terça-feira, 12 de junho de 2012

Sul-coreanos exportam mais produtos tecnológicos do que o Brasilasil

Sul-coreanos exportam mais que o dobro de produtos tecnológicos em relação ao Brasil

Os aumentos nos custos da mão de obra no Japão, na década de 1960, diz Marcos Troyjo, do Ibmec, empurraram muitos empreendimentos para os países que mais tarde formariam o bloco conhecido como tigres asiáticos. Segundo ele, esse processo tornou a indústria sul-coreana especialista em “adaptação criativa”. Com isso, os sul-coreanos têm um percentual de 29% de produtos de alta tecnologia (indústria aeroespacial, computadores, farmacêuticos, instrumentos científicos e maquinário elétrico) nas suas exportações, contra só 11% dos brasileiros.

— Essencialmente, eles começaram fazendo versões mais baratas e muitas vezes mais eficientes de tecnologias existentes, e alcançaram a excelência na exportação de produtos manufaturados. São os maiores exportadores de bens de capital para a China. Uma tonelada de produtos exportados do Brasil para a China tem custo de aproximadamente US$ 60. Já uma tonelada de produtos da Coreia para a China custa US$ 2 mil. Enquanto isso, o Brasil continua com saudade do século XIX, quando era possível ter desenvolvimento sustentado apenas por commodities — explica o especialista.

Após uma fase em que a indústria nascente teve a proteção de incentivos governamentais, diz a economista Mônica de Bolle, começou a ocorrer a transferência de tecnologias, outra deficiência brasileira.

— Isso só aconteceu, um pouco, no Brasil, na indústria automobilística nos anos 1970 — diz ela. — Uma lição importante, que não estamos aprendendo, é que, para ser competitivo, é preciso especializar. O Brasil produz um pouco de tudo.
Produção diversificada, mas com prioridades claras
Segundo ela, é natural que, pelo tamanho do mercado interno brasileiro, haja uma produção mais diversificada, mas é preciso definir prioridades.

— A indústria da Coreia do Sul se desenvolveu a partir de investimento em nichos como partes, eletrônicos, semicondutores para exportação. A indústria automobilística e eletrônica ter se fortalecido internamente foi consequência dessa especialização.
Lembrando a participação expressiva dos chaebol (grandes conglomerados) na economia sul-coreana, Troyjo contesta:

— A presença dos conglomerados multissetoriais é uma das principais características da economia sul-coreana. É outra coisa que eles aprenderam com os japoneses. Qual é o core business (principal ramo) da Samsung? Ela tem 86 áreas de negócios. A Hyundai tem supermercados espalhados pelo país, onde você pode entrar e comprar um frango Hyundai, enquanto aqui nós só os conhecemos como fabricantes de carros.
Segundo os especialistas consultados, o ponto negativo deste tipo de desenvolvimento é o enfraquecimento das pequenas e médias empresas, verificado em ambos os países. Fonte: O Globo - 09/06/12 

Na Coreia do Sul, inovação é quase uma religião

Gastos do governo com pesquisa e desenvolvimento da Coreia do Sul são de 3,36% do PIB, contra 1,08% do Brasil

A Coreia do Sul investe mais do que o triplo do Brasil em pesquisa e desenvolvimento (R&D, na sigla em inglês) em proporção do PIB: o total chega a 3,36%, contra 1,08%, segundo os dados mais recentes do Banco Mundial. Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia e professor do Ibmec, diz que, além de igualar esse investimento, o governo brasileiro precisa cobrar participação do setor privado.
— Não existe uma receita, as realidades dos dois países são muito diferentes, mas o desenvolvimento, na Coreia, é quase uma religião civil. É um país que se sacrifica com esse objetivo. O Brasil está há 30 anos investindo em torno de 1% do PIB em R&D. Não vamos ter saltos importantes gastando apenas isso.

Atualmente, a indústria contribui com cerca de 15% do total investido neste setor, ainda de acordo com Troyjo, quando esse percentual precisaria ser pelo menos 50%. Ele lembra ainda que os tributos no Brasil chegam a 38% do PIB (que é o dobro do sul-coreano), enquanto no país asiático a carga é de 26% .
Segundo o economista Claudio Salm, da UFRJ, a falta de investimento nessa área se refletiu negativamente no mercado de trabalho brasileiro.
— Enquanto eles investiam pesado para recuperar o atraso, nós nos voltamos para as atividades que exigem baixa competência — sentencia Salm.

O descolamento entre a atividade de pesquisa nas universidades brasileiras e a indústria também é apontado pelos especialistas — que divergem apenas quanto aos motivos — como uma diferença significativa em relação à Coreia do Sul. Para Troyjo, os acadêmicos brasileiros têm "um certo puritanismo” quanto a pesquisas voltadas para o mercado. Salm discorda:
— É importante encontrar o meio termo. E as empresas brasileiras também são deficientes na aproximação. Pode haver preconceitos dos dois lados. Fonte: O Globo - 09/06/12 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sul-coreanos têm mais anos de estudo do que brasileiros

Com pouco mais de metade do PIB brasileiro, a Coreia do Sul tem metade da taxa de desemprego e o dobro do número de estudantes de nível superior em relação à população

Com pouco mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a Coreia do Sul tem metade da taxa de desemprego, o dobro do número de estudantes de nível superior em relação à população e está 69 posições acima no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU). O que separa o Brasil do salto de desenvolvimento dado pelo país asiático nos últimos anos, para especialistas, é uma equação com vários fatores, sendo o principal a educação — verdadeira obsessão nacional.

A importância dada pelos sul-coreanos ao tema se reflete nos dados da Unesco. A vida escolar na Coreia do Sul é de 17,2 anos, em média, contra 14,2 no Brasil e o índice de alfabetização, de 100%, contra 90% do Brasil. O número de universitários do país asiático, em taxas proporcionais em relação à população, é mais do que o dobro dos registrados no Brasil: 6.784 (por 100 mil habitantes) contra 3.158.
Na educação, os investimentos públicos do Brasil são até maiores — 5,4% contra 4,8% —, mas são mal-alocados e, segundo o diretor do BricLab da Universidade de Columbia, Marcos Troyjo, os gastos das famílias e das empresas elevam o total sul-coreano a cerca de 8% do PIB.
— Os dados brutos do investimento escondem o fator qualidade. A capacitação profissional, no Brasil, tem que começar praticamente do zero. O que temos são cursos técnicos de qualidade muito baixa, enquanto o país sofre com carência de mão de obra — avalia Mônica Baumgarten de Bolle, professora da PUC-RJ.
Para o economista Claudio Leopoldo Salm, da UFRJ, no entanto, a educação profissionalizante não é o melhor caminho para o Brasil:
— Ao contrário da Coreia, o Brasil deu muita atenção a atalhos como os cursos profissionalizantes. É preciso focar no ensino fundamental e médio. Fonte: O Globo - 09/06/12 

O novo milagre econômico da Coreia do Sul

SEUL — São duas cenas emblemáticas: o showroom da Sony em Tóquio não tem filas ou consumidores desesperados para colocar as mãos em algum aparelho recém-chegado. O da Samsung, no centro de Seul, é um barulhento entra e sai de grupos de todas as idades. Tem um clima de parque de diversões, com brinquedos novos sendo inaugurados. Enquanto a japonesa Sony luta contra prejuízos e a falta de lançamentos bombásticos, a sul-coreana Samsung Electronics brilha. É a grande rival dos smartphones e tablets da Apple, tirou da Nokia o título de maior fabricante de celulares do planeta e atropelou não só a Sony como dois outros gigantes japoneses, Panasonic e Sharp, no mercado de TVs. A empresa é a síntese de um país que fez apostas certas no futuro e assumiu o papel de potência industrial e tecnológica.

Os recordes da Samsung — US$ 5,2 bilhões de lucro e 20 mil smartphones Galaxy vendidos por hora no primeiro trimestre — escancaram o novo capítulo de um milagre econômico, que tem o investimento em tecnologia como protagonista. A imagem de uma nação que fabricava produtos baratos e ruins foi substituída por outra, moderna e influente. O primeiro ciclo do crescimento sul-coreano foi impulsionado por uma economia centralizada, amparada por exportações e uma mão de obra disciplinada e mal remunerada. Foi a era de ouro dos tigres asiáticos, soterrada pela crise monetária de 1997.
Desde então, os sul-coreanos mergulharam num processo de reinvenção. Estão se movendo com o pé no acelerador e as mãos nos gadgets nacionais. Embora seu Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) seja modesto perto do dos vizinhos japoneses e chineses (US$ 1,1 trilhão, o 15 do mundo), o país é tido por especialistas como modelo por quem busca saltos em competitividade, oportunidades de negócios e melhores índices sociais. Como o Brasil.

86% dos jovens nas faculdades
Para alcançar o mesmo salto de qualidade, o caminho que o Brasil precisa trilhar é longo. Diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), o economista Carlos Langoni destaca duas diferenças estruturais profundas na formação das economias do Brasil e da Coreia do Sul a partir da metade do século passado.

— Da Segunda Guerra Mundial até os anos 1990, o Brasil montou um parque industrial com baixa capacidade. Nos dois modelos, o Estado foi o motor da economia, mas o Brasil não foi exposto ao ambiente de competitividade no exterior. No caso da Coreia, a industrialização veio junto com forte estímulo às exportações, enquanto no Brasil houve um foco na substituição de importações voltada somente para atender ao nosso enorme mercado interno — diz Langoni.
Outra vantagem sul-coreana em relação ao Brasil, reflete Langoni, é a valorização da qualificação da mão de obra por meio da educação.
— O Brasil só começou a descobrir que a rentabilidade do capital humano é maior do que a do capital físico na década de 1990. Na Coreia, desde o início, houve um processo de industrialização com acumulação de capital humano — analisa.

A Samsung, maior empresa de tecnologia do mundo em faturamento, é a marca mais conhecida dessa virada, mas nomes como Hyundai e LG também comprovam o poder crescente do selo made in Korea. São grifes globais que explicam por que a Coreia do Sul do século XXI está sendo comparada ao Japão dos anos 80 e início dos 90.

— Somos um país de apenas 50 milhões de pessoas. Temos que pensar para além de nossas fronteiras, ao contrário dos japoneses, que podem focar em seu mercado doméstico. Tudo o que fizemos foi pensando na competitividade internacional — explica Kenneth Hong, diretor de comunicações da LG, segunda maior fabricante de TVs do mundo.

Entre 1970 e 2011, a renda per capita dos sul-coreanos subiu de US$ 254 para US$ 22 mil. A evolução se reflete nas ruas de Seul. A metrópole é globalizada, segura e hi-tech, com transportes públicos impecáveis. Após a guerra que dividiu a península entre comunismo e capitalismo, o Sul viu seu PIB triplicar em quatro décadas, com políticas econômicas ditadas pelo regime militar. A prioridade para a educação — uma obsessão entre os sul-coreanos — reduziu os índices de analfabetismo a menos de 1%, ajudando a deixar a pobreza no passado e a formar trabalhadores altamente qualificados (86% dos jovens cursam o ensino superior).

O ponto de ruptura veio com a crise financeira no fim dos anos 90, que sacudiu a Ásia e abriu uma nova página na história dos conglomerados sul-coreanos, os chaebol, cujos poderes iam além dos negócios. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajudou na recuperação do país, que já completara a transição para a democracia, e as empresas passaram por reestruturações profundas. Leis que impediam demissões caíram; fábricas foram fechadas; escritórios, enxugados, e companhias, vendidas.

A decisão do governo de investir de forma ousada em novas tecnologias, criando uma geração conectada, foi fundamental para que uma nova Coreia do Sul surgisse. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica da Samsung (Seri, na sigla em inglês), o país aplica hoje 3,74% do PIB na área de pesquisa e desenvolvimento — índice que só perde para os de Israel e Finlândia no ranking da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, que reúne os países mais industrializados).
Não à toa, o PIB sul-coreano avançou 3,6% em 2011, o dobro da média da OCDE. Este ano, a projeção é crescer 3,3%.

— As reestruturações deixaram as companhias menos vulneráveis a crises globais. Além disso, passaram a tomar decisões de forma mais rápida, fator essencial em meio à revolução tecnológica. E investimos nas áreas certas. A Samsung deixou de ser analógica para apostar no universo digital — resume o analista Hansoo Kang, do Seri.

Câmbio também é trunfo de exportações
A moeda desvalorizada também está entre os trunfos das exportações sul-coreanas. Segundo dados do FMI, mil wons coreanos equivalem a US$ 0,85 ou 0,69 — ou, ainda, a R$ 1,70.
Sem uma mudança de mentalidade industrial, no entanto, marcas que hoje estão em ascensão teriam continuado apagadas, defendem os executivos. A Hyundai já foi motivo de piada entre as montadoras. Seus rivais tiveram que engolir o riso quando o sedã de luxo Genesis, projetado para competir com os dos tradicionais modelos alemães como Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E, ganhou o prêmio de carro do ano nos EUA em 2009. Em 2011, o sedã médio Elantra repetiu o feito, desbancado concorrentes como os japoneses Toyota Corolla e Honda Civic.

— Investimos em qualidade e vemos os resultados agora. Criamos carros eficientes, com design caprichado, e apostamos na diversificação do mercado mundial, para não depender de uma região específica — explicou William Lee, vice-presidente da Hyundai, que constrói a primeira fábrica brasileira, em Piracicaba (SP), com investimento previsto de US$ 600 milhões (R$ 1,2 bilhão).

Acusada pela Apple de copiar suas patentes, a Samsung trava uma batalha ferrenha com a concorrente. Um encontro entre os executivos-chefes das duas empresas, Tim Cook e Choi Gee-Sung, foi arranjado pela corte federal de São Francisco, mas, após dois dias de conversas, não houve acordo. O início do julgamento do caso está previsto para julho. Nada que pareça abalar os arranha-céus de Seul, que está contratando engenheiros na Índia. Os talentos nacionais já não são suficientes para a ofensiva global. Fonte: O Globo - 09/06/12 

domingo, 10 de junho de 2012

Malefícios da maconha são subestimados, diz estudo



 Segundo instituto britânico, consumidores da droga desconhecem riscos para os pulmões

Especialistas da Fundação do Pulmão da Grã-Bretanha alertam que as pessoas estão subestimando os riscos que o consumo da maconha pode trazer para o sistema respiratório, o que se tornou uma tendência "perigosa e alarmante".

Integrantes do instituto entrevistaram mil adultos e descobriram que um terço deles acreditavam que a cannabis não traz riscos à saúde. Além disso, 88% pensavam que os cigarros comuns, de tabaco, são mais nocivos que a maconha, quando na realidade o consumo da droga torna o risco de câncer de pulmão 20 vezes maior.

Um novo relatório da Fundação aponta relações científicas entre o consumo de cannabis e doenças como bronquite aguda, tuberculose e câncer de pulmão. Parte das razões para isso, dizem especialistas, reside no fato de que consumidores de maconha dão tragos maiores e os seguram por mais tempo que fumantes de cigarros de tabaco. Isso significa uma inalação quatro vezes maior de alcatrão e cinco vezes maior de monóxido de carbono.

Quase 40% dos entrevistados com menos de 35 anos disse pensar que a maconha não é nociva. Os dados apontam os jovens como os mais prejudicados pelo fato de as informações sobre os malefícios da droga não serem disseminados.



Helena Shovelton, chefe-executiva da Fundação, disse que o fato é alarmante. "Enquanto novas pesquisas continuam a revelar as consquências do consumo da maconha, ainda há muita falta de consciência sobre o quanto essa droga pode ser. Não é um problema só dos jovens", afirmou.

O relatório do órgão indica também programas educacionais e maior investimento em pesquisas que mostrem os malefícios da maconha. Fonte: Estadão - 06 de junho de 2012

Comentário: Agora, o que dizem os defensores da legalização da maconha? O que acha FHC o pai da cannabis sativa?


Dados interessantes:

■Cada cigarro contém em média 0,5 a 1,0 g da erva

■Segundo o Denarc (departamento que investiga o narcotráfico), até 2010 era possível encontrar o quilo da maconha por R$ 200. Agora, ele custa entre R$ 1.200 e R$ 2.000. Usuários dizem que, onde pagavam R$ 3 pelo grama da droga, agora ela custa até R$ 5. Folha de São Paulo

■A Comissão Especial de Juristas, que discute a reforma do Código Penal aprovou em 28 de maio, a descriminalização do uso da maconha.  No caso da descriminalização do uso, os integrantes da comissão, porém, sugeriram uma ressalva. A pessoa poderá responder a processo na Justiça caso consuma ostensivamente substância entorpecente em locais públicos, nas imediações de escolas ou outros locais de concentração de crianças ou adolescentes ou na presença desses. A Comissão esquece que o maconhódromo da escola já é o banheiro com outras coisas mais.

■O uso da maconha não pode ser comparado ao uso do cigarro ou álcool em pequenas quantidades. O cigarro nunca é saudável, mas não possui o efeito psicotrópico da maconha, e é justamente sob este aspecto que fica a diferença. Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal; uma pessoa que fume cigarro procura status ou prazer. O objetivo de alcançar um estado diferente de percepção sentir-se como num sonho ou para relaxar-se, indica que existe uma deficiência psicológica: os problemas externos são muito fortes sendo necessária uma forma de compensação dessa tensão, ou o indivíduo que fuma maconha está fraco o suficiente para não enfrentar seus problemas naturais9 Fonte:Psicosite

■ Estimam em três milhões os usuários de maconha no Brasil.

■ Se for permitido o porte de 10 g por semana pelo usuário, poderemos fazer alguns cálculos;

-Cada usuário consumirá 480 g por ano de maconha. O usuário poderá gastar de 1440 reais a 2.4400 reais por ano. De onde o usuário tirará o dinheiro? Assalto? Venda de objetos roubados?

-Se todos os usuários utilizassem a maconha, teremos 1.440 t por ano de consumo

-Paraguai o maior produtor da erva deve aumentar a área de plantio ou aumentar o preço da maconha.

A pré-candidata à Prefeitura Soninha Francine (PPS) defendeu  que a produção e venda da maconha sejam feitas dentro da legalidade no Brasil. Muito provável  ela acha que o traficante teria uma micro-empresa, com CNPJ, nota fiscal ,etc. com conta numa banco estatal.

Discurso do Presidente da Costa Rica


DISCURSO  DO PRESIDENTE DA COSTA RICA,
QUE MERECE SER LIDO E REFLETIDO
Discurso proferido na presença do Lula e demais presidentes latino-americanos.

"ALGO HICIMOS MAL"

Palavras do Presidente Oscar Arias da Costa Rica na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, 18 de abril de 2009.
"Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e latino-americanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América, é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas.
Quase sempre, é para culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros.

Não creio que isso seja de todo justo. Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes do que os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras universidades desse país.

Não podemos esquecer que nesse continente, como no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou menos iguais: todos eram pobres. Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse vagão: Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e aqui a Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e não nos demos conta.Certamente perdemos a oportunidade. Há também uma diferença muito grande.

Lendo a história da América Latina, comparada com a história dos Estados Unidos, compreende-se que a América Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem português, que viesse com a Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade sobre uma Colina, uma cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos que chegaram aos Estados Unidos. Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal.
Em 1950, um país como o Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da Coréia do Sul.

Faz 60 anos, Honduras tinha mais riqueza per capita que Cingapura, e hoje Cingapura em questão de 35 a 40 anos é um país com US$40.000,00 de renda anual por habitante.
Bem, algo fizemos mal, os latino-americanos. Que fizemos de  errado?
Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal. Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos. Essa é a escolaridade média da América Latina e não é o caso da maioria dos países asiáticos.

Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a melhor educação do mundo, similar a dos europeus.
De cada 10 estudantes que ingressam no nível secundário na América Latina, em alguns países, só um termina esse nível secundário.

Há países que têm uma mortalidade infantil de 50 crianças por cada mil, quando a média nos países asiáticos mais avançados é de 8, 9 ou 10. Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto e não é responsabilidade de ninguém, exceto nossa, que não cobremos dinheiro das pessoas mais ricas dos nossos países. Ninguém tem a culpa disso, a não ser nós mesmos.
Em 1950, cada cidadão norte-americano era quatro vezes mais rico que um cidadão latino-americano.

Hoje em dia, um cidadão norte-americano é 10, 15 ou 20 vezes mais rico que um latino-americano.
Isso não é culpa dos Estados Unidos, é culpa nossa. No meu pronunciamento desta manhã, me referi a um fato que para mim é grotesco e que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que parece ser o que estamos pondo em prática também no século XXI, é um sistema de valores equivocado.

Porque não pode ser que o mundo rico dedique 100 bilhões de dólares para aliviar a pobreza dos 80% da população do mundo "num planeta que tem 2,5 bilhões de seres humanos com uma renda de US$ 2,00 por dia"
e que gaste 13 vezes mais (US$1,3 trilhões ) em armas e soldados. *Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste US$50 bilhões em armas e soldados.

Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo?
Nosso inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita razão, é a falta de educação;
■é o analfabetismo;
■é que não gastamos na saúde de nosso povo;
■que não criamos a infra-estruturar necessária, os caminhos, as estradas, os portos, os aeroportos;
■que não estamos dedicando os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente;
■é a desigualdade que temos que nos envergonhar realmente;
■é produto, entre muitas outras coisas, certamente, de que não estamos educando nossos filhos e nossas filhas.

Alguém vai a uma universidade latino-americana e parece no entanto que estamos nos anos sessenta, setenta ou oitenta. Parece que esquecemos que em 9 de novembro de 1989  aconteceu algo de muito importante, ao cair o Muro de Berlim, e que o mundo mudou. Temos que aceitar que este é um mundo diferente, e nisso francamente penso que os acadêmicos, que toda gente pensante, que todos os economistas, que todos os historiadores, quase concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não dos latino-americanos.
E eu, lamentavelmente, concordo com eles. Porque enquanto nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo... os asiáticos encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século XX, que é o *pragmatismo*.

Para só citar um exemplo, recordemos que quando Deng Xiaoping visitou Cingapura e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado conta de que seus próprios vizinhos estavam enriquecendo de uma maneira muito acelerada, regressou a Pequim e disse aos velhos camaradas maoístas que o haviam acompanhado na Grande Marcha:

"Bem, a verdade, queridos camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco ou negro, só o que me interessa é que cace ratos".
E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo quando disse que "a verdade é que enriquecer é glorioso".

E enquanto os chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou 13%, e tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás. A boa notícia é que isto Deng Xiaoping o conseguiu quando tinha 74 anos.

Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto dos 74 anos.
Por isso só lhes peço que não esperemos completá-los para fazer as mudanças que temos que fazer.
Muito Obrigado

Comentário:
Como destacou o presidente da Costa Rica o que falta a America Latina para eliminar a desigualdade é a educação, a falta de infra-estrutura, saúde etc;
■é o analfabetismo;
■é que não gastamos na saúde de nosso povo;
■que não criamos a infra-estruturar necessária, os caminhos, as estradas, os portos, os aeroportos;
■que não estamos dedicando os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente;
■é a desigualdade que temos que nos envergonhar realmente;
■é produto, entre muitas outras coisas, certamente, de que não estamos educando nossos filhos e nossas filhas.
No Brasil é muito mais fácil investir em esportes (Mundial e Olimpíada), pois é a alegria do povo, é o coliseu de entretenimento dos políticos do que em educação e preparar o país para futuro. Como se diz o futuro já está aqui e não percebemos.

Em espanhol
Discurso de Oscar Arias, Presidente de Costa Rica, en la Cumbre de las Américas
Trinidad y Tobago, 18 de Abril de 2009

Tengo la impresión de que cada vez que los países caribeños y latinoamericanos se reúnen con el presidente de los Estados Unidos de América, es para pedirle cosas o para reclamarle cosas. Casi siempre, es para culpar a Estados Unidos de nuestros males pasados, presentes y futuros. No creo que eso sea del todo justo.

No podemos olvidar que América Latina tuvo universidades antes de que Estados Unidos creara Harvard y William & Mary, que son las primeras universidades de ese país. No podemos olvidar que en este continente, como en el mundo entero, por lo menos hasta 1750 todos los americanos eran más o menos iguales: todos eran pobres.

Cuando aparece  la revolución industrial en Inglaterra, otros países se montan en ese vagón: Alemania, Francia, Estados Unidos, Canadá, Australia, Nueva Zelanda… y así la revolución industrial pasó por América Latina como un cometa, y no nos dimos cuenta. Ciertamente perdimos la oportunidad.

También hay una diferencia muy grande. Leyendo la historia de América Latina, comparada con la historia de Estados Unidos, uno comprende que Latinoamérica no tuvo un John Winthrop español, ni portugués, que viniera con la Biblia en su mano dispuesto a construir “una Ciudad sobre una Colina”, una ciudad que brillara, como fue la pretensión de los peregrinos que llegaron a Estados Unidos.

Hace 50 años, México era más rico que Portugal. En 1950, un país como Brasil tenía un ingreso per cápita más elevado que el de Corea del Sur. Hace 60 años, Honduras tenía más riqueza per cápita que Singapur, y hoy Singapur –en cuestión de 35 ó 40 años– es un país con $40.000 de ingreso anual por habitante. Bueno, algo hicimos mal los latinoamericanos. ¿Qué hicimos mal? No puedo enumerar todas las cosas que hemos hecho mal. Para comenzar, tenemos una escolaridad de 7 años. Esa es la escolaridad promedio de América Latina y no es el caso de la mayoría de los países asiáticos. Ciertamente no es el caso de países como Estados Unidos y Canadá, con la mejor educación del mundo, similar a la de los europeos. De cada 10 estudiantes que ingresan a la secundaria en América Latina, en algunos países solo uno termina esa secundaria.

Hay países que tienen una mortalidad infantil de 50 niños por cada mil, cuando el promedio en los países asiáticos más avanzados es de 8, 9 ó 10.
Nosotros tenemos países donde la carga tributaria es del 12% del producto interno bruto, y no es responsabilidad de nadie, excepto la nuestra, que no le cobremos dinero a la gente más rica de nuestros países. Nadie tiene la culpa de eso, excepto nosotros mismos.

En 1950, cada ciudadano norteamericano era cuatro veces más rico que un ciudadano latinoamericano. Hoy en día, un ciudadano norteamericano es 10, 15 ó 20 veces más rico que un latinoamericano. Eso no es culpade Estados Unidos, es culpa nuestra. En mi intervención de esta mañana, me referí a un hecho que para mí es grotesco, y que lo único que demuestra es que el sistema de valores del siglo XX, que parece ser el que estamos poniendo en práctica también en el siglo XXI, es un sistema de valores equivocado.

Porque no puede ser que el mundo rico dedique 100.000 millones de dólares para aliviar la pobreza del 80% de la población del mundo –en un planeta que tiene 2.500 millones de seres humanos con un ingreso de $2 por día– y que gaste 13 veces más ($1.300.000.000.000) en armas y soldados. Como lo dije esta mañana, no puede ser que América Latina se gaste $50.000 millones en armas y soldados.

Yo me pregunto: ¿quién es el enemigo nuestro? El enemigo nuestro, presidente Correa, de esa desigualdad que usted apunta con mucha razón, es la falta de educación; es el analfabetismo; es que no gastamos en la salud de nuestro pueblo; que no creamos la infraestructura necesaria, los caminos, las carreteras, los puertos, los aeropuertos; que no estamos dedicando los recursos necesarios para detener la degradación del medio ambiente; es la desigualdad que tenemos, que realmente nos avergüenza; es producto, entre muchas cosas, por supuesto, de que no estamos educando a nuestros hijos y a nuestras hijas.

Uno va a una universidad latinoamericana y todavía parece que estamos en los sesenta, setenta u ochenta. Parece que se nos olvidó que el 9 de noviembre de 1989 pasó algo muy importante, al caer el Muro de Berlín, y que el mundo cambió. Tenemos que aceptar que este es un mundo distinto, y en eso francamente pienso que todos los académicos, que toda la gente de pensamiento, que todos los economistas, que todos los historiadores, casi que coinciden en que el siglo XXI es el siglo de los asiáticos, no de los latinoamericanos. Y yo, lamentablemente, coincido con ellos. Porque mientras nosotros seguimos discutiendo sobre ideologías, seguimos discutiendo sobre todos los “ismos” (¿cuáles el mejor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...), los asiáticos encontraron un “ismo” muy realista para el siglo XXI y el final del siglo XX, que es el pragmatismo.
Para solo citar un ejemplo, recordemos que cuando Deng Xiaoping visitó Singapur y Corea del Sur, después de haberse dado cuenta de que sus propios vecinos se estaban enriqueciendo de una manera muy acelerada, regresó a Pekín y dijo a los viejos camaradas maoístas que lo habían acompañado en la Larga Marcha: “Bueno, la verdad, queridos camaradas, es que mí no me importa si el gato es blanco o negro, lo único que me interesa es que cace ratones” .

Y si hubiera estado vivo Mao, se hubiera muerto de nuevo cuando dijo que “la verdad es que enriquecerse es glorioso ”. Y mientras los chinos hacen esto, y desde el 79 a hoy crecen a un 11%, 12% o 13%, y han sacado a 300 millones de habitantes de la pobreza, nosotros seguimos discutiendo sobre ideologías que tuvimos que haber enterrado hace mucho tiempo atrás. La buena noticia es que esto lo logró Deng Xioping cuando tenía 74 años. Viendo alrededor, queridos Presidentes, no veo a nadie que esté cerca de los 74 años. Por eso solo les pido que no esperemos a cumplirlos para hacer los cambios que tenemos que hacer.  Muchas gracias.

Bom Jardim da Serra registra -9.2ºC, em Santa Catarina

As cidades de Bom Jardim da Serra e Urupema registraram no amanhecer de sexta-feira as temperaturas mais baixas do ano. Respectivamente, os termômetros marcaram -9.2ºC e -8,4ºC por volta de 7h30min. Houve geada forte na região. Fonte: Diário Catarinense - 08/06/2012 

Foto: Entrada de Urupema mostra o clima abaixo de zero e a cor branca dominando a paisagem.

Comentário:  Está fazendo muito na região Sul. Em São Paulo, em alguns bairros a temperatura chegou a 10ºC na madrugada