Separados
apenas pela mesa do juiz, que iniciou os processos do escândalo Petrobrás, na
sala de audiências da 13ª Vara Federal, em Curitiba, Lula falou por cerca de 5
horas.
A
denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões
em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhõesde corrupção – da
empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao
recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no
Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo
presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de
lavagem de dinheiro e corrupção.
O
ex-presidente Lula negou ser dono do tríplex, atribuiu o fato a um interesse da
ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, de adquirir o imóvel, que
teria sido oferecido pessoalmente pelo ex-presidente da OAS José Aldemário
Pinheiro, e aproveitou o interrogatório da Lava Jato para fazer palanque e
anunciar que vai se candidatar à Presidência em 2018.
“Depois
de tudo que tá acontecendo eu tô dizendo alto e bom som que vou querer ser
candidato à Presidência da República outra vez.”
O
registro histórico autorizado por Moro, como exceção para a audiência, em que
ficou frente a frente pela primeira vez com Lula, foi uma solução dada por ele
para o pedido da defesa do ex-presidente, que queria gravar com equipe própria
o interrogatório.
A filmagem, em um outro plano de visão, mostra pela primeira vez como Moro interroga os réus e testemunhas da Lava Jato, que em três anos descobriu o maior esquema de corrupção do governo. Políticos da base, PT, PMDB e PP, em conluio com empresários teria desviado de 1% a 3% em contrato da Petrobrás, entre 2004 e 2014, gerando um rombo de mais de R$ 40 bilhões nos cofres públicos.
Moro
está de gravata vermelha, que segundo ele, em evento na segunda-feira, 8, era
“vermelho fraternidade”, quando usava a mesma cor e foi questionado se era uma
provocação ao PT.
Ao
seu lado direito sentam os procuradores da República, da força-tarefa da Lava
Jato, Roberson Pozzobon, Julio Motta Noronha e Carlos Fernando dos Santos Lima.
Na
mesa frontal estão com Lula, seus defensores Cristiano Zanin Martins, à
esquerda do petista, Roberto Teixeira – o comprade de Lula – à frente, com
Valeska Teixeira Martins ao lado. Na ponta da mesa está o assistente de
acusação, em nome da Petrobrás, o jurista René Ariel Dotti.
Lula
veste gravata com as cores da bandeira brasileira, verde, amarelo, azul e
branco, e bebe água durante o longo interrogatório. Além de papeis sob a mesa,
ele carrega um óculos. Fonte:
Estadão - 11 Maio 2017
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