. "Eu tenho acompanhado isto pelos olhos da imprensa, mas ao chegarmos aqui e vê-la pessoalmente, a verdadeira amplitude se torna aparente."
UOL Noticias - The New York Times - 20/01/2010

Vídeo: