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domingo, 16 de outubro de 2016

Prêmios Nobel de Literatura desde 2000


2000: GAO XINGJIAN
O primeiro Prêmio Nobel da Literatura do século 21 coube ao chinês Gao Xingjian, escolhido por "uma obra de validade universal", marcada por "amargos insights e riqueza linguística", abrindo novos caminhos para a prosa e o teatro na China. Desde 1987 ele vive e atua em Paris como autor, dramaturgo e pintor.

2001: VIDIADHAR NAIPAUL
Uma arte narrativa "em que ele conjuga uma percepção particularmente sensível com meticulosidade irreprimível, para nos obrigar a reconhecer a contemporaneidade das histórias reprimidas": assim o Comitê justificou a escolha de Vidiadhar Surajprasad Naipaul. O indo-britânico tomou como tema a liberdade do indivíduo numa sociedade em ocaso, em diversas regiões do mundo.

2002: IMRE KERTÉSZ
O sobrevivente de Auschwitz Imre Kertész foi laureado por uma obra que "contrapõe a frágil experiência do indivíduo à bárbara arbitrariedade da história". O judeu húngaro descreveu em seus romances os horrores dos campos de concentração. Em "Sem destino", uma das mais impressionantes narrativas sobre o Holocausto, ele trabalhou mais de 13 anos.

2003: JOHN M. COETZEE
Segundo o júri, John Maxwell Coetzee retrata "a participação do ser humano na diversidade da existência, de maneira muitas vezes atordoante". Além do Nobel, o autor da África do Sul já recebeu duas vezes o prestigioso Man Booker Prize. Seu romance mais conhecido, "Desgraça" (1999), que trata da era pós-apartheid, foi transformado nove anos mais tarde no filme "Desonra".

2004: ELFRIEDE JELINEK
A autora austríaca Elfriede Jelinek recebeu o Prêmio Nobel pelo "fluxo musical de vozes e contravozes em seus romances e dramas", em que desmascara os clichês sociais. Um de seus temas centrais é a sexualidade feminina. O romance "A pianista" (1983) foi base para o filme homônimo de 2011, dirigido por Michael Haneke e com Isabelle Huppert no papel principal.

2005: HAROLD PINTER
O dramaturgo inglês Harold Pinter morreu de câncer pulmonar três anos após receber o Nobel. Com seus dramas, apontou o júri, ele "revelou o precipício sob a conversa fiada do dia a dia", penetrando "no espaço fechado da repressão". Tendo escrito também para a TV e o cinema, ele também foi ator e diretor de várias de suas peças.

2006: ORHAN PAMUK
Ao homenagear Istambul, o primeiro ganhador do Nobel da Literatura de nacionalidade turca "encontrou novas imagens simbólicas para o conflito e o entrelaçamento das culturas, em busca da melancólica alma de sua cidade natal". Ferit Orhan Pamuk é o escritor turco mais lido do mundo, com 11 milhões de livros vendidos e traduções em 35 idiomas.

2007: DORIS LESSING
A britânica Doris Lessing publicou tanto romances e contos quanto peças teatrais. A Academia Sueca a saudou como "épica da experiência feminina, que, com ceticismo, paixão e força visionária, colocou à prova uma civilização fragmentada". A hoje nonagenária já se engajou contra a energia atômica e foi opositora eloquente do regime do apartheid na África do Sul.

2008: LE CLÉZIO
Segundo a Academia Sueca, Jean-Marie Gustave Le Clézio é "o autor da ruptura, da aventura poética e do êxtase sensorial", além de "estudioso de uma humanidade abaixo e acima da civilização dominante". Filho de uma francesa e de um nativo de Maurício, ele considera esse Estado insular no Oceano Índico sua "pequena pátria".

2009: HERTA MÜLLER
Como mais recente laureada germanófona, a teuto-romena Herta Müller foi destacada por, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desapossados". Ela também critica em suas obras o autoritário regime Ceauescu,que até 1989 geriu os destinos da Romênia. Entre seus romances editados em português estão "A terra das ameixas verdes" e "O compromisso".

2010: MARIO VARGAS LLOSA
O autor peruano Mario Vargas Llosa recebeu o Nobel por "sua cartografia das estruturas de poder e seus enérgicos retratos da resistência individual, da rebelião e da derrota". Na América Latina, ele ficou famoso pela frase, pronunciada na televisão: "México é a ditadura perfeita", assim como suas invectivas contra o ex-amigo Gabriel García Márquez, em 1976.

2011: TOMAS TRANSTRÖMER
Em sua justificativa sobre Tomas Gösta Tranströmer, o júri louvou as "imagens comprimidas, esclarecedoras, que apontam novos caminhos para o real". Na década de 60, o poeta sueco trabalhou como psicólogo numa instituição para jovens delinquentes. Seus poemas foram traduzidos para mais de 60 idiomas.

2012: MO YAN
O chinês Guan Moye é melhor conhecido por seu pseudônimo Mo Yan. O Comitê Nobel louvou nele um autor que, "com realismo alucinógeno, combina contos de fadas, história e presente". A decisão foi criticada pelo artista chinês Ai Weiwei, para quem seu compatriota era próximo demais do regime comunista.

2013: ALICE MUNRO
Para a Academia Sueca, que concede o prêmio anualmente desde 1901, Alice Munro é uma "mestra da crônica contemporânea". Entre as características inovadoras dos contos da escritora canadense está o livre trajeto na linha do tempo. Uma colega americana a classificou como "o nosso Tchecov".

2014: PATRICK MODIANO
Guerra, amor, ocupação, morte são os temas que ocupam o ator francês Patrick Modiano, ao processar as lembranças de sua infância infeliz na Paris do pós-Guerra. O júri do Nobel o elegeu precisamente por essa "muito especial arte da memória". Há muito consagrado em seu país, até ser laureado ele era pouco conhecido em nível internacional.

2015: SVETLANA ALEXIEVITCH
Na figura de uma autora bielorussa, o Comitê do Prêmio Nobel reconheceu uma nova forma de autoria. Em suas reportagens e ensaios, Svetlana Alexievitch desenvolveu um estilo literário todo próprio, realizando entrevistas e adensando-as em emocionais colagens da vida quotidiana. Enquanto cronista do sofrimento humano, ninguém documentou a decadência da União Soviética como ela.

2016: BOB DYLAN,
O ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2016 é Bob Dylan, “por ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição norte-americana da canção”.
Só quem mergulhou alguma vez no revelador universo desse cantor, nascido num povoado de Minnesota, poderá reconhecer que Dylan é um poeta sem tirar nem pôr. O reconhecimento do Nobel à sua música, entendida como um organismo vivo no qual as letras são o corpo sobre o qual se apoia o resto, é, portanto algo histórico. Fonte: Deutsche Welle-Data 13.10.2016

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Peruano Mario Vargas Llosa vence o Prêmio Nobel de Literatura

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O escritor peruano Mario Vargas Llosa é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010, anunciou hoje a Academia Sueca em sua sede, em Estocolmo. Como prêmio, vai receber 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhão).


Em comunicado, o comitê informou que Llosa recebeu o prêmio "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual".


Nascido em 1936, o novelista e ensaista é tido como um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola. Seu principal tema é a luta pela liberdade em seu país. Entre suas principais obras estão "A Casa Verde", "Lituma nos Andes" e "A Cidade e os Cachorros". Em 1981, Llosa publicou "A Guerra do Fim do Mundo", sobre a Guerra de Canudos, que dedicou ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de "Os Sertões".


Já entre seus prêmios mais importantes estão o Prêmio Cervantes (1994) e o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986).


Reconhecimento


Mario Vargas Llosa afirmou que o prêmio é um reconhecimento da literatura da América Latina e em língua espanhola, em uma entrevista à rádio colombiana RCN.


"Não pensava que sequer estava entre os candidatos", disse o escritor de 74 anos em Nova York, na primeira reação após receber a notícia do prêmio. "Acredito que é um reconhecimento à literatura latinoamericana e à literatura em língua espanhola, e isto sim deve alegrar a todos", acrescentou ele, que ministra aulas na Universidade de Princeton.


"Ele havia levantado às 5h para dar aulas. Recebeu a ligação informando às 6h45, enquanto trabalhava intensamente", contou Peter Englund, presidente do júri do Nobel de Literatura.


Com o resultado, o escritor sucede a romena naturalizada alemã Herta Mueller e o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, vencedores das edições de 2009 e 2008, respectivamente.


Vargas Llosa irá à cerimônia de entrega do prêmio em 10 de dezembro, em Estocolmo. Ele fará o discurso em nome de todos os premiados, com exceção do Nobel da Paz, realizado em um ato paralelo, em Oslo.


Llosa, mais uma vez, confirma a tendência dos últimos anos da Academia de não premiar o favorito nas apostas. Antes do anúncio de hoje, o poeta sueco e escritor Tomas Transtromer era o favorito, vindo em seguida três outros poetas; Adam Zagajewski, da Polônia, Ko Un, da Coreia do Sul, e Adonis, da Síria.


O anúncio dos Nobel começou na segunda-feira (4), com o de Medicina, que foi para o fisiologista britânico Robert Geoffrey Edwards. Na terça-feira, houve o anúncio do de Física, para os pesquisadores russos Andre Geim e Konstantin Novoselov. Nessa quarta, o prêmio de Química foi concedido para o cientista americano Richard Heck e os japoneses Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki.  A rodada prossegue na sexta-feira (8) com o anúncio do Nobel da Paz e, na segunda (11), com o de Economia.


OS 10 ÚLTIMOS VENCEDORES


2009-Herta Mueller (Alemanha)


2008-Jean-Marie Gustave Le Clezio (França)


2007-Doris Lessing (Grã-Bretanha)


2006-Orhan Pamuk (Turquia)


2005-Harold Pinter (Grã-Bretanha)


2004-Elfriede Jelinek (Áustria)


2003-J.M. Coetzee (África do Sul)


2002-Imre Kertesz (Hungria)


2001-V.S. Naipaul (Grã-Bretanha)


2000-Gao Xingjian (França)


Fonte:UOL Noticias - 07/10/2010 




domingo, 20 de junho de 2010

Vaticano chama Saramago de "populista extremista" e "ideólogoantirreligioso"

O "L'Osservatore Romano", o jornal oficial do Vaticano, ataca duramente o escritor português José Saramago, que morreu na sexta-feira aos 87 anos na Espanha, chamando-o de "populista extremista" e de "ideólogo antirreligioso" em sua edição deste domingo.

Com o título "O grande (suposto) poder do narrador", o órgão oficial do Vaticano critica com virulência o Prêmio Nobel de Literatura, que era marxista e ateu. O "L'Osservatore Romano" o definiu como "um ideólogo antirreligioso, um homem e um intelectual que não admitia metafísica alguma, aprisionado até o fim em sua confiança profunda no materialismo histórico, o marxismo".

O jornal considera ainda que o escritor "colocou-se com lucidez ao lado das ervas daninhas no trigal do Evangelho". "Ele dizia que perdia o sono só de pensar nas Cruzadas ou na Inquisição, esquecendo-se dos gulags, das perseguições, dos genocídios e dos samizdat (relatos de dissidentes da época soviética) culturais e religiosos", indica ainda o jornal do Vaticano em seu editorial.

No editorial divulgado com antecedência, o "L'Osservatore Romano" considera Saramago "um populista extremista", que se referia "de forma muito cômoda" a "um Deus no qual jamais acreditou por se considerar todo-poderoso e onisciente". Saramago provocou a ira do Vaticano e da Igreja Católica com sua obra "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1992) no qual considerava que Jesus perdeu a sua virgindade com Maria Madalena. Ele suscitou novamente a cólera dos católicos em 2009 com "Caim", onde a personificação bíblica do mal, assassino de seu irmão Abel, é descrito como um ser humano nem melhor nem pior do que os outros, enquanto Deus é apresentado como injusto e invejoso.

Durante a apresentação desse livro, Saramago havia alimentado a polêmica, classificando a bíblia de "manual de maus costumes". Fonte: Folha de São Paulo - 19/06/2010

Comentário:

Concordo com o Vaticano em parte, é muito fácil para um escritor criticar o sistema capitalismo, mas que usufrui dele, como venda de livros, liberdade de pensamento, não há perseguição ideológica, etc. Enquanto no regime comunista os intelectuais, artístico, políticos e científicos eram perseguidos e confinados em campos de concentrações.

Ser comunista em regime democrático dá status, não há responsabilidade, mas que deveria ter para demonstrar para as gerações futuras os genocídios praticados por esse regime. É um contra-senso para um escritor que tem o poder do pensamento com liberdade irrestrita, que na prática enaltece um regime que tem dom de controlar a liberdade individual.

Vejam os casos dos escritores russos, pensaram, escreveram contra o regime, todos foram confinados em campos de concentração. Alexander Soljenitsin (Arquipélago de Gulag), foi condenado por publicar artigos e passou dez anos em prisão. Na antiga URSS, não havia “opositores”, mas apenas “dissidentes”. Diz-se dos intelectuais perseguidos por se oporem ao regime comunista. Os dissidentes eram condenados por exames psiquiátricos e confinamento em casas de saúde mental ou hospitais psiquiátricos e exílio em campos de concentração para trabalhos forçados.

A dissidência russa tinha: a artística, a política e a científica. A dissidência artística inclui nomes como Ehrenburg (Degelo), Dudintsev, Yevtushenko, Pasternak (Doutor Jivago), Soljenítsin (Arquipélago Gulag). A dissidência política: Yakir, Amalrik, Litvinov, Grigorenko, Marchenko. E a dissidência científica: Sakharov (pai da bomba de hidrogênio soviética), Tamm, Kapitsa, Medvedev. Um dissidente famoso foi o escritor Boris Pasternak, que havia passado um ano na prisão de Lubianka (3), em Moscou, e quatro anos num campo de trabalhos forçados na Sibéria, do qual foi libertado (como Soljenítsin) pela anistia geral após a morte de Stálin. Em 1956, Pasternak concluiu Doutor Jivago, que foi rejeitado por várias editoras soviéticas, controladas pelos “herdeiros de Stálin”.

Como se diz, morreu como morre todo mundo. Teve velório, transformou o corpo em cinza. O mais interessante de tudo isso, ele como ateu, que não acredita em deuses, será idolatrado?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morreu José Saramago

bligo-Saramago.jpgJosé Saramago, Nobel da Literatura em 1998, faleceu hoje aos 87 anos na sua casa na ilha espanhola de Lanzarote


Filho e neto de camponeses sem terra, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione, como data do nascimento, o dia 18.


Seus pais emigraram para Lisboa quando ele não perfizera ainda dois anos de idade.


A maior parte da sua vida decorreu portanto na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas, e às vezes prolongadas, as suas estâncias na aldeia natal.


José Saramago foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998. Deixa uma vasta obra onde se incluem géneros distintos.


Publicou o seu primeiro livro em 1944 e esteve quase duas décadas sem voltar a publicar. Em 1966 reaparece no panorama literário com um conjunto de poemas.


Conquistou leitores, prémios e distinções em todo o mundo. Uma das suas obras, 'Ensaio sobre a Cegueira' foi adaptado ao grande ecrã pela mão do realizador brasileiro Fernando Meireles. Em Portugal, os seus textos constam nos programas oficiais de Língua Portuguesa nos liceus.


A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Em Fevereiro de 1993 passou a dividir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago de Canárias (Espanha).


Criou a Fundação José Saramago, que ocupa a Casa dos Bicos por cedência da Câmara Municipal de Lisboa.


O seu último livro, 'Caim', publicado em 2009 suscitou uma forte polémica, com figuras ligadas à Igreja Católica indignadas com a forma como Deus era apresentado nesta visão da Bíbilia.


Obras publicadas


Poesias


- Os poemas possíveis, 1966


- Provavelmente alegria, 1970


- O ano de 1993, 1975


Crônicas


- Deste mundo e do outro, 1971


- A bagagem do viajante, 1973


- As opiniões que o DL teve, 1974


- Os apontamentos, 1976


Viagens


- Viagem a Portugal, 1981


Teatro


- A noite, 1979


- Que farei com este livro?, 1980


- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987


- In Nomine Dei, 1993


- Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005


Contos


- Objecto quase, 1978


- Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979


- O conto da ilha desconhecida, 1997


Romance


- Terra do pecado, 1947


- Manual de pintura e caligrafia, 1977


- Levantado do chão, 1980


- Memorial do convento, 1982


- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984


- A jangada de pedra, 1986


- História do cerco de Lisboa, 1989


- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991


- Ensaio sobre a cegueira, 1995


- A bagagem do viajante, 1996


- Cadernos de Lanzarote, 1997


- Todos os nomes, 1997


- A caverna, 2001


- O homem duplicado, 2002


- Ensaio sobre a lucidez, 2004


- As intermitências da morte, 2005


- As pequenas memórias, 2006


- A Viagem do Elefante, 2008


- O Caderno, 2009


- Caim, 2009


Fonte: UOL Noticias, Diário de Noticias e Correio da Manhã– Portugal, Lisboa, 18/06/2010