A
pensadora alemã de origem judia Hannah Arendt (1906–1975) ficou famosa por
conceitos, elaborados a partir do evento do nazismo, como o da banalização do
mal e a aceitação do mal menor. Analisando como os hábitos éticos e morais de
uma sociedade, no caso da Alemanha antes da Segunda Guerra, mudaram do dia para
noite, Hannah questionava a aceitação do mal menor, o que para ela era a
aceitação do mal em si.
Cultura
de colocar o interesse pessoal à frente do coletivo, vamos refletir os nosso
atos de cada dia:
Ficar
com o troco a mais dado pelo caixa,
furar
fila,
copiar
pela internet o trabalho de outra pessoa,
estacionar
em vagas de deficientes,
furar
o sinal vermelho,
trocar
etiqueta de preço,
colar
em provas
consumir
produtos dentro do supermercado e não pagar
atravessar
fora da faixa de segurança
não
parar para pedestre na faixa de segurança
baixar
música pirata da internet
falar
ao celular enquanto dirige
andar
no acostamento para driblar congestionamento
não
dar lugar para idoso em ônibus
não
peço nota fiscal,
tento
subornar um guarda,
são
exemplos de contravenções cotidianas muitas vezes praticadas sob o pretexto de
que “só uma vez não faz mal”.
Traçando
um paralelo com a sociedade brasileira atual, pode-se dizer que, aceitando um
pequeno ato de corrupção, aceita-se os grandes atos também
Muito
desta cultura vem da origem patrimonial brasileira, em que a tendência é
colocar sempre o interesse pessoal à frente do coletivo.
Além
disso, caímos frequentemente no erro da generalização, que é um mecanismo para
reproduzir a impunidade, porque não se identifica ou pune os verdadeiros
culpados.
“Corrupção
é fazer o que sabemos que é errado” – Giovanni Calabraide Cardenas, 7 anos.
“Ela
existe na política e dentro de casa, como colar na prova” – Maria Eduarda
Portela, 7 anos.
O
que você acha da corrupção? “Ela tem som de palavrão e é uma coisa muito feia
que não devemos fazer” – Letícia Costa, 8 anos.
Fonte:
Diário Catarinense - 15 de novembro de 2009
Comentário: Devemos
refletir os nossos atos, pois o governo é o reflexo da sociedade. A sociedade
que enaltece o jeitinho brasileiro contamina a própria nação.
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