terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eleições:Mediocridade à brasileira

A saúde pública no Brasil é desumana – quem precisa do SUS sabe bem disso. A educação
vai de mal a pior – mais da metade dos eleitores brasileiros tem apenas o 1º grau. A segurança pública é ridícula e nos faz reféns de bandidos que confiam na impunidade. A corrupção política leva para o ralo bilhões de reais todos os anos, tirando a comida da boca de milhares de crianças para satisfazer a ganância impune de bandidos forjados de políticos. O tráfico de drogas impera soberano em todos os cantos do país. Os projetos para acabar com a desigualdade social são paliativos e medíocres.

Mas, afinal, de quem é a culpa por tudo isso? Não, caro leitor. A culpa não é do “sistema”. Também não é dos políticos ou de governos. A culpa é minha e sua. É de todos nós.

Parece que fomos amaldiçoados por uma mediocridade e uma burrice coletivas que vêm desde o descobrimento desta terra. E não me venha com essa história de que o povo brasileiro é trabalhador, que não temos sorte com os políticos e coisa e tal. Falácia total, mentiras cabeludas.

Somos egoístas e nos preocupamos apenas com o nosso umbigo. Coletividade para nós, brasileiros, só funciona na Copa do Mundo. Aí sim, vestimos verde-amarelo e nos orgulhamos de ser o país do futebol.Quanta asneira.

Acha exagero? Faça uma reflexão. Pense para quais deputados e senadores você votou nas últimas eleições. Conseguiu se lembrar? Ótimo, já é um grande sinal. Agora, com sinceridade, cite em voz alta pelo menos três projetos apresentados por cada um deles.

Não, você não sabe. Mas nem se preocupe em assumir a culpa sozinho. Quase ninguém sabe. Por quê? Porque, pra gente, o mais importante é o que se passa na novela das oito, nos Big Brother da vida, no Campeonato Brasileiro de Futebol e na nova escalação da Seleção Brasileira. Aliás, proponho mais uma reflexão: cite o nome de pelo menos seis titulares da seleção canarinho. Ótimo, agora, cite quem são os candidatos ao Senado e ao Governo do Estado.

Maravilha de povo somos nós. Aposto que tem gente pensando: ah! Mas o que adianta saber quem são os políticos. Eles são todos iguais.

Não. Nós é que somos estupidamente iguais. Se participássemos da vida política, se acompanhássemos de perto o trabalho dos nossos governantes saberíamos separar o joio do pouco trigo que existe.

Isso sem falar dos que vendem ou trocam o voto. É justamente essa corja de gente egoísta e mesquinha que ajuda a colocar no poder os verdadeiros bandidos desse país. Para essa gente, peço para reflita um pouco ao ver nos noticiários o tanto de brasileiros que morre em filas de prontos socorros por falta de atendimento. Você, que vende o seu voto, é responsável direto por tudo isso. Que padeça e arda no inferno do remorso.

Para finalizar, vamos pensar um pouco na frase que o palhaço Tiririca, que é candidato a deputado federal, deixou na propaganda eleitoral gratuita: “Você sabe pra que serve um deputado? Vota pra mim que depois eu te conto”.

Pensando bem, é isso mesmo que a gente merece. Fonte: Jornal de Macatuba - agosto 19, 2010

Comentário: O artigo fez uma síntese da realidade brasileira. O Brasil tem diversos tipos de analfabetos; o analfabeto que nunca foi a escola,  o analfabeto que freqüentou a escola, o analfabeto que tem o curso superior, o analfabeto cultural, etc. Esse  é o espelho da educação brasileira que reflete na política. O nosso crescimento é de consumismo que mascara essa realidade, não está preparando os jovens para a realidade do mercado do trabalho que necessita cada vez mais de conhecimento e escolaridade. Para o político é mais fácil ter um programa de Bolsa Família ou Mesada para os Pobres do que retirar o pobre de sua ignorância. A ignorância do povo é o cabresto dos políticos.

Vídeo: Propaganda do Tiririca - O Tiririca de certa forma tem razão, no Congresso tem de tudo,  está faltando apenas um palhaço ou humorista.


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