domingo, 14 de dezembro de 2014

Comissão da Verdade: Verdade e narrativa



Do ponto de vista da opinião pública não importa, soldados se tornaram ‘heróis’, embora não tenham cometido nenhum ato heroico

No filme “A conquista da honra”, de Clint Eastwood, sobre a batalha de Iwo Jima, há uma cena admirável em que um ex-soldado, já velho, narra como ele e seus colegas hastearam a célebre bandeira que veio a figurar como símbolo da vitória americana. O filme se desdobra em torno da veracidade daquela foto, que retrata uma segunda bandeira, e não a original. Na verdade, os soldados que hastearam a primeira bandeira não foram os celebrizados, pois foram os “substitutos” que apareceram como os verdadeiros protagonistas, em um momento já tranquilo de batalha.

Do ponto de vista da opinião pública não importa, foram eles que se tornaram “heróis”, embora não tenham cometido nenhum ato heroico. A foto, quando publicada em todos os jornais da época, teve um efeito fulminante, suscitando uma adesão aos valores americanos e uma campanha que, então, se fortaleceu de arrecadação de fundos de guerra.

O veredito do velho soldado foi certeiro: “Naquele dia os EUA venceram a guerra". Mesmo se os fatos não se encaixavam na foto, nada disto contava, pois o mais relevante foi a construção da narrativa que, assim, se impôs. O velho soldado foi além e fez uma outra observação, igualmente certeira. Na Guerra do Vietnã, quando da publicação pelo mundo afora da foto do militar vietnamita que estourou os miolos de um guerrilheiro vietcongue, os EUA perderam a guerra.

Não interessa a narrativa militar de que os comunistas não venceram nenhuma grande batalha. O negociador vietnamita do tratado de paz, quando ouviu dos negociadores americanos que o Vietnam não teria ganhado nenhuma batalha, simplesmente respondeu que não era isto que importava. Eles venceram, sim, a batalha da opinião pública. Foi a sua narrativa que prevaleceu.

A Comissão da Verdade em nosso país, embora não tenha produzido nenhuma foto relevante, está procurando impor a sua narrativa do que foi o regime militar. O compromisso com a verdade desaparece em proveito de uma “estória”, que procura guardar distância da verdadeira “história”. A narrativa que procuram construir é a dos derrotados na luta armada que tentam, agora, impor a sua versão, como se a “verdade” pudesse ser um instrumento a ser manipulado sob a forma da mentira.

Os “combatentes” que tinham o objetivo de instalar no Brasil uma “ditadura do proletariado”, nome da época da ditadura comunista, se tornam os lutadores da liberdade, da democracia, apesar de não terem compromisso nenhum com esses princípios e valores. O comunismo era a sua meta. Marighella, um stalinista de estrita observância, se torna um “democrata”. Não há narrativa verídica que resista! É como se os brasileiros fossem idiotas!

Fiel a essa narrativa de cunho ideológico, a Comissão da (In)verdade editou a Resolução nº 2, restringindo o escopo de sua investigação aos atos cometidos pelos agentes de Estado, principalmente os militares. É como se os “guerrilheiros”, que assim se chamavam à época, fossem inocentes, meras vítimas, que não teriam cometido nenhum crime. Note-se que a lei que criou a Comissão da Verdade estava voltada, muito justamente, para uma investigação isenta de todos os envolvidos em crimes durante o regime militar. No momento em que há essa restrição e unilateralidade, é a verdade mesma que é deixada de lado. Qual credibilidade pode, então, ter uma comissão que prima pela parcialidade e que emprega a verdade somente enquanto termo que pode ser manipulado ideologicamente?

A narrativa assim construída tem como finalidade absolver a priori um dos lados e condenar o outro. A suspeita se lança contra todo o seu trabalho. Evitemos aqui qualquer mal-entendido, pois o desprezo da verdade faz com que os seus agentes fujam de toda crítica, como se fosse ela a parcial! É evidentemente necessário investigar a tortura, é da maior importância que um país tenha a memória de sua própria história.

Para isto, porém, é igualmente necessário que tenha isenção, a isenção de uma investigação verdadeira, que contemple todos os crimes cometidos pela esquerda armada, assim como exponha a sua concepção totalitária, de desprezo profundo pela democracia e pelas liberdades. Imaginem historiadores dentro de 30 anos, por exemplo, fazendo uma verdadeira pesquisa. Ficarão certamente embasbacados com o primarismo ideológico desta comissão. O seu trabalho de nada lhes valerá e terão de recorrer às fontes primárias.

A pressão que essa Comissão da (In)verdade está exercendo sobre as Forças Armadas tem a intenção explícita de intimidá-las, forçando-as a reconhecer a sua narrativa, a sua “verdadeira mentira histórica”. Se as Forças Armadas derem o seu aval, a sua narrativa se imporá e a esquerda armada derrotada sairá como a verdadeira vitoriosa. O caminho estaria, então, aberto para a revisão da Lei da Anistia, objetivo último dessa Comissão, embora fuja dos limites mesmos da lei que a instituiu.

Não esqueçamos que as Forças Armadas, ao bancarem a anistia, tendo se tornado guardiãs de todo o período democrático que se seguiu, fizeram todo um trabalho interno de depuração. A “linha dura” foi dizimada internamente e carreiras foram prematuramente abreviadas. Se houver uma revisão da Lei da Anistia, todo esse trabalho estará desautorizado. A Comissão da (In)verdade está dando razão aos que pensam que a “linha dura” tinha razão!

Note-se, por último, que a insistência desta comissão na defesa dos direitos humanos tem uma finalidade explícita, a de fugir das condições mesmas da Lei da Anistia, baseada numa suposta imprescritibilidade dos crimes de tortura. Estão simplesmente procurando uma brecha “legal” para agirem à margem da legalidade. Chama ainda mais atenção o fato de os “direitos humanos” serem cada vez mais instrumentalizados, como se eles servissem somente para construir a narrativa dos derrotados militarmente, porém vivos ideologicamente. Será que as pessoas vitimadas e assassinadas pela esquerda armada não eram “humanas”?  Fonte: O Globo - 25/08/2014 -Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Grupos terroristas durante a ditadura

Não podemos analisar a ditadura militar, sem levar em conta o cenário mundial pós-2ª guerra mundial.

O mundo foi dividido em dois: Estados Unidos e aliados, predominando a democracia e a União das Republicas Socialistas Soviéticas e seus aliados,  predominando o comunismo.

Dessa divisão surgiu a Guerra Fria.

GUERRA FRIA é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológico, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

CORTINA DE FERRO foi uma expressão usada para designar a divisão da Europa em duas partes, a Europa Oriental e a Europa Ocidental como áreas de influência político-econômica distintas, no pós- Segunda Guerra Mundial, conhecido como Guerra Fria. Durante este período, a Europa Oriental esteve sob o controle político e/ou influência da União Soviética, enquanto a Europa Ocidental esteve sob o controle político e/ou influência dos Estados Unidos.

Durante a guerra fria houve a multiplicação de grupos terroristas regionais

TERRORISMO é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos.

O TERMO TERRORISMO é derivado de “terror”, conceito largamente empregado no estudo das relações internacionais, pautado em ações de cunho violento seja psicológico ou físico, contra o Estado ou as populações.

AÇÕES TERRORISTAS típicas incluem assassinatos, sequestros, explosões de bombas, matanças indiscriminadas, raptos, aparelhamento e linchamentos. É uma estratégia política e não militar, e é levado  por grupos que não são fortes o suficiente para efetuar ataques abertos, sendo utilizada em época de paz, conflito e guerra.

A GUERRA DE GUERRILHA é frequentemente associada ao terrorismo uma vez que dispõe de um pequeno contingente para atingir grandes fins, fazendo uso cirúrgico da violência para combater forças maiores. Seu alvo, no entanto, são forças igualmente armadas procurando sempre minimizar os danos a civis para conseguir o apoio destes.

Em 1967, vários grupos da esquerda optaram pela luta armada.

PRINCIPAIS GRUPOS TERRORISTAS DURANTE A DITADURA;

VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA PALMARES (VAR-PALMARES) foi uma organização política armada brasileira de extrema esquerda, que combateu a ditadura militar brasileira (1964-1985) utilizando-se de tática de guerrilha urbana, visando à instauração de um regime comunista no Brasil. Surgiu em julho de 1969, como resultado da fusão do Comando de Libertação Nacional (COLINA) com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Carlos Lamarca. Seu nome era uma homenagem ao maior quilombo da história da escravidão.

AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN) é uma organização política de ideologia socialista que participou da luta armada contra a ditadura militar no Brasil.

Em seu programa de ação a Ação Libertadora Nacional definia: Todos nós somos guerrilheiros, terroristas e assaltantes e não homens que dependem de votos de outros revolucionários ou de quem quer que seja para se desempenharem do dever de fazer a revolução. O centralismo democrático não se aplica a Organizações revolucionárias como a nossa.

MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO (MR8) é uma organização política de ideologia socialista que participou da luta armada contra a ditadura militar brasileira e tinha como objetivo a instalação de um Estado socialista no Brasil. Surgida em 1964 no meio universitário da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, com o nome de Dissidência do Rio de Janeiro (DI-RJ)1 foi depois rebatizada em memória ao dia em que Ernesto "Che" Guevara foi capturado, na Bolívia, em 8 de outubro de 1967.

A organização, então já atuando como um grupo de guerrilha urbana, tornou-se nacional e internacionalmente conhecida com seu papel preponderante no sequestro do embaixador norte‑americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, realizado em conjunto com a Ação Libertadora Nacional (ALN), de São Paulo. A ação foi realizada, em princípio, para libertar seu líder, Vladimir Palmeira, preso desde o ano anterior, e fazer propaganda política, chamando a atenção internacional para a ditadura militar instituída no Brasil.

VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR) foi uma organização de luta armada brasileira de extrema esquerda que lutou contra o regime militar de 1964 no Brasil, visando à instauração de um governo de cunho socialista no país. Formou-se em 1966 a partir da união dos dissidentes da organização Política Operária (POLOP) com militares remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).

Para financiar a luta contra a ditadura militar brasileira a VPR promovia assaltos armados e roubos de banco- denominados de expropriações. A organização participou de assaltos e do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, em dezembro de 1970, e também foi responsável pelo sequestro do cônsul-geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, em março daquele ano.2 Esses sequestros ocorreram com o intuito de libertar presos políticos. Também assassinou em 26 de junho de 1968 o soldado Mário Kozel Filho, em um atentado ao Quartel General do II Exército, em São Paulo.

O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO) foi uma organização revolucionária guerrilheira formada por estudantes universitários de São Paulo, Brasil, durante os anos de 1970 e 1971, após um processo crítico de profunda divergência com a linha política-militar da Ação Libertadora Nacional - ALN.

As ações do Molipo para arrecadar fundos no combate à ditadura militar, como ataques, sequestros e "desapropriações de bancos" — um eufemismo político usado pelo grupo para se referir aos assaltos a bancos —, concentraram-se em São Paulo e Rio de Janeiro, embora o grupo revolucionário também agisse em outras regiões, como na Bahia e em Goiás.

Durante os primeiros anos da década de 1970, e principalmente a partir de novembro de 1971, o Molipo foi praticamente dizimado, quando vários de seus integrantes foram torturados e mortos (muitos deles com os corpos desaparecidos), após serem presos por agentes da máquina repressiva instituída pelo governo ditatorial — primeiro a Operação Bandeirante (OBAN) e, depois, os diversos DOI-CODIs.   

A POLOP surgiu em janeiro de 1961, reunindo cerca de vinte militantes, como resultado da fusão de pequenos grupos do Rio de Janeiro (Juventude do Partido Socialista Brasileiro), Minas Gerais (Mocidade Trabalhista), São Paulo (Liga Socialista Independente) e Bahia (um  grupo em Salvador e outro em Ilhéus).

Participou também no final de 1966 e início de 1967 da chamada Guerrilha do Caparaó, liderada por militantes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), formada por ex-militares.

COMANDO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (COLINA) foi uma organização guerrilheira brasileira de esquerda cujo objetivo era instalação de um regime totalitário de inspiração soviética no país. Teve origem em 1967 no estado de Minas Gerais a partir da fusão de outra organização chamada POLOP, com alguns militares esquerdistas, ele abraçou as ideias defendidas pela OLAS, executando, desde 1968, ações armadas para levantamento de recursos para guerrilha no campo.1 No Colina, havia a participação da atual presidente brasileira Dilma Rousseff.2 Além de cinco sargentos do exército: João Lucas Alves, Severino Viana Colon, Valdivo de Almeida, José Alves da Silva e Roil de Noronha Soares.3 A partir de 1969, quando teve vários de seus militantes presos, deu origem à VAR-Palmares com o apoio de ex-membros da VPR.

A ORGANIZAÇÃO LATINO AMERICANA DE SOLIDARIEDADE (OLAS) é uma entidade internacional fundada em 1966 com sede em Havana, Cuba.

O objetivo marcante, porém formalmente oculto, era organizar pequenos grupos armados com instrução de guerrilha e apoiá-los logisticamente para libertar o continente de qualquer tipo governo capitalista ou desfavorável ao socialismo, através de revoluções por toda a América Latina aos moldes da Revolução Cubana.

O MOVIMENTO NACIONALISTA REVOLUCIONÁRIO (MNR) era uma organização armada e ilegal brasileira que pretendia incorporar o Brasil ao chamado "Bloco Comunista" a partir de 1960 (Vitória cubana de Fidel Castro), e mais tarde, de oposição ao regime militar de 1964.

O MNR teve apoio de Cuba, que era como se chamava na época da sua Revolução - Comunista Vitoriosa, de "satélite da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.) nas Américas", dessa forma, com o apoio teórico institucional, Russo - cubano, e de Fidel Castro, no preparo militar, em território cubano, com oficialidade de oficiais do chamado na época de "Exército Vermelho (Internacional)", segundo informes da Inteligência da época.Fonte: Wikipédia

Comentário: Os objetivos desses grupos eram combater a ditadura militar  e substituir por uma ditadura do proletariado, o comunismo. Nenhum desses grupos mencionava a palavra democracia, como mencionam hoje os ex-terroristas.

O que diz a Comissão Nacional da Verdade sobre os grupos terroristas; trecho retirado do site da Comissão.

Na verdade, nunca houve “dois lados”: o Brasil não viveu uma guerra civil, nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1.964. Houve, sim, pessoas e grupos que se opuseram ao regime ditatorial imposto ao país em abril daquele ano. A grande maioria dos cidadãos e cidadãs que resistiram à ditadura, aliás, o fizeram desarmados, limitando-se a militar no movimento estudantil, em partidos clandestinos ou sindicatos.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) listou pelo menos 434 mortes ou desaparecimentos forçados durante a Ditadura Militar no Brasil.

Mas esqueceu de mencionar o outro lado,  a morte de 126,  militares, policiais e civis que foram mortos em ações da luta armada, atentados, fuzilamentos.

A mente só vê o que está preparada para ver, ou aquilo que escolhe ver.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Entenda a Operação Lava Jato

Com início em um posto de gasolina –de onde surgiu seu nome–, a Operação Lava Jato, deflagrada em março deste ano e que já conta com sete fases, investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos.

Uma das primeiras prisões foi a do doleiro Alberto Youssef, 47. Criado em Londrina, foi vendedor de pastel e contrabandista de eletrônicos do Paraguai antes de aprender o ofício de doleiro. Foi preso nove vezes. Uma delas, pela participação no chamado caso Banestado, maior escândalo já investigado no Brasil sobre remessas ilegais de dinheiro.

Três dias depois, houve a prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. Costa era investigado pelo Ministério Público Federal por supostas irregularidades na compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006. Ele passou a ser investigado pela PF após ganhar, em março de 2013, um carro de luxo de Youssef.

Tanto Costa quanto Youssef assinaram com o Ministério Público acordos de delação premiada para explicar detalhes do esquema e receber, em contrapartida, alívio das penas.

Em seu depoimento, o ex-diretor da Petrobras afirmou que havia um esquema de pagamento de propina em obras da estatal, e que o dinheiro abastecia o caixa de partidos como PT, PMDB e PP.

No final de outubro, Julio Camargo, da empresa Toyo-Setal, fechou acordo de delação premiada com procuradores. É o primeiro executivo a fazê-lo. Uma semana depois, outro executivo da empresa, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, também assinou uma delação.

No dia 14 de novembro, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Lava Jato, que envolveu buscas em grandes empreiteiras como a Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht, além de outras sete companhias. As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.

Após as prisões, a empresa Toyo-Setal fechou com o Ministério Público Federal o primeiro acordo de delação premiada de uma empresa. A empresa também busca um acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A diferença é que o Cade pode investigar e aliviar multas apenas relativas à prática de cartel.

Outras empresas buscaram a CGU (Controladoria-Geral da União) para fazer acordo de leniência, segundo o ministro Jorge Hage.

O juiz federal do Paraná Sérgio Moro é responsável pelas ações penais decorrentes da Lava Jato nos casos que não envolvem políticos –que possuem foro privilegiado e, por isso, são investigados pelo Supremo Tribunal Federal. O magistrado é referência no julgamento de crimes financeiros. Fonte: Folha de São Paulo - 14/11/2014  

O comércio regional da América Latina parece uma lasanha econômica

A notável performance econômica da América Latina na última década está ameaçada e a região precisa de “reformas estruturais”, disse nesta sexta-feira (5) a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, durante encontro sobre os desafios da região em Santiago, no Chile.

Segundo Lagarde, muitos países do continente precisam melhorar significativamente suas condições de infraestrutura, logística e custo, se quiserem assegurar um crescimento sustentável. “A integração do comércio regional deve ser reinventada. Necessita de mais colaboração entre os países nas áreas de energia, transportes e tecnologias de informação”.

A diretora do FMI também criticou blocos econômicos da América Latina, como o Mercosul, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e a Unasul. Lagarde comparou os grupos a “uma lasanha”, devido à diversidade de ingredientes que a compõem. “É possível fazer uma receita melhor. Você não consegue um bom resultado porque há muitas camadas e regimes muito diferentes”, disse. Fonte: G1-05/12/2014 

Comentário: Acho que parece muito mais com um rodízio de pizza. Em São Paulo tem uma pizzaria que oferece 60 sabores. É popular, serve para nova classe média emergente, etc. A América Latina é uma autêntica pizzalândia. Os sabores ideológicos são discrepantes.

sábado, 29 de novembro de 2014

Dilma e seus ministros

O Palácio do Planalto apresentou os  responsáveis pelo comando da economia mas também pela alteração do seu modelo.

Thomas Traumann, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República,  apresentou os nomes de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini respectivamente Ministro da Fazenda, do Planejamento e Presidente do Banco Central.

Haverá controle de gastos, apertos, enxugamentos, haverá intervenções ortodoxas na economia vigente, haverá responsabilidade fiscal e controle da inflação.

Comentário: A economia brasileira lembra muito a falta de água em São Paulo. Não sabemos se é  controle de água, economia de água ou racionamento.  Na verdade o que sabemos estamos no volume morto.  O governo conseguiu esticar a economia consumista até a eleição, só alegria para o povão. Agora a economia atingiu o volume morto, o script da Dilma 2 teve de ser alterado. Vamos lembrar o que a propaganda do PT dizia na época da eleição;"entregar aos banqueiros" o comando do Banco Central. "Os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso (...) Você quer dar a eles esse poder?", questiona o programa do PT. Um país entregue aos banqueiros é prejudicial à população?

Política é como novela tem de mudar o script para aumentar o ibope. Dilma 2 teve chamar os banqueiros novamente senão a economia ficaria eternamente no volume morto. Em 2015 teremos de rezar muito para sair do volume morto, ou melhor, do velório econômico. 

sábado, 15 de novembro de 2014

Desobedecer às leis é fácil para a maioria dos brasileiros

A desconfiança diante das instituições públicas do país faz com que 81% dos brasileiros concordem com a afirmação de que é "fácil" desobedecer às leis. O mesmo porcentual de pessoas também tem a percepção de que, sempre que possível, os brasileiros escolhem "dar um jeitinho" no lugar de seguir as leis.

Os dados são de uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e revelam ainda que 32% da população confia no Poder Judiciário. Já a confiança na polícia fica um ponto porcentual acima, com 33%.

O levantamento mostra ainda que a ruptura entre os cidadãos e as instituições públicas ligadas à Justiça leva 57% da população a acreditar que "há poucos motivos para seguir as leis do Brasil", segundo o levantamento. "Isso está relacionado à desconfiança que as pessoas têm no comprimento das leis", explica a pesquisadora da FGV Luciana Ramos.

Quanto maior o rendimento da pessoa, mais alta é a sensação de que as leis não são cumpridas. De acordo com o estudo, 69% dos entrevistados que ganham até um salário mínimo concordaram que o "jeitinho" é a regra, porcentual que cresce para 86% na população que ganha mais de oito salários mínimos.

Já sobre a polícia, a renda não influencia a má avaliação. Entre as pessoas que ganham até um salário mínimo, 52% concordam que "a maioria dos policiais é honesta". Para quem ganha oito salários ou mais, o porcentual é de 50%.

A  impunidade faz com que as pessoas também passem a desafiar as leis. Se não tem punição para dar exemplo e fiscalização, a sensação para quem faz algo errado é de que nada vai acontecer. Fonte: UOL Noticias - 10/11/2014

Comentário: Por causa disso o Brasil ocupa o 72º lugar no índice de corrupção, entre 177 países, segundo o Índice de Percepção de Corrupção (IPC). A política e as instituições são reflexos da sociedade

Há muito tempo a sociedade brasileira não sabe o sentido da honestidade. Vivemos no tempo da liquefação dos valores. A honradez e a honestidade, que alimentam  a sociedade praticamente não existem. A simples e velha honestidade que mantivera as gerações passadas é uma coisa rara.