quarta-feira, 20 de outubro de 2010

França -Trabalhar é coisa do passado

Grégoire mora não muito longe aqui de casa, no 19eme arrondissement de Paris. Tem 38 anos. Em 2005, cansado do “sofrimento psíquico” do trabalho como técnico em informática, resolveu parar de trabalhar. Antes, ganhava 2 mil euros por mês. Nos primeiros dois anos sem fazer nada, ganhou 1,2 mil euros do governo. Hoje, a barbada caiu para 650 mensais. Mas ele segue firme no propósito. Gasta 410 euros no aluguel de um quitinete e passa 90% do seu tempo em casa mesmo, jogando videogame.

A única despesa diária pelas ruas de Paris é um expresso na cafeteria, onde aproveita para ler os jornais de graça e roubar os saquinhos de açúcar. “Trabalhei durante nove anos”, contou Grégoire à revista descolada Les Inrockuptibles. “Ao final, senti aborrecimento e frustração. Hoje, recuso todas as ofertas de trabalho. O sofrimento ligado ao trabalho era grande demais”.

Trabalhar é coisa do passado. Os franceses não querem mais trabalhar, e, para deixar isso claro, há dois dias estão tomando as ruas de Paris e de outras capitais da França para protestar. O objetivo é barrar a reforma das aposentadorias proposta por Nicolas Sarkozy. A França tem a duração de trabalho regulamentar mais curta da Europa – o pessoal, por aqui, se aposenta aos 60 anos. A conta da previdência, claro, não fecha mais, e o Congresso aprovou nova idade para colocar o pijama: 62 anos. Os franceses ficaram indignados.

Gregóire foi uma das 10 pessoas entre 25 e 40 anos entrevistadas pela Les Inrocks que não se conhecem entre si, mas já integram um movimento: a dos jovens franceses que decidiram preencher as tardes com uma soneca. Esta geração está retratada no livro recém-lançado Libre, Seul et Assoupi (Livre, Sozinho e Sonolento), de Romain Monnery.

As manifestações são para proteger um direito e dizem respeito aos sessentões, pensei eu. Aparentemente, não há maior relação com este fenômeno dos jovens aposentados. Mas talvez só aparentemente. Percebi isso ao tropeçar, entre as milhares de pessoas, em batalhões de adolescentes. As escolas aderiram aos protestos.

Tá aí: trabalhar é coisa moderna demais para a pós-modernidade. E não existe nada mais velho do que a modernidade por aqui. Está lá, escrito na porta de um dos banheiros da Universidade de Sorbonne, os mesmos de maio de 1968, pichado por algum jovem intelectual bastante ocupado: “O trabalho mata”.

Fonte: Diário Catarinense - 20 de outubro de 2010 

Comentário: Entenda o que está em jogo na reforma da previdência

■ Idade mínima para aposentadoria passa de 60 para 62 anos

■ Idade para aposentadoria plena passa de 65 para 67 anos

■ Exceções: Trabalhadores que começaram a vida profissional antes dos 18 anos de idade, profissionais de risco, vítimas acidente ou doença de trabalho

■ Estímulo para contratação de funcionários com mais de 55 anos de idade

■ Aumento de impostos para financiar previdência: um ponto percentual a mais no imposto de renda das faixas mais alta, e um ponto percentual a mais sobre determinadas negociações imobiliárias

■ Equiparação dos setores público e privado, com aumento na contribuição no setor público

■ Melhorar os benefícios para desempregados

■ Melhorar o benefício para mulheres, eliminando redução decorrente do benefício maternidade

■ Objetivo: Equilibrar receitas e despesas do setor até 2018

Fonte: "Le Figaro"

Para os críticos da reforma do governo, aumentar a idade de aposentadoria é mais uma medida para desmontar a tradição de garantias sociais dos franceses, em nome de uma sociedade mais parecida com o capitalismo norte-americano. UOL Notícias - 20/10/2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

NASA-Apollo 11: Restauração de vídeos do pouso na Lua

Apollo 11 foi a quinta missão tripulada do Programa Apollo e primeira a pousar na Lua, em 20 de Julho de 1969. Tripulada pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins, a missão cumpriu o objetivo final do Presidente John F. Kennedy, que, num discurso ao povo norte-americano em 1962, estabeleceu o prazo do fim da década para que o programa espacial dos Estados Unidos realizasse este feito. Neil Armstrong, comandante da missão, foi o primeiro ser humano a pisar na superfície lunar.

Composta pelo módulo de comando Columbia, o módulo lunar Eagle e o módulo de serviço, a Apollo 11, com seus três tripulantes a bordo, foi lançada de Cabo Canaveral, na Flórida, às 13:32 UTC de 16 de julho, na ponta de um foguete Saturno V, sob o olhar de centenas de milhares de espectadores que enchiam estradas, praias e campos em redor do Centro Espacial Kennedy e de milhões de espectadores pela televisão em todo o mundo, para a histórica missão de oito dias de duração, que culminou com as duas horas de caminhada de Armstrong e Aldrin na Lua. Fonte: Wikipédia

domingo, 17 de outubro de 2010

Eleição presidencial:Big Brother Brasil



Daqui a pouco  começa o debate entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), na "RedeTV", às 21h10.

Os temas a serem debatidos são os temas imediatos, lembra muito propaganda de sabão em pó, muita espuma e pouca ação. Os temas da moda: religião, aborto, privatização e Bolsa Família.

Os dois candidatos lembram muito filhos de papais ricos, cada um deles disputando quem oferecerá mais benefícios para a sociedade.

Nenhum deles pede reflexão da sociedade, qual é o futuro do Brasil no mundo?

Eles não apontam os desafios para o País, já apresenta solução de pacote fechado ou tipo marmitex, o que sobra do governo anterior para melhorar.

Quais são os desafios do Brasil no mundo atual? Educação? Tecnologia? Família? Eles não apontam nada.

Quais são os valores da nossa sociedade que fazem que o País seja diferente dos demais? Eles não evocam os valores intangíveis que formam uma Nação? Integridade, Pessoas, Responsabilidade, Patriotismo, Família, etc.  

Não chama a atenção da sociedade, principalmente para os mais jovens,  que o sucesso depende de trabalho duro e honesto. Existem valores do passado, parece-me que estão perdidos na nossa sociedade, tais como; honestidade, lealdade, fidelidade, patriotismo, que são ecos do passado bem distante e são verdadeiros. São esses valores que se movem uma grande Nação, nenhum deles toca nesses valores.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. “ Bertold Brecht

Zelaya: Masacre de Los Horcones

Hace 35 años ocurrió uno de los crímenes más horrendos en la historia del agro.

El movimiento campesino conmemoró el 25 de junio 35 años de la masacre de Los Horcones, una de las matanzas más crueles que registra la historia del agro hondureño.

Eran las grandes luchas por la reivindicación social, por conseguir tierras para suplir una de las necesidades básicas del campesinado hondureño: la subsistencia.

En plena época de siembra, los terratenientes trataban de impedir la invasión de sus tierras, mientras los campesinos se movilizaban colectivamente para recuperarla, para lo cual contaban con líderes que luchaban estoicamente y con algunos sacerdotes identificados con estas luchas.

La matanza tuvo como principales protagonistas a las Fuerzas Armadas, al mismo gobierno de Juan Alberto Melgar Castro y terratenientes de la zona, entre ellos Manuel Zelaya Ordóñez en cuya hacienda, Los Horcones, aparecieron enterrados los 14 cadáveres.

Previo a la captura de los campesinos tuvieron lugar grandes movilizaciones, se tomaron los juzgados de varias ciudades, se realizaron concentraciones masivas, interrumpción del tráfico en las carreteras y se anunció una marcha nacional para el 25 de junio de 1975.

Los campesinos de todo el país se concentrarían en Tegucigalpa pero el gobierno de Melgar Castro ordenó detenerlos.

El 24 de junio, los campesinos de Olancho pernoctaron en Juticalpa y pasaron la noche en el Centro de Capacitación Santa Clara, el siguiente día, a las 10:00 de la mañana, un grupo de escolares, dirigido por el profesor Guillermo Ayes Mejía, llegó a exigir la desocupación del edificio.

La acción del maestro era acompañada por agentes del Departamento de Investigación Nacional (DIN), que vestidos de civil entraron al edificio, sacaron violentamente a los que se encontraban adentro y los llevaron a la hacienda Los Horcones donde los torturaron y mataron.

Por órdenes del teniente Benjamín Plata, quien dirigía el operativo, también asesinaron a los testigos que habían observado el hecho, según la comisión que investigó el caso.

Los cuerpos de las víctimas fueron lanzados a un pozo malacate, que fue dinamitado con el fin de que no quedara rastro de la acción militar.

Del crimen, los tribunales de justicia encontraron culpables al mayor José Enrique Chinchilla, subteniente Benjamín Plata y a los terrantenientes Manuel Zelaya Ordóñez y Carlos Bahr, quienes fueron remitidos a la Penitenciaría Central. Sin embargo, salieron libres en 1980 favorecidos por un indulto otorgado por el gobierno.

Los muertos fueron idenficados como padre Casimiro Cypher, padre Iván Betancourt, Máximo Aguilera (padre del dirigente de la Democracia Cristiana, Lucas Aguilera), Lincoln Coleman, Bernardo Rivera, Francisco Colindres, Fausto Cruz, Roque Ramón Andrade, Arnulfo Gómez, Ruth A. Mayorquín, María Elena Bolívar, Alejandro Figueroa, Juan Benito Montoya y Óscar Ovidio Ortiz.

El 25 de junio el Padre Iván Betancourt y Ruth García salieron de Tegucigalpa hacia Catacamas. Habían ido a encontrar a la mamá del sacerdote Doña Felisa Betancourt que venía a visitarle de Colombia.

Una barbarie

Según el informe del gobierno al llegar a Los Horcones el Mayor Chinchilla ordenó a tres elementos del DIN que interrogaran a los detenidos llevados de Juticalpa, luego fueron asesinados.

Interrogar para el DIN significaba aplicar todo tipo de torturas que iba desde golpes, patadas, toques eléctricos, la capucha, arrancar uñas y otras crueles prácticas.

Mientras tanto, el padre Iván Betancourt era también sometido a interrogatorio, en el cual rindió declaraciones sobre actividades subversivas realizadas en compañía de otros religiosos.

Después del interrogatorio, Betancourt también fue asesinado. Para evitar que quedaran testigos, asesinaron a las señoritas Ruth García Mallorquín y María Elena Bolívar. Fuente: El Heraldo: 27.06.10 

Comentario: Manuel Zelaya, padre del ex-presidente de Honduras,  Manuel Zelaya. El lado obscuro de la familia Zelaya los bolivarianos nada mencionan. Si fuera un direitista sería llamado de asesino

Los 33-Lições do mundo subterrâneo

Luis Urzúa Iribarren, o último mineiro a ser resgatado, teve papel fundamental na sobrevivência de seus 32 companheiros

Desafios cruzaram o caminho do chileno Luis Urzúa Iribarren, 54 anos, muito antes de ele ficar soterrado a cerca de 700 metros de profundidade com outros 32 mineiros em Copiapó. Foram mudanças drásticas impostas pelo destino, que ajudaram a construir um homem de espírito forte e de comando. – Luis teve que assumir responsabilidades muito cedo – destacou a mãe, Nelly Iribarren, 78 anos, em entrevista ao jornal chileno Las Últimas Notícias.

Era uma referência ao episódio que marcou a vida de Urzúa aos 17 anos. A morte do padrasto – responsável por sua formação –, o obrigou a assumir a condição de chefe de família, ajudando na criação dos cinco irmãos mais novos. Como o pai também já tinha morrido, se tornou “o homem da casa”.

Por isso, antes mesmo do primeiro bilhete chegar à superfície, indicando que os homens confinados na mina San José estavam vivos, não foi difícil para Nelly imaginar o filho dando ordens, racionando comida e distribuindo tarefas, por que “ele é assim: mandão e organizado”. Os conhecimentos de resgate subterrâneo e de primeiros socorros, além dos 31 anos de experiência em mineração, também fizeram familiares acreditar que Urzúa buscaria uma forma de tirar os colegas do subterrâneo.

Nascido na cidade de Vallenar e topógrafo de formação, o mineiro foi descrito pelas autoridades chilenas e por integrantes da agência espacial americana, a Nasa, como um líder natural, sem o qual o resgate não teria acontecido. Especialista no tema, o conferencista, coach e escritor brasileiro Marco Fabossi – autor do livro Coração de Líder, concorda:

– O papel do líder é justamente ajudar a concentrar e convergir todo o trabalho para o resultado. Nesse caso, a liderança foi um fator que contribuiu muito para que as coisas terminassem como terminaram.

Na condição de responsável pelo grupo, ele fez todos acreditarem que eram capazes de, coletivamente, vencer os obstáculos, avalia Paulo Roberto Motta, professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.

Casado e pai de um filho, Urzúa estava na condição de chefe de turno quando o acidente ocorreu. Foi o primeiro a falar com o exterior quando a sonda de comunicação chegou.

– Estamos bem, esperando que nos resgatem – disse ao ministro de Mineração chileno, Laurence Golborne.

Não foi apenas por causa da função que exercia que o topógrafo se transformou em líder do grupo. Foram as atitudes frente à situação adversa que o alçaram a essa condição:

– O cargo é uma posição, a liderança é um processo de interação – explica o professor da FGV.

Com os relatos da experiência emergindo à medida que os resgatados começaram a dar entrevistas, sabe-se agora que houve momentos de tensão. Urzúa apresentou o que considera o seu antídoto para as discordâncias: a democracia.

Do mundo subterrâneo, é uma lição referendada pelo mundo real. Marco Fabossi afirma que “a unanimidade nunca vai acontecer”. Segundo ele, exemplos positivos dados pelo líder e a conversa de uma forma clara e direta – o chamado feedback do mundo corporativo – são ferramentas capazes de ajudar a dissolver possíveis conflitos – aqui e lá. Fonte: Diário Catarinense - 17 de outubro de 2010 


sábado, 16 de outubro de 2010

Merkel diz que tentativa de criar sociedade multicultural naAlemanha "fracassou"

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou neste sábado que os esforços de seu país para construir uma sociedade multicultural “fracassaram completamente”.

Em uma reunião com as lideranças jovens seu partido – o a União Democrata Cristã (CDU) -, Merkel disse que a ideia de pessoas de origens culturais diferentes vivendo lado a lado pacificamente não está funcionando na Alemanha.

Segundo a chanceler, o Islã já faz parte da Alemanha, mas os imigrantes precisam se esforçar mais para se integrar, incluindo aprender o idioma alemão.

 “O importante agora é saber como lidar com essa questão. E a integração é algo crucial, porque o número de jovens no nosso país com origens estrangeiras está crescendo”, afirmou Merkel.

Ela citou o exemplo de Frankfurt, onde duas em cada três crianças abaixo de 5 anos são estrangeiras ou de descendências não-alemã.

Estratégias ineficientes

 “No início dos anos 60, nosso país chamou os trabalhadores estrangeiros para vir para Alemanha. E agora que eles vivem aqui, nós costumávamos brincar, dizendo ‘eles não vão ficar, cedo ou tarde eles vão embora’. Mas essa não é a realidade.”

 “E é claro que a maneira que estamos tentando construir uma sociedade multicultural e viver lado a lado uns dos outros... Essa estratégia fracassou, fracassou completamente”, disse Merkel, lembrando que as políticas ineficientes dos últimos 30 ou 40 anos não serão corrigidas facilmente.

Segundo a rede alemã Deutsche Welle, a afirmação da chanceler foi uma reação ao discurso de Horst Seehofer , líder do partido União Social Cristã (CSU). Na sexta-feira, ele havia dito que seu partido era contra a integração com estrangeiros e seus descendentes: “O multiculturalismo está morto”.

Há uma semana Merkel se reuniu com o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e ambos se comprometeram a ampliar os esforços para melhor integrar na sociedade alemã os 2,5 milhões de turcos que vivem no país.

Fonte:BBC Brasil - 16 de outubro, 2010 

Comentário: A integração dos imigrantes nas sociedades de acolhimento é um processo complexo e multifacetado. Demetrios Papademetriou define integração como o processo de interação,  ajustamento e adaptação mútua entre imigrantes e a sociedade de acolhimento, pelo qual ao longo do tempo, as comunidades recém-chegadas e a população dos territórios de chegada formam um todo integrado.  Na mesma linha de pensamento, Rinus Penninx, considera a integração como o processo de aceitação dos imigrantes pela sociedade receptora, como indivíduos e como grupos.  Ambos os autores enfatizam a diversidade de intervenientes no processo de integração: imigrantes, governos, instituições e comunidades locais.

Deste modo, as formas de inserção dos imigrantes nas sociedades receptoras são processos dinâmicos, em permanente mudança, resultantes de influências bastante diversas ao nível da macro-estrutura económica, social, política e institucional, dos países de destino no momento da migração e das especificidades dos contextos locais dos territórios onde se fixam. Daqui resulta que as formas de incorporação dos imigrantes nas sociedades de acolhimento são bastante mais complexas e matizadas do que a simples oposição entre regimes nacionais assimilacionistas e multiculturalistas poderia fazer crer.  Fonte: Universidade de Lisboa - Centro de Estudos Geográficos

O migrante traz consigo para a o Novo Pais, costumes, roupas, alimentação, a religião. Vai criando um microcosmo de seu país de origem  no novo país, criando  um choque, devido a dificuldade de adaptação.

A integração do imigrante ao seu grupo social favorece e ajuda na adaptação imediata ao novo país. O novo país para o imigrante é um lugar desconhecido,  pode causar medo, apreensão, saudade e nesse caso o seu grupo social ajudará, mas a longo prazo a permanência desse vinculo com o seu grupo social de origem tornará sua adaptação  mais difícil quanto ao novo costume.

Quién es el socorrista que primero vio a los mineros

bligo-MinaSanJoseRecatista.jpgManuel González bajó primero, por voluntad propia, a los túneles en los que habían quedado sepultados 33 mineros desde el 5 de agosto. Salió de último.

Fue la primera persona que vieron los 33 mineros después de 70 días de encierro. Manuel González, de profesión socorrista, bajó por propia voluntad a esos túneles que se convirtieron en infierno subterráneo para el grupo de obreros sepultados en un derrumbe en el norte de Chile, el pasado 5 de agosto.

Pasó allí 26 horas, trabajando en un turno extenso y sin opción de descanso. Cargado de adrenalina, instruido sobre cada paso necesario para garantizar el éxito del Operativo San Lorenzo.

Sebastián Piñera, el hombre más felicitado del mundo"Misión cumplida""Manolo", como lo llaman, fue el primer rescatista en bajar a la mina para asistir en el ascenso en la cápsula Fénix. Y fue el último en salir.

Su viaje de descenso se inició con una ovación, que marcó la puesta en marcha del operativo de rescate minero más grande de la historia. Pero fue su viaje de regreso el que quedará en la historia: el último recorrido en la Fénix, el fin de la pesadilla, el disparador de la euforia de un país entero que ya tenía a "los 33" de vuelta en la superficie.

La imagen de González abandonando el refugio, captada por una cámara subterránea, resultó estremecedora: con una reverencia, se metió en la cápsula que, como un gusano metálico, desapareció por el hoyo en la pared. El taller se vio entonces como un paisaje lunar, rocoso y desértico, donde ya nada quedaba por hacer.

Julio Verne

La cara de González se ha convertido en otro de los símbolos de este rescate. En las redes sociales, alguien escribió: "El nombre artístico de Julio Verne es Manuel González".

Él lo agradece, pero dice que en la épica de la mina San José los únicos héroes son los 33 mineros. Asegura que todos sus compañeros estaban en condiciones de hacerlo, pero lo eligieron a él y eso es "un honor" para un socorrista de ley.

Para la tarea entrenó durante una semana. Un régimen de ejercicios, dieta y prácticas circulando dentro de un tubo, similar a los que se usaron para hacer el encamisado del túnel.

Su viaje en la cápsula Fénix 2 fue una apuesta de riesgo, sólo apta para valientes. Era la primera vez que el dispositivo hacía un descenso tripulado hasta las entrañas de la mina y todo podía salir mal. Sus compañeros le sugirieron que pensara en una playa, mientras bajaba con la pared metálica a escasos centímetros de la cara.

"Cuando llegue abajo, me emocione. Quería desahogarme con ellos, lo único que quería era bajar y ver que estaban bien", dice.

Lo recibieron con abrazos de torsos desnudos y le impresionó verlos "en puros shorts". Pasó 26 horas a 40 grados de temperatura.

"Imagínense lo que es vivir así 70 días ", dice González.

Cada vez más rápido

A los hombres los encontró con una ansiedad controlada. Eufóricos de a ratos, pero muy organizados.

"No estaban todos junto a la cápsula, sino por grupos, listos con sus uniformes puestos y los elementos que les exigían en la parte medica para emprender la salida", relató el hombre, de 46 años y padre de dos hijos.

Con 20 años de experiencia en minería y 12 como socorrista en la empresa estatal del cobre, Codelco, González sabía qué hacer. Él y sus otros 4 compañeros tenían funciones repartidas, que cumplieron cada vez más aceitadamente, lo que en parte hizo posible reducir el tiempo de ascenso de casi media hora al principio del operativo, a menos de la mitad sobre el final.

Los técnicos mineros se encargaban de revisar la parte mecánica y la infraestructura de la jaula, mientras sus colegas de la Armada cubrían la parte médica. Luego, todos se unían en la instancia final: la de dar aliento al viajero que iniciaba el camino a la superficie.

Dentro y fuera de la cápsula hubo cantos y gritos de apoyo, como una forma de combatir el miedo por los minutos que duró el trayecto de 622 metros –equivalente a un edificio de unos 200 pisos- en un estrechísimo ascensor.

Denuncia

Su descenso bastó para confirmar lo que muchos trabajadores del establecimiento, en manos de la empresa San Antonio, ya habían denunciado: pésimas condiciones de seguridad.

"Esta mina no contaba con los elementos más básicos. Trabajar un turno de doce horas con esa temperatura, ningún ser humano lo soporta", reclama el socorrista.

El yacimiento de San José tiene, ciertamente, un triste historial de accidentes, así como una clausura seguida de una reapertura con presuntas irregularidades en los permisos, que aún debe ser investigada.

"Es inhumano, no se puede trabajar ahí", recalca el experto, que proviene de El Teniente, la mina subterránea más grande del mundo.

Así se lo dijo al presidente Sebastián Piñera. Al igual que el jefe minero, Luis Urzúa, recibió del mandatario una promesa: que los controles se ajustarán para evitar episodios trágicos de aquí en adelante.

Sus compañeros de equipo también reclamaron de cara al futuro: pidieron más financiamiento e infraestructura para los cuerpos de salvataje, para que cada área de un país minero como Chile tenga un equipo de emergencias de alta jerarquía.

De vuelta al sol

Cuando se fueron todos, primero los 33 y luego los otros asistentes, González se quedó solo. Debía cumplir con la consigna de su labor: en un rescate, el que baja primero, sube último.

Para matar la espera, de unos 20 minutos, el hombre se puso a leer un libro de oratoria, de los que las autoridades habían mandando a los mineros durante el encierro.

"Estaba contento pero cansado, quería llegar arriba", recuerda.

La cápsula Fénix cumplió con él su último viaje antes de convertirse en pieza de museo. Fue a las 0:21, hora de Chile, y diez minutos lo llevaron de regreso a la superficie y a su casa.

Ahora, dice que los 33 mineros tienen con él una deuda: uno de ellos ofreció un novillito para el asado, "y más vale que tendrá que cumplir". Fuente: Semana - Viernes 15 Octubre 2010