De acordo com Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde, municípios brasileiros que só contam com profissionais cubanos na rede
pública correm o risco de ficar sem atendimento a partir do fim do ano.
Com o fim da participação de Cuba no programa Mais Médicos,
pelo menos 611 dos 5.570 municípios brasileiros correm o risco de ficar sem
qualquer médico na rede pública a partir do final de dezembro, segundo
estimativa do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Nestas cidades há apenas profissionais de origem cubana atuando.
Cuba começou a enviar profissionais ao Brasil em 2013.
Atualmente, 8,3 mil dos 18,3 mil profissionais que trabalham no programa são
cubanos.
O período definido por Havana para o retorno dos médicos
será entre o dia 25 de novembro e 25 de dezembro, ou seja, pouco antes da posse
de Bolsonaro em Brasília, no dia 1º de janeiro.
Para tentar preencher as vagas que serão abertas com a saída
dos profissionais estrangeiros, o Ministério da Saúde disse que publicará um
edital nos próximos dias. Além das 8 mil vagas que devem ser preenchidas
novamente, há outros 2 mil postos que permanecem em aberto.
O professor de
medicina Felipe Proenço de Oliveira, que coordenou o programa entre 2013 e
2016, afirmou que não acha viável que essas vagas sejam preenchidas apenas com
brasileiros. "Não vejo perspectiva que ocorra um preenchimento de todas as
vagas com base nessa oferta do edital”, disse.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), há
profissionais brasileiros em número suficiente para substituírem os cubanos. O
problema é que muitos deles não querem ir para áreas remotas do país.
Na segunda-feira (19/11), representantes do Conasems e do
ministério devem se reunir para discutir os detalhes do edital.
Ao anunciar a decisão de deixar o Mais Médicos, Cuba
criticou as "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro,
que durante a campanha chegou a afirmar que expulsaria os médicos cubanos do
Brasil.
Na quarta-feira, ao comentar a decisão de Havana de recolher
os profissionais de saúde que trabalham no Brasil, o presidente eleito disse
que seu governo concederá asilo político a todos os cubanos que desejarem
permanecer no país.
Bolsonaro também disse que sua rejeição ao Mais Médicos se
dá por razões humanitárias e trabalhistas. Em torno de 70% do salário dos
médicos é "confiscado pela ditadura cubana", e cubanos são forçados a
viajar sem suas famílias, criticou. "Tem muita senhora desempenhando
função de médico, e seus filhos menores estão em Cuba." Fonte: Deutsche
Welle – 17.11.2018
Comentário: Como
dizia a minha em boca fechada não entra mosquito.
Médicos cubanos trabalhavam em 62 países no fim de 2016, em
35 dos quais o governo cobrou por seus serviços.
O Anuário Estatístico de Saúde 2016 de Cuba revela que os profissionais cubanos
estão em 24 países da América Latina e do Caribe; 27 da África subsahariana;
dois do Oriente Médio e da África setentrional; sete da Ásia Oriental e do
Pacífico, além de Rússia e Portugal.
Além de Venezuela e Brasil, os mercados mais importantes, os
médicos cubanos estão em países como Catar, Kuwait, China, Argélia, Arábia
Saudita e África do Sul.
A ilha também oferece serviços gratuitos mediante o chamado
Programa Integral de Saúde, destinado a 27 países com menos recursos como
Haiti, Bolívia, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Etiópia, Congo,
Tanzânia, Zimbábue, entre outros.
Fonte: EM 17/04/2017
A fatia de salário recebida pelos profissionais no Brasil é
muito superior aos rendimentos dos que trabalham nos arredores de Havana: a
renda mensal de um médico em Cuba é estimada entre 25 e 40 dólares, ou o
equivalente a R$ 94 e R$ 150.94 e R$ 150. Fonte: EM 17/04/2017
Fonte: EM 17/04/2017
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