domingo, 10 de fevereiro de 2019

Brasil é um dos líderes no uso de smartphone entre os emergentes, diz Pew Research

O Brasil lidera o uso de smartphones entre as economias emergentes. Um relatório divulgado nesta terça-feira (5) pelo Pew Research Center mostra que 60% dos adultos no país têm um smartphone, enquanto 33% têm um aparelho móvel não inteligente e 17% não têm acesso a qualquer tipo de tecnologia móvel.

Dos países em desenvolvimento, o Brasil se iguala à África do Sul na adoção de smartphones, embora lá o número de cidadãos que não têm celular ou smartphone seja de apenas 6%.

Elaborada com entrevistas a 30.133 pessoas em 27 países, a pesquisa aponta para o crescimento rápido na adoção de tecnologias móveis, embora ele acompanhe diretamente o índice de desenvolvimento econômico de cada região. Desse modo, o uso de tecnologia no mundo é desigual.

Enquanto uma média de 76% têm smartphones nos países ricos, o número cai para 45% nas economias em desenvolvimento. Nesses lugares, o uso está mais relacionado a pessoas jovens e escolarizadas.

Nos países desenvolvidos, o uso da internet chega a 90%, enquanto nos desenvolvidos ainda gira em torno de 60%. Na mesma comparação, o acesso às redes sociais é de 67% e de 49%.

O relatório afirma que a educação e o nível de renda desempenham papéis consideráveis na adoção de tecnologia.

“Em todos os pesquisados, as pessoas com maior nível de instrução e renda são mais propensas a usar a internet. O mesmo acontece com o uso de mídias sociais”, dizem os pesquisadores.

As redes sociais ainda são um privilégio de países mais riscos. Apenas 49% dos adultos de países emergentes acessa redes como Facebook e Twitter. Fonte: Folha de São Paulo - 5.fev.2019  

Economias avançadas
Smartphone
Dispositivo móvel que não é smartphone
    Não têm

Suécia
86
12
2
EUA
81
13
6
Espanha
80
18
2
Alemanha
78
16
6
Reino Unido
76
19
5
França
75
19
6
Itália
71
20
8
Argentina
66
16
17
Japão
66
26
8
Canadá
66
9
25
Hungria
64
27
9
Polônia
63
30
7
Rússia
59
34
7
Grécia
59
32
10
Média
76
17
6

Economias Emergentes
Smartphone
Dispositivo móvel que não é smartphone
Não têm

África do Sul
60
33
6
Brasil
60
23
17
Filipinas
55
22
23
México
52
24
24
Tunísia
45
45
10
Indonésia
42
28
29
Quênia
41
45
14
Nigéria
39
44
17
Índia
24
40
35
Média
45
33
17
  
Acesso à tecnologia é desigual entre países ricos e pobres

Economias avançadas       

Economias emergentes
têm um dispositivo móvel
94
83
têm um smartphone
76
45
acessam a internet
90
60
usam redes sociais
67
49
 Fonte: Pew Research Center
Comentário: Argentina, economia avançada?

As livrarias estão desaparecendo do Brasil

O mercado editorial brasileiro encolheu mais de 20% em uma década, com perdas que somam R$ 1,4 bilhão. Até gigantes do setor estão sucumbindo. Mas o que de fato está afetando o negócio do livro no país?
Em outubro de 2016, a editora Martins Fontes decidiu interromper o fornecimento de livros para um de seus principais revendedores, a Livraria Cultura. Tratava-se de um movimento ousado, dado o peso dessa rede no mercado. Porém, o risco assumido pela empresa, motivado por uma dívida de 500 mil reais, acabou por salvá-la de um colapso que assombra o setor editorial brasileiro. Hoje, o passivo da Cultura com apenas uma editora, a Companhia das Letras, alcança os 18 milhões de reais.

Grandes redes do setor livreiro, Cultura e Saraiva entraram em recuperação judicial em dezembro do ano passado e fecharam dezenas das megalojas espalhadas em capitais de todo o Brasil. O impacto sobre as editoras é profundo, principalmente porque o mercado opera, há duas décadas, no modelo de consignação. Ou seja, as livrarias só repassam às editoras o pagamento pelos livros fornecidos após a revenda ao público – com prazos de até um ano.

A derrocada dessas empresas gerou surpresa entre o público, mas parece ter sido pavimentada ao longo dos últimos anos, confirmando a impressão de que as livrarias estão desaparecendo das ruas e centros comerciais do país. Evandro Martins Fontes, sócio da editora e livraria que leva o nome da família, além de criticar o modelo de expansão adotado pelas duas redes, aponta uma conivência das grandes editoras, que não reagiram ao acúmulo crescente de dívidas das quais eram credoras.

"Essas redes optaram pelo modelo das megalojas, que envolvem altos custos de operação, inclusive os aluguéis. A Cultura só tinha uma loja em São Paulo, que era referência, mas começou a expandir em 2014. Já era um momento delicado, pois a venda digital se expandia. Com a crise, elas sofreram um forte baque, e esse modelo se tornou ainda mais insustentável. Elas foram vítimas da ganância”, diz o empresário.

"O negócio do livro sempre foi de margens pequenas, mas todos pudemos crescer aos poucos, honrando nossos compromissos. Por ser uma empresa de capital aberto, a Saraiva tinha que divulgar os balanços financeiros. Houve um ano em que o faturamento anual deles ultrapassou 1 bilhão de reais, mas o lucro foi de apenas 3 milhões. Eu faturo muito menos e tenho margem de lucro igual ou maior”, explica.

Embora seja possível apontar eventuais escolhas equivocadas nas estratégias adotadas pelas empresas que abriram pedidos de recuperação judicial no fim do ano passado, o negócio do livro já vem sentindo, há alguns anos, os efeitos de mudanças tecnológicas que afetam diversas atividades econômicas. Mesmo que os e-books e dispositivos para leitura digital ainda não tenham força expressiva no Brasil, o tempo dedicado à leitura passou a dividir espaço com a oferta interminável de conteúdo nas redes sociais e plataformas de streaming.

Além disso, novos canais de venda se abriram na internet. Com isso, editoras passaram a ter a opção de vender diretamente para seus clientes, empresas estrangeiras passaram a atuar no mercado nacional sem o custo de lojas físicas – caso da Amazon – e plataformas que não se dedicam exclusivamente à venda de livros passaram a competir com as livrarias.

Se as mudanças foram sentidas pelas principais empresas do setor, o resultado sobre as menores foi devastador. Em condições mais desfavoráveis de negociação, devido ao menor volume de vendas, fechar as portas virou a única saída. Com a possibilidade de encontrar o melhor preço na internet, a livraria do bairro deixou de ser a opção natural para comprar livros.

Dessa forma, a concentração de mercado se aprofundou nos últimos anos, a ponto de Saraiva e Cultura responderem, juntas, por 40% do mercado varejista. Desde 2012, o número de lojas no Brasil caiu de 3.481 para 2.500. É um número bem abaixo da recomendação da Unesco, 20 mil, pela taxa de uma para 100 mil habitantes.

FIDELIDADE PARA RESISTIR À CRISE
Cenário habitual em obras de Machado de Assis, a mítica Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro, mantém uma tradição de abrigar livrarias históricas desde o século 19, como a Garnier, Universal e José Olympio. Hoje, além de uma megaloja da Saraiva, está ali a Folha Seca, uma sobrevivente do processo de desaparecimento das lojas de rua.

O site da livraria está permanentemente em manutenção. Para comprar livros, ligados a temas afro-brasileiros, samba e futebol, somente in loco. Seus clientes sabem que os preços são mais altos do que nas grandes livrarias, mas fazem questão de prestigiar o lugar que é ponto de encontro de artistas e escritores. Entre eles, Luiz Antonio Simas, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016.

"Eu prefiro não comprar em megalivrarias, não compro livros pela internet e sou cliente de uma pequena/imensa livraria de rua. É o que está ao meu alcance fazer como um sujeito que preza os livros, as amizades, as esquinas”, escreveu no Jornal do Brasil. "Fica minha sugestão simples: escolham as suas livrarias de rua e sejam, na medida do possível, fiéis a este amor cotidiano e necessário.”
A comemoração dos 21 anos de funcionamento, no último dia 20 de janeiro, ajuda a explicar como a Folha Seca conseguiu chegar até aqui. Fãs da livraria se amontoavam na rua em torno de um piano de cauda, encomendado para a festa.

Entre um copo de cerveja e outro, compravam livros. Não se trata de uma exceção pela data comemorativa. Rodas de samba acontecem com regularidade ali.
Mesmo em dias de semana, é comum encontrar Rodrigo Ferrari, dono do espaço, confraternizando com clientes na Toca do Baiacú, bar vizinho à Folha Seca. Ele acredita que esse atendimento, impensável nas grandes livrarias, possibilitou a sobrevivência do estabelecimento.

"Se for pelo preço, a gente sabe que ninguém vai vir comprar aqui, porque é só você fazer uma pesquisa de dois minutos na internet. Nós fomos criando identidade e estabelecemos outros laços que não são os comerciais, embora sejamos um comércio".

Foi na mesma Rua do Ouvidor que a Livraria Travessa teve sua primeira loja. Gradualmente, filiais foram abertas em outros bairros da cidade e, neste ano, será a vez de São Paulo e Lisboa receberem a livraria. Fundador da empresa, Rui Campos rejeita a ideia de um "plano de expansão”. Em sua visão, foi justamente o crescimento desenfreado que levou suas concorrentes à situação desfavorável que vivem hoje.

"Ao mergulharmos na crise sem precedentes que o Brasil enfrentou nos últimos anos, as nossas principais redes revelaram as estratégias equivocadas em que se envolveram. Encontrando financiamento fácil característico dos anos Dilma, usaram e abusaram de busca desenfreada por aumento de faturamento visando ‘abertura de capital', sem nenhuma preocupação com margens e resultados”, diz.


"Conduziram uma abertura acelerada de megalojas, enxugamento de quadros com a demissão dos livreiros históricos e um forte investimento em livros eletrônicos e em e-readers para leitura de e-books que não performaram nem perto do que se apregoava. Sendo as livrarias criadoras de demanda, nunca essa demanda será totalmente atendida por outras livrarias. Muito irá se perder com consequências ruins para nossas editoras e para o mercado livreiro”, avalia. Fonte: Deutsche Welle – 31.01.2019

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Abutres da tragédia se alvoroçam com Brumadinho

Cheiro de dor e de morte sempre atrai abutres. E na cena do crime que devastou Brumadinho não seria diferente. Uma horda de carniceiros se alvoroça diante da possibilidade de tirar uma lasquinha da tragédia das incontáveis vítimas, da agonia das famílias, da consternação de um país.

Uma marca de cosméticos produziu um “ensaio-protesto” com modelos lambuzados de lama, mas com o batom e a máscara de cílios intactos. Uma apresentadora de TV fez maquiagem, com lágrimas em formato de coração, para “expressar sua tristeza”. Um comerciante cobriu ele e a mulher com barro para vender empilhadeiras, pois “a vida segue”.

O mundo digital é um campo vasto para que possamos aprender com o erro dos outros. Em 2012, por exemplo, o furacão Sandy deixou um rastro de destruição e mortos, nos EUA. Nana Gouvêa achou bacana fazer (e postar) fotos, em poses sensuais, em pontos de uma Nova York devastada. Causou repúdio e virou piada na internet. Não serviu de lição.

Brumadinho é prova de que tem sempre oportunistas de plantão. Não faltam figuras públicas de todos os espectros políticos usando das desgraças alheias para discursar contra seus desafetos e para jogar combustível num ambiente explosivo em que faltam respostas e sobram falsas informações. E, é claro, não poderiam ficar de fora os ativistas.

Uma moça, que adora aparecer mais do que as causas pelas quais ela diz lutar, acusou a equipe de socorro de “assassinar” os animais. Ela ignora a dificuldade do salvamento dos bichos machucados, presos na lama e sem condições de resgate. Desconsidera o estresse, o cansaço, a pressão que esses profissionais enfrentam porque ainda há centenas de pessoas desaparecidas.


Verdade seja dita, situações catastróficas como a que estamos vivendo nos servem para mostrar que os animais são mesmo melhores do que muitas pessoas, as quais não passam de abutres farejadores de desgraça. Fonte: Folha de São Paulo - 31.jan.2019 

Lula é condenado no caso do sítio de Atibaia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado novamente nesta quarta-feira (6), desta vez a 12 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.

A sentença foi dada pela juíza Gabriela Hardt, que substitui o ex-juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. “É fato que a família do ex-presidente Lula era frequentadora assídua no imóvel, bem como que usufruiu dele como se dona fosse”, escreveu a magistrada na sentença.

As obras no sítio, que era frequentado pelo petista, foram pagas por Odebrecht e OAS e pelo empresário José Carlos Bumlai, com recursos desviados de contratos da Petrobras, segundo a denúncia.
As modificações foram realizadas entre 2010 e 2014 –com início, portanto, no último ano da presidência de Lula (2003-2010).

A sentença afirma que têm origem no crime de lavagem benfeitorias feitas no sítio em valores de ao menos R$ 1 milhão. O valor inclui benfeitorias na cozinha e no lago da propriedade e construções.
A juíza ainda confiscou o sítio de Atibaia e determinou que, após a alienação, o valor das benfeitorias pagas pelas empreiteiras seja descontado dos proprietários em favor da União.

Para a juíza Hardt, é possível concluir “acima de dúvida razoável” que os valores para custeio da reforma da propriedade foram “oriundos de ilícitos anteriores cometidos em proveito da companhia [Odebrecht e OAS]” e que Lula “teve participação ativa neste esquema, tanto ao garantir o recebimento de valores para o caixa do partido ao qual vinculado, quanto recebendo parte deles em benefício próprio.”

Ela ainda escreveu: “Tais verbas foram solicitadas e recebidas indevidamente em razão da função pública por ele [Lula] exercida, pouco importando pelo tipo penal se estas se deram parcialmente após o final do exercício de seu mandato.”

Também foram condenados os empresários Marcelo Odebrecht e Emílio Odebrecht, Leo Pinheiro, da OAS e José Carlos Bumlai (responsáveis pelas obras no sítio); o proprietário do sítio Fernando Bittar, o advogado Roberto Teixeira, além de Paulo Gordilho, Emyr Diniz Costa Junior, Alexandrino Alencar e Carlos Armando Guedes Paschoal. Fonte: Folha de São Paulo - 6.fev.2019 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Compositor francês Michel Legrand morre

Vencedor de três estatuetas do Oscar e cinco prêmios Grammy, o compositor francês Michel Legrand morreu na última sexta (25), aos 86 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Cantor e pianista nascido em Paris, Legrand começou a compor arranjos nos anos 1960. Ao longo de 50 anos de carreira, trabalhou com nomes como Miles Davis, Ray Charles, Frank Sinatra e Edith Piaf.
Também se destacou ao produzir trilhas sonoras premiadas para longas. Venceu o Oscar pelas obras "Crown, o Magnífico" (1968), de Norman Jewinson, "Houve uma Vez um Verão" (1971), de Robert Mulligan, e "Yentl" (1984), de Barbra Streisand. Fonte: Folha de São Paulo - 26.jan.2019
trabalhou com nomes como Miles Davis, Ray Charles, Frank Sinatra e Edith Piaf.
Também se destacou ao produzir trilhas sonoras premiadas para longas. Venceu o Oscar pelas obras "Crown, o Magnífico" (1968), de Norman Jewinson, "Houve uma Vez um Verão" (1971), de Robert Mulligan, e "Yentl" (1984), de Barbra Streisand. Fonte: Folha de São Paulo - 26.jan.2019 





quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Homem, celular e a baleia

Homem não vê baleia que passou do seu lado porque estava enviando mensagens no celular

Concentrado em seu smartphone, um americano nem percebeu que uma baleia jubarte estava ao lado de seu barco na costa de Redondo Beach, no estado da Califórnia (EUA).
O fotógrafo americano Eric Smith capturou um desses incríveis momentos da vida perdidos por conta do vício em tecnologia. Ele flagrou uma linda baleia e seu filhote imergindo da água, em Redondo Beach, na Califórnia, ao lado de um rapaz que nem notou os animais porque estava digitando algo no celular.
Os enormes animais estavam a apenas um metro de distância do veleiro onde o homem estava sentado no convés, mas ele não viu as baleias.
Smith então publicou a imagem em seu Instagram, com a legenda: “Sinal dos tempos. Ei, cara! Pare de enviar mensagens. Há uma enorme baleia jubarte a um metro do seu barco!”.
O fotógrafo afirmou que tinha cinco fotos das baleias em volta do barco, mas o homem estava olhando para seu telefone em todas elas. Em entrevista à rede de TV “ABC News”, porém, o artista disse que preferiu não julgar o homem “desligado”. Fonte: O Globo - 06/02/2015  

Do homem no celular que não viu a baleia passar e o retrato de nossos tempos

Há alguns dias li uma curiosa matéria publicada no site O Globo sob o título: “Homem não vê baleia que passou do seu lado porque estava enviando mensagens no celular”.. De acordo com o texto, o rapaz em seu veleiro perdeu um verdadeiro espetáculo da natureza: uma enorme baleia jubarte passando a pouquíssimos metros da embarcação.
Confesso que quando passei o olhar ligeiramente sobre a chamada, pensei que devesse se tratar de apenas mais uma das diversas notícias duvidosas ou falaciosas que comumente circulam pelas redes sociais. Não era possível! Como um homem não poderia perceber uma visita nada discreta e tão rara?

Ao que tudo indica sim, é possível. A Aldeia Global de McLuhan parece realmente ter se esfacelada. Ou não: ao mesmo tempo em que parecemos estar todos mais próximos, seja por whatsapp, facebook, skype, sms, etc., paradoxalmente estamos nos afastando do momento presente e de tudo aquilo que acontece ao nosso redor. São os dois lados de uma mesma moeda, consequência da dinâmica de globalização tecnológica.
De fato, já podemos observar uma geração de jovens cada vez mais desinteressada e apática. Se por um lado testemunhamos uma era de co-presença virtual dos indivíduos, a era dos humanos ligados ao instante, por outro podemos observar o surgimento de um ser humano cada vez mais distante e indiferente, em outras palavras, insípido. Este novo ser está tão conectado (ao mundo online) que acaba por se desconectar de sua própria realidade concreta e palpável, acontecendo exatamente no seu entorno, a cada instante e minuto.

E o que pode acontecer em um minuto? Bem, em um minuto podem ser postadas 72 horas de vídeo no YouTube, enquanto 204 milhões de emails chegam aos seus destinatários e 350 GB de dados são recebidos pelos servidores do Facebook…ou pode passar uma baleia ao seu lado (se estiver em alto mar, é claro). De qualquer forma, estes foram os dados angariados pela Qmee, empresa de consultoria norte-americana, e diz respeito a uma parte do que acontece pela internet afora enquanto em um minuto um evento precioso pode passar despercebido.
E assim a vida transcorre de minuto a minuto. As informações coletadas nos revelam que estamos deixando a vida passar enquanto ficamos hipnotizados pelo visor e por uma exacerbada interação a distância. Não sei se foi exatamente esse o caso do rapaz que perdeu a chance extraordinária de experimentar a real sensação de estar lado a lado com um dos maiores animais do planeta.

Não há como tirar conclusões, muito menos julgar a atitude do homem no veleiro como certa ou errada. Mas faz pensar sobre as consequências da extrema conectividade que parece estar suplantando o interesse pelas coisas mais simples do mundo. E que mundo é esse que parece já não surtir tanta graciosidade sobre os nossos olhos, que buscamos tão fervorosamente escapar, distraindo-nos?
Reinventar a graça do mundo é reinventar o olhar, é abrir-se sensivelmente para a realidade que o cerca ao enxergá-la como se fosse pela primeira vez. Você poderá se surpreender!  Fonte: ContiOutra – 16 de fevereiro de 2015 - Texto de Grace Bender 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A superlua de sangue

Durante a noite de 20 a 21 de janeiro, ocorreu o primeiro eclipse total de 2019. O que foi visto em todo o mundo foi batizado como 'superlua de sangue de lobo'. Fonte: EL PAÍS-21 JAN 2019

A superlua vista sobre a cidade de Marina Del Rey, na Califórnia (EUA).
















A superlua de sangue vista ao lado do Cristo Redentor,
na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).
















A lua vista entre a Estátua da Liberdade
do Capitólio de Washington (EUA)

















Eclipse lunar visto do 'JK Memorial'
em Brasília (Brasil).