domingo, 30 de abril de 2017

O flerte que não existe

Flertar na Alemanha é, definitivamente, uma missão difícil. Depois de trocar olhares por duas horas na balada e não dar em nada, ser censurado por dar um beijo de língua num bar ou perder as esperanças depois de cinco encontros seguidos sem um beijo sequer, alguém pode se perguntar: o flerte existe por aqui?

É arriscado dar uma resposta categórica sobre como uma paquera tão sutil, intrigante e desafiadora resulta num relacionamento. Experiências vividas por estrangeiros na roleta da conquista alemã não devem ser generalizadas, mas ajudam a entender o que se passa no coração alemão.

É o quinto encontro. Ele sempre dá sinais de interesse. Até já ficaram até as cinco da manhã conversando na casa dele, apesar de nada ter acontecido. Ela decide tomar a iniciativa para, no final, conseguir um beijo de leve. Assim foi até virar namoro. Depois de alguns meses de relacionamento, ele explica que a demora no início foi para conhecê-la melhor, estabelecer uma amizade e, depois de "300 encontros", ter certeza de que poderiam namorar.

A ideia de "ficar" e deixar rolar um flerte despreocupado na linha do "vamos curtir e ver no que vai dar" não combinam, em geral, com alemães que procuram um relacionamento sério. Quando a intenção é verdadeira, o processo é lento. E se querem apenas diversão, vão deixar claros os limites: nada de romantismo.

Em bares e baladas, não é comum ver "pegação geral". Quando vão a uma festa, é para curtir a música e os amigos. Vão, claro, trocar olhares, caso se interessem por alguém. Mas não se surpreenda se as olhadas durarem a noite toda e o cara não vier conversar com você. Esse papel é, muitas vezes, da mulher.

Num país em que não é comum os homens pagarem a conta do restaurante, abrirem a porta do carro para a mulher ou se oferecerem para carregar uma mala pesada, a independência feminina fica evidente. O poder da paquera está com as mulheres, e o flerte agressivo não é bem recebido. Não é não. E são elas que gostam de dar o primeiro passo.

Saber até onde podem ir ao se interessarem por alguém pode gerar insegurança entre os alemães. Para pular essa etapa tão difícil, muitos recorrem aos sites e apps de encontros, que fazem muito sucesso na Alemanha. Outra estratégia é entrar para um curso de culinária ou ir a festas de amigos para conhecer um possível amor.

E para os estrangeiros que se deparam de primeira com uma equação tão complexa de conquista é normal se sentir um peixe fora d'água e até ficar frustrado. Pedi a colaboração de colegas da DW Brasil para traduzir o que é vivenciar o "flerte inexistente” alemão. A boa notícia é que, segundo me contaram, quando o relacionamento engata, a coisa é intensa.  Fonte: Deutsche Welle - Data 28.04.2017- Karina Gomes

Comentário: No estrangeiro a mulher brasileira é conhecida como  mulher  fácil para fazer programa.
Muitas mulheres que eu conheço já passaram pela mesma situação: em viagem pela Europa, a moça diz que é brasileira e seu interlocutor abre um sorriso de quem ganhou na loteria. O que se segue, frequentemente, é uma conversa desagradável, em que o cara se oferece descaradamente e a moça, meio desconcertada, tenta corrigir o mal entendido. Quando, afinal, recebe um não peremptório, o sujeito se finge perplexo: “Mas eu pensei que as brasileiras gostassem de sexo...” Ivan Martins

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