Com
pouco mais de metade do PIB brasileiro, a Coreia do Sul tem metade da taxa de
desemprego e o dobro do número de estudantes de nível superior em relação à
população
Com pouco mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a Coreia
do Sul tem metade da taxa de desemprego, o dobro do número de estudantes de
nível superior em relação à população e está 69 posições acima no ranking do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O que separa o Brasil do salto de desenvolvimento dado pelo país asiático nos
últimos anos, para especialistas, é uma equação com vários fatores, sendo o
principal a educação — verdadeira obsessão nacional.
A
importância dada pelos sul-coreanos ao tema se reflete nos dados da Unesco. A
vida escolar na Coreia do Sul é de 17,2 anos, em média, contra 14,2 no Brasil e
o índice de alfabetização, de 100%, contra 90% do Brasil. O número de
universitários do país asiático, em taxas proporcionais em relação à população,
é mais do que o dobro dos registrados no Brasil: 6.784 (por 100 mil habitantes)
contra 3.158.
Na
educação, os investimentos públicos do Brasil são até maiores — 5,4% contra
4,8% —, mas são mal-alocados e, segundo o diretor do BricLab da Universidade de
Columbia, Marcos Troyjo, os gastos das famílias e das empresas elevam o total
sul-coreano a cerca de 8% do PIB.
—
Os dados brutos do investimento escondem o fator qualidade. A capacitação
profissional, no Brasil, tem que começar praticamente do zero. O que temos são
cursos técnicos de qualidade muito baixa, enquanto o país sofre com carência de
mão de obra — avalia Mônica Baumgarten de Bolle, professora da PUC-RJ.
Para
o economista Claudio Leopoldo Salm, da UFRJ, no entanto, a educação
profissionalizante não é o melhor caminho para o Brasil:
—
Ao contrário da Coreia, o Brasil deu muita atenção a atalhos como os cursos
profissionalizantes. É preciso focar no ensino fundamental e médio. Fonte: O
Globo - 09/06/12
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