sábado, 29 de outubro de 2016

Quanto custa produzir cada cédula e moeda do real

As informações são do Banco Central do Brasil. Os valores de produção do milhar de cédulas foram arredondados na divisão por unidade.

1-R$ 0,05
Uma moeda de 5 centavos custa R$ 0,11 para ser fabricada, o que representa 220% de seu valor de face. Isto é, são necessárias mais de duas moedas de 5 centavos para produzir uma moeda de
5 centavos

2-R$ 0,10
Cada moeda de 10 centavos custa ao Banco Central R$ 0,16, ou 160% de seu valor de face

3-R$ 0,25
A moeda de 25 centavos custa R$ 0,23, ou 92% de seu valor de face

4-R$ 0,50
A moeda de 50 centavos sai por R$ 0,20, equivalente a 40% de seu valor de face

5-R$ 1
Cada moeda de um real custa R$ 0,29 para ser produzida, ou 29% do valor de face




6-R$ 2
A cédula de 2 reais sai para o Banco Central por R$ 0,17, equivalente a 8,5% do valor de face

7-R$ 5
Uma cédula de 5 reais custa R$ 0,18 para ser fabricada, o que representa 3,6% de seu valor de face

8-R$ 10
A cédula de 10 reais é fabricada por R$ 0,18, ou 1,8% de seu valor de face


9-R$ 20
Uma cédula de 20 reais sai por R$ 0,20 para o Banco Central, ou 1% de seu valor de face

10-R$ 50
Cada cédula de 50 reais custa R$ 0,24 para ser produzida, o que dá 0,48% do valor de face

11-R$ 100
A cédula de 100 reais é, proporcionalmente, a de produção mais barata: são R$ 0,25, ou 0,25% do valor de face.
 Fonte: Bacen (Banco Central do Brasil)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Helicóptero H-225M para as Forças Armadas construído no Brasil

Helicóptero mais complexo já construído no Brasil pode transportar 28 soldados ou então atacar navios inimigos com mísseis Exocet
O Brasil tem um desses, o H-225M , fabricado pela Helibras, e que pode ser armado com o Exocet, o famoso míssil anti-navio desenvolvido na França, pela MBDA Missile Systems.
O primeiro aparelho desse tipo para a Marinha do Brasil (MB) foi apresentado a imprensa e autoridades nessa terça-feira (25), em Itajubá (MG), na fábrica da Helibras, empresa que faz parte do grupo Airbus. O H-225M  é a versão naval do H225 “Super Puma”, como é chamado o mesmo aparelho fabricado na Europa, pela Airbus Helicopters. No Brasil, ele é o “Caracal”.

Grande, rápido e com sistemas de alta tecnologia, o H-225M  é o helicóptero mais avançado já construído pela indústria nacional. O projeto da célula (o “corpo” do helicóptero) é europeu, mas a integração dos equipamentos de busca e armamentos foi desenvolvido por empresas brasileiras, como a Avibras e Mectron, que participam do programa H-XBR. O projeto prevê a produção de 50 helicópteros AS225 em diferentes versões para Marinha, Exército (EB) e a Força Aérea Brasileira (FAB).
A Helibras já entregou 26 unidades do novo helicóptero para as forças armadas brasileiras: sete aparelhos para a MB, nove para o EB e outros 10 para a FAB, incluindo os dois modelos de transporte oficial de autoridades.

HELICÓPTERO DE GUERRA NAVAL
O H-225M da Marinha é o primeiro Caracal com sistema de armas. Para lançar um artefato desse tipo não basta apenas instalar um “cabide” de armamentos, sobretudo para disparar o Exocet. O helicóptero possui um radar de busca marítima (modelo APS-143), capaz de encontrar embarcações a mais de 300 km de distância e que ajuda no sistema mira do míssil – o novo helicóptero pode levar dois Exocet. Ao todo, a MB vai receber cinco H225 .
O Exocet que será usado nos H-225M ainda tem componentes nacionais. O motor, por exemplo, será construído pela Avibras, enquanto o sistema de orientação é projetado pela Mectron. O “caminho” do Exocet até o alvo é programado pelo radar do helicóptero e, na fase final, o radar do próprio míssil assume o comando até alcançar a parte inferior do casco da embarcação, onde explode.

MAIOR HELICÓPTERO DO BRASIL
Apesar do tamanho e peso – o H-225M tem quase 20 metros de comprimento e pode decolar pesando 11 toneladas -, o novo helicóptero da Marinha acelera como se fosse leve. A força gerada pelos dois motores turboshafts (turbinas), cada uma com cerca de 2.800 hp, pode levar o aparelho até 320 km/h, quase a mesma velocidade máxima dos AH-2 Sabre, o helicóptero de ataque da FAB.
O H-225M é comandado por dois pilotos e dois operadores de sistemas de busca e armas. No entanto, também pode ser convertido para transportar tropas, com espaço para até 28 soldados totalmente equipados – como comparação, o Embraer KC-390 comporta 80 soldados. Já o alcance do helicóptero gira em torno de 860 km – a FAB já voa na versão com sonda de reabastecimento.
O novo helicóptero da Marinha também é equipado com sistemas de contramedidas contra mísseis, os chamados “Flares” e “Chaff”. O primeiro, parecido com fogos de artificio, é concebido para afastar mísseis orientados por calor, enquanto o segundo elemento são como tiras de alumínio, que confundem os radares de outras aeronaves ou mísseis com esse tipo de orientação.
 “O ganho que a indústria brasileira teve com a transferência de tecnologia no projeto H-XBR é enorme. O Brasil agora tem a capacidade de desenvolver e construir alguns dos helicópteros mais avançados do mundo. Além disso, esse foi a primeira aeronave desenvolvida seguindo os requisitos da Marinha brasileira”, celebrou Richard Marelli, presidente da Helibras.

A fabricante ainda afirma que existe a possibilidade de exportar a versão brasileira do H225. “É uma venda complexa, por que depende de uma série de autorizações dos países onde os componentes são fabricados. Mas é viável. No entanto, primeiro precisamos de clientes”, completou Marelli. Fonte: Airway - 26 de outubro de 2016

domingo, 23 de outubro de 2016

A inatividade física custou para o mundo US$ 67,5 bilhões

Desde que nossos ancestrais desceram das árvores, há 6 milhões de anos, a competição conferiu vantagem de sobrevivência às mulheres e aos homens que se movimentavam com mais desenvoltura. Como resultado, o corpo que chegou até nós tem pernas e braços longos, fortes e articulados para andar, correr, subir  em árvores, abaixar e levantar com eficiência e facilidade.

A partir da segunda metade do século 20, no entanto, sucessivos avanços tecnológicos tornaram possível ganharmos o pão nosso de cada dia sem sair da cadeira. Graças ao conforto moderno, passamos a usar o corpo de uma maneira para a qual ele não foi engendrado.
Ao mesmo tempo, novas técnicas de cultivo agrícola e armazenagem possibilitaram o acesso de grandes massas populacionais a alimentos de alta qualidade. As refeições da classe média de hoje são mais nutritivas do que as dos nobres nos castelos medievais.

A ingestão diária de um número maior de calorias do que as exigidas para a manutenção do peso saudável de um corpo sedentário criou as condições para a explosão da epidemia de obesidade que assola o mundo. No Brasil, 52% dos adultos estão acima do peso.

Um estudo internacional publicado numa das revistas médicas de maior prestígio ("The Lancet") procurou quantificar os prejuízos causados pela pandemia de inatividade física.
Os autores fizeram uma revisão sistemática da literatura para estimar os custos diretos (para os sistemas de saúde) e os indiretos (produtividade perdida) do sedentarismo em 142 países, que representam 93% da população mundial.

Consideraram o impacto direto no sistema de saúde causado por cinco enfermidades, nas quais a influência da vida sedentária é conhecida com mais detalhes: doença coronariana, derrame cerebral, diabetes tipo 2, câncer de mama, câncer de cólon e reto.
Os custos indiretos foram calculados a partir da produtividade perdida com as mortes prematuras por essas doenças. A falta de dados para a maioria dos países não permitiu estimar as perdas com o absenteísmo provocado por elas.

Foram classificadas como inativas as pessoas que não seguem a recomendação da Organização Mundial da Saúde de praticar atividade física de intensidade moderada ou vigorosa durante pelo menos 150 minutos por semana.

A aplicação de métodos estatísticos complexos permitiu chegar às seguintes conclusões:

1) Contados os gastos dos sistemas de saúde e os anos perdidos de trabalho por morte precoce, a inatividade física custou para o mundo US$ 67,5 bilhões (cerca de R$ 217,5 bi). O número é igual ao PIB da Costa Rica e maior do que o PIB de 80 dos 142 países estudados.

2) O mundo perdeu 13,4 milhões de anos de trabalho com as mortes prematuras.

3) Quanto mais pobre o país, menor o suporte financeiro governamental e maior a despesa das famílias com o tratamento das doenças estudadas.

4) A inatividade física é uma pandemia que provoca não apenas morbidade e mortalidade, mas grandes perdas econômicas. Os problemas gerados por ela são mais graves nos países em desenvolvimento.

Essas estimativas são extremamente conservadoras, consideraram apenas cinco de pelo menos 22 enfermidades em que a inatividade tem importância causal.

Ficaram de fora outras que são de alta prevalência, como as reumatológicas e as ortopédicas, a hipertensão arterial, a síndrome metabólica e alguns transtornos psiquiátricos, por exemplo.

No Brasil, a faixa etária da população que mais cresce é a que está acima dos 60 anos, justamente a mais sedentária. É nessa fase da vida que incidem as doenças crônico-degenerativas mais comuns: hipertensão arterial, obesidade, câncer, diabetes, problemas ortopédicos e o cortejo de complicações associado a elas.
Cruzar os braços diante de mulheres e homens sedentários que engordam e envelhecem com um ou mais desses males é caminhar para a aceitação de uma eutanásia passiva para os mais velhos, uma vez que nem o SUS nem a Saúde Suplementar terão condições de arcar com os custos.

Qual de nossos antepassados poderia imaginar que o maior desafio da saúde pública do século 21 seria convencer a população a andar? Fonte: Folha de São Paulo - 01/10/2016 - Drauzio Varella

sábado, 22 de outubro de 2016

A arte da mentira política

Em 1733, circulou um panfleto intitulado "A arte da mentira política - Mentir de verdade". Especialistas atribuem o texto satírico a Jonathan Swift. Nele, o autor discorre sobre as mil maneiras de enganar o povo, em teoria, para seu próprio bem.

Desde então, fizemos progressos na velha arte de mentir. Toda semana dela temos provas cômicas ou trágicas, constatando que a mentira exige, desde sempre, regras de refinado cálculo.

Para Swift, a mentira nascia do fato de a alma ter um lado plano, feito por Deus, e outro cilíndrico, feito pelo demônio. O primeiro restituía a imagem das coisas como elas eram. E o cilíndrico, maior do que o primeiro, as deformava. A arte e o sucesso da mentira dependiam dele.

E o que era mentir? "A arte de convencer o povo, fazendo-o crer em falsidades saudáveis para qualquer bom fim". A mentira política era não apenas permitida, mas também lícita. Só que o governo, ou o corpo político, não tinha dela exclusividade. Isso pois o povo poderia usá-la para combater seus representantes, por meio da invenção de falsos rumores e ataques à sua reputação.

Segundo Swift, haveria diferentes tipos de mentiras: a de "calúnia", que teria por objetivo a difamação; a de "adição", cuja meta seria emprestar ações benéficas a um indivíduo das quais ele não era o autor. E enfim a de "translação", quando se cediam ações a outrem. A distinção entre a mentira "que serve para apavorar" e a que "anima e encoraja" era necessária. E atenção: mentiras não só deviam parecer verossímeis, mas não podiam se repetir. Melhor variar.

E por que não organizar uma sociedade que reuniria diferentes corpos de mentirosos, espécie de lobby que teria por objetivo divulgar exclusivamente falsas informações? Por fim, a última questão: a verdade não seria a melhor maneira de combater a mentira? Resposta: "A maneira mais apropriada e eficaz de destruir uma mentira é contar outra!"

Como se vê, a mentira na política não ganhou rugas. Mas ela não era para todos. Escrevendo para os jornais, em 1898, o escritor Olavo Bilac cravava: "Para ser político, é preciso antes de tudo ter força de saber mentir e transigir. Diante do eleitorado, que poderia eu dizer? A verdade? Mas o eleitorado, aceso em justa cólera, me correria à pedradas". O eleitor gostava mesmo era de ouvir mentiras, embora os jornais, segundo Bilac, gostassem de contar verdades. Afinal, para ele, a imprensa era um bem comum, cuja prática tinha que ser transparente.

Mudaram os tempos, mas não as mentiras ou os políticos. Graças aos avanços da imprensa, do rádio, da TV, o político passou de notável a notório. E essa notoriedade conduziu ao contato com o povo, ao corpo a corpo e à promessa –ou mentira– jamais cumprida.

Com os avanços da imprensa escrita e falada, os políticos passaram a mentir diária e incansavelmente aos seus potenciais eleitores. E esses, ao contrário de "corrê-los a pedradas", fingem que acreditam. "Todo o ano, por mais ladrão que ele –político– seja, ele têm de ir pra rua, encarar o povo e pedir votos", ilustrou o ex-presidente Lula em discurso recente. 

Frente aos candidatos das eleições, não estamos, infelizmente, diante de nenhuma novidade! Fonte: Folha de São Paulo - 09/10/2016 -Mary Del Priore

Comentário: Mentir é uma arte, e a vida profissional é um campo fértil para o seu cultivo. Primeiro floresce a mentirinha, que é percebida e aceita como uma metáfora. Todo mundo sabe que "Furou um pneu" não quer dizer exatamente isso. E, se "Fui a um velório" espelhasse sempre a verdade, o Brasil já estaria despovoado. Mas mentirinhas são inocentes, e evitam explicações muitas vezes constrangedoras e, quase sempre, inúteis. Depois, vem a mentira útil. Ela é usada quando disser a verdade não ajuda, e pode atrapalhar: "Bonita gravata, chefe", por exemplo. Por que dizer que aqueles desenhos roxos sobre um fundo amarelo-diarréia parecem amebas no cio? Quando alguém me diz "Excelente o seu memorando" eu relevo, porque sei que não existem memorandos excelentes: ou eles são práticos, ou são confusos. Max Gehringer

domingo, 16 de outubro de 2016

Os países mais visitados do mundo

1º LUGAR: FRANÇA
Além da bela capital, o primeiro colocado tem castelos, vinhedos, museus e a gastronomia, apreciados em 2015 por 84,5 milhões de turistas. Rituais cativantes, do croissant ao aperitivo, os grandes impressionistas e a alta-costura, todos são parte da cultura francesa. Poderá a França manter a liderança também em 2016, após os ataques terroristas que abalaram o país?

2º LUGAR: ESTADOS UNIDOS
Filmes, músicas e produtos do país segundo colocado fazem parte do nosso dia a dia. Os Estados Unidos receberam 77,5 milhões de visitantes no ano passado. Seja uma viagem pelas extensas rodovias ou pelas belas paisagens de cânions, pelas montanhas, como o monte Rushmore (foto), ou pelas praias, o enorme país tem muito a oferecer

3º LUGAR: ESPANHA
"Fiesta" e flamenco estão intrinsecamente ligados à imagem do país terceiro classificado. Em 2015, 68,2 milhões de pessoas foram à costa espanhola, admiraram as obras de Picasso e Gaudí, ou visitaram a Alhambra (foto), o Patrimônio da Humanidade em Granada . Clássicos da culinária são as tapas e a paella.

4º LUGAR: CHINA
Uma das mais antigas civilizações do mundo é ao mesmo tempo a que se desenvolve mais rapidamente. Razão o bastante para 56,9 milhões de turistas quererem ver isso de perto. Da Grande Muralha (foto) à Rota da Seda, há belas paisagens para admirar, tesouros culturais antigos e arquitetura ultramoderna em megacidades para serem conhecidos.

5º LUGAR: ITÁLIA
A Itália é o berço do Império Romano e do Renascimento, das pizzas, das massas e do café expresso. De Roma a Veneza, da Sicília à Toscana, a Itália está cheia de atrações. No ano passado, 50,7 milhões de pessoas visitaram o país da "dolce vita". Um destaque é uma visita ao Coliseu (foto), na capital.

6º LUGAR: TURQUIA
Como "ponte" entre a Europa e a Ásia, Istambul tem uma diversidade cultural ímpar. Entre as atrações mais visitadas estão a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia (foto). As praias do Mediterrâneo e as paisagens da Capadócia são outros pontos que ajudaram a atrair 39,5 milhões de turistas no ano passado. Mas em 2016 o medo do terrorismo e a crise política estão atraindo menos visitantes.

7º LUGAR: ALEMANHA
Seja a Oktoberfest em Munique ou uma festa tecno em Berlim: turistas gostam de festas na Alemanha. Mas eles também visitam locais históricos, como o Muro de Berlim e o Monumento ao Holocausto. Os 35 milhões de turistas que estiveram na Alemanha em 2015 visitaram ainda regiões românticas, como a Floresta Negra, a região do Reno, com seus burgos e castelos, e a Baviera, com o castelo Neuschwanstein.

8º LUGAR: REINO UNIDO
O país tem o lendário local de culto Stonehenge (foto) e a impressionante cena artística de Londres. A família real, o teatro de Shakespeare, o chá das cinco e os pubs são tradições ainda vividas intensamente, que atraíram 34,3 milhões de visitantes em 2015. Além da Inglaterra, também o País de Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte são destinos procurados pelos turistas que vão ao Reino Unido.

9º LUGAR: MÉXICO
Mesmo que muitos dos 32,1 milhões de turistas busquem mais as praias do país, também os tesouros culturais do México valem uma visita. Vale a pena conhecer, por exemplo, os templos misteriosos, como este dos maias (foto), a selva tropical, o planalto de Chiapas, ou ainda monumentos da arquitetura colonial espanhola na Cidade do México.

10º LUGAR: RÚSSIA
Mais de 31 milhões de turistas visitaram a nação onde nasceram grandes pensadores, como Tolstói e Dostoiévski. Mas uma só visita não basta para conhecer o maior país do mundo. A capital, Moscou (foto), as "noites brancas" de São Petersburgo ou um passeio pela ferrovia Transiberiana são os clássicos de uma viagem à Rússia. Fonte: Deutsche Welle - Data 30.09.2016

Comentário:
Turismo no Brasil - estrangeiro
2014 – 6,4 milhões
2015 – 6,3 milhões

Prêmios Nobel de Literatura desde 2000


2000: GAO XINGJIAN
O primeiro Prêmio Nobel da Literatura do século 21 coube ao chinês Gao Xingjian, escolhido por "uma obra de validade universal", marcada por "amargos insights e riqueza linguística", abrindo novos caminhos para a prosa e o teatro na China. Desde 1987 ele vive e atua em Paris como autor, dramaturgo e pintor.

2001: VIDIADHAR NAIPAUL
Uma arte narrativa "em que ele conjuga uma percepção particularmente sensível com meticulosidade irreprimível, para nos obrigar a reconhecer a contemporaneidade das histórias reprimidas": assim o Comitê justificou a escolha de Vidiadhar Surajprasad Naipaul. O indo-britânico tomou como tema a liberdade do indivíduo numa sociedade em ocaso, em diversas regiões do mundo.

2002: IMRE KERTÉSZ
O sobrevivente de Auschwitz Imre Kertész foi laureado por uma obra que "contrapõe a frágil experiência do indivíduo à bárbara arbitrariedade da história". O judeu húngaro descreveu em seus romances os horrores dos campos de concentração. Em "Sem destino", uma das mais impressionantes narrativas sobre o Holocausto, ele trabalhou mais de 13 anos.

2003: JOHN M. COETZEE
Segundo o júri, John Maxwell Coetzee retrata "a participação do ser humano na diversidade da existência, de maneira muitas vezes atordoante". Além do Nobel, o autor da África do Sul já recebeu duas vezes o prestigioso Man Booker Prize. Seu romance mais conhecido, "Desgraça" (1999), que trata da era pós-apartheid, foi transformado nove anos mais tarde no filme "Desonra".

2004: ELFRIEDE JELINEK
A autora austríaca Elfriede Jelinek recebeu o Prêmio Nobel pelo "fluxo musical de vozes e contravozes em seus romances e dramas", em que desmascara os clichês sociais. Um de seus temas centrais é a sexualidade feminina. O romance "A pianista" (1983) foi base para o filme homônimo de 2011, dirigido por Michael Haneke e com Isabelle Huppert no papel principal.

2005: HAROLD PINTER
O dramaturgo inglês Harold Pinter morreu de câncer pulmonar três anos após receber o Nobel. Com seus dramas, apontou o júri, ele "revelou o precipício sob a conversa fiada do dia a dia", penetrando "no espaço fechado da repressão". Tendo escrito também para a TV e o cinema, ele também foi ator e diretor de várias de suas peças.

2006: ORHAN PAMUK
Ao homenagear Istambul, o primeiro ganhador do Nobel da Literatura de nacionalidade turca "encontrou novas imagens simbólicas para o conflito e o entrelaçamento das culturas, em busca da melancólica alma de sua cidade natal". Ferit Orhan Pamuk é o escritor turco mais lido do mundo, com 11 milhões de livros vendidos e traduções em 35 idiomas.

2007: DORIS LESSING
A britânica Doris Lessing publicou tanto romances e contos quanto peças teatrais. A Academia Sueca a saudou como "épica da experiência feminina, que, com ceticismo, paixão e força visionária, colocou à prova uma civilização fragmentada". A hoje nonagenária já se engajou contra a energia atômica e foi opositora eloquente do regime do apartheid na África do Sul.

2008: LE CLÉZIO
Segundo a Academia Sueca, Jean-Marie Gustave Le Clézio é "o autor da ruptura, da aventura poética e do êxtase sensorial", além de "estudioso de uma humanidade abaixo e acima da civilização dominante". Filho de uma francesa e de um nativo de Maurício, ele considera esse Estado insular no Oceano Índico sua "pequena pátria".

2009: HERTA MÜLLER
Como mais recente laureada germanófona, a teuto-romena Herta Müller foi destacada por, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desapossados". Ela também critica em suas obras o autoritário regime Ceauescu,que até 1989 geriu os destinos da Romênia. Entre seus romances editados em português estão "A terra das ameixas verdes" e "O compromisso".

2010: MARIO VARGAS LLOSA
O autor peruano Mario Vargas Llosa recebeu o Nobel por "sua cartografia das estruturas de poder e seus enérgicos retratos da resistência individual, da rebelião e da derrota". Na América Latina, ele ficou famoso pela frase, pronunciada na televisão: "México é a ditadura perfeita", assim como suas invectivas contra o ex-amigo Gabriel García Márquez, em 1976.

2011: TOMAS TRANSTRÖMER
Em sua justificativa sobre Tomas Gösta Tranströmer, o júri louvou as "imagens comprimidas, esclarecedoras, que apontam novos caminhos para o real". Na década de 60, o poeta sueco trabalhou como psicólogo numa instituição para jovens delinquentes. Seus poemas foram traduzidos para mais de 60 idiomas.

2012: MO YAN
O chinês Guan Moye é melhor conhecido por seu pseudônimo Mo Yan. O Comitê Nobel louvou nele um autor que, "com realismo alucinógeno, combina contos de fadas, história e presente". A decisão foi criticada pelo artista chinês Ai Weiwei, para quem seu compatriota era próximo demais do regime comunista.

2013: ALICE MUNRO
Para a Academia Sueca, que concede o prêmio anualmente desde 1901, Alice Munro é uma "mestra da crônica contemporânea". Entre as características inovadoras dos contos da escritora canadense está o livre trajeto na linha do tempo. Uma colega americana a classificou como "o nosso Tchecov".

2014: PATRICK MODIANO
Guerra, amor, ocupação, morte são os temas que ocupam o ator francês Patrick Modiano, ao processar as lembranças de sua infância infeliz na Paris do pós-Guerra. O júri do Nobel o elegeu precisamente por essa "muito especial arte da memória". Há muito consagrado em seu país, até ser laureado ele era pouco conhecido em nível internacional.

2015: SVETLANA ALEXIEVITCH
Na figura de uma autora bielorussa, o Comitê do Prêmio Nobel reconheceu uma nova forma de autoria. Em suas reportagens e ensaios, Svetlana Alexievitch desenvolveu um estilo literário todo próprio, realizando entrevistas e adensando-as em emocionais colagens da vida quotidiana. Enquanto cronista do sofrimento humano, ninguém documentou a decadência da União Soviética como ela.

2016: BOB DYLAN,
O ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2016 é Bob Dylan, “por ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição norte-americana da canção”.
Só quem mergulhou alguma vez no revelador universo desse cantor, nascido num povoado de Minnesota, poderá reconhecer que Dylan é um poeta sem tirar nem pôr. O reconhecimento do Nobel à sua música, entendida como um organismo vivo no qual as letras são o corpo sobre o qual se apoia o resto, é, portanto algo histórico. Fonte: Deutsche Welle-Data 13.10.2016

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

12 de outubro: Rio comemora 85 anos do Cristo Redentor

Erguida a mais de 700 metros de altitude sobre o Morro do Corcovado, no Parque Nacional da Tijuca, a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, completa 85 anos nesta quarta-feira (12/10).

As celebrações se iniciaram na noite de terça-feira com uma vigília e seguiram ao longo de quarta-feira  com a bênção aos visitantes pelo cardeal do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, além de um concerto de aniversário e uma missa de ação de graças celebrada pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar.

A ideia de erguer uma estátua em homenagem a Jesus Cristo no Morro do Corcovado foi sugerida em 1859 à Princesa Isabel pelo padre francês Pierre-Marie Boss. Mas foi somente por ocasião das comemorações do centenário da independência do Brasil que a proposta foi retomada, no início dos anos 1920.

PROJETO CONTROVERSO
O projeto inicial do engenheiro Heitor da Silva Costa mostrava Cristo segurando uma cruz no lado esquerdo e um globo no direito, o que lembra a estátua de Jesus na fachada da Catedral de São Pedro. Essa ideia foi abandonada, no entanto, em favor do projeto atual.
Consta que os representantes eclesiásticos da época tinham medo que o globo logo fosse interpretado como uma bola de futebol. Consta também que foi uma antena de rádio já existente sobre o Morro do Corcovado que inspirou Silva Costa a propor uma escultura de Jesus Cristo com braços abertos em forma de cruz.
Junto ao gravador e desenhista Carlos Oswald, Silva Costa venceu o concurso final para o projeto da estátua em 1923. A execução, no entanto, coube ao escultor franco-polonês Paul Landowski. Os trabalhos construtivos foram iniciados em 1926 e se estenderam até 1931.

FEITO DE PEDRA-SABÃO
Diferentemente da Estátua da Liberdade, que foi construída em metal, o Cristo Redentor foi confeccionado em pedra-sabão, que serve de revestimento para uma construção de concreto armado. A estátua foi inaugurada pelo cardeal do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme, e pelo então presidente Getúlio Vargas em 12 de outubro de 1931.
Na época, o magnata da mídia Assis Chateaubriand havia planejado junto ao pioneiro da transmissão de rádio, Gugliemo Marconi, que a iluminação da estátua fosse acionada a partir da Itália. Mas o mau tempo impediu o que seria uma proeza para a época. Durante a visita do papa Paulo 6°, em 1965, as luzes do Cristo Redentor finalmente foram acionadas desde o Vaticano.

CRISTO E CRUZ
Com 30 metros de base e oito metros de pedestal, o Cristo Redentor é hoje a segunda maior escultura do Salvador no mundo, sendo superada apenas por uma escultura com pouco mais de 33 metros de altura, inaugurada na Polônia em 2010. Mas como cruz sobre uma montanha, o cartão postal do Rio de Janeiro mantém, no entanto, o seu recorde mundial de altura.
E o que poucos sabem é que, dentro do Cristo, por volta da altura do peito, há um coração de pedra medindo cerca de 1,30 metro de diâmetro, na parte de dentro da escultura. Fonte: Deutsche Welle - Data 12.10.2016