domingo, 13 de junho de 2010

Sobre Simplicidade e Sabedoria

Pediram-me que escrevesse sobre simplicidade e sabedoria. Aceitei alegremente o convite sabendo que, para que tal pedido me tivesse sido feito, era necessário que eu fosse velho.

Os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade.

Os jovens são aves que voam pela manhã: seus vôos são flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por 10.000 coisas. Querem todas, mas nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, a multiplicidade é um espaço de liberdade.

Com os adultos acontece o contrário. Para eles a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual caíram. Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos a multiplicidade tem o nome de dever. Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã 10.000 coisas os aguardam com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as 10.000 coisas escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas haverá punições.

No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o vôo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu vôo pela manhã. Já observaram o vôo das pombas ao fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam para casa, ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.

Jesus contava parábolas sobre a simplicidade. Falou sobre um homem que possuía muitas jóias, sem que nenhuma delas o fizesse feliz. Um dia, entretanto, descobriu uma jóia, única, maravilhosa, pela qual se apaixonou. Fez então a troca que lhe trouxe alegria: vendeu as muitas e comprou a única.

Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso desejo. Movemo-nos fascinados pela sedução das 10.000 coisas. Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as 10.000 coisas aparecem e desaparecem sem cessar.” O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho. A última das tentações com que o Diabo tentou o Filho de Deus foi a tentação da multiplicidade: “Levou-o ainda o Diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória e lhe disse: ‘Tudo isso te darei se prostrado me adorares.’“ Mas o que a multiplicidade faz é estilhaçar o coração. O coração que persegue o “muitos“ é um coração fragmentado, sem descanso. Palavras de Jesus: “De que vale ganhar o mundo inteiro e arruinar a vida?“ (Mateus 16.26).

O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. Adverte o escritor sagrado: “Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne“ (Eclesiastes 12.12). Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas. O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer: “Cheguei, finalmente, ao lar“. Saberes não são lar. São, na melhor das hipóteses, tijolos para se construir uma casa. Mas os tijolos, eles mesmos, nada sabem sobre a casa. Os tijolos pertencem à multiplicidade. A casa pertence à simplicidade: uma única coisa.

Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.“

Diz T. S. Eliot: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?“

Diz Manoel de Barros: “Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar. Sábio é o que adivinha.“

Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: “A palavra grega que designa o sábio se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado. “A sabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir. O homem do saberes, diante da multiplicidade, “precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço.“ Mas o sábio está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas“. Imagine um bufê: sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio, ao contrário, para e pergunta ao seu corpo: “De toda essa multiplicidade, qual é o prato que vai lhe dar prazer e alegria?“ E assim, depois de meditar, escolhe um…

A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria. Não só nós. Diz Bachelard que o universo inteiro tem um destino de felicidade.

O Vinícius escreveu um lindo poema com o título de “Resta…“ Já velho, tendo andado pelo mundo da multiplicidade, ele olha para trás e vê o que restou: o que valeu a pena. “Resta esse coração queimando como um círio numa catedral em ruínas…“ “Resta essa capacidade de ternura…“ “Resta esse antigo respeito pela noite…“ “Resta essa vontade de chorar diante da beleza…“. Vinícius vai, assim, contando as vivências que lhe deram alegria. Foram elas que restaram.

As coisas que restam sobrevivem num lugar da alma que se chama saudade. A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as experiências que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo. É para isso que necessitamos dos deuses, para que o rio do tempo seja circular: “Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás…“ Oramos para que aquilo que se perdeu no passado nos seja devolvido no futuro. Acho que Deus não se incomodaria se nós o chamássemos de Eterno Retorno: pois é só isso que pedimos dele, que as coisas da saudade retornem.

Ando pelas cavernas da minha memória. Há muitas coisas maravilhosas: cenários, lugares, alguns paradisíacos, outros estranhos e curiosos, viagens, eventos que marcaram o tempo da minha vida, encontros com pessoas notáveis. Mas essas memórias, a despeito do seu tamanho, não me fazem nada. Não sinto vontade de chorar. Não sinto vontade de voltar.

Aí eu consulto o meu bolso da saudade. Lá se encontram pedaços do meu corpo, alegrias. Observo atentamente, e nada encontro que tenha brilho no mundo da multiplicidade. São coisas pequenas, que nem foram notadas por outras pessoas: cenas, quadros: um filho menino empinando uma pipa na praia; noite de insônia e medo num quarto escuro, e do meio da escuridão a voz de um filho que diz: “Papai, eu gosto muito de você!“; filha brincando com uma cachorrinha que já morreu (chorei muito por causa dela, a Flora); menino andando à cavalo, antes do nascer do sol, em meio ao campo perfumado de capim gordura; um velho, fumando cachimbo, contemplando a chuva que cai sobre as plantas e dizendo: “Veja como estão agradecidas!“ Amigos. Memórias de poemas, de estórias, de músicas.

Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração…“ Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina. Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem nem para onde vai…“ Sabedoria é a arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples.Fonte: Autor: Rubem Alves, educador e escrito

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Allende and KGB

Quando a história  traz a tona  registros históricos,  pitoresco, em que maioria dos partidários do Allende esquece e não menciona para as gerações mais jovens, que desconhecem esses fatos, cujo  sonho dele era transformar o Chile num país comunista, seria a segunda Cuba. Nos arquivos, sites,  dos partidários do Allendov  não mencionam esses fatos,  que fazem parte da  história verídica e política. Eles são sempre vítimas e vendendo a imagem de inocentes, que não fizeram nada.

Português

Os esforços da KGB na América Latina não foram tão bem-sucedido.  A julgar pelo documento publicado no segundo volume de The Mitrokhin Archive, uma grande vitória do serviço secreto soviético foi a ascensão de Salvador Allende no Chile ao poder na década de 1970.  A União Soviética deu-lhe o codinome "Leader".

A vitória de Allende custou a KGB US$ 420.000.  Os documentos publicado em Londres, não responderam à pergunta se Allende sabia a origem do dinheiro para sua campanha eleitoral,.  Mas mesmo se ele não soubesse, ele devia suspeitar. 

Não era o embaixador soviético em Santiago que se reuniam regularmente como principal representante da União Soviética após assumir o poder, mas era um chefe da KBG no Chile, Svyatoslav Kuznetsov, que pessoalmente orientava "Allende".  A amante do presidente, Miria Kontrereas Bell, conhecido em Moscou como "Marta", organizava as  reuniões.  Foi o primeiro encontro com Kuznetsov que o líder chilena concordou em preparar a reforma do serviço de inteligência militar para reforçar a compreensão mútua entre os dois países.

 A KGB, no entanto, logo percebeu que Allende não era o melhor candidato para eliminar a CIA no Chile.  Ele era muito diligente na realização de todas as recomendações Soviética, mas ele evidentemente faltava a rigidez.  Ele não estava disposto a transformar o Chile em uma segunda Cuba.  Além disso, ele tinha certeza de que o povo iria apoiá-lo sem o apoio da União Soviética, e, evidentemente, tinha orgulho em ser o primeiro marxista a chegar ao poder democraticamente na América Latina.

O trabalho da KGB foi interrompida quando o novo embaixador soviético para o Chile, que não iria desempenhar o papel de chefe nominal da missão, chegou em 1972.  A oposição entre os membros do Partido Central Comunista do Comitê Alexander Basov e o chefe da KGB no Chile Svyatoslav Kuznetsov deixou a idéia sobre a criação do regime pró-soviético, no Chile.  Em setembro de 1973, unidades do exército chileno se rebelaram, e Salvador Allende se suicidou com o rifle que Fidel Castro lhe dera de presente.

English

The KGB’s efforts in Latin America were not that successful. Judging by the document published in the second volume of The Mitrokhin Archive, a major victory of the Soviet secret service was Chile’s Salvador Allende’s rise to power in early 1970s. The Soviet gave him the code name “Leader”.

Allende’s victory cost the KGB $420,000. The documents published in London do not answer the question whether Allende knew where the money for his election campaign was coming from. But even if he did not, he must be suspecting. It was not the Soviet Ambassador to Santiago that he regularly met as the main Soviet representative after assuming power but it was a KBG chief in Chile, Svyatoslav Kuznetsov, who personally “guided” Allende. The president’s lover, Miria Kontrereas Bell, known in Moscow as “Marta”, organized the meetings. It was at the first date with Kuznetsov that the Chilean leader agreed to launch the military and intelligence service reform to strengthen the mutual understanding between the two countries.

The KGB, however, soon realized that Allende was not the best candidate to contest the CIA in Chile. He was quite diligent in realizing all Soviet recommendations but he evidently lacked the rigidity. He was unwilling to turn Chile into a second Cuba. What is more, he was sure that the people would back him without the Soviet’s support, and evidently took pride in being the first Marxist to rise to power in Latin America democratically.

The KGB’s work halted when the new Soviet Ambassador to Chile, who would not play the part of the mission’s nominal head, arrived in 1972. The opposition between the member of the Communist Party’s Central Committee Alexander Basov and the KGB chief in Chile Svyatoslav Kuznetsov drowned the idea on the creation of the pro-Soviet regime in Chile. In September 1973, unreformed units of the Chilean army rebelled, and Salvador Allende shot himself with the rifle Fidel Castro had given him as a present.

Fonte: Oct. 12, 2005 - Arch-Important Witness

The Mitrokhin Archive, Volume 2: The KGB and the World and The World Was Going Our Way: The KGB and the Battle for the Third World US edition had good reasons to be afraid that KGB officer Vasily Mitrokhin and British intelligence historian Christopher Andrew’s joint work would have a similar fate. The Mitrokhin Archive, the most scandalous book about the KGB, was published six years ago. The continuation of the story of the KGB’s secret operations has been just released, after the author’s death, to bring more sensations. – Kommersant Moscow

Aprovada pela ONU sanções contra o Irã

Os 15 países do Conselho se reuniram em Nova York com mais de uma hora de atraso para votar a proposta de resolução, resultado de cinco meses de negociações entre Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha.

As potências ocidentais queriam medidas mais duras, inclusive contra o setor energético iraniano, mas Pequim e Moscou conseguiram diluir as punições previstas no documento de dez páginas.

Foram 12 votos a favor das sanções e dois contra (Brasil e Turquia). O Líbano se absteve

A resolução prevê restrições a mais bancos iranianos no exterior, caso haja suspeita de ligação deles com programas nuclear ou de mísseis. Estabelece também uma vigilância nas transações com qualquer banco iraniano, inclusive o Banco Central.

Além disso, ela amplia o embargo de armas contra o Irã e cria entraves à atuação de 18 empresas e entidades, sendo três delas ligadas às Linhas de Navegação da República Islâmica do Irã, e as demais vinculadas à Guarda Revolucionária.

A resolução estabelece também um regime de inspeção de cargas, semelhante ao que já existe em relação à Coreia do Norte.

Paralelamente à resolução, 40 empresas serão acrescidas a uma lista pré-existente de empresas com bens congelados no mundo todo, por suspeita de colaboração com programas nuclear e de mísseis do Irã.

A nova lista negra inclui um indivíduo chamado Javad Rahiqi, diretor de um centro de processamento de urânio. Ele terá bens congelados e será proibido de viajar ao exterior.

Foco de acaloradas discussões de última hora, a nova lista que surgiu na manhã de terça-feira continha 41 empresas, inclusive dois bancos. Ao final do dia, a China exigia a exclusão de um deles, o Banco de Desenvolvimento das Exportações do Irã.

Embora tenha votado pela sanção, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que a punição contra o Irã é ineficaz. "Você conhece um único exemplo de sanções eficazes? Em seu conjunto, são ineficazes", declarou Putin.

Horas antes da votação das prováveis sanções, as potências ocidentais rejeitaram o acordo do Irã com Brasil e Turquia acertado no mês passado.

Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, assinaram junto com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, um acordo segundo o qual o Irã entregaria 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido em troca de combustível nuclear especial para um reator de pesquisa médica para tratar pacientes com câncer. A ideia seria reduzir o estoque iraniano de material nuclear enriquecido e viabilizar o uso pacífico da tecnologia, o que demonstraria a boa vontade do regime islâmico.

EUA e seus aliados, no entanto, disseram que o acordo não altera a recusa do Irã em abandonar o enriquecimento de urânio, conforme exigiam cinco resoluções anteriores do Conselho de Segurança.Fonte: UOL Notícias - 09/06/2010

Entenda como funcionam as votações no Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança da ONU impôs nesta quarta-feira (9) novas sanções ao programa nuclear do Irã, que parte do Ocidente suspeita estar voltada para o desenvolvimento de armas atômicas. Foram 12 votos a favor das sanções e dois contra (do Brasil e da Turquia). O Líbano se absteve.

O Conselho de Segurança é formado por 15 membros, dos quais cinco são permanentes e dez são rotativos.

EUA, Rússia, China, Reino Unido e França, os membros permanentes, são os únicos países do mundo que dispõem de armas nucleares nos termos da AIEA, e têm poder de voto nas votações do Conselho.

As cadeiras rotativas são ocupadas por membros da ONU eleitos em Assembleia Geral por mandatos de dois anos, sem possibilidade de dois mandatos consecutivos.

Atualmente, os membros rotativos são Áustria, Bósnia, Brasil, Gabão, Japão, Líbano, México, Nigéria, Turquia e Uganda.

As questões votadas pelo Conselho, para serem aprovadas, precisam do voto de todos os membros permanentes e de pelo menos mais quatro membros rotativos.

Em contraste com todos os outros organismos da ONU, que emitem recomendações aos governos, o Conselho de Segurança tem poder de tomar decisões que todos os outros Estados membros são obrigados a acatar.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Reciclagem de óleo de cozinha produz biodiesel

A maior parte da matéria-prima vinda do óleo de cozinha jogado fora vai para a produção de biodiesel. Uma menor parte vira sabão.

bligo-OleoCozinha.jpgA ONG Trevo atende hoje 4.000 prédios na Grande São Paulo -fora os clientes que ela tem no setor comercial, como as grandes redes de fast-food. A instituição processa 250 toneladas por mês. Para realizar a coleta do óleo em prédios, a ONG vende um galão de 50 litros ao condomínio. Normalmente, ele é colocado na garagem.

"Quando recebemos o aviso de que o galão encheu, retiramos em 24 horas. A taxa é só pela primeira peça", diz Roberto Costacoi, da Trevo. Os prédios não recebem nada. No máximo, alguns mimos, como sabão.

O Instituto Triângulo, que também coleta óleo, opera da mesma forma. O material reciclado é coletado nos prédios ou nos pontos que existem em redes de supermercados. Qualquer pessoa pode ir a esses pontos e depositar seu recipiente com óleo.

"Processamos 16 toneladas ao mês. Boa parte disso é usada na nossa própria produção de sabão. Nosso fim é socioambiental", diz Fabrício França, diretor-conselheiro da Triângulo.

LONDRINA

Criado em novembro do ano passado, o projeto Eco Óleo, Eco Vida já colheu em Londrina (PR) 350 mil litros de óleo de cozinha usado.

Foram instalados 350 ecopontos em supermercados, associações de bairros, escolas e condomínios.

A iniciativa é uma parceria firmada entre o município e a BF Ambiental, do grupo Big Frango, de Rolândia (369 Km de Curitiba), a maior indústria de abate de aves do norte paranaense.

Ao ingressar no projeto, os consumidores recebem um galão de 1,5 litros para armazenar as sobras de óleo de cozinha em suas residências.

Quando ficam cheios, os recipientes são devolvidos aos ecopontos e, então, transferidos para a refinaria da Big Frango.

Lá, o óleo vira matéria-prima para rações, biodiesel e também para a indústria de cosméticos. A refinaria da empresa tem capacidade de processar 100 mil litros de óleo usado por dia.

Para cada litro de óleo de cozinha usado recebido, a empresa doa R$ 0,20 para o Hospital do Câncer de Londrina. O repasse é feito cada vez que se completa 1 milhão de litros arrecadados.

SAN FRANCISCO RECICLA ÓLEO E USA EM FROTA

Em San Francisco (EUA), a prefeitura criou em 2007 um programa para que o óleo de cozinha fosse reciclado. Desde então, o município recolhe gratuitamente todo o óleo coletado pelo comércio e pelas casas. Hoje, toda a frota municipal da cidade é abastecida com biodiesel gerado pelo óleo de cozinha.

Fonte:Folha de São Paulo - São Paulo, 03 de junho de 2010 

Comentário

- 1 litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água

- quando em contato com a  água do mar produz metano e ajuda no aquecimento global

Óleo de cozinha e o meio ambiente

O óleo de cozinha é altamente prejudicial ao meio ambiente e quando jogado na pia (rede de esgoto) causa entupimentos, havendo a necessidade do uso de produtos químicos tóxicos para a solução do problema. Muitos bares, restaurantes, hotéis e residências ainda têm jogado o óleo utilizado na cozinha na rede de esgoto, desconhecendo os prejuízos que isso causa.

Jogar o óleo na pia, em terrenos baldios ou no lixo acarreta três fins desastrosos a esse óleo:

■ permanece retido no encanamento, causando entupimento das tubulações se não for separado por uma estação de tratamento e saneamento básico;

■ se não houver um sistema de tratamento de esgoto, acaba se espalhando na superfície dos rios e das represas, causando danos à fauna aquática;

■ fica no solo, impermeabilizando-o e contribuindo com enchentes, ou entra em decomposição,   soltando gás metano durante esse processo, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa.

Não jogar óleo em fontes de água, na rede de esgoto ou no solo é uma questão de cidadania e por isso deve ser incentivada. Fonte:HowStuffworks 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Liderança e Poder

 “O poder, em si, não constitui uma garantia moral:
o poderoso pode ter a espada na mão, mas nem por isso é dono do bem.”
(Contardo Calligaris)

A liderança é uma competência de caráter relacional, isto é, pressupõe uma relação entre duas ou mais pessoas fundamentada no exercício da influência. A regra é despertar o desejo, o interesse e o entusiasmo no outro a fim de que adote comportamentos ou cumpra tarefas. Além de relacional, a liderança também pode ser situacional, ou seja, determinada pelas circunstâncias.

O poder é o exercício da liderança. Em verdade, inexiste isoladamente, pois o que encontramos são relações de poder. Assim, é notório que se questione: como o poder é exercido por um líder?

Muitos são os estudos acerca dos tipos, bases e fontes de poder. Mencionamos, por exemplo, LIKERT e LIKERT (1979), KRAUSZ (1991), SALAZAR (1998) e ROBBINS (2002), mas ressaltando que todos beberam de alguma forma nos escritos de FRENCH e RAVEN (1959).

Fazendo uma compilação destes estudos, identificamos as seguintes formas de poder:

1. Poder por coerção. Baseia-se na exploração do medo. O líder demonstra que poderá punir o subordinado que não cooperar com suas decisões ou que adotar uma postura de confronto ou indolência. As sanções podem ser desde a delegação de tarefas indesejáveis, passando pela supressão de privilégios, até a obstrução do desenvolvimento do profissional dentro da organização. Pode ser exercido por meio de ameaças verbais ou não verbais, mas devido ao risco de as atitudes do líder serem qualificadas como assédio moral, o mais comum é retaliar o empregado, afastando-o de reuniões e eventos importantes, avaliando seu desempenho desfavoravelmente ou simplesmente demitindo-o.

2. Poder por recompensa. Baseia-se na exploração de interesses. A natureza humana é individualista e, quase sempre, ambiciosa. Ao propor incentivos, prêmios e favores, o líder eleva o comprometimento da equipe, fazendo-a trabalhar mesmo sem supervisão. A recompensa pode ser pecuniária, ou seja, em dinheiro, ou mediante reconhecimento e felicitações públicas. O risco de se usar este expediente como principal artifício para exercício do poder é vincular a motivação das pessoas e sua eficiência a algum tipo de retorno palpável e de curto prazo, inclusive enfraquecendo a autoridade do líder.

3. Poder por competência. Baseia-se no respeito. O líder demonstra possuir conhecimentos e habilidades adequados ao cargo que ocupa, além de atitudes dignas e assertivas. Os subordinados reconhecem esta competência e a respeitam veladamente. Um exemplo fora do mundo corporativo é a aceitação de uma prescrição médica, porque respeitamos o título do médico e seguimos seu receituário mesmo sem conhecer o profissional previamente ou o princípio ativo do medicamento.

4. Poder por legitimidade. Baseia-se na hierarquia. A posição organizacional confere ao líder maior poder quanto mais elevada sua colocação no organograma. É uma autoridade legal e tradicionalmente aceita, porém não necessariamente respeitada. Um exemplo típico é o poder que emana do “filho do dono” que pode ser questionado, embora raramente contestado, se sua inexperiência for evidenciada.

5. Poder por informação. Baseia-se no conhecimento. O líder, por deter a posse ou o acesso a dados e informações privilegiadas, exerce poder sobre pessoas que necessitam destas informações para realizar seus trabalhos. Note-se que o mero acesso a informações valiosas é suficiente para conferir poder a estas pessoas. É o caso das secretárias de altos executivos.

6. Poder por persuasão. Baseia-se na capacidade de sedução. O líder usa de argumentos racionais e/ou emocionais para envolver e convencer seus interlocutores da necessidade ou conveniência de realizarem certas tarefas, aceitarem decisões ou acreditarem em determinados projetos. Trabalha com base em aspectos comportamentais buscando ora inspirar, ora dissuadir os subordinados, de acordo com os objetivos pretendidos.

7. Poder por ligação. Baseia-se em relações. O líder apropria-se de sua rede de relacionamentos para alcançar favores ou evitar desfavores de pessoas influentes. Em tempos de desenvolvimento das chamadas redes sociais, ampliar e usar relações interpessoais constitui vantagem comparativa significativa.

8. Poder por carisma. Baseia-se na exploração da admiração. O líder adota um estilo envolvente, enérgico e positivo e alcança a obediência porque seus liderados simplesmente gostariam de ser como ele. As pessoas imitam-no, copiam-no, admiram-no com a finalidade de identificação.

Dentre todas as categorias apresentadas, não devemos idealizar uma forma de poder específica. Não há certo ou errado. Há o adequado. Em verdade, o mais indicado é que um líder saiba como, onde e quando exercer seu poder de acordo com o perfil dos subordinados, das circunstâncias e de seus objetivos. Assim, o poder carismático ou por recompensa podem proporcionar maior adesão e atração por suas ideias, da mesma maneira que o poder legítimo ou por coerção podem acarretar resistência por parte dos subordinados.

Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países. É autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros. - 14/04/2010

domingo, 6 de junho de 2010

Oliver Stone faz panfleto para Hugo Chávez em "Ao Sul da Fronteira"

Oliver Stone sempre se interessou por teorias de conspiração. Em "Ao Sul da Fronteira", documentário que dirigiu e entra em cartaz no país nesta sexta-feira, ele coloca um tempero latino em sua obsessão, ao radiografar, um tanto ligeiramente, os governos dos países da América do Sul, em especial o de Hugo Chávez, presidente da Venezuela.



Stone tenta comprovar um argumento: "A política do FMI, bancada pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush usa a América Latina como cobaia para suas experiências". O primeiro a se levantar contra isso, segundo o longa, foi Chávez.

Superficialmente, o diretor analisa as economias e políticas locais, destacando o que considera como heróis nacionais (Chávez, na Venezuela; Lula, no Brasil, e Evo Morales, na Bolívia) em detrimento a processos históricos. Na visão do diretor, a história é resultado daquilo que acontece agora. Pouco, ou quase nada, se fala do passado - a não ser os ecos da Revolução Cubana, de meio século atrás, na América Latina contemporânea.

Usando colagem de imagens à la Michael Moore ("Fahrenheit 11 de Setembro", "Sicko - SOS Saúde"), Stone ridiculariza a mídia norte-americana. Na primeira cena, uma apresentadora do canal Fox confunde cacau com coca. Um mix de clipes da televisão norte-americana mostra como é fácil a manipulação da informação.

Por ironia, o próprio Stone também comete erros sérios, como quando confunde a floresta amazônica com a cordilheira dos Andes num gráfico que pretende informar que, para se chegar da Venezuela à Bolívia, basta um voo em linha reta sobre a cordilheira, quando na verdade, a trajetória é uma reta cruzando o norte do Brasil.

O diretor insiste na tecla dos males do imperialismo norte-americano, mas, ao mesmo tempo, parece se esquecer do fato de que faz cinema nos Estados Unidos e essa é uma das formas mais eficientes da propaganda de seu país.

Mais irônico ainda é o diretor criticar o FOX News, quando seu próximo filme, "Wall Street 2", será lançado pela 20th Century Fox, um dos braços do mesmo conglomerado. Ou seja, ideologia não é bem o que parece guiar os interesses de Stone.

No filme, Chávez é uma figura polêmica e encantadora, divertido e espirituoso. Chama Bush de "burro" e "capeta", arrancando risos de uma plateia, e prega "uma revolução pacífica, mas armada". Cita Simon Bolívar a todo o momento e propõe aquilo que chama de "Revolução Bolivariana para a América Latina".

O filme passa boa parte do tempo acompanhando o presidente da Venezuela e frisando seu processo eleitoral, para deixar bem claro que ele não é um ditador, destacando o seu lado humano. Stone mostra o local onde estava a casinha de palha em que Chávez nasceu e o retrato de sua avó.

O tour de Stone continua pela América Latina, entrevistando seus governantes. Evo Morales recebe o diretor e o alerta para o fato de que as folhas de coca devem estar bem verdes para o consumo. O presidente da Bolívia se define "mais como um líder sindical do que presidente" de seu país.

Para Cristina Kirchner, presidente da Argentina, sobra o lado fútil da política. Ao som de uma música que faz lembrar o tema da série "Sex and the City", Stone conversa com ela e a pergunta mais contundente que faz é: "Quantos sapatos você tem?" Ela protesta e diz que ninguém pergunta a um homem quantas calças ele tem. Os assuntos sérios, Stone deixa para conversar com o marido dela, o ex-presidente Néstor Kirchner.

O presidente do Brasil, quando aparece, é saudado por Chávez como o seu irmão e ganha um abraço. Luiz Inácio Lula da Silva explica que, com a ascensão dos governos de centro-esquerda e esquerda na América Latina, pela primeira vez os pobres estão perto do poder.

Curiosamente, Stone nunca dá voz à população. Os pobres são sempre mencionados, mas nenhum popular tem direito a dar a sua opinião no filme de Stone. Fora os políticos, o diretor entrevista pensadores como Tariq Ali (que assina o roteiro com o economista Mark Weisbrot, crítico ferrenho do FMI), que é o autor do depoimento mais sensato do filme.

Perto do final de "Ao Sul da Fronteira", quando Barack Obama é eleito nos Estados Unidos, Chávez diz esperar "um novo Roosevelt" e a criação de uma nova política de bem-estar social (New Deal) para todos os continentes.

Já Stone, por sua vez, não se importa com nuances: para ele, Chávez é a chama da democracia, enquanto para a ex-secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, um ditador a ser combatido. A verdade, porém, parece estar em algum ponto entre esses dois extremos. Fonte: UOL Cinema - 03/06/2010

Comentário: O filme deveria chamar os Bons Camaradas da Esquerda. É um filme analógico num mundo digital.

 

sábado, 5 de junho de 2010

Forrest Gump Brasileiro: Lula contador de histórias

O presidente Lula aproveitou a visita à fábrica da Volkswagen no ABC paulista para ampliar a fábrica de mentiras montada em sociedade com o amigo Mahmoud Ahmadinejad. “Todo mundo falava mal do Irã, mas ninguém tinha sentado no tête-à-tête”, reincidiu o campeão da gabolice. “Aquilo que os americanos não estavam conseguindo em 31 anos de negociações com o Irã o Brasil conseguiu em 18 horas de conversa”.

O Brasil não conseguiu coisa nenhuma. O presidente só conseguiu o de sempre: o papel de otário megalomitômano no espetáculo do cinismo. Lula nem imagina o que é fundamentalismo xiita, nunca ouviu falar do aiatolá Khomeini e talvez ignore que o regime instituído em 1979 fez a opção preferencial pelas cavernas em 1979. Mas sabe que o Irã não quer conversa com interlocutores sérios. Ele baixou em Teerã não como negociador, mas como cúmplice.

A discurseira na Volkswagen reafirma uma constatação e conduz a uma descoberta. Lula constatou que a política externa influencia, sim, o comportamento do eleitorado. E o Brasil que pensa descobriu que o presidente se faz de ingênuo por vigarice. Capricha na pose de mediador esforçado, iludido em sua boa fé pelos americanos, para apresentar Ahmadinejad como o bom moço enganado por vilões e, simultaneamente, apresentar-se como vítima da inveja de Barack Obama.

De volta aos palanques domésticos, Lula tenta agora transformar em vitória um fiasco e convencer plateias grávidas de credulidade de que só não foi promovido a pacificador do planeta por culpa de Hillary Clinton. É provável que muitos companheiros da Volks tenham engolido a farsa que já vai sendo desmontada em outros países. Em Israel, por exemplo, o candidato a secretário-geral da ONU já virou piada . É só o começo.

 “Quanto mais mentiras nossos adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, prometeu José Serra no primeiro discurso como candidato à presidência. É hora de riscar esse restritivo “sobre nós” e rechaçar sem reverências nem eufemismos qualquer tipo de mentira. No caso do Irã, por exemplo, Lula finge lidar com uma democracia como tantas, injustamente impedida pelo imperialismo ianque de recorrer à energia nuclear para melhorar a vida dos cidadãos.

É preciso destruir sem demora a fábrica de mentiras. Cumpre à oposição mostrar aos brasileiros o que o regime iraniano efetivamente é: uma ditadura singularmente brutal, que estupra os direitos humanos, frauda eleições, odeia a liberdade de expressão, prende, tortura e mata quem não capitula, sonha com a eliminação física de todos os inimigos, envergonha o mundo civilizado e afronta todo o tempo a consciência universal.

Regimes assim não negociam. Tramam. Não têm interlocutores. Têm comparsas. Fonte: Veja - 3 de junho de 2010

Comentário:

O presidente Lula foi muito tempo sindicalista na região do ABC. Para o líder sindicalista não existe ética ou valores morais, mas sim  compromisso com o poder. A política sindicalista no Brasil é semelhante a política, não há muita diferença. Por causa disso, ele consegue manipular, fazer acordos partidários sem levar em consideração qualquer compromisso com a Nação.  Ele se preocupa com o poder, com a luta partidária,  instalar o partido no poder e não sair.

Como ele tem uma qualidade é um bom orador, sabe muito bem  satisfazer, manipular, atender os anseios desde a camada mais pobre e a falsa elite brasileira. Quando esse pensamento político brasileiro, que não existe compromisso com a Nação e sim com o poder, transfere para a política internacional, existe um choque de princípios; pois não temos ética, não cultuamos valores,  a sociedade está desagregada em termos de valores, em relação as principais Nações.

A ética é a arte de criar um caráter moral, de contrair hábitos de que resulte, naturalmente, um porte conforme as leis do dever. A moral é aquilo que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos e aceitos pela sociedade.

O caso do Irã é marcante, houve fraude nas eleições, é uma ditadura religiosa, o país tem uma visão  de destruir Israel a qualquer custo. Não tem muita lógica um país desenvolver programa nuclear para fins pacíficos, principalmente para área médica e outros fins.. Se esse fosse o compromisso o enriquecimento de urânio não seria prioritário. Na carta do presidente americano ao presidente do Brasil não se comenta em acordo e sim entendimentos para que o Irá pudesse atender os requisitos exigidos pela agência internacional de energia atômica. Agora qualquer reunião ou congresso político no Brasil, desde reunião de prefeitos, de trabalhadores, ele exalta que conseguiu um acordo que as principias Nações não conseguiram há anos. A vaidade do Lula alcoolizou seu pensamento. É triste para uma Nação que um presidente acha que a política internacional e a mesma coisa de um feudalismo político que existe nesse país, com uma sociedade de analfabetos, sem valores, etc. A nossa independência foi assim; lutamos contra império português, não tinha inimigo, o império caiu e a proclamação da  Republica contra o império, não houve luta. Uma Nação se forja de valores e lutas e assim se perpetua para as demais gerações. E a nossa é forjada em que? O jeitinho brasileiro? O sorriso ingênuo? Dá-se um jeito? Ele é o nosso Forrest Gump tupiniquim.     

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