domingo, 16 de setembro de 2012

Tempestade solar no céu do Canadá

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Redemoinhos de verde e vermelho aparecem em uma aurora sobre o Rio Yukon, no território canadense de Whitehorse, na noite da segunda-feira passada. A tempestade solar deveu-se ao encontro da ejeção de massa coronal do Sol com a camada mais externa da Terra, a magnetosfera.

A ejeção de massa coronal é uma grande explosão irrompida no Sol. Segundo o Centro de Predição do Clima Espacial da Nasa, explosões colossais de partículas serão mais comuns nos dois próximos anos, até que o astro atinja o máximo solar, como é conhecido o pico de sua atividade. As mais perigosas liberam energia equivalente à de milhares de bombas atômicas. O Sol passa 11 anos com alta atividade solar e outros 11 em baixa. Esta tempestade, detectada no Canadá, deixou o Sol no dia 31 de agosto. Fonte: O GLOBO:5/09/12

sábado, 15 de setembro de 2012

Guerra silenciosa

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No Brasil a guerra silenciosa, praticamente inseriu no cotidiano do cidadão; a violência urbana, nas principais cidades brasileiras, como se fosse tão normal como saborear um hambúrguer no Mac Donald. É carro blindado, ambulância blindada, residências fortificadas com parfenália  eletrônica, grades em todas  as janelas. Se pararmos para pensar, afinal, quem está preso, o cidadão ou o bandido? Se caminharmos na rua e acompanhar alguma pessoa que está na frente, a pessoa olha para trás  preocupada, segura firmemente a bolsa, pensa, pode ser um ladrão?

Ou os carros com película de segurança, para escurecer o vidro, parecendo mais carros  futurísticos , Blad Runner ? Quem está dirigindo?

A linha Vermelha no RJ, parece muito mais perigosa do que um campo minado. Pelo menos no campo minado, descobrindo as minas você tem um caminho seguro? E na linha Vermelha, qual seria o caminho mais seguro?  Qual seria a próxima vítima? Entrar por engano numa favela à noite ?  Que surpresa aconteceria?

Em São Paulo, carro importado ou último tipo brasileiro, convite para seqüestro relâmpago  à noite.  Arrastão em restaurante. Congestionamento na linha Vermelha, na Imigrantes, Anchieta ou Pedro Taques, convite ao arrastão?  Achamos tudo natural. É a sociedade anestesiada pela violência.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Justiça confirma morte de Allende por suicídio

A Corte de Apelações de Santiago declarou encerrado ontem o processo que investigava as razões para a causa da morte do ex-presidente Salvador Allende -no aniversário de 39 anos do evento- e ratificou a versão de que o líder socialista se suicidou, poucas horas depois do golpe de Estado que o tirou do poder e empossou o ditador Augusto Pinochet.

A investigação foi aberta há dois anos para averiguar as suspeitas de que Allende teria sido assassinado. Feitas por meio de perícias nos restos exumados do corpo do ex-presidente, as investigações confirmaram o suicídio, executado com o fuzil que Allende havia ganhado do amigo e ditador cubano, Fidel Castro. Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 12 de setembro de 2012

Comentário: Os paleontólogos da esquerda estão sempre procurando a ressurreição dos mortos. O suicídio político não é tão  nobre como o assassinado. O assassinado cria o ícone, o defensor socialista.

O que existe no Chile é o Allendismo  movimento místico socialista em consequência do suicídio do Allende. A esquerda nunca aceitou a sua morte, divulgando a lenda de que ele ainda se encontrava vivo, apenas esperando o momento certo para voltar a presidência e afastar o domínio do capitalismo. A esquerda sempre olhando o futuro pelo retrovisor.

sábado, 8 de setembro de 2012

A Vida e a Morte

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta
pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...
E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?" Charles Chaplin

Comentário:

Vejo como é triste a velhice. A toda hora passa aquele filme comparando como eram e como estão agora. Os heróis vão se tornando opaco.
Mas  velhice é sempre bela. O belo é algo que toca o espírito. A beleza corporal, ou o contrário, toca apenas os olhos. O processo da velhice haveremos de passar todos nós. E o processo é belo,  pois é espiritual.  Abrace seus pais  todos os dias e aprecie a travessia.Luiz Jorge Saliba

sábado, 25 de agosto de 2012

Neil Armstrong morre aos 82 anos

O norte-americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, morreu aos 82 anos neste sábado, 25. O ex-astronauta tinha passado por uma cirurgia cardíaca no começo deste mês - apenas dois dias antes do seu aniversário no dia 5 - para desbloquear a artéria coronária.

Como comandante da Apolo 11, Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar em solo lunar, no dia 20 de julho de 1969. Ele é autor de uma das frases mais famosas da história contemporânea: "É um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade", proferida durante o momento histórico em que colocou os pés na Lua e que havia sido cuidadosamente preparada antes da missão.

Quando perguntado sobre como se sentiu, respondeu: "muito, muito pequeno".

A missão Apolo 11 foi a última na carreira do astronauta. No ano seguinte ao feito na Lua, Neil Armstrong assumiu um cargo administrativo na Agência Espacial Americana (Nasa), mas resolveu deixar o emprego para atuar como professor de engenharia na Universidade de Cincinnati e depois virou empresário. Ele se recusou a lucrar com a celebridade e viveu isolado em sua fazenda em Ohio, bem diferente das atitudes de seus ex-companheiros de missão.

Mais tarde, Armstrong questionou o valor de seu legado, enquanto testemunhava a exploração espacial ficar cada vez mais entrelaçada com disputas políticas e batalhas por financiamento - em um processo que classificou como "mercenário e sem sentido".

Ex-astronauta. Longe dos holofotes, Armstrong fez apenas alguns discursos ocasionais e sua volta surpreendente à esfera pública se deu em uma série de comerciais para a Chrysler. Uma vez ele afirmou: "não quero ser um memorial vivo". Enquanto seus colegas astronautas traçaram um caminho precário pela fama "pós-Lua" - Buzz Aldrin sofreu de alcoolismo e teve um colapso - Armstrong permaneceu feliz na obscuridade.

De forma relutante, o ex-comandante se juntou aos colegas de missão para comemorações de aniversários do pouso na Lua. Em 1999, 30 anos depois, na companhia de Aldrin e Collin, ele recebeu a medalha de Langley para aviação do vice-presidente Al Gore.

Caracterizado pela humildade, ele raramente mencionava suas viagens espaciais. Todavia, foi capaz de inspirar um grupo de estudantes ao dizer a eles: "Oportunidades que nem imaginam estarão disponíveis para vocês".

História. Neil Armstrong nasceu em Ohio, nos Estados Unidos, em 5 de agosto de 1930. Seu pai trabalhava para o governo americano, o que fez a família se mudar diversas vezes, de acordo com os novos postos para os quais ele era promovido.

O comandante da Apolo 11 voou pela primeira vez aos seis anos, na companhia de seu pai, e desenvolveu a partir daí uma paixão que duraria por toda a sua vida. Seu herói foi Charles Lindbergh (aviador americano) e aos 16 anos já pilotava, mesmo antes de poder dirigir carros.

Depois de receber diversas condecorações por comandar caças da Marinha americana na Guerra da Corea (1950-1953), Armstrong se tornou piloto de testes do Comitê Consultivo Nacional sobre aeronáutica - o órgão precursor da Nasa, a agência espacial americana.

Veja todos os homens que pisaram na Lua
Doze homens foram à Lua pelo Projeto Apollo, da Nasa, entre 1969 e 1972:
- Neil Armstrong, na Apollo 11, em 1969 (1930-2012)
- Edwin "Buzz" Aldrin, na Apollo 11, em 1969 (nascido em 1930)
- Charles "Pete" Conrad, na Apollo 12, em 1969 (1930-1999)
- Alan L. Bean, na Apollo 12, em 1969 (nascido em 1932)
- Alan Shepard, na Apollo 14, em 1971 (1923-1998)
- Edgar D. Mitchell, na Apollo 14, em 1971 (nascido em 1030)
- David Scott, na Apollo 15, em 1971 (nascido em 1932)
- James B. Irwin, na Apollo 15, em 1971 (1930-1991)
- John Young, na Apollo 16, em 1972 (nascido em 1930)
- Charles M. Duke, na Apollo 16, em 1972 (nascido em 1935)
- Eugene A. Cernan, na Apollo 17 (nascido em 1934)
 (Com Reuters e BBC Brasil)
Estadão - 25 de agosto de 2012

Comentário: Na época todo mundo achava, como o homem conseguiu descer na Lua? A tecnologia estava começando, a memória do computador da época era do tamanho atual de um celular. A descida do homem na Lua deu a partida para o desenvolvimento tecnológico.



America Latina olha o futuro pelo retrovisor

O escritor Carlos Alberto Montaner, 57 anos, é um latino-americano que adora falar mal de latino-americanos. Motivos para isso ele tem. Nascido em Cuba, de lá saiu fugido aos 18 anos para escapar de uma condenação a dezoito anos de prisão por ter organizado uma greve estudantil. Ao contrário de seus compatriotas que se refugiaram em Miami, Montaner não se resignou a viver como uma minoria de indesejados nos Estados Unidos e mudou-se para a Espanha. Mas ele não critica os latino-americanos por despeito ou vingança. Autor do Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, ele se dedica a combater o que chama de cultura do atraso que mantém o continente na rabeira do desenvolvimento e da civilização do mundo ocidental. De Cuba, a parte que lhe toca mais diretamente na América Latina, ele espera só o fim do ditador Fidel Castro, para voltar a participar da reconstrução do país. Formado em literatura pela Universidade de Miami, trocou a carreira de professor pela de escritor. Além do Manual... já escreveu mais de uma dezena de outros títulos e publica uma coluna semanal nos principais jornais da América Latina. Casado, pai de dois filhos, vive entre sua casa em Madri e sua editora em Miami, de onde deu esta entrevista, por telefone, a VEJA:

Veja – Por que a América Latina é mais atrasada que outros continentes, com exceção da África?
Montaner – A causa mais importante está em nossa própria história. Trazemos a visão econômica, a cultura e a educação distorcida e atrasada de Portugal e Espanha, potências européias que criaram a América Latina. Portugal e Espanha, os países mais atrasados da Europa do ponto de vista científico e técnico, reproduziram na América modelos cheios de problemas e vícios. O mais trágico é que a cultura que herdamos é estática, enquanto as outras, da Europa Central e anglo-saxônica, vão em direção ao futuro, buscam mudanças. Seguimos olhando para o passado, ao passo que os outros olham para a frente.

Veja – Como se explica que Haiti, Suriname e Jamaica, colonizados por França, Holanda e Inglaterra, estejam entre os mais atrasados?
Montaner – Nesses lugares as potências coloniais não realizaram a colonização com europeus. Por isso não conseguiram reproduzir o modelo de civilização que tinham na Europa. Isso só foi conseguido na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá, onde a colonização foi realizada com pessoas que traziam valores e cultura semelhantes aos deixados na Europa. O importante é que as pessoas são portadoras de valores, mas eles mudam. Por isso não estamos condenados para sempre ao subdesenvolvimento.

Veja – O senhor acredita que há uma cultura do atraso na América Latina?
Montaner – Nunca tivemos uma visão de que progresso significa conforto para uma maior parcela das massas. Somos uma cultura estática, univocamente convencida de que devemos repartir a riqueza existente, e não que devemos criar riqueza incessantemente. Essa forma estática de ver a realidade é a maior responsável por essa cultura da pobreza.

Veja – Isso ocorre também em outros continentes?
Montaner – No processo de homogeneização do mundo, a Ásia é o continente subdesenvolvido que caminha mais rápido. Países como Cingapura, Coréia do Sul e Japão estão mais próximos do mundo desenvolvido que nós. O caso da África é mais trágico porque lá se estão apagando os poucos vestígios da onda civilizatória européia. Mas, de qualquer forma, Ásia e África nunca fizeram parte do mundo ocidental.

Veja – Mas a América Latina está inserida no mundo ocidental.
Montaner – O paradoxo da América Latina é que ela faz parte do mundo ocidental e segue sendo sua parte mais pobre. Isso acontece porque ela procurou uma espécie de excentricidade, terceiras vias, em vez de alimentar o desejo de se tornar parte do mundo ao qual pertence desde o início da colonização. Espanha e Portugal, que sempre foram potências excêntricas, finalmente aceitaram sua condição de países ocidentais e conseguiram diminuir a diferença que os separava do resto da Europa. Esse é o salto que temos de dar. O problema é que, quando parece que estamos quase dando esse salto, recomeçam as histórias absurdas. Vem um sujeito como o Hugo Chávez, da Venezuela, que volta a falar em excentricidade, que recoloca o tema das terceiras vias.

Veja – O senhor escreveu um livro chamado Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano. Quem é o perfeito idiota latino-americano?
Montaner – Os perfeitos idiotas são os que insistem em formas de desenvolvimento que já foram desacreditadas na prática. São os que repetem a "teoria da dependência", os que embarcam em campanhas antiocidentais, os que pediram a mão dura dos militares e ditadores. Os idiotas são aqueles que não aprenderam com a experiência de um século de fracassos na América Latina. Foi por isso que disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso era um ex-idiota e agora é um homem curado por completo.

Veja – Por que o senhor responsabiliza a esquerda pelo atraso no continente?
Montaner – Quando as esquerdas estiveram no poder na América Latina foi um desastre, caso da Nicarágua, de Cuba, de Velasco Alvarado no Peru. Há ainda uma zona fascistóide onde esquerda e direita se confundem, como Perón, na Argentina, e Chávez, na Venezuela. Quando as esquerdas adotam o caminho da violência também fazem estragos terríveis, como as guerrilhas colombiana e mexicana.

Veja – Mas o senhor não acredita que haja uma esquerda progressista?
Montaner – As melhores esquerdas do mundo são aquelas que deixaram de ser esquerdas, como Tony Blair, na Inglaterra. Quando alguém abandona a luta de classes e a mentalidade antimercado e se converte em um amante do estado de direito já não é mais de esquerda.

Veja – Saúde e educação, bandeiras geralmente defendidas pela esquerda, não são boas idéias?
Montaner – A sociedade deve se ocupar da formação das pessoas de uma maneira que ainda não fez. Se quisermos competir com o Primeiro Mundo, não podemos pensar em uma população doente ou desnutrida. O problema é que a esquerda quer fazer isso por meio do Estado, mesmo depois de constatar o desastre de nossos sistemas estatais de educação e saúde. Esse papel cabe à sociedade civil. Hoje, as escolas particulares dão um banho nas públicas. O que temos de fazer é ajudar os pobres a se educarem em escolas privadas.

Veja – Mas como uma família de baixa renda vai mandar seu filho para estudar em uma escola paga?
Montaner – Primeiro temos de descentralizar o sistema de ensino público, entregar as escolas aos pais, alunos e professores. Que sejam eles os responsáveis pelo que se ensina e como se ensina. Isso está sendo feito no Chile e na Nicarágua. O governo entrega os recursos diretamente aos pais para que eles decidam onde aplicar o dinheiro.

Veja – Mas educação e saúde não são funções do Estado?
Montaner – A função mais importante do Estado é promover a justiça. A chave de um Estado moderno está no Poder Judiciário. Se não houver uma Justiça rápida e justa, as pessoas nunca vão confiar nas instituições do Estado. Depois, em um patamar inferior, vêm outras coisas como saúde e educação.

Veja – Qual deve ser o tamanho do Estado?
Montaner – Depende das necessidades da sociedade. Ela tem de definir qual é o Estado suficiente, mas o peso das responsabilidades deve recair sobre a sociedade civil, e não sobre a burocracia estatal, porque aí seria mortal.

Veja – Que país latino-americano tem futuro?
Montaner – O Chile é o país com melhores condições de alcançar o grau de desenvolvimento do Primeiro Mundo. Se não houver tropeço algum, em dez ou quinze anos eles terão índices parecidos com os de países da Europa Ocidental e Estados Unidos. O maior perigo é uma radicalização da sociedade, que pode ocorrer em caso de condenação do general Pinochet. O processo de transição das ditaduras para as democracias foi muito malfeito na América Latina. Deveríamos ter seguido o exemplo da Europa comunista. Lá, a solução não foi nenhuma anistia, mas amnésia mesmo. Temos de esquecer completamente o passado. É verdade que o regime de Pinochet matou milhares de pessoas, mas foi ele também quem realizou a transição para a democracia e ainda representa quase a metade do eleitorado chileno.

Veja – A eleição de Vicente Fox muda alguma coisa no México?
Montaner – Acho que os mexicanos deram um basta ao Partido Revolucionário Institucional, PRI, nessas eleições. Mas a origem de Fox é também conservadora e, internamente, não deve mudar muita coisa. O que vai mudar mesmo é a política externa. O México vai olhar mais para o sul e esquecer um pouco os Estados Unidos e o Canadá. Deve ser mais atuante e se voltar mais para a América Latina, coisa que também deveria fazer o Brasil.

Veja – Por que o Brasil deveria voltar-se para a América Latina?
Montaner – O Brasil virou as costas para o continente. Por exemplo, todos os anos em Genebra se discute o tema da violação dos direitos humanos na América Latina. O que faz o Brasil? Se abstém. A diplomacia brasileira sempre foi indiferente. Um país do tamanho do Brasil não pode ter essa atitude. O ideal seria formar uma aliança com México e Argentina para defender a democracia no continente, sobretudo agora que está em perigo potencial com Chávez e Fujimori. A pessoa do presidente Fernando Henrique até que me agrada, mas acho que falta liderança nesse sentido. Com relação à política interna, acho Fernando Henrique uma opção melhor que Lula, mas gostaria que fosse mais decidido em favor do mercado e da democracia.

Veja – O que o senhor acha do embargo americano a Cuba?
Montaner – O embargo, na prática, não funciona. O principal suporte do regime cubano são os exilados que mandam remessas de 800 milhões de dólares por ano à ilha. Com ou sem embargo, a situação de Cuba seria a mesma. Acho que deveriam levantar o embargo com a condição de que os cubanos possam ter acesso à propriedade, fazer investimentos, desenvolver suas pequenas empresas. O embargo serve a Fidel como um pretexto.

Veja – Até quando dura o castrismo?
Montaner – Infelizmente até a morte de Fidel.

Veja – Por que Fidel está durando tanto?
Montaner – O histórico das ditaduras latino-americanas é de longevidade. Castro tem apoio de 20% da população, o suficiente para mantê-lo no poder. O restante do povo vive entre o medo e a indiferença. Nenhuma população no mundo comunista liquidou o regime de forma violenta. O país que chegou mais próximo disso foi a Romênia, mas mesmo assim não foi o povo e sim as Forças Armadas.
Veja – O senhor acredita que Cuba ganhou alguma coisa com Fidel?
Montaner – O maior avanço se deu na educação. Em uma população de 11 milhões de habitantes, Cuba tem quase 700 000 pessoas com curso superior. Isso prova apenas que o sistema não funciona. Com um capital humano dessa natureza, como o país pode estar cada vez mais pobre? Cuba também avançou no sistema de saúde. O que está errado é que lá há um médico para cada 165 habitantes. Na Dinamarca, o país com o melhor sistema de saúde do mundo, a proporção é de um médico para 350 habitantes. Para que um médico para cada 165 habitantes? Fidel tem mania de formar médicos e criar escolas de medicina. O que quero dizer com isso é que em Cuba as decisões são burocráticas e arbitrárias. Isso não ajuda a melhorar o sistema de saúde.

Veja – O que será de Cuba depois de Fidel?
Montaner – Num prazo de dez anos, deve estar entre os quatro países mais desenvolvidos da América Latina. Os cubanos teriam uma ajuda enorme dos Estados Unidos para que a economia se levantasse, não por razões humanitárias, mas para evitar uma onda migratória para os Estados Unidos.

Veja – Como o senhor analisa a nova onda de autoritarismo na América do Sul?
Montaner – Vejo com preocupação que esses novos ditadores como Alberto Fujimori, no Peru, e Hugo Chávez, na Venezuela, estejam buscando nos mecanismos democráticos uma justificativa para a ditadura e para desmontar o estado de direito. Tudo isso serve para prostituir a democracia e passar uma idéia de que ela não funciona na América Latina. As pessoas não acreditam nas instituições porque elas nunca funcionaram adequadamente. Quando ocorre um desgaste do sistema recorre-se sempre a um homem forte que ajeite as coisas, um caudilho.

Veja – Fujimori não foi uma boa solução para o Peru?
Montaner – Fujimori terminou com as guerrilhas e acabou com a desordem econômica que reinava em governos anteriores. No aspecto macroeconômico, o Peru está muito melhor que há dez anos. Mas Fujimori acabou com os partidos políticos, destruiu as instituições sobre as quais se sustentam o estado de direito, destruiu o poder policial, corrompeu o Poder Legislativo e transformou a Presidência no único órgão de governo com certa respeitabilidade. Atualmente acho que entre prós e contras os contras são mais graves.

Veja – A América Latina tem saída?
Montaner – Tem de crescer. Continuar com essa política distributiva sem crescimento econômico não adianta nada. Com o crescimento do PIB se começa a eliminar a pobreza.
Fonte: Veja – edição 1663 – 23 de agosto de 2000

Comentário: Tópicos importantes para reflexão
1-Trazemos a visão econômica, a cultura e a educação distorcida e atrasada de Portugal e Espanha, potências européias que criaram a América Latina. Portugal e Espanha, os países mais atrasados da Europa do ponto de vista científico e técnico, reproduziram na América modelos cheios de problemas e vícios. O mais trágico é que a cultura que herdamos é estática, enquanto as outras, da Europa Central e anglo-saxônica, vão em direção ao futuro, buscam mudanças. Seguimos olhando para o passado, ao passo que os outros olham para a frente.

2-Nunca tivemos uma visão de que progresso significa conforto para uma maior parcela das massas. Somos uma cultura estática, univocamente convencida de que devemos repartir a riqueza existente, e não que devemos criar riqueza incessantemente. Essa forma estática de ver a realidade é a maior responsável por essa cultura da pobreza.

3- O paradoxo da América Latina é que ela faz parte do mundo ocidental e segue sendo sua parte mais pobre. Isso acontece porque ela procurou uma espécie de excentricidade, terceiras vias, em vez de alimentar o desejo de se tornar parte do mundo ao qual pertence desde o início da colonização. Espanha e Portugal, que sempre foram potências excêntricas, finalmente aceitaram sua condição de países ocidentais e conseguiram diminuir a diferença que os separava do resto da Europa. Esse é o salto que temos de dar. O problema é que, quando parece que estamos quase dando esse salto, recomeçam as histórias absurdas. Vem um sujeito como o Hugo Chávez, da Venezuela, que volta a falar em excentricidade, que recoloca o tema das terceiras vias.

4-Os perfeitos idiotas são os que insistem em formas de desenvolvimento que já foram desacreditadas na prática. São os que repetem a "teoria da dependência", os que embarcam em campanhas antiocidentais, os que pediram a mão dura dos militares e ditadores. Os idiotas são aqueles que não aprenderam com a experiência de um século de fracassos na América Latina. Foi por isso que disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso era um ex-idiota e agora é um homem curado por completo.

4- A sociedade deve se ocupar da formação das pessoas de uma maneira que ainda não fez. Se quisermos competir com o Primeiro Mundo, não podemos pensar em uma população doente ou desnutrida. O problema é que a esquerda quer fazer isso por meio do Estado, mesmo depois de constatar o desastre de nossos sistemas estatais de educação e saúde. Esse papel cabe à sociedade civil. Hoje, as escolas particulares dão um banho nas públicas. O que temos de fazer é ajudar os pobres a se educarem em escolas privadas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cantor Scott McKenzie morre aos 73 anos

Intérprete da canção ‘San Francisco (Be sure to wear flowers in your hair)’, hino dos anos 60, escreveu último poema na sexta-feira

O cantor americano Scott McKenzie, famoso pela música “San Francisco (Be sure to wear flowers in your hair)”, sucesso em 1967, morreu no último sábado, em Los Angeles, aos 73 anos.

A canção “San Franciso” foi composta por John Philips, líder do grupo The Mamas and the Papas, nos anos 60. Mas ao ser cantada por McKenzie se transformou num hino do movimento de contracultura da década. Em 1986, ele passou a ser a segunda voz masculina após a saída de Denny Doherty. O artista também colaborou com a composição de “Kokomo”, dos Beach Boys, sucesso em 1988. Fonte:Globo - 20/08/12

Comentário: Pelo jeito os cantores da década de 60 estão pagando as promissórias da vida. Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político. Fonte: Wikipédia