A inflação acumulada em 12 meses no Brasil chegou a 12,13% em abril, informou na quarta‑feira (11/05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo mês do ano passado, a taxa praticamente dobrou: em abril de 2021, a inflação anual era de 6,76%.
O índice em abril ficou acima
dos 12 meses imediatamente anteriores (11,3%) e é o maior desde outubro de
2003. A taxa acumulada no ano chegou a 4,29%, quase um ponto percentual acima
da meta que o Banco Central estabeleceu para todo o ano (3,5%) e próxima do
teto da margem (5,25%).
Segundo o IBGE, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, foi
de 1,06% em abril, mais de três vezes maior que a do mesmo período de 2021
(0,31%) e a maior taxa para o mês nos últimos 26 anos, desde abril de 1996. No
entanto, a taxa ficou abaixo da registrada em março (1,62%).
A alta foi impulsionada,
sobretudo, pelo aumento dos preços dos combustíveis, que pressionam a taxa
desde o final de 2021 devido à política de paridade de preços da Petrobras.
Com o resultado mensal de
abril, o Brasil acumula oito meses seguidos com a inflação acima dos dois
dígitos, o que reforça as apostas de nova elevação da taxa básica de juros,
atualmente em 12,75% ao ano – isso poderá ter impacto no crescimento da maior
economia da América Latina, já que juros altos encarecem o crédito.
PRINCIPAIS ALTAS: Segundo o
IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de
preços em abril. Os alimentos, com inflação de 2,06%, tiveram o maior impacto
no índice no mês, seguido por transportes (1,91%). Juntos, os dois grupos
contribuíram com cerca de 80% da inflação em abril.
"Alimentos e
transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em
abril. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos
alimentos para consumo no domicílio (2,59%)", explica o analista do IBGE
André Almeida.
No caso dos transportes, a
alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que
continuaram subindo (3,20%), assim como no mês anterior, com destaque para
gasolina (2,48%).
"A gasolina é o subitem
com maior peso na inflação (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram.
O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no
gás veicular", detalha Almeida.
Também registraram alta de
preços os grupos saúde e cuidados pessoais (1,77%), artigos de residência
(1,53%), vestuário (1,26%), despesas pessoais (0,48%), comunicação (0,08%) e
educação (0,06%).
O único grupo com deflação
foi habitação (-1,14%), devido à queda de 6,27% no preço da energia elétrica.
ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS: Economistas
preveem que o Brasil terminará o ano com inflação de 7,89%, inferior à de 2021
(10,06%), mas que, mesmo assim, dobrará a meta estabelecida pelo Banco Central
pelo segundo ano consecutivo.
O aumento da inflação obrigou
o Banco Central a elevar a taxa básica de juros na semana passada para 12,75%
ao ano, seu maior nível em cinco anos, na tentativa de conter a escalada de
preços. Fonte: Deutsche Welle – 12.05.2022
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