O juiz espanhol Baltasar Garzón foi suspenso preventivamente nesta sexta-feira, 14, de suas funções como magistrado. Ele espera agora um julgamento, por causa de sua fracassada investigação dos crimes do franquismo.
Rodrigo Diaz/EfeSuspensão de Garzón foi decisão unanime do Conselho Geral Judiciário O Conselho Geral do Poder Judiciário, órgão do governo dos juízes, decidiu por unanimidade suspender Garzón. Assim, automaticamente ele não pode por enquanto atuar em todos os casos que vinha investigando.
O presidente do Conselho, Carlos Dívar, convocou uma Comissão Permanente, prevista ainda para esta sexta, na qual serão estudados os relatórios sobre a possível incorporação de Garzón à Corte Penal Internacional. Além disso, será avaliada a validade da suspensão e se o caso pode ser enviado para Haia.
Garzón é acusado de prevaricação, por supostamente ter tomado conscientemente uma decisão judicial incorreta. O processo é referente à atuação do juiz em um caso para tentar esclarecer crimes cometidos durante a ditadura de Francisco Franco.
Sobre o magistrado ainda recaem duas acusações. Uma delas é referente ao uso de escutas telefônicas para colher provas contra o Partido Popular e a outra diz respeito ao financiamento de cursos organizados por ele na Universidade de Nova York.
Embora esperada, a decisão representa um duro golpe para um magistrado com grande prestígio internacional. Garzón já atuou em vários casos para tentar punir delitos de crimes contra a humanidade em nível mundial, processando, por exemplo, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet.
Ao deixar o tribunal, Garzón foi apoiado por amigos e populares. Eles gritavam e aplaudiam o juiz, que retribuiu o respaldo abraçando alguns ex-colegas de trabalho e chegou a se emocionar antes de deixa o local.
As acusações sobre Garzon dizem respeito a decisões que o juiz tomou deliberadamente excedendo seus limites de autoridade em 2008, quando decidiu investigar o desaparecimento ou execução de mais de 100 mil civis por parte dos apoiadores de Franco durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939) ou durante os primeiros anos do franquismo.
Até Garzon empreender sua luta pela investigação sobre o franquismo, não havia nenhuma prova dos crimes do ditador espanhol, que haviam sido varridas pela anistia concedida em 1977 pelo Parlamento, dois anos depois de Franco ter morrido.
Garzón, que é altamente popular entre a esquerda espanhola e entre os defensores internacionais dos direitos humanos, entrou com um recurso contra a decisão, dizendo que seu inquérito é legítimo. Mas alguns membros da direita espanhola acusam Garzón de abrir investigações por motivações políticas. Fonte:Estadão - 14 de maio de 2010 |
Comentário
Ele é o paladino da esquerda. Como sempre a esquerda está com amnésia.
Guerra civil espanhola - A Espanha se dividiu em dois pontos políticos e militares. De um lado republicanos, anarquistas, socialistas e comunistas, apoiados por milícias de trabalhadores e por setores do exército leais à Republica e ao governo eleito; do outro os militares monarquistas e fascistas e os militares golpistas, que controlavam a maioria do exercito.
Os republicanos contaram com o apoio material dos soviéticos e com o auxílio Brigadas Internacionais, formadas por operários, estudantes e intelectuais dos mais diversos países, A União Soviética apoiou os republicanos, mas sua ajuda foi inexpressiva diante dos armamentos e dos suprimentos que a Alemanha e a Itália forneceram aos fascistas e dos créditos recebidos dos grupos capitalistas estrangeiros. A Inglaterra e a França, permaneceram neutras. Já a Alemanha, Itália e Portugal auxiliaram as forças fascistas com homens, ajuda material e bélica.
A intervenção da Itália e da Alemanha foi decisiva, alterando a correlação de forças da luta e transformando a Espanha em um campo de testes de novos armamentos. A guerra civil terminou em 1939, Quem apoiava os republicanos queria implantar a república do proletariado. Foi uma guerra civil (proletariado versus burguesia). A guerra civil foi uma visão o que seria a segunda grande guerra e posterior (guerra fria, comunismo versus capitalismo).
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