sábado, 17 de novembro de 2018

Mais de 600 cidades podem ficar sem médicos após saída de cubanos



De acordo com Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, municípios brasileiros que só contam com profissionais cubanos na rede pública correm o risco de ficar sem atendimento a partir do fim do ano.

Com o fim da participação de Cuba no programa Mais Médicos, pelo menos 611 dos 5.570 municípios brasileiros correm o risco de ficar sem qualquer médico na rede pública a partir do final de dezembro, segundo estimativa do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Nestas cidades há apenas profissionais de origem cubana atuando.
Cuba começou a enviar profissionais ao Brasil em 2013. Atualmente, 8,3 mil dos 18,3 mil profissionais que trabalham no programa são cubanos.

O período definido por Havana para o retorno dos médicos será entre o dia 25 de novembro e 25 de dezembro, ou seja, pouco antes da posse de Bolsonaro em Brasília, no dia 1º de janeiro.
Para tentar preencher as vagas que serão abertas com a saída dos profissionais estrangeiros, o Ministério da Saúde disse que publicará um edital nos próximos dias. Além das 8 mil vagas que devem ser preenchidas novamente, há outros 2 mil postos que permanecem em aberto.

O  professor de medicina Felipe Proenço de Oliveira, que coordenou o programa entre 2013 e 2016, afirmou que não acha viável que essas vagas sejam preenchidas apenas com brasileiros. "Não vejo perspectiva que ocorra um preenchimento de todas as vagas com base nessa oferta do edital”, disse.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), há profissionais brasileiros em número suficiente para substituírem os cubanos. O problema é que muitos deles não querem ir para áreas remotas do país.
Na segunda-feira (19/11), representantes do Conasems e do ministério devem se reunir para discutir os detalhes do edital.

Ao anunciar a decisão de deixar o Mais Médicos, Cuba criticou as "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro, que durante a campanha chegou a afirmar que expulsaria os médicos cubanos do Brasil.
Na quarta-feira, ao comentar a decisão de Havana de recolher os profissionais de saúde que trabalham no Brasil, o presidente eleito disse que seu governo concederá asilo político a todos os cubanos que desejarem permanecer no país.

Bolsonaro também disse que sua rejeição ao Mais Médicos se dá por razões humanitárias e trabalhistas. Em torno de 70% do salário dos médicos é "confiscado pela ditadura cubana", e cubanos são forçados a viajar sem suas famílias, criticou. "Tem muita senhora desempenhando função de médico, e seus filhos menores estão em Cuba." Fonte: Deutsche Welle – 17.11.2018

Comentário:  Como dizia a minha em boca fechada não entra mosquito.
Médicos cubanos trabalhavam em 62 países no fim de 2016, em 35 dos quais o governo cobrou por seus serviços.
O Anuário Estatístico de Saúde 2016  de Cuba revela que os profissionais cubanos estão em 24 países da América Latina e do Caribe; 27 da África subsahariana; dois do Oriente Médio e da África setentrional; sete da Ásia Oriental e do Pacífico, além de Rússia e Portugal.
Além de Venezuela e Brasil, os mercados mais importantes, os médicos cubanos estão em países como Catar, Kuwait, China, Argélia, Arábia Saudita e África do Sul.
A ilha também oferece serviços gratuitos mediante o chamado Programa Integral de Saúde, destinado a 27 países com menos recursos como Haiti, Bolívia, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Etiópia, Congo, Tanzânia, Zimbábue, entre outros.


A fatia de salário recebida pelos profissionais no Brasil é muito superior aos rendimentos dos que trabalham nos arredores de Havana: a renda mensal de um médico em Cuba é estimada entre 25 e 40 dólares, ou o equivalente a R$ 94 e R$ 150.94 e R$ 150. Fonte: EM  17/04/2017

Fonte: EM  17/04/2017

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A Saúva e as Corporações

“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. A sentença é atribuída ao botânico e naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), que aqui viveu alguns anos no início do século XIX. Variações posteriores procuram traduzir a conveniência de livrar o país de algo indesejado. Hoje, poder-se-ia aplicá-la às poderosas corporações que se articulam para auferir vantagens em detrimento da sociedade. Como as saúvas, elas viraram praga no setor público: na educação, na saúde, na segurança, no Judiciário, no Ministério Público e, também, em setores do empresariado.

AS ORIGENS DO CORPORATIVISMO
A origem desses grupos remonta à Idade Média. Corporações de ofício regulavam profissões para defender os próprios interesses. Pedreiros, carpinteiros, padeiros e outros só podiam exercer o ofício se fossem membros da respectiva corporação. Elas sumiram no século XVIII com o ambiente de competição associado ao capitalismo.

No século XIX, a teoria do “corporativismo” defendia a organização da sociedade em corporações subordinadas ao Estado. Empregados e empregadores se agrupariam em categorias com representação política e capacidade de controlar pessoas e atividades. A ideia esteve presente na Alemanha e na Áustria, mas foi na Itália que ela vingou, com o fascismo de Benito Mussolini. Nos anos 1920, trabalhadores e empresários foram organizados em pares de corporações que representavam os setores produtivos. A Constituição do Estado Corporativo (1926) subordinou cada confederação de corporações a um ministério específico. O Conselho das Corporações (1936) substituiu a Câmara dos Deputados e a Corte Suprema. O sistema foi desmontado na II Guerra.

No Brasil da ditadura Getúlio Vargas, o fascismo italiano inspirou a Constituição de 1934, que buscava gerir o conflito entre o capital e o trabalho. Os sindicatos de trabalhadores e patrões tornaram-se órgãos oficiais do Estado. Em troca, recebiam regalias, como a receita do imposto sindical. Essa estrutura corporativista desapareceu com a Constituição de 1946, mas o imposto sindical e a Consolidação das Leis do Trabalho ainda sobrevivem.

Hoje, “corporações” são organizações que extraem renda da sociedade mediante atuação que o economista americano Mancur Olson (1932-1988) chamou de “ação coletiva”. É a situação em que pequenos grupos, verdadeiras minorias organizadas, conseguem auferir benefícios de uma maioria difusa e inerte que paga impostos. É a negação da democracia, o governo da maioria.

Dois outros economistas, Aaron Tornell (americano) e Philip R. Lane (irlandês), estudaram o poder de grupos para se apropriar dos recursos fiscais e dominar a economia. É o “efeito voracidade” (voracity effect, título do artigo de defesa da tese). Eles citam como exemplo a ação de grupos como governos regionais que extraem transferências do Tesouro Nacional, poderosos sindicatos que obtêm vantagens excessivas, empresas que conseguem subsídios e proteção, além de redes de corrupção em obras de infraestrutura e outras atividades governamentais. Alguma semelhança com o Brasil?

PRIVILÉGIOS E INEFICIÊNCIA
A ação desses grupos se ampliou por aqui durante os governos petistas. As corporações se esbaldaram. No funcionalismo, o destaque foram os supersalários e as superaposentadorias. No setor privado, prosperaram reservas de mercado e subsídios a torto e a direito. Com greves, polícias estaduais criaram insegurança para obter vantagens inconcebíveis em outras circunstâncias. A corrupção tornou-se sistêmica.

O Brasil é prisioneiro das corporações que inviabilizam a gestão orçamentária, ameaçam a solvência do Tesouro e acarretam ineficiências e desperdícios que inibem o crescimento da economia. Tudo isso se abate mais sobre os pobres. A nação precisa despertar e entender essa nociva realidade e reagir ao poder de fazer estragos de que gozam esses grupos. Exemplo? Proibir greves por categorias como as de policiais, professores, médicos, coletores de lixo e outras que prestam serviços públicos essenciais à população, como em nações sérias. Outro? Restringir a concessão de subsídios e incentivos ao setor privado. Acabar com essa saúva é fundamental. Fonte: Fonte: “Veja”, 4 de janeiro de 2017, Mailson Ferreira da  Nóbrega 

domingo, 11 de novembro de 2018

China estreia apresentadores artificiais de TV

Na era das notícias falsas, chegaram também os falsos apresentadores. A agência de notícias Xinhua revelou suas novas aquisições esta semana: dois apresentadores de televisão criados a partir da inteligência artificial.

Os avatares dos profissionais carne e osso Zhang Zhao e Qiu Han, resultado de uma colaboração entre a Xinhua e o site de buscas na Internet Sogou, foram desenvolvidos a partir de imagens de seus "pais", combinadas com programas de reconhecimento facial, reconstrução 3D, sintetizador de voz, reprodução de expressões faciais e tradução automática, entre outros.
Os novos “bonecos falantes” serão usados para mostrar vídeos e transmitir notícias de última hora, indicou a agência de notícias chinesa.

Os apresentadores virtuais têm uma aparência bastante realista. Eles piscam e erguem as sobrancelhas quando falam. Sua boca se move em sincronia com as palavras. Mas são facilmente distinguíveis de uma pessoa real. Suas expressões faciais ainda são limitadas. A voz soa metálica, sem nuances de entonação.
É assim, por enquanto. Restam poucas dúvidas de que a tecnologia será aperfeiçoada e a fronteira entre realidade e artificialidade será cada vez mais obscura. Com o uso de outro tipo de tecnologia, seres virtuais como a cantora japonesa Hatsune Miku já se tornaram estrelas no mundo artístico.

"Os assistentes virtuais estão se tornando cada vez mais populares como uma maneira eficiente de resolver problemas cotidianos", afirmou o CEO da Sogou, Wang Xiaochuan, em declarações ao China Daily. Wang disse ainda que a criação de personagens virtuais mais realistas "permitirá que essa tecnologia se torne cada vez mais uma parte integral da vida diária".
A Sogou estima que esses "assistentes virtuais" poderão ir além da função de apresentadores de TV. Poderão ser profissionais de atendimento ao cliente, professores ou até mesmo médicos.

Dentre as vantagens desses apresentadores cibernéticos está a diminuição dos custos e o aumento da produtividade. Segundo a Xinhua, "Zhang" e "Qiu" "podem trabalhar 24 horas por dia em seu site oficial e em diferentes plataformas de mídia social, reduzindo os custos de produção de notícias e melhorando a eficiência".
E na China, onde a informação é fortemente censurada, esses apresentadores não correm o risco de cometer um erro ou dar uma história que não deveriam

Por ora, as primeiras reações nas redes sociais chinesas foram céticas. "A princípio, parece autêntico, mas quando você ouve um pouco, soa artificial, sem vida. A sensação que provoca é desconfortável, não sei se é porque a entonação não é a de uma pessoa normal", disse um internauta no Weibo, o Twitter chinês. "O setor de apresentadores de TV está se encaminhando para uma grande limpeza? Na internet, quem distingue quem é uma pessoa e quem é um robô?”, pergunta outro. Fonte: El País - Pequim 9 NOV 2018

sábado, 10 de novembro de 2018

O fim da Primeira Guerra Mundial

"Finie la guerre?" – "Acabou-se a guerra?" O carro dos negociadores alemães que, vindo da Bélgica, atravessou a fronteira da França em 6 de novembro de 1918 espalhou o júbilo entre os soldados franceses. Os exércitos ainda se confrontavam, mas a guerra que já durava mais de quatro anos parecia estar se aproximando do fim.

Pouco mais tarde, na madrugada de 11 de novembro, o líder da delegação alemã, Matthias Erzberger  e sua contraparte francesa, o marechal Ferdinand Foch, preencheriam plenamente os anseios de milhões de europeus.

Num vagão de trem no bosque de Compiègne, cerca de 90 quilômetros a nordeste de Paris, os dois colocaram sua firma no recém-negociado armistício entre a Alemanha e os Aliados: os alemães capitulavam. No ano seguinte, em 28 de junho, no famoso Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, ambos os lados assinariam oficialmente o acordo de paz.

AJUDA DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
Até meados de 1918, as tropas alemãs haviam avançado no front ocidental, ganhando muito terreno. No entanto, entre março e julho, o contingente se reduziu de 5,1 milhões para 4,2 milhões de militares. O Império Alemão conseguiu fechar suas lacunas até o verão, mas só remobilizando soldados feridos e de novo recuperados. Além disso, os primeiros recrutas nascidos no ano de 1900 iam chegando pouco a pouco.

Contudo, os alemães se viam agora diante de um inimigo totalmente novo: os americanos. Depois que o presidente Woodrow Wilson declarara guerra à Alemanha, em 2 abril de 1917, seus soldados avançavam pelo Oceano Atlântico. No início do outono de 1918, desembarcavam diariamente 10 mil deles.

O historiador John Keegan concorda que os jovens americanos eram inexperientes no combate. "Decisivo, porém, foi o efeito que sua chegada teve sobre o adversário: profundamente deprimente."
No fim das contas, as bem equipadas unidades dos Estados Unidos é que decidiriam a guerra a favor dos Aliados. Os supremos comandantes das tropas alemãs se viram logo forçados a aceitar que não era mais possível vencer o conflito, que só um armistício evitaria o colapso total no front alemão.

MORTE EM ESCALA INDUSTRIAL
Até chegar à trégua de 11 de novembro, a Europa atravessara quatro anos de uma pavorosa carnificina e destruição jamais vista. Em sua viagem pela Bélgica e França, Erzberger registrou um quadro de desolação: "Nenhuma casa mais de pé, uma ruína se sucedia à outra. À luz da lua, os destroços se erguiam no ar, fantasmagóricos; nenhum ser vivo se mostrava."

O cronista e político do Partido Alemão do Centro traçou o balanço de uma guerra de letalidade sem precedentes. O avanço tecnológico e a industrialização haviam criado um arsenal que suplantava tudo o que já existira em termos de quantidade e qualidade: tanques aparentemente indestrutíveis, embarcações que manobravam debaixo d'água, artilharia de alcance gigantesco, gases mortais.

Em 1916, os alemães haviam colocado em ação o canhão ferroviário "Langer Max": lançados através de um tubo de 35 metros de comprimento, seus projéteis de 300 quilos atravessavam distâncias de até 48 quilômetros. Com essa arma, Paris foi alvejada em 23 de março de 1918. Algumas granadas atingiram a igreja de Saint Gervais durante um culto, matando 88 pessoas e ferindo cerca de 100.

Historiógrafos militares estimam que, durante a Primeira Guerra Mundial, se lançaram 850 milhões de granadas de artilharia. Ao todo, as nações envolvidas convocaram quase 56 milhões de recrutas. A matança se deu em escala industrial, com cerca de 11 milhões de soldados tombando sob a chuva de projéteis de canhões e o fogo de metralhadoras – uma média de 6 mil combatentes mortos por dia de conflito.

A esses se juntaram 21 milhões de feridos, soldados que perderam membros ou parte deles, que ficaram paralíticos ou acamados, foram submetidos a amputações, terminaram cegos ou surdos.

HORRORES DO FRONT
As vivências no front eram, inevitavelmente, aterrorizantes. "É horrível quando estilhaços de granadas penetram nos tecidos moles", recordava-se o soldado alemão Karl Bainier, nascido em 1898. "Nossos dois comandantes também foram atingidos em cheio durante a noite. Um perdeu o tórax inteiro; o outro, o tronco todo. O do tronco morreu na hora. O outro ainda gritou."

Assim, não é de espantar que sobretudo os soldados desejassem o fim da guerra. Em maio de 1918, o comandante-chefe príncipe Rupprecht da Baviera observava não ser "nem um pouco fora do comum" que até 20 de cada 100 soldados se ausentassem sem permissão. Se fossem apanhados, em geral eram punidos com dois a quatro meses de prisão, "mas é exatamente isso o que alguns querem, pois assim escapam de uma ou outra batalha".

Nos meses seguintes, o front do lado das Potências Centrais – Alemanha e Áustria-Hungria – ficaria cada vez mais desfalcado. Muitos soldados se recusariam a lutar, outros partiriam para casa por conta própria.

SOLO FÉRTIL PARA A PRÓXIMA GUERRA
Enquanto as alas alemãs rareavam progressivamente, o comando supremo se eximia de qualquer responsabilidade. Em 19 de setembro de 1918, o general Erich Ludendorff escreveu: "Pedi à Sua Majestade para colocar no governo também aqueles círculos a que principalmente devemos a situação em que estamos. Portanto agora veremos esses senhores assumirem os ministérios. Agora eles que tratem a paz que tiver de ser tratada. Eles que tomem a sopa que prepararam para nós."

Esses senhores" eram, para Ludendorff, as bancadas do Parlamento que, já em meados de 1917, haviam pleiteado um acordo de paz: social-democratas, liberais de esquerda e o católico Partido Alemão do Centro. Essa acusação de uma suposta traição pela pátria exausta da guerra foi também adotada pelo mais alto militar do Império Alemão, o marechal de campo Paul von Hindenburg.

"O Exército alemão foi apunhalado pelas costas", afirmou, supostamente citando o general inglês Frederick Maurice. Embora este tenha sempre negado com veemência haver dito tal frase, assim nascia a "lenda da punhalada", segundo a qual a Alemanha teria perdido a guerra devido à "traição" interna. Essa lenda contribuiu significativamente para o futuro fracasso da República de Weimar.

De início, porém, o 11 de novembro trouxe o fim da guerra que milhões de europeus tanto ansiavam. No entanto, isso não significou automaticamente o fim do sofrimento: privação, vicissitude e luto seguiram pesando sobre o povo, agravados pela sensação de ter lutado e sofrido em vão.

"A falta de sentido, ao chegar a seu ponto mais alto, é raiva, raiva e raiva e continua não fazendo sentido", resumiu o escritor austro-húngaro Walter Serner a cólera de seus compatriotas. Esse sentimento tóxico tomou conta dos alemães e seria o solo fértil para a ascensão de um ex-soldado do front chamado Adolf Hitler. Fonte: Deutsche Welle - Data 06.11.2018

Comentário:

Resumo cronológico
Conflito opôs as Potências Centrais (os impérios Alemão, Austro-Húngaro e Otomano) à Entente (liderada por Rússia, Reino Unido e França)

Principais datas
■28.jun.1914  O herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, é morto por um nacionalista sérvio em Sarajevo; um mês depois, a Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia, dando início ao conflito
■21.fev.1916 Começa a Batalha de Verdun, na França, a mais longa (dura até dezembro) e uma das mais violentas, com mais de 1 milhão de mortos
■7.abr.1917  Os Estados Unidos entram no conflito e declaram guerra à Alemanha, desequilibrando a disputa a favor da Entente
■11.nov.1918 A Alemanha aceita um armistício com os adversários, interrompendo o conflito
■28.jun.1919 O Tratado de Versalhes, acordo de paz definitivo, é assinado

Personagens
■Vladimir Lenin Liderou em novembro de 1917 a Revolução comunista na Rússia, fazendo o país deixar a guerra
■Adolf Hitler Sua participação na guerra como cabo do Exército acabaria influenciando a criação do nazismo
■Guilherme 2º Após assumir como imperador, impôs uma política agressiva na Alemanha, que levou à guerra, mas durante o conflito cedeu a maior parte do poder aos militares

■G. Clemenceau O primeiro-ministro francês foi um dos principais defensores de uma ação militar contra a Alemanha e um dos idealizadores do Tratado de Versalhes

Classificação de estatísticas de vítimas
Estimativas de número de baixas para a Primeira Guerra Mundial variam muito As estatísticas de baixas militares listadas aqui incluem mortes relacionadas a combate, bem como mortes de militares causadas por acidentes, doenças e mortes enquanto prisioneiros de guerra. A maioria das vítimas durante a Primeira Guerra Mundial deve-se à fome e às doenças relacionadas com a guerra. 



População (milhões)
Mortes-militares
Mortes-Civis
Total de mortes
Mortes em  % da população
Militares feridos
Allies of World
War I
806.0
5,711,696
3,674,757
9,386,453
1.19%
12,809,280
Central Powers
143.1
4,010,241
3,143,000
7,153,241
5%
8,419,533

Allies World War I - França, Rússia e Grã-Bretanha entraram na Primeira Guerra Mundial em 1914, como resultado da Tríplice Entente. Os demais países uniram-se aos aliados ao longo da guerra.
Central Powers – designação atribuída à coligação formada entre a Alemanha e a Áustria-Hungria à qual se juntariam o Império Otomano e a Bulgária. O nome encontra-se relacionado com a posição central ocupada pela Alemanha e Áustria-Hungria no continente europeu.
Fonte: REPERES – module 1-0 - explanatory notes – World War I casualties – EN
Author & © : Nadège Mougel, CVCE, 2011, 2011, English translation: Julie Gratz, Centre européen Robert Schuman



Como fazer amigos


Lembra quando fazer  amigos era brincadeira de criança?  Mais da metade dos adultos no Reino Unido disseram que já faz muito tempo que fizeram um nova amizade.

Não precisa ser assim. Então, vamos aprender com os especialistas. As crianças são ótimas para quebrar barreiras que impedem a aproximação entre nós.

“Como Fazer Amigos” é um movimento que celebra pequenos momentos de conexão, como dizer olá a alguém em sua loja local ou sorrir para alguém no ônibus. “Como Fazer Amigos” é um movimento para inspirar pessoas de todas as idades a celebrar as coisas que compartilhamos. Em todas as conversas, há uma oportunidade de ser "nós" e encontrar algo que nos conecte.

Pequenos momentos contam. Então não seja um estranho. Vamos ficar mais juntos. Vamos ser mais abertos. Vamos Fazer Amigos. Fonte: BMB Agency

Com legenda em português

sábado, 3 de novembro de 2018

Morre menina símbolo da fome causada por guerra no Iêmen

Retrato feito pelo jornal 'The New York Times' chocou o mundo e chamou atenção para a situação de milhares de crianças no país que não conseguem receber ajuda humanitária.
A menina Amal Hussain, de 7 anos, que virou símbolo da fome causada pela guerra no Iêmen, morreu na quinta-feira (1º). A informação é do jornal americano "The New York Times", que divulgou a imagem de Amal em uma reportagem sobre a fome no país.

Amal foi fotografada pelo jornal em um centro de saúde em Aslam, a 90 milhas a noroeste da capital, Sana. Ela estava deitada em uma cama com a mãe. As enfermeiras a alimentavam a cada duas horas com leite, mas ela vomitava regularmente e sofria de diarréia.
A Dra. Mekkia Mahdi, a médica responsável, chamou atenção da reportagem do "NYT" para a pele flácida dos braços de Amal. "Olha", disse ela. "Sem carne. Apenas ossos". Ela recebeu alta do hospital, que precisava tratar outros pacientes na mesma situação, e morreu em casa três dias depois.

ONU ALERTA PARA MORTE DE CRIANÇAS
As crianças iemenitas estão morrendo de fome e doenças enquanto caminhões com suprimentos de ajuda estão bloqueados no porto, deixando equipes médicas e mães desesperadas implorando para que os agentes humanitários façam mais, disse uma autoridade de alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU).
Geert Cappelaere, diretor de Oriente Médio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), descreveu cenas "de partir o coração" de crianças em hospitais na cidade portuária de Hodeidah e na capital Sanaa, ambas controladas por insurgentes houthis.
"Temos indícios de que hoje, no Iêmen, a cada 10 minutos uma criança de menos de 5 anos está morrendo de doenças evitáveis e de desnutrição grave", disse ele à Reuters de Hodeidah.

GUERRA
A recente ofensiva para combater os rebeldes Houthi, que ocupam o porto de Hodeida, por parte da coligação liderada pela Arábia Saudita, levantou o debate sobre o impacto do fechamento dos acessos ao porto.  Os bloqueios comerciais impedem que ajuda humanitária e itens básicos, como comida, gás de cozinha e medicamentos, cheguem a 70% da população iemenita.

Recentemente, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, maiores fornecedores de armas da Arábia Saudita, pediram um cessar-fogo no Iêmen. O secretário de Defesa, Jim Mattis, disse que deve entrar em vigor dentro de 30 dias. "Temos que nos mover em direção a um esforço de paz aqui, e não podemos dizer que vamos fazer isso em algum momento no futuro", disse Mattis na terça-feira.
Trabalhadores humanitários e agora líderes políticos estão pedindo a suspensão das hostilidades, bem como medidas de emergência para reviver a economia do Iêmen, onde o aumento dos preços dos alimentos levou milhões à beira do abismo.
Segundo a ONU, cerca de 14 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, podem estar à beira de um surto de fome em breve.
Já existem 1,8 milhão de crianças iemenitas desnutridas, mais de 400 mil delas sofrendo de desnutrição grave, uma enfermidade que as deixa em estado esquelético e correndo risco de morte, disse Cappelaere.

Fonte: G1-03/11/2018