sábado, 5 de dezembro de 2009

O Golpe em Honduras: Olhar da esquerda

Comentário:
Lendo este artigo nota-se que a esquerda ou comunismo não mudou quase nada, prevalecendo os chavões ideológicos desde a guerra fria. É o embate entre a burguesia e o proletariado.
Hoje a esquerda utiliza  armas mais refinadas para conquistar o poder através da democracia, buscando a  alteração da constituição através da consulta popular ou plebiscitária, transformando-a  numa demo-ditadura. Se a constituição é contrária ao projeto proletariado muda‑se. Parece-me um novo tipo de guerra social, muda-se o contexto de armamento com pressão social popular que não tem nada a perder para que uma minoria possa atingir seus objetivos e perpetuar no poder.  Para a esquerda é necessário a pobreza, pois é o novo exército social, sem armas, mas com muita pressão, com seus generais postados em pontos estratégicos do governo, tais como; mídia, ONG´s, políticos, etc. É a dialética na comunicação.  
O pensamento do filósofo  Herbert Marcuse  encaixa muito no pensamento da escola bolivariana;  distinção entre as necessidades falsas ( a elite da esquerda manipula) e as necessidades verídicas ( o que a elite da esquerda oferece ao proletariado, mínimo necessário). As necessidades falsas são determinadas por forças externas, a qual o indivíduo não possui controle algum. Tais necessidades são produto de uma sociedade totalitária, repressora dos pensamentos e comportamentos humanos. Por outro lado, as necessidades verídicas representam a realização de todas as necessidades vitais, reais, como ao alimento, roupa, teto.
Resumo do artigo
Apesar do golpe em Honduras ser mais um golpe dentre tantos ocorridos na América Latina, ele ocorre num momento distinto: a ascensão do bolivarianismo no continente, encabeçado pela Alternativa Bolivariana para as Américas, tendo a maior expressão no governo da Venezuela; e o enfraquecimento da política norte-americana para o continente, devido à crise mundial e ao atoleiro no qual se tornaram as duas guerras no Oriente Médio. Nessa conjuntura o fato é que toda a diplomacia internacional tem se manifestado contra o golpe de Estado, apesar do imperialismo pressionar à negociação com os golpistas. 
Neste momento se faz importante uma análise sobre os fatos, mostrando as semelhanças e diferenças do período anterior, para denunciar o governo fascista de Micheletti e nos armar para a luta socialista e internacionalista neste continente no próximo período.
O avançar no processo de lutas de classe nesse país e a crise financeira mundial fazem com que Honduras se incorpore nesse grupo no dia 10 de outubro de 2008. A partir da entrada na ALBA, a direita golpista hondurenha passa a conspirar de maneira mais incisiva contra o governo de Zelaya, ao mesmo tempo em que a ofensiva popular aumenta, exigindo uma mudança institucional profunda de um sistema que privilegia apenas as multinacionais e a oligarquia local. A resposta a essa batalha seria uma reforma constitucional que garantisse os direitos do povo hondurenho e radicalizasse a democracia.
Nossa posição deve ser de solidariedade internacional ao povo hondurenho, com apoio incondicional ao movimento popular desse país. Devemos fazer uma crítica contundente à elite golpista que governa a 500 anos aquele Estado e condena o povo à pobreza e à repressão, e a crítica àqueles que, embora condenem o golpe publicamente, aplicam uma política de frear os movimentos populares em curso na América Latina atualmente. É importante nos posicionarmos ao lado de governos progressistas como o da Venezuela, o da Bolívia, o do Equador e de outros que se contraponham ao processo de negociação com a oligarquia hondurenha, pois nessa nova aliança latino-americana se demonstra a principal alternativa do movimento anti-liberal e anti-capitalista em nosso continente. Assim , a bancada parlamentar do PSOL e seus militantes espalhados por todo o país deverão denunciar o regime opressor imposto em Honduras, ao mesmo tempo que se colocar ao lado da Alternativa Bolivariana a fim de destruir os golpistas sem ceder às negociações com o imperialismo e a oligarquia local.
Por fim reiteramos a declaração do Seminário Internacional "Crise do capitalismo, recolonização e alternativas populares" em La Paz , Bolívia: "NOSSO CHAMADO É A SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA MUNDIAL COM NOSSO IRMÃO, O POVO HONDURENHO. TODOS E TODAS SOMOS HONDURENHOS. ESTAMOS EM PÉ DE GUERRA. NOS DECLARAMOS EM ESTADO DE MOBILIZAÇÃO PERMANENTE."
Fonte: Pravda - 26.07.2009  

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