No primeiro ano de recuo do desemprego no país após três
altas seguidas, 13 capitais brasileiras continuam apresentando crescimento no
número de desocupados e registraram maior taxa dos últimos sete anos.
São Paulo, por exemplo, tanto sob a ótica da capital, quanto
sob os recortes da região metropolitana e do estado, ainda vê o número de
desempregados crescer.
Enquanto a taxa de desocupação no país caiu de 12,7% em 2017
para 12,3% no ano passado; na capital paulista o percentual subiu de 13,5% para
14,2%.
Regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e
Salvador, também viram as suas taxas de desemprego crescerem.
"Percebe-se que o problema é mais forte nos grandes
centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um
desemprego metropolitano, bem maior do que no interior do país”, disse Cimar
Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Porto Alegre, Vitória, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa,
Teresina, Macapá, Belém, Boa Vista e Porto Velho também registraram maior taxa
de desemprego dos últimos sete anos.
Entre as regiões,
Sudeste e Nordeste apresentaram maiores índices de desemprego no ano passado.
Já o Sul teve menor taxa, seguido pelo Centro-Oeste, região onde nenhuma das
capitais teve avanço do desemprego de 2017 para 2018.
Dos 26 estados e DF (Distrito Federal), 18 deles
apresentaram recuo no número de desempregados em 2018. Amapá é o estado com o
maior número de desempregados. Santa Catarina, o que tem a menor taxa de
desocupação.
|
2017
|
2018
|
Brasil
|
12,7%
|
12,3%
|
Rondônia
|
8,2%
|
9,0%
|
Acre
|
14,1%
|
13,5%
|
Amazonas
|
15,7%
|
13,9%
|
Roraima
|
9,9%
|
12,3%
|
Pará
|
11,8%
|
11,1%
|
Amapá
|
17,8%
|
20,2%
|
Tocantins
|
11,7%
|
10,6%
|
Maranhão
|
14,3%
|
14,4%
|
Piauí
|
12,9%
|
12,8%
|
Ceará
|
12,6%
|
11,3%
|
Rio Grande do Norte
|
14,5%
|
13,6%
|
Paraíba
|
11,4%
|
11,1%
|
Pernambuco
|
17,7%
|
16,7%
|
Alagoas
|
16,7%
|
17,0%
|
Sergipe
|
14,3%
|
16,6%
|
Bahia
|
17,0%
|
17,0%
|
Minas Gerais
|
12,2%
|
10,7%
|
Espírito Santo
|
13,1%
|
11,5%
|
Rio de Janeiro
|
14,9%
|
15,0%
|
São Paulo
|
13,4%
|
13,3%
|
Paraná
|
9,0%
|
8,8%
|
Santa Catarina
|
7,1%
|
6,4%
|
Rio Grande do Sul
|
8,4%
|
8,1%
|
Mato Grosso do Sul
|
8,5%
|
7,6%
|
Mato Grosso
|
9,0%
|
7,9%
|
Goiás
|
10,6%
|
9,2%
|
Distrito Federal
|
13,2%
|
12,7%
|
INFORMALIDADE
Apesar de o desemprego ter recuado no ano passado, isso não
quer dizer que houve grande geração de empregos com carteira assinada.
O crescimento de novos postos ocorreu com mais força no
mercado informal. O percentual de empregados sem carteira assinada no setor
privado, por exemplo, cresceu de 24,3% em 2017 para 25,4%.
A mesma situação ocorreu com trabalhadores por conta
própria, que em 2017 eram 25% e, no ano seguinte, subiu para 25,4%.
“Isso revela a
qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira
de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a Previdência
também cai, o que cria problemas mais à frente”, disse Cimar. Fonte: Folha de São
Paulo - 22.fev.2019
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