sábado, 25 de novembro de 2017

Única mala não comprova corrupção, diz novo diretor da PF

Fernando Segóvia, que assumiu oficialmente o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF) na  segunda-feira (20/11), afirmou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ter agido de forma apressada ao denunciar o presidente Michel Temer, em junho, por corrupção passiva.
Em entrevista coletiva após sua posse em Brasília, Segóvia questionou o pouco tempo dedicado pelo então chefe da PGR, Rodrigo Janot, ao inquérito, afirmando que "uma única mala" talvez seja insuficiente para comprovar se os investigados cometeram, de fato, um crime.

 "A gente acredita que, se fosse pela égide da PF, essa investigação teria que durar mais tempo, porque uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção", afirmou.

Para Segóvia, o papel de Temer no crime apontado pela PGR "é um ponto de interrogação que está no imaginário popular". Essa questão "poderia ter sido respondida se a investigação tivesse durado mais tempo", opinou.
O novo chefe da Polícia Federal se referia à mala com 500 mil reais que foi entregue por um diretor da empresa JBS, Ricardo Saud, ao ex-deputado e ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha Loures, em abril. Investigadores da PF flagraram a entrega do dinheiro, que seria propina.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato, fez críticas às declarações de Segóvia sobre o inquérito envolvendo Temer. Para ele, não cabe ao diretor-geral da PF emitir opinião sobre investigações ou denúncias.
"Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi dada pelo próprio denunciado", disse Lima em rede social. Fonte: Deutsche Welle - Data 21.11.2017

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