Gastos
do governo com pesquisa e desenvolvimento da Coreia do Sul são de 3,36% do PIB,
contra 1,08% do Brasil
A Coreia do Sul investe mais do que o triplo do Brasil em pesquisa e
desenvolvimento (R&D, na sigla em inglês) em proporção do PIB :
o total chega a 3,36%, contra 1,08%, segundo os dados mais recentes do Banco
Mundial. Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia e
professor do Ibmec, diz que, além de igualar esse investimento, o governo
brasileiro precisa cobrar participação do setor privado.
—
Não existe uma receita, as realidades dos dois países são muito diferentes, mas
o desenvolvimento, na Coreia, é quase uma religião civil. É um país que se
sacrifica com esse objetivo. O Brasil está há 30 anos investindo em torno de 1%
do PIB em R&D. Não
vamos ter saltos importantes gastando apenas isso.
Atualmente,
a indústria contribui com cerca de 15% do total investido neste setor, ainda de
acordo com Troyjo, quando esse percentual precisaria ser pelo menos 50%. Ele
lembra ainda que os tributos no Brasil chegam a 38% do PIB (que é o dobro do
sul-coreano), enquanto no país asiático a carga é de 26% .
Segundo
o economista Claudio Salm, da UFRJ, a falta de investimento nessa área se
refletiu negativamente no mercado de trabalho brasileiro.
—
Enquanto eles investiam pesado para recuperar o atraso, nós nos voltamos para
as atividades que exigem baixa competência — sentencia Salm.
O
descolamento entre a atividade de pesquisa nas universidades brasileiras e a
indústria também é apontado pelos especialistas — que divergem apenas quanto
aos motivos — como uma diferença significativa em relação à Coreia
do Sul. Para Troyjo, os acadêmicos brasileiros têm "um certo puritanismo”
quanto a pesquisas voltadas para o mercado. Salm discorda:
—
É importante encontrar o meio termo. E as empresas brasileiras também são
deficientes na aproximação. Pode haver preconceitos dos dois lados. Fonte: O
Globo - 09/06/12
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